Você está na página 1de 3

MILAGRES DE JESUS

A fé realizando o impossível

LIÇÃO 2 – O PROPÓSITO DOS MILAGRES NO MINISTÉRIO DE JESUS

Texto do dia: “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (Jo 20.31)

SÍNTESE: Os milagres realizados por Jesus manifestavam a chegada do Reino de Deus.


AGENDA DE LEITURA
TEXTO BÍBLICO – Lucas 4. 14-24
QUINTA - Lc 11.20:
O sinal da chegada do
14 Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama correu
Reino de Deus
por todas as terras em derredor.
15 E ensinava nas suas sinagogas e por todos era louvado.
SEXTA - Lc 4.18,19:
16 E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu
A missão de Jesus
costume, na sinagoga e levantou-se para ler.
17 E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em
SÁBADO - Mc 1.14,15:
que estava escrito:
O anúncio do Reino de
18 O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres,
Deus
enviou-me a curar os quebrantados do coração,
19 a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os
Domingo - Lc 10.9:
oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
Milagres e anúncio do
20 E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos
Reino de Deus
na sinagoga estavam fitos nele.
21 Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
SEGUNDA Mc 16.15-20:
22 E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que
O Evangelho completo
saíam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José?
23 E ele lhes disse: Sem dúvida, me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo;
TERÇA – At 28.31:
faze também aqui na tua pátria tudo o que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.
A igreja do primeiro
24 E disse: Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
século anunciava o
Reino de Deus

INTRODUÇÃO

Sem dúvida alguma os milagres realizados por Jesus visavam socorrer as pessoas (Lc 13.16). Com seu poder, o Mestre
usava de extrema sensibilidade e então toda dor e todo sofrimento cessavam. Mas será que além de socorrer aos que
sofriam, havia mais algum propósito na realização dos milagres? Tal pergunta só pode ser respondida se entendermos
a missão do Senhor Jesus Cristo, pois todas as ações do Mestre convergiam para o propósito final de sua missão. Nada
que Ele fazia era sem objetivo ou a esmo. Na verdade, como o próprio povo reconhecia, Jesus fazia bem todas as
coisas, inclusive quando curava surdos e mudos (Mc 7.37). Apesar disso, seu ministério não se deu sem oposições e
enfrentamentos, pois os fariseus chegaram a acusá-lo de operar sinais, não pelo Espírito de Deus, mas por Belzebu,
príncipe dos demônios (Mt 12.24).

1. A EXPECTATIVA JUDAICA

1.1. O Chamado de Abrão e o Povo da Promessa. Chamado por Deus, Abrão peregrinou sob a promessa de que,
a partir dele, seria formada uma grande nação (Gn 12.1,2,4-9). Juntamente com tal promessa, Deus também
disse que, através de Abrão, seriam “benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3; Gl 3.8). Isso, porém, não
se daria de um dia para o outro e nem sem reveses (Gn 15.13). Tal tempo era necessário, pois sendo justo,
Deus aguardava que “a medida da injustiça dos amorreus” se completasse para só então desapropriá-los e
dar a terra à descendência de Abrão (Gn 15.16)
MILAGRES DE JESUS
A fé realizando o impossível

1.2. O Propósito de Israel. Quando o tempo de Deus se completou, o Senhor chamou a Moisés e o enviou ao Egito
para que libertasse o povo (Êx 34). Em Êxodo 19.6 o Senhor revela o propósito da nação israelita e ordena a
Moisés para que este diga o seguinte ao povo: “E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo”. Como povo
sacerdotal a tarefa de Israel era clara: servir de modelo aos demais povos, levando-os a querer ser como o
Povo da Promessa (Dt 4.5-8). A ideia não era que Israel dominasse os outros povos, mas que exercesse um
papel sacerdotal em relação às demais nações (Êx 23.9).
1.3. O Fracasso de Israel em representar Deus e a Expectativa Judaica. Como é sabido, infelizmente Israel
fracassou em seu papel sacerdotal e rejeitou o conhecimento de Deus (Os 4.6). O Senhor já havia advertido,
há muito tempo, que se o povo que Ele separara praticasse as mesmas coisas das demais nações, o destino
deles não seria diferente (Lv 18.26-28). Desde quando Israel fracassou em representar o que significava ser
governado por Deus, sua esperança era que o Senhor interviesse e mudasse a situação. No período
intertestamentário desenvolveu-se uma consciência extremamente nacionalista e então se pensou na figura
de um libertador político, o Messias, descendente de Davi, que mudaria tal quadro. Nos dias do Novo
Testamento, tal ideia era ainda muito forte e motivo de questionamento até mesmo por parte dos discípulos
(Jo 4.25; At 1.6).

2. A VINDA DO REINO DE DEUS

2.1. O Rei que não nasceu no Palácio. A maioria das pessoas que estudam a Palavra de Deus, e que tem
experiência com o Senhor, já sabe que Ele não age da forma como a nossa lógica humana pensa (1 Co 1.25-
29). Com o nascimento de Jesus não foi diferente. Os magos que vieram do Oriente para visitar o Salvador,
orientados por uma estrela, o procuraram no palácio, mas depois descobriram que, conforme diziam as
Escrituras, Cristo não nascera na capital, Jerusalém, mas sim em Belém e, conforme se sabe, não foi em um
“berço de ouro”, mas numa manjedoura (Mt 2.1-12; Lc 2.1-20). Parece um contrassenso, mas foi exatamente
assim que aconteceu, dando indícios de que Jesus não era um rei como os demais que as pessoas conheciam
(Mt 21.5).
2.2. João Batista anuncia a proximidade do Reino de Deus. Levantado por Deus para preparar o caminho para o
Salvador, João Batista começa a pregar no deserto da Judeia: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos
céus” (Mt 3.2). O povo chegou a pensar que o Batista fosse o Cristo, o Rei, mas ele tratou de desfazer tal
pensamento (Lc 3.15-17). Na verdade, João Batista tinha consciência de que seu ministério tinha uma
finalidade, bem como um período de abrangência (Jo 3.28-30). Sua missão era anunciar que o tempo ansiado
por todos em Israel estava próximo, o Reino de Deus, e o seu Messias, estavam chegando (Mc 1.2-8).
2.3. O Reino de Deus não é deste mundo. A despeito de todos os judeus esperarem ansiosamente pelo Reino de
Deus, ou seja, pela “redenção”, ou libertação, de Jerusalém (Lc 2.38), não tardou a vir a decepção. Com
expectativas equivocadas, eles ansiavam por um reinado político nos moldes dos reis-imperadores
objetivando até mesmo retaliação (Lc 24.21; Jo 6.14,15; At 1.6). Contudo, como Jesus fez questão de frisar a
Pilatos: “O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para
que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui” (Jo 18.36). Naquele momento
histórico o Reino ainda não dominaria completamente aqui, pois atua somente no coração, e realidade,
daqueles que aceitam ao Evangelho e assim decidem viver (Mc 1.14,15 cf. Mt 6.10). Entretanto, chegará o
dia em que o Reino de Deus será uma realidade absoluta e física (Dn 2.34,35) e neste dia, toda língua
confessará ao Senhor e todo joelho se dobrará perante o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Rm 14.11).

3. O MINISTÉRIO DE JESUS SÓ PODE SER ENTENDIDO EM CONEXÃO COM O REINO DE DEUS

3.1. Os sinais concretos da chegada do Reino de Deus. Procurado por dois discípulos de João Batista e perguntado
por estes acerca de se Jesus era mesmo o Messias que havia de vir ou se eles deviam esperar por outro, a
“resposta” do Mestre não poderia ser mais clara, pois a Bíblia diz que “na mesma hora, curou muitos de
enfermidades, e males, e espíritos maus; e deu vista a muitos cegos” (Lc 7.21). Na sequência, Ele disse aos
discípulos que retornassem ao Batista e então anunciassem o que viram e ouviram (Lc 7.22). Em outra
ocasião, acusado de expulsar espíritos malignos por Belzebu, príncipe dos demônios, o Mestre disse que o
MILAGRES DE JESUS
A fé realizando o impossível

fazia pelo “dedo”, isto é, pelo poder de Deus, e que, por conseguinte, isto era uma evidência concreta de que
o Reino de Deus havia chegado (Lc 11.20).
3.2. Jesus revela sua missão, causando escândalo e ira. O ministério de Jesus era dirigido pelo Espírito e consistia
em anunciar o Evangelho de que o Reino de Deus havia chegado. Este era o conteúdo do seu ensinamento,
inclusive nas sinagogas dos judeus (Lc 4.14,15 cf. Mc 1.14,15). Em uma dessas ocasiões, numa das passagens
mais conhecidas, o Mestre, num sábado, foi a uma sinagoga em Nazaré, local onde fora criado. Ali lhe deram
o livro do profeta Isaías e então Ele fez uma leitura que sintetiza perfeitamente sua missão (Lc 4.18,19 cf. Is
61.1). Pelo fato de Ele ter dito que naquele dia aquela Escritura cumprira-se, o povo se surpreendeu, pois
conheciam sua origem humilde e simples (Lc 4.22). Tal reação não foi surpresa alguma para o Senhor, pois
Ele sabia da resistência das pessoas em reconhecer que Deus pudesse levantar alguém entre os de sua própria
terra natal (Lc 4.23-27). A revolta do povo foi tão grande que eles o expulsaram e até quiseram atentar contra
sua vida (Lc 4.28-30).
3.3. O propósito dos milagres de Jesus. O que fica claro, ao se estudar os milagres e sinais realizados pelo Senhor
Jesus, é que o seu propósito só pode ser devidamente entendido levando-se em conta a mensagem do Reino
de Deus ― o Evangelho, e o ministério de ensino que o Mestre desenvolveu (Lc 11.20). Lucas relata que em
Cafarnaum, num sábado, o Mestre ensinava numa sinagoga quando um homem atormentado por um espírito
imundo manifestou-se, incomodado com o ensino e com a presença do Senhor, pois sabia que o exercício de
tal ministério significava a derrota de Satanás (Lc 4.31-36). As pessoas ali presentes ficaram espantadas, pois
se admiravam de que o ensinamento do Senhor não fosse apenas teórico, mas extremamente poderoso e
eficaz.

CONCLUSÃO

Além de servir de alívio para a dor e o sofrimento das pessoas, os milagres e sinais realizados por Jesus manifestavam
o Reino de Deus. Ocorre, porém, que tal Reino nenhuma semelhança tem com os impérios deste mundo, seja os da
antiguidade ou atuais. Isso, porém, faz com que as pessoas se frustrem em suas expectativas e acabem não aceitando
a mensagem do Reino de Deus. Todavia, os que o aceitam, desfrutam, desde já, do privilégio de serem feitos filhos de
Deus (Jo 1.11-13).

Você também pode gostar