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A infiltração dos “cristãos progressistas” na igreja

cristã
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August 22, 2020

Em 2018 e 2019 escrevi alguns textos sobre os problemas


doutrinais dos “cristãos progressistas”, entre eles ‘Crenças e fontes
dos “cristãos progressistas”’, ‘Sobre os “cristãos progressistas”:
qualificações e gradações’ e ‘O fervor religioso dos “cristãos
progressistas”’.

Em linhas gerais, os “cristãos progressistas”:

repudiam a Bíblia como Palavra de Deus inspirada e infalível;


falam da irrelevância da Trindade ou defendem o teísmo
aberto;
são indiferentes aos ensinos sobre o pecado original e pessoal
e a salvação pela graça;
repudiam o nascimento virginal de Cristo Jesus;
seu sacrifício expiatório e substitutivo na cruz;
e sua ressurreição corporal;
rejeitam todo e qualquer milagre ou sinal divino;
são críticos das igrejas ou “desigrejados”;
são indiferentes ou abandonaram qualquer crença na segunda
vinda de Cristo.

Esta ruptura com a crença consensual cristã pode ser encontrada


numa consulta aos livros, artigos, ensaios e apostilas sugeridos ou
publicados por estes e que ilustram a ruptura com a fé entre
muitos dos “cristãos progressistas” brasileiros; há em nosso país
várias faculdades teológicas e instituições que também
disseminam tal incredulidade.

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Deve-se deixar claro que os “cristãos progressistas” não estão
questionando questões secundárias ou não-essenciais à fé. Eles
romperam com “aquilo que foi crido em todo lugar, em todo tempo
e por todos [os fiéis]” (Vicente de Lérins), a fé comum a cristãos
católicos, protestantes e pentecostais.

Se há tal ruptura com a tradição cristã mais ampla, como


reconhecer esses ditos “progressistas” como cristãos?

Ao mesmo tempo, estes “cristãos progressistas” tornam absoluta


toda a agenda atrelada aos anseios hegemônicos da esquerda e
extrema-esquerda, defendendo ferrenhamente:

a união homoafetiva e a redefinição do conceito de família;


a defesa do aborto;
a liberalização das drogas;
o antissemitismo e antissionismo, e Israel como um “estado
terrorista”;
a divisão marxista da sociedade em categorias de opressor e
oprimido/vítima;
uma política identitária que divide a sociedade, sem nenhum
interesse em reconciliação;
a crença de que “todos os homens brancos são responsáveis
pela opressão branca” e que o homem branco cristão é o
opressor, “o diabo” (James Cone), e “a igreja ‘branca’ é o
Anticristo” (Jeremiah Wright);
a satanização dos opressores e imposição aos indivíduos de
pagar por opressões históricas das categorias a que pertencem;
que aqueles que não concordem com eles são fascistas,
homofóbicos, racistas, misóginos etc.
e a fé de que o Estado controlador, sob o domínio do Partido,
pode moldar e controlar a sociedade civil, levando-a a um
milênio secularizado.

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Este é todo o “evangelho” que os “cristãos progressistas” têm para
oferecer.

Em síntese, “cristãos progressistas” dizem que admiram Martin


Luther King, mas agem como Malcom X.

Também é curioso notar que vários desses “cristãos progressistas”


se identificam como “pastores”. Mas – sobretudo aqueles que se
identificam com as igrejas cristãs históricas, especialmente de
tradição independente – é difícil descobrir quando ou quem os
ordenou ao ministério pastoral.

Seria interessante saber se os pastores que se identificam com o


progressismo e que foram ordenados em denominações históricas
ainda mantêm as crenças defendidas em sua ordenação
ministerial. Ou se, depois de ordenados, volveram ao liberalismo
teológico, trocando o evangelho do Senhor Jesus Cristo por uma
mixórdia gnóstica.

Assim, se aproveitando da falta de uma confessionalidade clara por


parte de muitas igrejas cristãs históricas, substituída por
afirmações ingênuas do tipo “nenhum credo, só a Bíblia”, alguns
desses “cristãos progressistas”, que romperam com as afirmações
doutrinais que são consensuais aos cristãos, malandramente
também tentaram se esconder por trás de linguagem ambígua, em
seu esforço de infiltração nas igrejas – assim, muitas vezes serão os
discípulos “milicrentes” desses que levarão o discurso dos
“pastores progressistas” às últimas consequências.

Diferente de alguns destes “progressistas”, que se criaram em


grupos paraeclesiásticos, eu fui enviado pela igreja batista onde
cresci para estudar teologia formalmente, num seminário
teológico. E eu ainda lembro de professores de Antigo Testamento,
teologia do Antigo Testamento, filosofia da religião, metodologia
teológica etc., despejando sua incredulidade sobre mim e meus
colegas.
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Ainda lembro de um destes professores, esquerdista teimoso, sem
temor a Deus, proferindo blasfêmia grosseira sobre Jesus Cristo
em sala de aula. Ao mesmo tempo que eram propagandistas da
teologia liberal ou da teologia da libertação, eram devotos
esquerdistas – e isso no começo da década de 1990.

Na verdade, alguns dos professores com quem estudei no


seminário eram agnósticos ou ateus ou transformaram suas igrejas
em ONGs.

No fim, os “cristãos progressistas” se submetem a uma Ideia, não à


Revelação. Por isso, não podem ser considerados evangélicos. São
mais próximos do gnosticismo do que do cristianismo. Portanto,
devem ser caracterizados como “cavalos de Troia” dentro da igreja
cristã.

E a igreja cristã no Brasil precisa entender que o mesmo adversário


que parasitou e predou a igreja na América do Norte e na Europa
está presente em nosso país, e luta com todas as forças para
seduzir alguns em nosso meio.

“Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita


o que não gosta, não é no evangelho que você crê, mas, sim,
em si mesmo.” (Agostinho de Hipona)
“Depois de exortar a primeira e a segunda vez alguém que
causa divisões, passa a evitá-lo. Sabes que tal indivíduo
perverteu-se, vive pecando e já condenou a si mesmo.” (Tt
3.10,11)
“As portas do inferno não prevalecerão contra [a igreja].” (Mt
16.18)

Publicado originalmente em Coalização pelo Evangelho.

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