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O pecado da vaidade
"Vaidade das vaidades" é o mundo virtual. Em tempos de "redes sociais",
todo o mundo quer aparecer e ver a sua estrela brilhar diante dos outros. Em
meio ao número quase infinito de posts, está muitas vezes a insaciável
competição por curtidas e compartilhamentos que, no fim das contas, não
leva a lugar algum.
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1. Por causa do objeto de que se procura tirar glória (ex parte rei de qua quis
gloriam quaerit), "quando por exemplo se procura glória por algo que não existe,
ou por uma coisa que não é digna dela, por ser frágil e caduca". É o caso de um
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impuro que se jacta de ter guardado a própria virgindade, quando, na verdade,
ela não mais existe; ou o de um jovem que se gaba de ter bebido mais que todos
os seus amigos numa festa, quando isso não é motivo de glória coisíssima
nenhuma.
2. Pela inépcia de quem se procura ganhar glória (ex parte eius a quo quis
gloriam quaerit). Seria o caso de um jogador de futebol que tenta arrancar
elogios de um completo ignorante da matéria, ou de um pianista que procurasse
demonstrar seus talentos musicais a uma plateia de incultos.
3. Por parte da própria pessoa que busca a glória (ex parte ipsius qui gloriam
appetit), "quando, por exemplo, esta pessoa não orienta o seu desejo de glória
para o fim devido, qual seja a honra de Deus ou a salvação do próximo". Essa
situação é muito frequente na vida de quem já abandonou os erros mais
grosseiros e começou a ter vida interior, mas ainda está a fazer as coisas certas
pelas razões erradas. Para remediar esse estado, uma grande ajuda é observar a
vida dos santos. Santa Teresinha do Menino Jesus, quando aumenta a sua fama
e o número de seus devotos no mundo inteiro, o que quer é incendiar os
corações humanos com o amor de Deus. A Mãe de Deus, quando canta o
Magnificat e diz que todas as gerações a proclamarão bem-aventurada, não o
faz por vaidade, mas porque quer ver exaltado Aquele cujo nome é santo e cuja
misericórdia se estende sobre os homens (cf. Lc 1, 48ss). O próprio Deus,
escreve Santo Tomás, "não procura sua glória para si próprio, mas para nós" (ad
1): Ele sabe que, quando lhe rendemos glória, isso redunda também em nosso
benefício. "De modo semelhante – acrescenta o Aquinate –, o homem também
pode desejar sua própria glória para o serviço dos outros".
Há, portanto, uma glória justa, buscada pelos santos, e uma glória vazia,
que é capaz de "sugar", por assim dizer, todos os bens interiores de uma
alma, "enquanto torna o homem presunçoso e confiante demais em si
mesmo" [2].
Mas, de que gênero é o pecado da vaidade? No artigo 3.º da mesma
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questão, o Doutor Angélico explica que – diferentemente da soberba,
que é pecado mortal – a vanglória, simplesmente considerada, é pecado
venial, mas pode tornar-se mortal quando se opõe ao amor de Deus. E
como a vaidade se opõe à caridade devida a Deus? De dois modos, ele
diz:
2. Da parte do próprio vaidoso (ex parte ipsius gloriantis), que projeta sua
intenção sobre a glória como sobre seu fim último, orientando para ela todas as
suas obras de virtude chegando até a cometer ações contra Deus. Neste caso,
o pecado da vanglória é pecado mortal. Por isso Agostinho escreve: 'Quando a
cupidez da glória supera no coração o amor e o temor de Deus, este vício é tão
inimigo da fé piedosa, que leva o Senhor a dizer: Como podeis ter fé, vós que
esperais vossa glória uns dos outros, e que não procurais a glória que vem de
Deus, e só dele? (Jo 5, 44)'."
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