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14/05/2023, 21:26 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.

Módulo 2:

Humanismo Moderno: Renascimento

2. 1. O teocentrismo na Idade Média e o nascimento da experiência subjetiva

Leitura Obrigatória:

SANTI, P.L.R. A construção do eu na modernidade. Ribeirão Preto/SP: Ed. Holos, 1998 (Capítulos 2 e
3).

Leitura para Aprofundamento: 

FERREIRA, A.A.L. O múltiplo surgimento da psicologia. In: JACÓ-VILELA, A.M.; FERREIRA, A.A.L.;
PORTUGAL, F.T.(orgs.) História da psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2007.
(Capítulo 1).
FIGUEIREDO, L.C.M. A Desnatureza Humana ou o Não no Centro do Mundo , Uma Santa Católica na
Idade da Polifonia. In: A invenção do psicológico. Quatro séculos de subjetivação (1500-1900). São
Paulo: EDUC: Escuta, 1996.

Tradicionalmente, entende-se por Idade Média o período histórico que se estende da queda do Império
Romano (século V dC) até o século XV; por sua extensão, é comum dividi-la em Alta Idade Média (do
século V até o início das cruzadas contra o Islã, no século X dC) e Baixa Idade Média (séculos XI a XV
dC), marcada pela reorganização das relações de produção, a intensificação do comércio e o surgimento
de grandes centros urbanos.

A Idade Média tem no feudalismo o seu elemento definidor, fundado em uma economia agrária, com o uso
do trabalho servil. O sistema produtivo estava à mercê dos fenômenos climáticos, havendo a alternância de
períodos de relativa abundância e períodos de penúria. Para amenizar os efeitos destas crises de
subsistência recorrentes, um comércio ocasional e em pequena escala era praticado entre os feudos.

A organização social era estratificada, com pequena possibilidade de ascensão social. As posições sociais
- de servo, de vassalo, de nobre - eram determinadas pelo nascimento.

Neste período, o clero detinha um amplo poder político, mantendo a ordem e os costumes, considerados
inquestionáveis.

Ao longo dos séculos finais da Idade Média, com a  expansão das fronteiras do mundo ocidental, em
conseqüência das Cruzadas, intensificou-se o comércio, constituíram-se cidades, floresceu a urbanização.
Estavam dadas as condições para o início da derrocada do sistema feudal e o desaparecimento dos laços
sociais que até então asseguravam a solidez do poder senhorial e a manutenção do regime de servidão.

 Atividades recomendadas:

 1) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre o período histórico denominado Idade
Média (sec V dC ao sec XIV), caracterizando o sistema econômico, político, social, os costumes, os valores
etc.. O objetivo é o fornecimento de subsídios necessários para permitir uma reflexão sobre as formas
pelas quais o homem medieval se relacionava consigo mesmo, com os demais e com a natureza.

2) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, em
defesa de suas teses.

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

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Em resultado da queda do Império Romano e das invasões bárbaras em diversas regiões da Europa, vão
se alterando as formas de organização da produção e de propriedade que caracterizavam a
Antiguidade. Ao longo dos séculos seguintes, vai se estruturando um novo sistema econômico e social – o
Feudalismo. A este respeito, afirma-se:

I) A economia era baseada na produção agrícola de subsistência; havia pouco comércio e quase nenhuma
atividade intelectual.

II) A organização  feudal incluía grupos  sociais bem definidos – o clero, a nobreza e os camponeses ou
servos -, entre os quais não ocorria mobilidade.  O clero exercia grande poder político em uma cultura
profundamente religiosa, submetendo os servos pela persuasão e pelo recurso aos dogmas da fé. A
nobreza (senhores feudais) exercia poder econômico e militar.

III) A maior parte da população era constituída pelos servos, que trabalhavam a terra pertencente à
nobreza e a alguns elementos do clero.

Há afirmações falsas, dentre as apresentadas?

a) Não, todas as afirmações são verdadeiras.

b) Sim, a I.

c) Sim, a II.

d) Sim, a III.

e) Sim a I e a II.

Suas pesquisas sobre a sociedade medieval devem ter-lhe dado subsídios para assinalar a alternativa a.
As afirmações I, II e III apresentam um resumo adequado das condições existentes na Idade Média.

  2. 2. A subjetividade no Renascimento

Leitura Obrigatória:

- SANTI, P. L. R. A Construção do Eu na Modernidade. 6ª ed. Ribeirão Preto/SP: Holos, 2009. (Capítulos 4,


5, 6).

Leitura para Aprofundamento:

- FERREIRA, A. A. L. O múltiplo surgimento da psicologia. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.;


PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora,
2013. (Capítulo 1).

- FIGUEIREDO, L. C. A Desnatureza Humana ou o Não no Centro do Mundo. Uma Santa Católica na Idade
da Polifonia. In: FIGUEIREDO, L. C. A invenção do psicológico: quatro séculos de subjetivação, 1500-
1900. 7ª ed. São Paulo: Escuta/Educ, 2007.

Chamamos Renascimento ao período da história do Ocidente que se estende aproximadamente do fim do


século XIII à metade do século XVII e que marca o início da Idade Moderna. O período caracteriza-se por
muitas transformações políticas, econômicas e culturais decorrentes da expansão do comércio tornada
possível pelas Grandes Navegações.
 
Diferentemente do período histórico que o precedeu, o Renascimento favoreceu o surgimento de novas
idéias, descobrimentos, invenções. Em conseqüência, começaram a ser questionados os preceitos e
costumes ditados pela Igreja.
 
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Com a perda gradual da vigência dos valores medievais, o homem ocidental teve que se confrontar com
um mundo novo, para o qual não havia mais referências inquestionáveis. Era necessário criar normas para
reger a vida em comum, as relações sociais, de comércio etc. Não havia mais uma única ‘verdade’,
baseada na palavra de Deus, transmitida por seus legítimos representantes, o clero.
 
Desconsiderando os ditames divinos, colocado diante de um mundo desencantado, o homem devia criar
para si, por meio de normas auto-impostas, um modo de ser e um destino. Contando apenas consigo
próprio neste empreendimento, teria que encontrar um fundamento, a partir do qual erigir um conhecimento
seguro, que lhe permitisse relacionar-se com as coisas e com os outros homens.
 
Como resultado, assistimos a um adensamento da experiência de si, condição necessária ao surgimento
gradual do que hoje chamamos subjetividade.
 
 Atividades:
 
1) Faça as leituras indicadas, atentando para o conceito de subjetividade defendido pelos autores.
 
2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:
 
As afirmativas abaixo se referem ao Renascimento. Analise-as, classificando-as como verdadeiras ou
falsas e, a seguir, assinale a alternativa que expressa o resultado de sua análise:
 
I. No Renascimento, a diminuição do poder da Igreja e a abertura operada sobre o mundo fechado dos
feudos foram acompanhadas por uma crise da concepção de mundo que vigorava. Esta crise é que
desencadeia o teocentrismo.
II. A liberdade, dom maior do homem renascentista, fará com que ele tenha que tentar definir por si mesmo
o que é certo e o que é errado.
III. A relação do homem com o mundo se torna cada vez mais de exclusão. As coisas são tomadas como
objetos, inclusive o próprio corpo humano. Esta concepção abre o caminho para a racionalidade científica.
IV. A posição do homem é peculiar: ao mesmo tempo que é livre para tornar-se o que quiser, sente-se
desamparado e só; o mundo não é mais estável e seguro e o homem deve continuamente tornar-se,
constituir-se, mover-se.
 
a)   I – V; II – V; III – V; IV - F.
b)   I – F; II – V; III – F; IV - V.
c)   I – V; II – F; III – V; IV - F.
d)   I – F; II – V; III – V; IV - V.
e)   I – V; II – V; III – F; IV - V.
 
A alternativa correta é a d. A experiência humana no Renascimento é marcada pela liberdade e pelo
desamparo. O mundo é entendido como estando à disposição do homem, que pode usar seus recursos
para seus fins particulares. É esta compreensão do mundo que dá início ao desenvolvimento das ciências.
 
A afirmação I é falsa. Embora, de fato, o questionamento dos preceitos ditados pela Igreja tenha posto em
xeque a concepção de mundo medieval, esta crise levou ao antropocentrismo – o homem colocado como
centro do mundo, a quem compete decidir sobre suas ações – e não ao teocentrismo, que se refere à
centralidade da figura de Deus e a preponderância da religião.
 
3) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas
dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las.  Caso elas
persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
 
2.3. Procedimentos de contenção do eu
2.4. A crítica á aparência. 
 
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Assiste-se, no Renascimento, a um gradual processo de valorização do Homem. Considerado  o ponto


máximo da criação divina, o Homem passa a ser compreendido como um ser livre para constituir normas e
valores a partir dos quais deverá pautar sua conduta. Mas esta tarefa demandará o desenvolvimento de
procedimentos   e mecanismos formativos – ser livre e poder escolher implica ser responsável pelos
resultados das próprias opções.
 
O período será marcado, ao mesmo tempo, por espaços de expansão e contenção da liberdade; na
mesma medida em que será feita a apologia à grandeza do homem, ser-lhe-á creditado o peso de todos os
males.
 
Os textos indicados para leitura apresentam alguns desses mecanismos de produção das subjetividades
que surgiram no Renascimento e cuja herança perdura até nossos dias. Os veículos para apresentação
dessas idéias serão fundamentalmente textos literários. Em Santi (1998), você encontrará também a
discussão sobre a pintura e a música dessa época.
 
Atente particularmente para as práticas religiosas de contenção do eu propostos nos Exercícios Espirituais
de Inácio de Loyola, os procedimentos de formação dos soberanos discutidos em O Príncipe, de
Maquiavel, e as críticas ao papel central creditado ao eu feitas por Montaigne e Erasmo de Rotterdam. A
obra de Shakespeare também mostra o crescente adensamento da experiência de si
 
Atividades:
 
1) Faça as leituras indicadas, atentando para a compreensão dos procedimentos de construção e
contenção da subjetividade próprias do Renascimento.  
2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:
 
O século XVI foi marcado por uma certa multiplicidade em relação aos projetos de constituição da
subjetividade do homem. Abaixo estão afirmações sobre vários dos projetos. Classifique-as em verdadeiras
ou falsas
I) Santo Inácio de Loyola, adaptando o pensamento religioso aos tempos, produz uma obra contendo
procedimentos para a afirmação da identidade sobre a dispersão do sujeito. Ele reconhece a liberdade
humana, mas constata que ela é a fonte da perdição do homem e busca mostrar o caminho do reencontro
com a ordem. O homem deve, meditando, dirigir sua vontade para o reencontro de Deus.
II) Maquiavel, preocupado com a fragmentação da sociedade, pensa ser necessária a imposição de um
governante. Constrói uma obra sobre como bem governar o mundo ou o povo. Ele afirma o valor do
humano, mas em um mundo sem ideal, no qual a imposição do poder é necessária, uma vez que o homem
é egoísta e auto-referente.
III) A obra de Shakespeare é um exemplo dos movimentos de elogio e crítica ao eu. Em Hamlet, há uma
denuncia melancolia das ilusões do eu que costuma esquecer sua dimensão mortal. Mas, ao mesmo
tempo, há a recusa do homem de servir de objeto de manipulação, buscando na morte uma forma de
construção de si.
IV) Montaigne contraria a norma de elogio e crítica ao eu e propõe uma concepção não problematizada do
ser humano, considerado como fundamento do conhecimento verdadeiro.
 
Assinale a alternativa que apresenta a correspondência correta:
a) I – V; II – V; III – V; IV – V.
b) I – F; II – V; III – V; IV – V.
c) I – V; II – V; III – V; IV – F.
d) I – F; II – V; III – F; IV – V.
e) I – V; II – V; III – F; IV – F.
 
A leitura dos textos de referência deve ter-lhe fornecido o necessário para assinalar a alternativa c. A única
afirmação incorreta é a IV. Montaigne, em Os Ensaios, empreende uma cáustica crítica às pretensões do
eu, revelando a natureza vaidosa e a inconstância do homem e, portanto, a impossibilidade de que este se
estabeleça como fundamento do conhecimento.
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3) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas
dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las.  Caso elas
persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
 

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