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CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO

FILOSOFIA - 2º SEMESTRE

JORDAN DUTRA DOS SANTOS, RA: 8150826

PORTFÓLIO CICLO II

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

OUTUBRO – 2022
JORDAN DUTRA DOS SANTOS, RA: 8150826

PORTFÓLIO ANTROPOLOGIA, ÉTICA E CULTURA

Atividade em portfólio referente ao


Ciclo II de Antropologia, Ética e Cultura

Professor Responsável: Everton Luis


Sanches

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

OUTUBRO – 2022
Relações entre economia, desenvolvimento tecnológico e desenvolvimento
humano nos períodos da Idade Moderna e Idade Contemporânea.

Primeiramente, na idade moderna temos que conceber a ideia de mudanças


históricas e humana a partir dos séculos XV e XVII, com a ideia emergente da
consciência de humanidade e da revolução da intelectualidade humana. O concebimento
do movimento renascentista que impulsiona o movimento cultural, econômico e político
a partir do século 16, institui o pensamento racionalista, em que a razão passa a ser o
único caminho para o conhecimento verdadeiro, que se constrói por base do pensamento
humanista renascentista que tem sua ascensão no século XIV, na península itálica. O
homem como ordenador, criador, comandante da natureza. O questionamento
humanístico sobre a religiosidade coloca o relacionamento Homem – Deus como algo a
ser racionalizado.

Temos em primeiro ato o desdobramento humano em seu interior, numa busca


de algo mais. Abrangemos esse pensamento até a racionalidade de Descartes, que tem a
priori a razão como o único modo de se alcançar a grandeza do conhecimento, sua
constituinte em bases na dedução lógica, aprimorada com a argumentação e análise do
todo. O Ser como estruturador do próprio pensamento, constituído pela substância
inteligível, pensante (a mente) e por sua própria substância externa, física corpórea.

A partir desse ponto se desencadeia as posições contrarias como o empirismo, a


que tudo advém da experiencia, do que pode ser captado externamente.

Temos uma grande evolução humanista do pensamento, e racionalista.


Abandonando as convicções baseadas na fé, do período medieval. O ser se torna
protagonista e ordenador. Constrói seu pensamento valorativo e humanista após uma
reforma extremamente profunda de religiosidade advinda dos períodos cristãos
medievais.

O homem inicia sua jornada colonizadora, de maneira eurocêntrica que institui


novas práticas econômicas influenciadas pela expansão marítima. No século XVIII tem
a revolução industrial, onde a mão de obra do proletariado é substituída pelas máquinas.
Criando um abscesso gigantesco nas classes mais baixas. Mas também iniciando os
primeiros constructos do pensamento capitalista. A burguesia criando em seus berços

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novos herdeiros de suas riquezas, explorando o proletariado e criando uma barreira
social e estruturalista de monarca e plebe. Esse é o princípio das mudanças econômicas
que iriam mudar e constituir novos pensamentos.

O desenvolvimento tecnológico das navegações, da criação da imprensa e novos


meios de locomoção, expandiu o acesso humanos ao redor do mundo. Uma mudança
cultural e social que iria impactar o modo humano de se relacionar e lidar com o mundo,
um mundo sem cercas, claro que para quem pudesse financeiramente pagar por ele.
Temos o início do poderio burguês, militar e estatal sobre os mais pobres.

Na idade contemporânea observamos a construção do pensamento igualitário e


democrático, a análise de Karl Marx sobre o poder e comando burguês. Na ciência os
conhecimentos psicológicos do inconsciente analisados por Sigmund Freud, daria a
consciência humana a cura das experiencias inconscientemente reprimidas, levando a
formação psicanalítica do Ser.

Na era contemporânea o movimento coletivista como o comunismo e os


anarquismos, tiveram suas páginas marcadas na história. A revolução do proletariado
foi emergindo como a solução para a desigualdade causada pelo capitalismo, mas foi
algo que nunca de fato se concebeu.

O homem saí do papel de parte de algo, para a individualização. A globalização,


mesmo que ampliando os meios de comunicação e acesso à informação, levaram o
homem, ao lugar de conquista por si só. Na construção da individualidade o coletivismo
e a empatia ficaram de lado, dando espaço a busca por ser melhor, ter o melhor, sempre
no movimento da prosperidade. Nunca se deixando abater por dificuldades e problemas.
O homem como sendo a solução dos problemas do próprio homem.

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Pontos considerados mais importantes e as dificuldades predominantes nas
relações humanas nesses períodos.

Na idade moderna a exploração de mão de obra e a desigualdade deram seus


primeiros passos a tempos sombrios. Onde a segregação de classes marcaria uma
evolução marcada por guerras mundiais e a revolução do pensamento iluminista,
trazendo ao âmago da sociedade intelectual da época a racionalidade do pensar sobre as
questões sociais.

Com a ascensão do capitalismo na Idade Contemporânea, as questões humanas


foram deixadas de lado em prol da emergente evolução financeira burguesa.

Exploração de recursos naturais, danos ao meio ambiente e um crescimento


incontrolável da desigualdade, segregação e lutas de classe sucumbiriam nesse
momento. O projeto de prosperidade e estatização da burguesia, levou o mundo ao ato
consumo de recursos e guerras políticas e sociais.

Questão da verdade em relação ao fenômeno da pós-verdade.

A relação da pós verdade com a sociedade atual é extremamente visível.


Abdicamos da reflexão e da pesquisa empírica por validações de nossos pensamentos,
estejam eles corretos ou não. A pós verdade fomenta o conceito de “penso, logo é
verdade”. Passamos a nos contentar com a validação de nossas ideologias do que a
veracidade delas. Deixamos que o estado comande nossas ações para que nos
amenizemos de responsabilidades por demasiado. Abrimos mãos da reflexão, para
aceitar o que nos lhe é agradável.

Esse movimento impulsiona as ascendentes “Fake News” que propõe uma terra
plana, a desvalorização da ciência e da filosofia, em prol do que nos é concebível
intelectualmente. Dramatizando e nos sobrepondo os sentimentos aos ideais que nos
agradam e não os que são reais e empíricos.

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Pós-modernidade e suas consequências para o ser humano.

A modernidade liquida, como conceitua o filósofo Zygmunt Bauman, se liquefaz


e se individualiza.

A sociedade é verdadeiramente autônoma quando “sabe, tem que saber, que


não há significados ‘assegurados’, que vive na superfície do caos, que ela
própria é um caos em busca de forma, mas uma forma que nunca é fixada de
uma vez por todas”. (Bauman, p. 197, 2001)

Não se tem mais um conceito de prospecção de vida plena, mas uma reinvenção
de sua própria identidade, em busca de adaptar-se ao mundo mutável em que habitamos.
Passamos sobre o tempo ressignificando nossa existência, para caber na balança da
sociedade a qual pertencemos, sem nos personificar como somos e construir nossas
ideias em pensamento únicos e estáveis. Nos adaptamos para caber, sem nunca
pertencer, nem sem apegar a sociedade e as pessoas as quais compartilhamos a
existência.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BAUMAN, Z. Globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1999.

2. BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora,


1997.

3. CHMIELEWSKI, Adam. Post-Truth and Consequences. In: GUDONIS,


Marius; JONES, Benjamin T. (eds.). History in a Post-Truth World: theory
and Praxis. New York/London: Routledge, 2021. p. 47-65.

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