Conheça o Mestre
Jesus É a Resposta
(Marcos 2:1–12)
Posso não saber tudo a seu respeito, mas uma
coisa sei: você está enfrentando algum
problema. Pode ser um problema espiritual, de
saúde, financeiro, familiar, emocional – com
certeza você está lutando com algum problema.
Todos nós lutamos com algo. Nesta lição quero
confirmar que Jesus é a resposta para nossos
problemas, quaisquer que sejam.
Todo o Novo Testamento declara essa grande
verdade, mas, atendendo ao nosso propósito,
vamos observar um incidente simples, encon-
trado em Marcos 2:1–12.
QUATRO AMIGOS E UM DOENTE
(MARCOS 2:1–4)
A passagem começa com: “Dias depois,
entrou Jesus de novo em Cafarnaum” (v. 1a).
Cafarnaum havia se tornado a central de opera-
ções de Jesus na Galiléia. Lemos a respeito de sua
visita anterior no primeiro capítulo de Marcos
(1:21ss.). Naquela ocasião, Ele havia curado um
endemoninhado (1:23–27) e a sogra de Pedro
(1:29–31). O dia terminara com uma maravilhosa
sessão de curasao pôr-do-sol (1:32–34). Agora
Jesus estava de volta a Cafarnaum.
Provavelmente ele desejava repousar silencio-
samente para recuperar-se do cansativo passeio
pela Galiléia (veja 1:35, 45), mas “logo correu que
ele estava em casa” (v. 1b).1 A notícia correu de
boca em boca: “Jesus está de volta!”
“Muitos afluíram para ali, tantos que nem
mesmo junto à porta eles achavam lugar” (v. 2a).
A hospitalidade era um modo de vida naqueles
dias. As portas eram normalmente deixadas
abertas durante o dia. As pessoas podiam ir e vir
como lhes agradasse. Logo, a casa onde Jesus
estava se hospedando ficou lotada. A multidão
superlotou a casa até a porta.
Observe o final do versículo 2: “e anunciava-
lhes a palavra”. Jesus veio para buscar e salvar o
perdido (Lucas 19:10). Essa era Sua prioridade
mais importante, a primeira coisa da Sua agenda.
Assim, Ele utilizou a oportunidade para pregar
a Palavra.
É este o cenário para a história dos quatro
amigos: “Alguns foram ter com ele, conduzindo
um paralítico, levado por quatro homens”
(v. 3). Vamos imaginar a cena. Os quatro
homens tinham um amigo “paralítico”. Ele estava
paralisado, não podia mover-se – mas isso não é
tudo. Autoridades no assunto dizem que a
paralisia era acompanhada de ataques epiléticos.
O controle dos músculos fora perdido; mas
havia súbitas crises de dor, durante as quais o
paciente caía, contorcendo-se numa agonia
irremediável; os ataques tornavam-se mais
freqüentes, e só se achava alívio na morte. 2
O homem se encontrava em terrível condição física!
Não sabemos por que o doente não fôra
levado até Jesus durante Sua primeira estada em
Cafarnaum. Talvez ele não estivesse na cidade;
talvez seus amigos não estivessem lá; talvez eles
tivessem esperado tanto para levá-lo na última
hora. De qualquer forma, os quatro amigos
não iam perder aquela oportunidade; eles
1
o estavam levando até Jesus – sem demora.
Estavam aparentemente carregando-o na cama
dele, uma esteira fina que geralmente fica sobre
o chão. (Provavelmente cada um dos amigos
segurava uma ponta.)
Ali estavam quatro indivíduos que reconheciam
Jesus como uma resposta – de fato, a única
resposta – para os problemas do amigo doente. O
versículo 5 menciona a fé deles. Que tipo de fé
eles tinham em Jesus?
Fé no Poder de Jesus para Ajudar
Primeiro, os quatro amigos tinham fé que
Jesus possuía poder para ajudar. Esse poder havia
sido demonstrado durante a última estada de
Jesus em Cafarnaum. Esse poder havia sido
demonstrado durante a grande jornada pela
Galiléia que Jesus acabara de fazer.
É importante que compreendamos isso. Todos
temos problemas. Às vezes acreditamos que
nossos problemas são únicos, que ninguém
jamais teve tais problemas. Podemos pensar que
ninguém quer nos ajudar e que não há
solução para esses problemas. É importante
compreendermos que “para Deus não haverá
impossíveis” (Lucas 1:37)!
Fé no Desejo de Jesus de Ajudar
A fé desses homens, porém, ia mais além.
Eles também tinham fé que Jesus estava querendo
usar esse poder – e que Ele se importava. Tinham
muitas razões para crer nisso. Jesus mostrara seu
interesse durante Sua última visita a Cafarnaum,
mas um incidente durante a recente jornada pela
Galiléia, ilustrara a compaixão de Jesus de modo
especial.
Um milagre é detalhado no relato dessa
jornada: a cura de um leproso. “Aproximou-se
dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se
quiseres, podes purificar-me” (Marcos 1:40). Uma
pequena frase usada em relação à
resposta de Jesus é facilmente esquecida: “Jesus,
profundamente compadecido, estendeu a mão,
tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo!”
(v. 41, grifo meu).
Anos atrás, a empresa norte-americana Bell
Co. teve uma campanha publicitária com o tema
“Estenda-se e Toque Alguém”.3 Nos anúncios,
“alguém” era sempre um parente, um amigo ou
uma pessoa amada – não o desprivilegiado e
depravado, nem o sórdido e doente. Jesus, no
2
entanto, estendeu a mão e tocou um leproso.
Naqueles dias, o termo “lepra” englobava
uma gama de doenças altamente infecciosas e
debilitadoras. Os leprosos tinham que obrigatoria-
mente se isolar do resto da sociedade. Ninguém
jamais tocava um leproso. Jesus, porém, “estendeu
a mão” e “tocou-o”.
Por que Jesus o tocou? Isso era necessário
para o processo de cura? Duvido4. Estou con-
vencido de que Jesus o tocou pela mesma
razão que nos leva a dar um tapinha em
alguém que esteja sofrendo, pela mesma razão
que nos leva a envolver os braços ao redor de
alguém que tenha sofrido uma perda.
Observe novamente o versículo que diz: “Jesus,
profundamente compadecido, estendeu a mão,
tocou-o” (grifo meu).
Os quatro amigos nunca teriam feito o que
fizeram, se não tivessem sido convencidos de
que Jesus se importava. Precisamos reconhecer
essa verdade. Jesus não é somente a resposta; Ele
se importa conosco. Ele quer ajudar-nos.
Entretanto, quando os homens trouxeram o
amigo a Jesus, eles esbarraram num obstáculo:
“não podendo aproximar-se dele, por causa da
multidão” (v. 4a).5 Lembre-se de que a casa estava
lotada de gente até a ponto de bloquear a porta
de entrada (v. 2). Se eu fosse um dos quatro,
poderia ter dito: “Já fizemos o máximo que
podíamos; vamos embora”. Ou, pelo menos, teria
dito: “Vamos pôr nosso amigo à sombra de uma
árvore e esperar até que a multidão se disperse”.6
Mas os quatro não fizeram nada disso. Sabiam
que Jesus era a resposta – a única resposta – para
o estado do amigo. Então, fizeram três coisas:
1) Fizeram o que era difícil:7 Levaram o amigo
para cima do telhado. Quando eu era menino,
mostravam-se gravuras na aula bíblica de uma
casa com uma escada externa lateral. Talvez a
casa tivesse uma escada desse tipo. Mesmo
que tivesse, teria sido difícil subir por ela um
paralítico num colchão.8 Mas não há razão para
crer que a casa tivesse essa escada. Geralmente,
nessa região do mundo, as casas são construídas
geminadas. Se houvesse uma escada externa
em algum lugar da vizinhança, poderia ser
localizado até dois quarteirões dali. Então, os
quatro teriam andado com o amigo por cima dos
telhados por uma distância de dois quarteirões.
Minha opinião é que eles encontraram uma velha
escada, encostaram-na na parede da casa, e
carregaram assim o amigo para cima. Eles fizeram
o que foi preciso para levá-lo para cima do
telhado. Fizeram o que era difícil.
2) Fizeram o inesperado: “descobriram o
eirado” (v. 4b). Literalmente, “eles destelharam o
telhado”. Naquele tempo, a maioria dos telhados
eram feitos com vigas atravessadas por cima das
paredes. Jogavam-se ramos e gravetos sobre as
vigas e depois, barro e palha sobre os galhos. O
barro era alisado e espalhado de forma plana,
para depois secar ao sol. Aqueles quatro homens
“cavaram uma abertura” no telhado (v. 4c).9
3) Eles fizeram o mais caro. Por um momento,
ponha-se no lugar do dono da casa. Você está
escutando atenciosamente a pregação de Jesus.
De repente, ouve um som no telhado. Pó e terra
começam a cair, depois pedaços de gravetos.
Você olha para cima e vê que o telhado da sua
casa está se desintegrando. O que você iria
pensar? Provavelmente, um dos pensamentos
seria: “Quem é que vai consertar meu telhado?”10
A resposta seria: “Os quatro!” Ou eles mesmos
consertavam ou pagavam pelo conserto! O
que eles fizeram custou caro! Mas eles não se pre-
ocuparam, já que assim levariam o amigo até Jesus.
Nas aulas para crianças, a aplicação geral
desta história é sobre amizade. Que amigos
maravilhosos eram esses quatro – e que
bom exemplo para nós. Todos nós conhecemos
pessoas que precisam do Senhor. Talvez estejam
sofrendo. Talvez suas vidas estejam
bagunçadas. Talvez necessitem da salvação, mas
nem reconhecem isso. Que tipo de esforço
estamos querendo fazer para levá-las até Jesus?
É possível convidá-las uma vez e, quando dizem
“não”, então pensamos: “Bem, eu tentei”, e a
seguir não tentamos mais? É possível permanecer-
mos esperando que a multidão se dissipe”,
quando, então, será mais conveniente?
Vamos encarar o fato: muitos de nós estamos
achando cada vez mais difícil trazer pessoas até
o Senhor. “A multidão” está no meio do caminho.
As agendas cheias dos nossos amigos, as nossas
agendas, a indiferença deles, a nossa indiferença
estão no meio do caminho. Mas, se estivermos
convencidos, de todo o nosso coração, de que
Jesus é a resposta – e a única resposta – para os
problemas de quem nós amamos, não iremos
descansar até que encontremos um meio de levá-
los até Jesus! E vamos querer fazer o mais difícil,
o inesperado e o mais caro!11
JESUS E O DOENTE (MARCOS 2:5–12)
Agora, vejamos a última parte da história –
Jesus e o doente – e observemos que Jesus é a
resposta para todos os problemas. A atenção muda
dos quatro para Jesus.
... “descobriram o eirado no ponto correspondente
ao em que ele estava e, fazendo uma abertura,
baixaram o leito em que jazia o doente. Vendo-
lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus
pecados estão perdoados” (vv. 4, 5).
Imagine Jesus em pé, diante daqueles
que superlotavam a sala. Ele está falando fervorosa-
mente sobre as coisas de Deus. De repente, pó,
terra, escombros começam a cair em volta dele.
Jesus olha para cima e vê o teto se desintegrando.
Surge um buraco irregular. Logo depois quatro
rostos o avistam, enquanto oito mãos alargam o
buraco. Por fim, a abertura é suficientemente
grande. Com cuidado, sempre com muito cuidado,
os homens descem o amigo até o chão, na frente
de Jesus. Qual foi a reação de Jesus? Qual seria a
sua – a minha – reação?
Imagine uma congregação num culto de
adoração, domingo de manhã, escutando
com a maior atenção o pregador, que traz uma
apresentação magistral da Palavra. De repente,
ouvem pessoas andando por cima do telhado,
umas marteladas e o roque-roque do
serrote.12 Um círculo irregular é aberto no telhado
atravessando o teto. Um pedaço grande do teto
cai, e se choca com o chão. Enquanto
todos assistem à cena, um homem deitado num
colchonete,13 amarrado com cordas nas quatro
pontas, é abaixado para um ponto no meio do
palco. Qual seria a reação deles? Poderia ser: “Ei!
Por que você não usa a porta da frente como todo
o mundo?” Provavelmente a primeira reação
seria ultrajante: “Como ousa demolir o nosso
prédio? Como ousa interromper o culto?
Você não sabe que estão acontecendo coisas
importantes aqui dentro?”
Jesus poderia ter reagido assim: “Que
falta de educação! Você está atrapalhando meu
sermão! Além disso, você está abusando da
hospitalidade do Meu anfitrião, que nos deu
permissão de usar a casa dele como um ponto de
encontro!” Jesus, porém, não respondeu desse
jeito. É maravilhoso sabermos que temos um
Senhor que pode ser interrompido! Ele está
ocupado com tantos afazeres importantes –
3
“sustentando todas as coisas pela palavra do seu
poder” (Hebreus 1:3) – mas ainda podemos nos
achegar a Ele com nossa fragilidade humana,
porque Ele vai tomar tempo para nos ouvir.
Como Jesus de fato reagiu? Ele olhou para
baixo, para o homem que estava a seus pés. Ele
não viu apenas a doença de seu corpo; Ele também
viu o desespero de seu coração. Aparentemente,
a culpa por algum pecado cometido no passado
estava corroendo a alma dele. Jesus, porém, disse
ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão per-
doados”. No texto original, a palavra traduzida
por “filho”14 é a mesma para “filhinho”, uma
expressão de afeto. Também no original a palavra
“perdoados” aparece primeiro para ganhar
ênfase.15 Literalmente se lê: “Filhinho, perdoados
estão os teus pecados”.
Esse versículo não ensina que o problema
físico do paralítico era resultado direto do seu
pecado espiritual.16 Em João 9 Jesus salientou
que nem sempre há uma ligação direta entre
pecado pessoal e problema físico (v. 2ss.). Pelo
contrário, esse versículo informa que a primeira
preocupação de Jesus não era o problema físico, mas o
espiritual. Jesus estava cuidando primeiramente
do problema mais importante.
A Resposta para o Problema do Pecado
Quando dizemos que Jesus é a resposta para
todos os problemas, precisamos entender que
Jesus é, antes de tudo, a resposta para o
problema do pecado! Jesus não veio a este mundo
primeiramente para curar corpos dilacerados...
nem para trazer uma nova psicologia ou filosofia
de vida que nos capacite a lidar com os problemas.
Deus poderia ter enviado um grande professor
para fazer isso. Ele não teria que ter tirado do céu
sua jóia mais deslumbrante; Ele não teria que ter
mandado Seu único Filho para morrer numa
cruz! Em vez disso, Jesus veio para resolver o
problema do pecado – e só Ele poderia fazê-lo.
Ele expressou isso nas palavras: “O Filho do
homem veio buscar e salvar o perdido”
(Lucas 19:10).
Neste momento você deve estar queimando
por dentro. Pode estar com dores. Seu corpo e
mente podem estar clamando por alívio. Se você
quer achar alívio, precisa primeiro perguntar a si
mesmo: “Como está minha situação espiritual?
Qual é o meu relacionamento com Deus?”
Vivemos hoje num mundo com prioridades
4
invertidas. Por exemplo, ouvimos muito
sobre ecologia e meio-ambiente. Concordo que
devemos cuidar deste mundo. Deus deixou os
homens encarregados de cuidar da terra e, com
efeito, nos mandou sermos bons mordomos
(cf. Gênesis 1:28; 2:15). No entanto, ouço pessoas
dizerem histericamente: “Afinal, esta é a única
casa que a humanidade tem!”. Eu não sei
quanto a eles, mas eu tenho uma casa melhor
(João 14:1–3). Daí, ouço astros do cinema,
da televisão, da música e outras celebridades
lamentando a poluição do ar e das águas –
enquanto estão poluindo as mentes e as almas
dos nossos jovens!17 Espero que nenhum de nós
contribua para a poluição deste planeta, mas
esta terra nunca foi planejada para ser uma
morada permanente (2 Pedro 3:10–13). De muito
maior conseqüência é a destruição de almas
imortais!
Se há algo que as Escrituras ensinam clara-
mente é que o espiritual é infinitamente mais
importante que o físico. Em Marcos 2 Jesus cuidou
do problema espiritual antes de se dirigir ao
problema físico. Se você está sofrendo, sem levar
em conta o problema, deixe que Jesus primeiro
cuide do seu problema espiritual.
A Reposta para Qualquer Problema da Vida
Tendo cuidado do principal problema do
homem, Jesus então prosseguiu mostrando que
Ele também podia cuidar do problema secundário
do homem.
O versículo seguinte denota que havia críticos
presentes quando Jesus falou:18 “Mas alguns dos
escribas estavam sentados ali, e arrazoavam
em seu coração” (v. 6). A palavra “escribas”
literalmente significa os responsáveis por copiar
a lei de Moisés. Os escribas eram considerados
peritos na lei. Eram guardiães da ortodoxia e
estavam lá para avaliar Jesus.19 Sem dúvida,
todo o mundo se submetia às opiniões deles, de
modo que ocupavam os lugares da frente.
Arrazoavam em seu coração: “Por que ele
fala deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode
perdoar pecados, senão um, que é Deus?” (v. 7).
Parcialmente estavam certos! Hoje dizem que
Jesus era um bom homem, mas não era divino.
Mas, se Jesus não era Deus, Ele estava blasfemando
e merecia morrer.20 O próximo passo lógico no
pensamento dos escribas, portanto, deveria ser
indagarem: “Será que Jesus é Deus?” Infelizmente,
o preconceito não lhes permitiu dar esse passo.
“E Jesus, percebendo logo por seu espírito
que eles assim arrazoavam, disse-lhes: Por que
arrazoais estas coisas em vosso coração?” (v. 8).
Devem ter tremido nas bases, ao saber que Jesus
podia ler suas mentes!21 “Qual é mais fácil? Dizer
ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados,
ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda?”
(v. 9). Com certeza é mais fácil dizer: “Estão
perdoados os teus pecados”. Qualquer charlatão
diria isso!
Jesus é,
antes de tudo,
a resposta para o
problema do pecado!
Jesus continuou: “Ora, para que saibais que o
Filho do homem tem autoridade sobre a terra
para perdoar pecados...” (v. 10, grifo meu). O termo
“Filho do homem” foi usado por Daniel em
referência ao Messias.22 Jesus estava declarando
sua singularidade. Só Jesus teve autoridade na
terra para perdoar pecados.23 De acordo com o
registro inspirado, Ele exerceu essa autoridade
três vezes somente.24 Para confirmar Sua autori-
dade, disse ao paralítico: “Eu te mando: Levanta-
te, toma o teu leito e vai para tua casa” (v. 11).
Jesus se propôs a usar Sua capacidade de
cuidar do problema secundário do homem, a
doença, para provar que ele tinha capacidade de
cuidar do problema principal, a culpa do pecado.
Paulo usou uma linha de pensamento
semelhante em Romanos, mas concentrando-se
no argumento: “Aquele [isto é, Deus] que não
poupou o seu próprio Filho, antes, por
todos nós o entregou, porventura não nos
dará graciosamente com ele todas as coisas?”
(Romanos 8:32). Em outras palavras, se o Senhor
cuida do nosso problema principal, o problema
do pecado, Ele também pode cuidar de qualquer
problema secundário que tenhamos.
Depois de Jesus dizer: “Levanta-te, toma o
teu leito e vai para tua casa”, imagine o suspense!
Todos os olhos espreitaram o paralítico. Se o
homem permanecesse ali no chão, todos teriam
visto e voltado para casa decepcionados, dizendo:
“Achamos que o Messias tivesse chegado, mas
estávamos enganados mais uma vez”. Por outro
lado, o que aconteceria se o homem se levantasse,
enrolasse sua esteira embaixo do braço, e andasse
até a porta? Que possibilidades se abririam ali!
Jesus teria provado ser a resposta para qualquer
problema da vida!
“Então, ele se levantou e, no mesmo instante,
tomando o leito, retirou-se à vista de todos”25
(v. 12a)! Como todos os milagres no Novo Testa-
mento, este foi imediato, completo e convincente
(diferentemente dos chamados milagres de
hoje). Os escritores dos Evangelhos esgotaram
seu vocabulário ao descreverem as reações
dos observadores. Marcos disse: “a ponto de se
admirarem todos e darem glória a Deus,
dizendo: Jamais vimos coisa assim!” (v. 12b).
Mateus observou que “as multidões, possuídas
de temor, glorificaram a Deus, que dera tal
autoridade aos homens” (Mateus 9:8). Lucas disse
que “todos ficaram atônitos, davam glória a Deus
e, possuídos de temor, diziam: Hoje, vimos
prodígios” (Lucas 5:26).26
Jesus mostrou que Ele era – e é – a resposta
para qualquer problema da vida!
CONCLUSÃO
Qualquer problema que você esteja enfrentando
neste momento, Jesus pode ajudá-lo. Em alguns
casos, Ele pode remover o problema, como fez
com a paralisia do homem. Ele não executará um
milagre igual ao daquela ocasião – Ele não opera
assim hoje em dia – mas Ele ainda opera de
maneira providencial neste mundo.27 Em outras
situações, Ele lhe dará forças para carregar seu
fardo e obter vitória sobre ele.
Se você anseia pelo auxílio do Senhor, a
primeira coisa que precisa fazer é olhar com
sinceridade para seu relacionamento com Ele.
Jesus está, acima de tudo, preocupado com sua
saúde espiritual. Se você não é cristão, precisa
arrepender-se dos pecados, confessar sua fé em
Jesus e ser batizado (Marcos 16:16; Atos 2:38). Se
você é um filho de Deus infiel, precisa voltar
para o Senhor e Sua igreja arrependido e em
oração – agora (Atos 8:22; Tiago 5:16).
Uma vez corrigido o seu relacionamento com
Deus, você terá recursos à sua disposição que
nunca teve antes. Terá alguém que realmente se
preocupa com você. Terá uma força que nunca
teve antes. Deus prometeu dar-lhe Sua sabedoria
5
para lidar com seus problemas (Tiago 1:5). Terá
uma família espiritual chamada igreja, uma
família de pessoas que podem ajudá-lo e apoiá-lo.
Guarde isso: Jesus é a resposta – a única
resposta (João 14:6). Se você rejeitá-lo, não
encontrará outra resposta certa – nenhuma que
sacie a alma – apenas escuridão e confusão. Venha
a Jesus agora! ❖ chão, pode-se ilustrar melhor a cena com colchonete. Em
NOTAS
11
“Lar” ou “casa” pode se referir à casa da sogra de Pedro.
12
Charles K. Erdman, The Gospel of Mark (“O Evangelho
de Marcos”). Filadélfia, Westminster Press, 1964, 50.
13
Minha família realmente acredita nisso! Anos depois
de voltarmos da Austrália, minha filha do meio voltou
para lá por três anos. Mais tarde, minha filha mais velha
casou-se e mudou-se para Maine. Depois de minha filha
caçula se formar na faculdade, ela ficou três anos no Japão,
ensinando inglês aos japoneses secundaristas. Agora minha
filha mais velha está com a família na Romênia. Quando
nos estendemos para tocar alguém, nós realmente temos
que nos estender.
14
Há quem discorde de mim. Entretanto, a mim me
parece que, se Jesus pôde ressuscitar um morto com uma só
palavra, Ele também podia curar um leproso com uma só
palavra – sem tocá-lo.
15
Muitas vezes, quando vamos até Jesus em busca de
ajuda, uma multidão se interpõe no caminho. Satanás faz
questão de pôr algo no caminho. De fato, temos que desejar
alcançar Jesus desesperadamente – tal como os quatro
demonstraram no texto.
16
Se isso acontecesse na igreja, eu iria sugerir: “Vamos
formar uma comissão para elaborar um plano... e depois
voltamos a nos reunir para avaliá-lo”.
17
As três idéias chaves neste ponto da lição são uma
adaptação do comentário de Mateus de William Barclay,
The Gospel of Matthew, vol. 1.
18
Estive na Austrália com uma equipe de seis famílias.
Inicialmente, a maioria de nós encontrou somente casas
mobiliadas para alugar com contrato de seis meses. Isso
significava que, em média, a cada mês uma das famílias
se mudava. As casas não tinham guarda-roupa embutido,
de modo que tivemos de comprar guarda-roupas desmontáveis
(enormes e pesados) e transportá-los cada vez – geralmente
por escadas. Posso testemunhar o quanto é difícil transportar
pelas escadas um objeto desajeitado.
19
A referência cruzada em Lucas 5 diz que eles “subindo
ao eirado, o desceram no leito, por entre os ladrilhos”
(v. 19), então, talvez o telhado era feito de outra forma. Seja
qual fosse o material, os quatro homens tiveram que abrir
um buraco nele para levar o amigo até Jesus.
10
Eu provavelmente teria pensado: “Será que o seguro
de casa vai cobrir esse estrago?”
11
Se houver um esforço evangelístico especial numa
congregação, antes de levarem os amigos para uma
Autor: David Roper
Série: Conheça o Mestre
 Copyright 2001, 2003 by A Verdade para Hoje
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
pregação, os membros vão convidá-lo para uma refeição. E
isso pode custar “caro”. Podemos tirar uma sugestão dessa
história, que pode ser dada aos membros: “Que tal se
quatro de vocês juntos (talvez dois casais) trouxessem
uma alma perdida durante o próximo estudo bíblico
evangelístico? Poucos que precisam de Jesus resistiriam a
um apelo amável da parte de quatro amigos”.
12
Pode-se fazer uma descrição a respeito do que seria
necessário para abrir o telhado do prédio da igreja.
13
Já que a maioria de nós não dormimos em esteiras no
outras regiões, pode-se usar uma ilustração relevante à
audiência.
14
Teknon é a palavra grega traduzida aqui por “filho”.
15
Os gregos não usavam as técnicas para dar ênfase
que usamos hoje, como sublinhar as palavras ou destacá-
las em itálico. Mas, um dos métodos que usavam para isso
era colocar a palavra no início ou próximo do início da frase.
16
Este era um conceito comum nos tempos bíblicos
(Jó 4:7; 27:5–10; Lucas 13:4; João 9:2). Às vezes ocorre uma
relação direta do pecado com um problema físico,
como, por exemplo, no caso das doenças sexualmente
transmitidas, mas não há indícios disso nesta história.
17
Alguns desses “superastros” poluem as mentes e as
almas de todos que lhes assistem, escutam e/ou idolatram.
18
Às vezes adiciono uma pitada de humor aqui: “Você
pode achar difícil acreditar, mas é muito comum (em
outras cidades) haver ainda críticos que vão ao culto de
adoração – prontos para achar uma falha onde puderem!”
19
Lucas 5:17 observa também que “fariseus e mestres
da lei” estavam lá “vindos de todas as aldeias da Galiléia,
da Judéia e de Jerusalém” (cf. Lucas 5:21). Não há nada de
errado em avaliar um pregador (Atos 17:11). Como naquele
tempo, ainda hoje há falsos mestres que precisam ser
desmascarados (1 João 4:1). O que esses homens fizeram
estaria correto, se tivessem um coração sincero. Mas eles
não tinham um coração sincero.
20
Levítico 24:16.
21
No que se restringe ao relato bíblico, só Jesus tinha
a verdadeira PES (percepção extra-sensorial); só Ele podia
ler a mente das pessoas e sempre sabia em que estavam
pensando. Qualquer um que afirme fazer o mesmo hoje
também está afirmando ser igual ao Senhor.
22
O termo “Filho do homem” é usado nos Evangelhos
cerca de oitenta vezes, catorze em Marcos, sendo esta a
primeira ocorrência.
23
A nenhum homem foi dada autoridade para perdoar
pecados antes.
24
Essas três vezes ocorreram aqui, com a mulher
adúltera (João 8:11) e com o ladrão na cruz (Lucas 23:43).
25
Foi “à vista de todos”, nitidamente. Não havia como
deixar de ver a cena.
26
Todos os escritores reforçam que o principal resultado
do milagre foi as pessoas “darem glória a Deus”. Jesus
sempre deu glória a Deus – nós também devemos fazer o
mesmo.
27
Os milagres operam contra ou além da lei natural; a
providência opera através da lei natural.