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MILAGRES DE JESUS

A fé realizando o impossível

LIÇÃO 5 – A CURA DO PARALÍTICO DE BETESDA

Texto do dia: “E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-
lhe: Queres ficar são?” (Jo 5.6).
SÍNTESE: Jesus socorre o oficial e cura o seu filho, gerando fé salvadora não apenas para o pai, mas para toda a
família.

Texto Bíblico - João 5.1-15 AGENDA DE LEITURA

1 Depois disso, havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. QUINTA – Mt 9.1- 8:
2 Ora, em Jerusalém há, próximo à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Jesus cura um paralítico em
Betesda, o qual tem cinco alpendres. sua cidade
3 Nestes jazia grande multidão de enfermos: cegos, coxos e paralíticos, esperando o
movimento das águas. SEXTA – Mc 3.1-6:
4 Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque e agitava a água; e o primeiro que Jesus cura o homem da
ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. mão ressequida
5 E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
6 E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse- SABADO – Mc 3.10,11:
lhe: Queres ficar são? Jesus curou muito mais do
7 O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é que está relatado
agitada, me coloque no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.
8 Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda. DOMINGO – Mc 7.31-37:
9 Logo, aquele homem ficou são, e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era sábado. Jesus curou um surdo que:
10 Então, os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar a falava com dificuldade
cama.
11 Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma a tua cama e anda. SEGUNDA – Mt 8.14,15:
12 Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma a tua cama e anda? Jesus curou a sogra de
13 E o que fora curado não sabia quem era, porque Jesus se havia retirado, em razão de Pedro
naquele lugar haver grande multidão.
14 Depois, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, TERÇA – Mt 8.16,17:
para que te não suceda alguma coisa pior. Jesus desempenhou um
15 E aquele homem foi e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara. ministério em cumprimento
da Palavra

INTRODUÇÃO

Seguindo sua trajetória ministerial, João informa que Jesus agora deixa a Galileia e “sobe” a Jerusalém (Jo 5.1). O
evangelista ainda diz que havia uma “festa entre os judeus”. Apesar de o texto não informar a qual festa específica se
faz referência, o fato relevante a ser destacado é que o Mestre não se isolava, antes, como já foi dito, ficava entre as
pessoas, pois seu objetivo era libertar as pessoas, daí a necessidade de estar em contato com elas (Mc 3.7-12). Ele se
retirava para períodos de oração e relacionamento particular com o Pai (Mc 1.35), mas sua prioridade era cumprir a
missão que Deus o destinara (Jo 3.16,17; 9.4; 12.46,47). Além de ir à festa em Jerusalém, Jesus também foi a um local
na cidade onde se concentrava uma grande multidão (Jo 5.3). E é justamente neste lugar que se passou o assunto da
lição de hoje.

1. UM LOCAL DE SOFRIMENTO

1.1. A Porta das Ovelhas. Muito provavelmente a primeira alusão à “Porta das Ovelhas” encontra-se no livro de
Neemias, onde se lê “Porta do Gado” no texto da versão Corrigida e “Ovelhas” na versão Atualizada (Ne 3.1).
Na realidade, as doze portas da cidade de Jerusalém possuíam nomes que as identificavam (Ne 3.1,3,6,13-
15,26,28,29,31). O texto de Neemias informa que Eliasibe, sumo sacerdote, e seus irmãos, foram
responsáveis quando da reedificação dos muros da cidade, por assentar e consagrar a Porta das Ovelhas.
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Estudiosos afirmam que essa Porta tinha esse nome por ser o principal acesso de passagem de ovelhas
destinadas, por ocasião da Páscoa, ao sacrifício no Templo, daí o seu nome.
1.2. O Tanque de Betesda. O quarto Evangelho informa que próximo a Porta das Ovelhas havia um tanque
chamado Betesda que, em hebraico, significa “casa de misericórdia”. Neste local havia cinco pavilhões onde
se encontrava uma multidão de pessoas enfermas (vv.2,3). Tal multidão aguardava o movimento das águas
do referido tanque por um anjo que, acreditava-se, descia em determinado tempo e o primeiro que
submergisse ficava curado de qualquer enfermidade (v.4). É óbvio que o processo de exclusão era imenso,
aumentando o sofrimento deste local, pois certamente chegavam a cada dia mais e mais pessoas doentes,
tornando a situação absurdamente crítica.
1.3. O paralítico. A prova de que o sofrimento se prolongava neste local é o fato de Jesus ter, em meio à multidão
de enfermos, se dirigido a um homem em particular e por um motivo específico — ele sofria há trinta e oito
anos (vv.5,6). Certamente não havia apenas ele com necessidade, mas devido ao tempo de seu padecimento
o Mestre o notou, destacando-o dentre a multidão.

2. A CURA DO PARALÍTICO

2.1. A pergunta do Senhor. Ao abordar o homem que padecia há trinta e oito anos, o Mestre o indagou acerca
do seu interesse em ser curado (v.6). A pergunta pode parecer despropositada, mas revela o caráter didático
não apenas da cura física, mas também psicológica, pois uma pessoa que padece há quase quatro décadas
certamente “acostuma-se” ao sofrimento. Outro aspecto a ser destacado neste episódio é que conforme a
própria Bíblia diz, a “esperança demorada enfraquece o coração” (Pv 13.12), e este homem provavelmente
sentia-se, de forma justificável, desmotivado e deprimido.
2.2. A resposta do paralítico. Alheio a quem era Jesus, a resposta do homem demonstra sua desesperança em
relação à possibilidade de ele chegar ao Tanque ou de alguém ajudá-lo (v.7). Assim, a pergunta do Senhor
não surpreende o homem, antes lhe oportuniza a possibilidade de exteriorizar seus sentimentos em relação
ao seu estado. Na resposta é possível identificar que ele sente-se abandonado e, ao mesmo tempo, revela
também o quanto o individualismo e o egoísmo imperavam naquele ambiente.
2.3. A cura. Não obstante o homem estar alheio, naquele dia sua história seria radicalmente mudada, pois “Jesus
disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda” (v.8). Isso sim lhe causou surpresa, pois o desconhecido, sem
rodeios, interjeições ou qualquer cerimônia, simplesmente ordenou que o paralítico levantasse, tomasse a
sua cama e andasse! Numa fração de segundos o homem ficou completamente curado. Trinta e oito anos de
sofrimento findaram em um instante, sem intervenção angelical alguma e sem sequer aproximar-se da água.

3. A CONTROVÉRSIA POR CAUSA DO SÁBADO

3.1. O sábado como uma necessidade imprescindível e também um princípio. Como todos os demais preceitos
da Lei, o do sábado tinha um objetivo definido (Êx 20.8-11). O quarto mandamento do Decálogo visava
preservar a saúde e a integridade da pessoa, coibindo a exploração e o abuso da força de trabalho tanto por
parte do próprio indivíduo quanto por parte do patrão. Aliado a isso, Deus também consagrou esse dia como
um período especial de adoração a Ele. Tomando o exemplo do próprio Criador, que realizou a obra da criação
em seis dias e no sétimo “descansou” (Gn 2.2,3), o mandamento da guarda do sábado tinha o claro propósito
de preservar a liberdade intrínseca do ser humano. A prova de que o sábado não era um “dia” específico e
sim um princípio, pode ser vista em textos como de Levítico, por exemplo, quando Deus orientou aos israelitas
que semeassem e colhessem durante seis anos, mas no sétimo, obrigatoriamente a terra deveria ter um
“sábado de descanso” (25.2-5).
3.2. O sábado como uma forma de aprisionamento. Lamentavelmente, assim como todas as demais coisas que
o ser humano desajusta, com o sábado não foi diferente. De necessidade imprescindível e princípio de
descanso, o sábado foi transformado em uma poderosa arma de opressão religiosa que intensificava ainda
mais a aflição das pessoas que, além de sofrer com a carga de impostos que tinham de pagar ao império,
ainda padeciam com o aprisionamento religioso (Mt 23.1-4,13-35). Não poucas vezes Jesus esteve às voltas
com a questão do sábado (Mt 12.11,12; Mc 2.27,28; Lc 14.3-6; Jo 5.16,17; 7.21-24).
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3.3. O milagre ignorado e a liberdade sob perigo. O homem que padecera há trinta e oito anos obedecendo à
ordem de Jesus levantou-se, tomou a sua cama e imediatamente partiu (v.9). Contudo, João observa que a
cura deu-se num sábado. Tal observação se dá justamente para preparar os destinatários para a cena seguinte
— o milagre completamente ignorado e a expressão fria da religiosidade representada pelos “judeus” que
censuraram o homem por estar carregando sua cama em pleno sábado (v.10). A resposta do agora ex-
paralítico revela implicitamente a autoridade de Jesus: “Aquele que me curou, ele próprio termos simples, o
que o homem quis dizer foi que se o “desconhecido” teve poder para curá-lo, depois de trinta e oito anos de
sofrimento, certamente possuía autoridade para liberá-lo para carregar sua cama no dia de sábado.
Evidentemente que, devido ao uso que os líderes religiosos faziam do preceito do sábado, alguém que
ousasse desafiá-lo deveria ser identificado e, consequentemente, punido, daí a curiosidade em saber quem
havia dito a ele para tomar a sua cama e andar (v.12). Todavia, a espontaneidade e a forma célere com que
se dera a cura, bem como a rápida saída de Jesus do local, não proporcionaram ao homem saber quem era o
Mestre (v.13).

CONCLUSÃO

João finaliza a narrativa da cura do paralítico do Tanque de Betesda falando de um encontro de Jesus com ele no
Templo, quando então o Mestre disse-lhe: “Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma
coisa pior” (v.14). Tal recomendação demonstra que Jesus conhecia aquele homem de forma sobrenatural, pois não
apenas sabia que o paralítico padecera trinta e oito anos com aquela enfermidade, mas também conhecia a causa que
o deixara naquele estado. Assim, Jesus o adverte a não mais incorrer nas mesmas práticas anteriores para que não
acabasse ficando em uma situação pior que a que o deixara acamado por trinta e oito anos! Aparentemente o homem
nada responde ao Mestre, mas finalmente descobre quem era Jesus e vai até aos judeus anunciar (v.15).

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