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Curso: Os Sete Pecados Capitais – uma reflexão teológica

Aula 7: Terapia da Luxúria

A cura para a idolatria da luxúria consiste em colocar o


verdadeiro Deus no centro dos relacionamentos.

O vício da luxúria é uma perversão que se instala na capacidade de amar


e a destrói. Urge, portanto, que seja curada. A terapia da luxúria está intimamente
ligada à terapia da gula, visto que as duas paixões estão relacionadas com o corpo.
A virtude que se opõe à luxúria-pornéia é a castidade. A Castidade é a
virtude que permite consagrar a Deus a capacidade de desejar e de amar. E esta
é uma necessidade de todo cristão.
Vale a pena ressaltar:

A Castidade não é uma realidade ruim, muito menos é sinônimo de


contenção (celibato) e Insensibilidade.

No centro da virtude da castidade se encontra, os dois principais


mandamentos, segundo o nosso próprio Senhor Jesus, se encontra o amor. O amor é
o caminho para a castidade.

Como viver a castidade e resistir ao pecado da luxúria?


A terapia da luxúria se revela particularmente difícil. Como vimos nas aulas
anteriores, nosso corpo é composto por corpo e alma e que o pecado da luxúria é uma
doença da alma que afeta o nosso corpo. Para vencermos esse mal devemos travar
uma verdadeira guerra contra nossas inclinações, mas antes de tudo devemos
reconhecer que : Ninguém é capaz de chegar à castidade a não ser pela graça
que é um dom de Deus.

O Combate - 1 Co 1:13-20
Uma vez que nós conhecemos nossas limitações e pedimos o apoio Divino,
teremos assim, as forças suficientes para colocar em prática o que a Sagrada
Escritura e a Santa Igreja nos ensina.
Vamos dividir o combate à luxúria em dois cenários: o combate físico e o
combate espiritual.
Combate Físico
O corpo, os sentidos, contribuem para o surgimento da paixão pela luxúria. Por isso
devemos combater com as seguintes ferramentas:

Ferramenta Objetivo e efeito

Trabalho manual (inclui esportes) Tem por finalidade evitar o ócio e


possibilitar um cansaço físico sadio.

Vigílias A disciplina do sono está ligada à


castidade, pois o controle do sono
resulta em um controle do corpo.

Jejum Assim como o sono, o jejum nos ensina


a ter um controle do nosso corpo, nossos
sentidos e sensações.

Fugir das ocasiões Não existe argumentação com o pecado.


fugir é sempre a melhor opção

Guardar os sentidos Ter cuidado com o que conversa, com o


que se vê, com o que se sente.

Combate Espiritual
Apenas os meios de combate do corpo não são suficientes, embora sejam de
grande auxílio. O pecado da luxúria é cometido com o corpo, mas sua origem se
encontra na alma, por isso a luta deve ser dupla. Para combater essa realidade
podemos usar as seguintes ferramentas:

Ferramenta Objetivo e efeito

Guardar o coração Fugir da tentação e se refugiar em Deus


e em seu amor

Assim como o jejum nos ensina o


autocontrole, a humildade nos ajuda a
Humildade reconhecer que somos falhos e que
precisamos constantemente do auxílio
divino.

Contrição Ter o verdadeiro arrependimento pela


ofensa feita diretamente ao um Deus
Santo.

Oração Constante busca e conversa com Deus


para que assim a mente e o coração se
aproximem do Pai e que os sentidos
possam ser guardados Nele.
A nossa luta contra o pecado da luxúria será uma luta constante. Não
existe, em nossa situação pecaminosa, uma cura completa, nunca estaremos 100%
livres das investidas do inimigo nesse aspecto.
Quando nos livramos das práticas da luxúria, não significa que estamos livres
dela. Devemos sempre utilizar essas ferramentas junto com uma vida de leitura das
Sagradas Escrituras e oração para que possamos resistir adequadamente às
tentações. Devemos sempre lembrar que existe um Deus que luta ao nosso lado
e nos ama.
Como meditação final, possamos meditar no que São João Clímaco nos
aconselha:

Oferece ao Senhor a fragilidade da tua natureza, reconhecendo


completamente a tua impotência e, sem que te conta, receberás
o dom da castidade

Referências: 1 Co 1:13-20. Um olhar que cura: Padre Paulo Ricardo,João Cassiano,


Collationes, XII, 10: PL 49, 888. João Cassiano, Instituições Cenobíticas, VI, 4: PL 49,
270-271
.

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