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Chidine Mujage Muturua

Historial da Estatística e Gráficos Estatísticos

Universidade Rovuma
Nampula
2022
2

Chidine Mujage Muturua

Historial da Estatística e Gráficos Estatísticos

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira


de Introdução à Teoria de Probabilidades,
curso de Licenciatura em Ensino de
Matemática com habilitações em
Estatística, 3º ano, 1º semestre,
leccionada pelo docente:

dr. Nassone Chitemelane Guambe

Universidade Rovuma
Nampula
2022
3

Índice

I. Introdução...............................................................................................................................4
1.1. Objectivo geral do trabalho:.........................................................................................4
1.2. Objectivos específicos do trabalho:..............................................................................4
1.3. Metodologia:................................................................................................................4
II. Historial da Estatística e Gráficos Estatísticos......................................................................5
2.1. Historial da Estatística......................................................................................................5
2.2. Estatística em Moçambique.............................................................................................6
2.2.1. Órgãos do Sistema Estatístico Nacional (SEM)........................................................6
2.2.1.1. O Conselho Superior de Estatística (CSE)..........................................................6
2.2.1.2. Instituto Nacional de Estatística (INE)...............................................................7
2.2.1.3. Banco de Moçambique (BM)..............................................................................7
2.3. Conceitos básicos de Estatística.......................................................................................7
2.4. Gráficos Estatísticos.........................................................................................................8
2.4.1. Gráficos para variáveis qualitativas.........................................................................10
2.4.1.1. Gráfico de sectores............................................................................................10
2.4.1.2. Diagrama de barras...........................................................................................12
2.4.2. Gráficos para variáveis quantitativas.......................................................................13
2.4.2.1. Histograma........................................................................................................13
2.4.2.2. Polígono de frequência.....................................................................................14
2.4.2.3. Gráfico de frequência acumulada ou ogiva......................................................15
2.4.2.3. Diagrama de ramo-e-folhas...............................................................................16
III. Conclusão...........................................................................................................................18
IV. Referências bibliográficas..................................................................................................19
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I. Introdução

Diariamente o ser humano é levado a tomar decisões (o que fazer, quem deve fazer, quando,
onde e, muitas vezes, como fazer). Em alguns casos as consequências de uma decisão errada
são irrelevantes, mas em outros, as consequências podem ser irreparáveis. O homem de hoje,
em suas múltiplas actividades, deve fazer uso de processos e técnicas estatísticos. Só
estudando – os evitaremos o erro das generalizações apressadas a respeito de tabelas e
gráficos apresentados em jornais, revistas e televisão. Os erros das generalizações são
frequentemente cometidos quando se tem um fraco conhecimento da Estatística e de gráficos
estatísticos.

Nesta vertente, este trabalho vai abranger aos principais pontos básicos referentes ao Historial
da Estatística e Gráficos Estatísticos.

É de referir que o trabalho goza da seguinte estrutura:


I. Introdução;
II. Desenvolvimento do trabalho;
III. Conclusão;
IV. Referências Bibliográficas.

1.1. Objectivo geral do trabalho:

 Conhecer o historial da Estatística e gráficos estatísticos.

1.2. Objectivos específicos do trabalho:

 Apresentar o historial da estatística;


 Identificar alguns conceitos básicos da Estatística;
 Identificar os gráficos para variáveis qualitativas e quantitativas.

1.3. Metodologia:

Para a concepção deste trabalho, usou – se a técnica de consulta bibliográfica em que as obras
consultadas serão apresentadas no final deste trabalho, acrescentar que para o esboço de
algumas figuras e tabelas apresentadas neste trabalho usou-se o Excel.
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II. HISTORIAL DA ESTATÍSTICA E GRÁFICOS ESTATÍSTICOS

2.1. Historial da Estatística

O termo Estatística, provém da palavra Estado e foi utilizado, originalmente, para denominar
levantamentos de dados cuja finalidade era orientar o Estado em suas decisões. Neste sentido,
no passado (épocas remotas), a estatística era principalmente utilizado para determinar o valor
dos impostos cobrados dos cidadãos e para determinar a estratégia de uma nova batalha em
guerras que se caracterizavam por uma sucessão de batalhas. Era fundamental aos
comandantes em ter informação saber a quantidade de homens, arma, cavalos entre outros
bens que disponham após a última batalha. (Mutombene, 2011, p.11).

Ao longo do século XX, os métodos estatísticos foram desenvolvidos como uma mistura de
ciência, tecnologia e lógica para a solução e investigação de problemas em várias áreas do
conhecimento humano. Ela foi reconhecida como um campo da ciência neste período, mas a
sua história tem início bem antes de 1900.

A estatística moderna é uma tecnologia quantitativa baseada na ciência experimental e que


permite avaliar e estudar as incertezas e os seus efeitos no planeamento e interpretação de
experiências e de observações de fenómenos da natureza e da sociedade.

A estatística não se limita apenas a um conjunto de elementos numéricos relativos a um facto


social, nem a números, tabelas e gráficos usados para o resumo, a organização e apresentação
dos dados de uma pesquisa. A estatística é uma ciência que é usada por cientistas de várias
disciplinas. Um mesmo programa de computador que permite a análise estatística de dados de
um Físico pode também ser usado por um Economista, Agrónomo, Químico, Geólogo,
Matemático, e muitos outros processionais de outras áreas. Mesmo que as interpretações
dessas análises sejam diferentes por causa das diferenças entre as áreas do conhecimento, os
conceitos empregados, as limitações das técnicas e as consequências dessas interpretações são
essencialmente as mesmas.

De acordo com a Revista do Instituto Internacional de Estatística, os cientistas Hermann


Conring, Gottfried Achenwall, Johann Peter Süssmilch, John Graunt e William Petty são
considerados como fundadores da estatística, por diferentes autores. Por exemplo a publicação
de John Graunt (1662) com o título "Observations on the Bills of Mortality” é considerada
como o início da estatística. As primeiras aplicações do pensamento estatístico estavam
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voltadas para as necessidades de Estado, na formulação de políticas públicas, fornecendo


dados demográficos e económicos.

A abrangência da estatística aumentou no começo do século XIX para incluir a acumulação e


análise de dados de maneira geral. Hoje, a estatística é largamente aplicada nas ciências
naturais, e sociais, inclusive na administração pública e privada. Seus fundamentos
matemáticos foram postos no século XVII com o desenvolvimento da teoria das
probabilidades por Pascal e Fermat, que surgiu com o estudo dos jogos de azar.

Segundo MUTOMBENE (2011, p.11) “O método dos mínimos quadrados foi descrito pela
primeira vez por Carl Friedrich Gauss cerca de 1794. O uso de computadores modernos tem
permitido a computação de dados estatísticos em larga escala e também tornaram possíveis
novos métodos antes impraticáveis”.

2.2. Estatística em Moçambique

A actividade estatística oficial é o conjunto de métodos, técnicas e procedimentos de


concepção, recolha, tratamento, análise e difusão de informação estatística oficial de interesse
nacional. Especificamente, a estatística nacional compreende a realização de recenseamentos,
inquéritos correntes e eventuais, a elaboração de contas nacionais e de indicadores
económicos, sociais e demográficos, bem como a realização de estudos, análises e
investigação aplicada.

Entende-se por Sistema Estatístico Nacional (SEN) o conjunto orgânico integrado pelas
instituições e entidades a quem compete o exercício da actividade oficial estatística.

2.2.1. Órgãos do Sistema Estatístico Nacional (SEM)

Os órgãos do SEN são:


 O Conselho Superior de Estatística (CSE);
 O Instituto Nacional de Estatística (INE);
 O Banco de Moçambique (BM)
 O Conselho Coordenador do Recenseamento Geral da População (CCRGP).
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2.2.1.1. O Conselho Superior de Estatística (CSE)

O Conselho Superior de Estatística é um órgão do estado que superiormente orienta e


coordena o SEN e é presidido pela Primeira-Ministra. Dentre várias competências do CSE,
destaca-se:

 Definir as linhas gerais da actividade estatística nacional e estabelecer as respectivas


prioridades;
 Apreciar o plano de actividades do INE e o correspondente relatório anual, etc.

2.2.1.2. Instituto Nacional de Estatística (INE)

O INE é o órgão executivo central do SEN, cujos objectivos são de anotar, apurar, coordenar
e difundir a informação estatística oficial do país. Este órgão está subordinado ao Conselho de
Ministros.

2.2.1.3. Banco de Moçambique (BM)

Compete ao BM a centralização e compilação das estatísticas monetárias e cambiais que


julgue necessárias à prossecução de uma política eficiente naquele domínio.

2.2.1.4. Conselho Coordenador do Recenseamento Geral da População (CCRGP).

O Conselho Coordenador do Recenseamento Geral da População (CRGP) é o órgão do SEN


responsável pela direcção do Censo e do processo de recenseamento.

2.3. Conceitos básicos de Estatística

Segundo MUTOMBENE (2011, p.11) “Estatística pode ser definida como o ramo da
Matemática aplicada que fornece um conjunto de métodos científicos de colecta, organização,
resumo, descrição, análise e interpretação de dados visando estudar e medir os fenómenos
colectivos, bem como para a utilização dos mesmos na tomada de decisões”.

Para LEZZI (2002, p.417) “Fenómeno colectivo é aquele que se refere à população, ou
universo, que compreende um grande número de elementos, sejam pessoas ou outros
elementos. Fenómeno estatístico é qualquer evento que se pode analisar aplicando técnicas
estatísticas”.
8

Portanto, interessam à Estatística os factos que englobam um grande número de elementos,


pois ela se procura em encontrar leis de comportamento para todo o conjunto e não se
preocupa com cada um dos elementos em particular.

Dados estatísticos são os dados numéricos que nos permitem descrever e avaliar os fatos para
fazermos previsões e estimativas ou tomarmos decisões. (Bosquilha, Corrêa & Viveiro, 2003,
p. 242).

“População ou Universo é a totalidade dos elementos que apresentam pelo menos uma
característica em comum no objecto de estudo, isto é, o conjunto de todos os itens, objectos,
coisas ou pessoas a respeito das quais a informação é desejada para a solução de um
problema. Amostra é um subconjunto ou parte das unidades estatísticas seleccionadas por um
método cuidadosamente concebido e projectado a partir de uma população" (Mutombene,
2011, p.12).

Unidade estatística denota cada elemento que constitui a população observada. É


precisamente sobre este elemento que recai a observação estatística.

Estatística descritiva ou dedutiva é a parte da estatística que tem como objectivo a observação
de fenómenos de mesma natureza, colecta, organização, classificação, análise e interpretação
dos dados para além de cálculo de medidas (estatísticas), que permitem resumidamente
descrever o fenómeno estudado. Estatística inferencial ou indutiva é a parte da estatística que
trata das condições de generalização das conclusões tiradas a partir da observação de uma
parte das unidades (amostra), para todo o conjunto das unidades a estudar (população).
(Mutombene, 2011, p.12).

2.4. Gráficos Estatísticos

Segundo MUTOMBENE (2010, p.6) “O gráfico estatístico é uma forma de apresentação dos
dados estatísticos, cujo objectivo é o de produzir, no investigador ou no público em geral,
uma impressão mais rápida e viva do fenómeno em estudo”.

Os gráficos constituem um poderoso instrumento de análise e interpretação de um conjunto de


dados. Eles aparecem nos mais variados veículos de comunicação. Pesquisas de opinião
pública, pesquisas eleitorais, economia, agricultura, saúde são alguns exemplos de assuntos
em que as representações gráficas assumem um papel fundamental para explicar o
comportamento do objecto de estudo. (LEZZI, 2002, p.417).
9

Os mais importantes recursos fornecidos pelos gráficos são a facilidade e a rapidez na


absorção e interpretação dos resultados, por parte do leitor. A representação gráfica de um
fenómeno deve obedecer a certos requisitos fundamentais para ser realmente útil:

 Simplicidade: o gráfico não deve ter detalhes de importância secundária, assim como
de traços desnecessários que possam levar o observador a uma análise com erros.
 Clareza: o gráfico deve possibilitar uma correcta interpretação dos valores
representativos do fenómeno em estudo.
 Veracidade: o gráfico deve expressar a verdade sobre o fenómeno em estudo

Aconselha-se a ser muito cuidadoso ao fazer e interpretar representações gráficas pois o uso
indevido de gráficos pode induzir a uma leitura falsa dos dados que estão sendo analisados,
chegando mesmo a confundir o leitor. Este problema de interpretação está, muitas vezes,
relacionado com a construção de escalas.

Alguns pontos que devem ser respeitados na construção de um gráfico são:

 Os gráficos devem propiciar uma visualização rápida do fenómeno em questão e para


isso, os gráficos devem apenas conter o essencial para sua execução;
 O tamanho de um gráfico deve ser adequado à sua publicação em trabalhos técnico-
científicos, revistas, periódicos, cartazes, livros, etc;
 Qualquer representação gráfica deve sempre ter um título e a fonte dos dados originais
e, se necessário, números e notas explicativas;
 Os gráficos devem ser representados numa escala que não desfigure os factos ou as
relações que se desejam destacar;
 O leitor deve sempre ter atenção ao comparar diferentes gráficos – deve verificar a
possibilidade de manter as escalas na mesma proporção;
 Quando houver muitas colunas relacionadas a partir de um mesmo intervalo, e forem
apresentadas juntamente num único gráfico, deve-se ter o cuidado para que a escala do
gráfico, gerada a partir dos intervalos de cada coluna, seja compatível com todas as
colunas;
 Gráficos criativos e capazes de destacar os resultados, intervalos ou valores mais
importantes podem assegurar a interpretação correcta dos resultados por demais
leitores;
10

 As notas explicativas devem oferecer informações que sejam suficientes para


interpretar o gráfico correctamente e completamente – as figuras devem ser auto-
explicativas;

A representação gráfica das séries estatísticas tem por finalidade dar uma ideia, a mais
imediata possível, dos resultados obtidos, permitindo chegar se a conclusões sobre a evolução
do fenómeno ou sobre como se relacionam os valores da série.

Não há apenas uma maneira de representar graficamente uma série estatística. A escolha do
gráfico mais apropriado ficará ao critério do analista. Contudo, os elementos simplicidade,
clareza e veracidade devem ser considerados aquando da elaboração de um gráfico.

2.4.1. Gráficos para variáveis qualitativas

“Variáveis qualitativas (ou categóricas) são as características que não possuem valores
quantitativos, mas, ao contrário, são definidas por variáveis categóricas, ou seja, representam
uma classificação dos indivíduos” (Toledo & Ovalle, 1992, p.23).

Dois tipos de gráficos podem ser usados para representar as variáveis do tipo qualitativas,
nomeadamente os de sectores e os de barras.

Tabela 1. Dados dos estudantes da Universidade Rovuma, extensão de Nampula, 3º ano do


curso de Licenciatura em Ensino de Matemática com habilitações em Estatística.

Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Sexo F F F F M F F M F M M F F M M F M M F M F M

Idade 20 23 26 30 24 22 25 23 25 41 27 26 24 22 28 25 27 24 23 22 26 23

Fonte: Autor

2.4.1.1. Gráfico de sectores

Os gráficos de sectores, mais conhecidos como gráficos de pizza ou torta, são construídos
dividindo-se um círculo (pizza) em sectores (fatias). Cada sector representa uma categoria e o
seu tamanho é proporcional à frequência relativa da categoria representada por este mesmo
sector.
11

Para mostrar como o gráfico de sectores pode ser apresentado, consideremos a variável sexo
do estudante apresentado na Tabela 1. Esta variável mostra a distribuição de número de
estudantes por sexo (Tabela 2).

Tabela 2. Distribuição de frequência da variável sexo

Sexo fi f r (%)
Feminino 12 55
Masculino 10 45
Total 22 100

Para construir gráficos de sectores, devemos primeiro calcular a proporção de cada categoria
no círculo.

Para o exemplo da variável sexo, usando a frequência relativa, a contribuição proporcional


dos estudantes do sexo feminino é dada por:

100% ------------------- 360º


55% -------------------- x

Como um círculo corresponde a 360 graus o que é equivalente a frequência relativa total
(100%). Com base na frequência absoluta, a contribuição dos estudantes do sexo feminino é
dada por:

22 ------------------- 360º
12 -------------------- x

O valor de x é obtido através do uso da regra de três simples, ou seja,

55 % ×36 0 0 0 0
x= =196 Ou 12× 36 0
100 % x= =19 60
22
Com ajuda do transferidor e compasso, desenhamos um círculo e medimos 1960º que
correspondem a fatia do número de estudantes do sexo feminino.

Para calcular a contribuição relativa dos estudantes do sexo masculino procedemos da mesma
maneira fazendo:
12

100% ------------------- 360º


45% -------------------- x
0
45 % × 36 0 0
x= =16 4
100 %

Ou
22 ------------------- 360º 10× 36 00 0
x= =16 4
10 -------------------- x ⟹ 22

NB: como a variável sexo tem apenas duas categorias, depois de calcularmos a fatia
correspondente a uma das categorias, para obtermos a outra fatia basta subtrair a primeira
fatia do total, ou seja, subtrair a primeira fatia de 360º.

Figura 1: Gráfico de sectores para variável sexo

45%
55%

Masculino Feminino

Fonte: Autor

Através da Figura 1, fica mais fácil perceber que o número de estudantes do sexo feminino é
maior que o número de estudantes do sexo masculino. Como esta figura contém toda a
informação apresentada na Tabela 1, esta figura pode substituir esta tabela com a vantagem de
tornar a análise dessa variável mais atraente.

Para além de variáveis qualitativas, os gráficos de sectores também podem ser usados para
ilustrar graficamente variáveis quantitativas desde que estas estejam organizadas em classes
(categorizadas).
13

Por exemplo, a variável idade é uma variável quantitativa contínua que pode ser representada
por um gráfico circular desde que esta variável esteja organizada em faixas etárias,

2.4.1.2. Diagrama de barras

Uma alternativa ao gráfico de sectores é o gráfico de barras (colunas) como o da Figura 2. Ao


invés de dividirmos um círculo, dividimos uma barra. Nota-se que, em ambos os gráficos, as
frequências relativas das categorias devem somar 100%.

O gráfico de barras para além de economizar espaço na apresentação, permite que as


comparações sejam feitas de maneira mais rápida.

Figura 2: Diagrama de barras para a variavel sexo

Masculino
Sexo 45% 55% Feminino

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

Fonte: Autor

2.4.2. Gráficos para variáveis quantitativas

“Variáveis quantitativas: são as características que podem ser medidas em uma escala
quantitativa, ou seja, apresentam valores numéricos que fazem sentido” (Toledo & Ovalle,
1992, p.23).

2.4.2.1. Histograma

Histograma é um gráfico de colunas justapostas que representa uma distribuição de


frequência para dados contínuos ou uma variável discreta quando esta apresentar muitos
valores distintos. (Mutombene, 2010, p.20).
14

No eixo horizontal são dispostos os limites das classes segundo as quais os dados foram
agrupados enquanto o eixo vertical corresponde às frequências absolutas ou relativas das
mesmas.

Para LEZZI (2002, p.419) “Histograma é uma representação gráfica muito semelhante ao
gráfico de barras verticais. Ele é, em geral usado para representar os valores assumidos por
uma variável quantitativa quando estes estão agrupados em classes de intervalos”.

Figura 3: Idade dos alunos da disciplina Inferência Estatística do curso de Estatística da


UEM

Fonte: Mutombene 2010

Quando os dados são distribuídos em classes de mesma amplitude, figura 3 (a), todas as
colunas apresentam bases iguais com alturas variando em função das suas frequências
absolutas ou relativas. Neste caso, a área de cada rectângulo depende apenas da sua altura
15

enquanto no caso de dados agrupados em classes de dimensões diferentes, como mostra a


figura 3 (b), a área de cada coluna já não é mais proporcional à sua altura.

2.4.2.2. Polígono de frequência

Segundo MUTOMBENE (2010, p.21) “Polígono de frequência é um gráfico de linha cuja


construção é feita unindo-se os pontos de coordenadas de abcissas correspondentes aos pontos
médios de cada classe e as ordenadas, às frequências absolutas ou relativas dessas mesmas
classes”

O polígono de frequência é um gráfico que deve ser fechado no eixo das abcissas (Figura 4).
Então, para finalizar sua elaboração, deve-se acrescentar à distribuição, uma classe à esquerda
e outra à direita, ambas com frequências zero. Tal procedimento permite que a área sob a
linha de frequências seja igual à área do histograma.

Uma das vantagens da aplicação de polígonos de frequências é que, por serem gráficos de
linhas, permitem a comparação entre dois ou mais conjuntos de dados por meio da
superposição dos mesmos.

Figura 4: Polígono de frequência com base na idade dos alunos da disciplina Inferência
Estatística do curso de Estatística da UEM.

Fonte: Mutombene 2010

2.4.2.3. Gráfico de frequência acumulada ou ogiva

Segundo MUTOMBENE (2010, p.23) “Histograma de frequência acumulada (ou ogiva) é a


representação gráfica do comportamento da frequência acumulada. Permite descrever dados
16

quantitativos por meio da frequência acumulada. A ogiva é um gráfico de linha que une os
pontos cujas abcissas são os limites superiores das classes, e, ordenadas suas respectivas
frequências acumuladas”

Quando os dados contidos em cada classe são distribuídos uniformemente, pode-se estimar, a
partir da ogiva, o número de elementos pertencentes a qualquer uma das classes que compõe a
distribuição de frequência dos dados e a quantidade ou percentagem de elementos que estão
abaixo de certo valor pertencente ao conjunto de dados.

Da Figura 5, você pode notar que não existem alunos com idade inferior a 18 anos enquanto
existem vinte alunos com idade inferior a 34.

Figura 5: Frequência acumulada da idade dos alunos da disciplina Inferência Estatística do


curso de Estatística da UEM.

Fonte: Mutombene 2010

2.4.2.3. Diagrama de ramo-e-folhas

O diagrama Ramo-e-Folhas, criado por John Tukey, é um procedimento utilizado para


armazenar os dados sem perda de informação. É utilizado para se ter uma ideia visual da
distribuição dos dados. Cada valor observado, x i, da variável X , deve ter no mínimo dois
dígitos e a variável pode ser tanto quantitativa discreta como contínua. (Mutombene, 2010,
p.24).

Para construir o diagrama de Ramo-e-Folhas, cada número deve ser dividido em duas partes.
A primeira parte é denominada por ramo enquanto a segunda é denominada por folha. O ramo
consistirá de um ou mais dígitos iniciais se o valor da variável for um número inteiro e do
número inteiro, se o valor da variável for um número com decimais. Nas folhas, colocam-se
os dígitos restantes se o valor observado for número inteiro ou caso contrário, as decimais.
17

A Tabela 3 apresenta o Ramo-e-Folhas correspondente a variável idade do aluno. Nota-se que


o primeiro ramo (o ramo correspondente ao digito 1) mostra que existem 2 alunos com 18
anos de idade e 1 aluno com 19 anos de idade. Por outro lado, o ultimo ramo (o ramo
correspondente ao digito 3) mostra que existem 3 alunos com idade igual ou superior a 30
anos: o primeiro aluno tem 30 anos, o segundo tem 35 anos enquanto o terceiro tem 37 anos
de idade.

Tabela 3: Ramo e folha sem divisão de ramos

Ramo Folha Frequência


1 889 3
2 0000001123455569 16
3 057 3
Fonte: Autor

É notório que o ramo correspondente ao dígito 2 tem muitas folhas. Neste caso, a opção é
dividir este ramo em dois: as folhas de 0 a 4 pertencerão a uma linha e as folhas de 5 a 9
pertencerão à outra linha. Neste caso, a segunda linha do ramo deve ser discriminada por um
sinal de asterisco no seu expoente, como apresentado na Tabela 4.

Tabela 4: Ramo e folha sem divisão de ramos

Ramo Folha Frequência


1 889 3
2 00000011234 11
2* 55569 5
3 057 3
Fonte: Autor
18

III. Conclusão

Após as abordagens do tema concluímos que as primeiras aplicações da estatística estavam


voltadas para as necessidades de Estado, na formulação de políticas públicas, fornecendo
dados demográficos e económicos à administração pública. Mas actualmente da Estatística
aumentou a sua abrangência e inclui a acumulação e análise de dados de maneira geral. Por
isso a Estatística é largamente aplicada nas ciências naturais, e sociais, inclusive na
administração pública e privada.

Após o trabalho ficou perceptível que a Estatística é aplicada em inúmeras áreas do


conhecimento, a Estatística usa a Matemática para coleta, interpretação e análise de dados
numéricos de pesquisas sobre a natureza, a sociedade, a economia e o mercado. Diante de
gigantescas quantidades de informações, os profissionais de Estatística usam ferramentas e
softwares para dar sentido aos números e usá-los para fins como pesquisas científicas,
política, educação, tecnologia e até mesmo esportes.

Concluiu- se também que após a colheita de dados sempre há uma necessidade de organizar
em gráficos, pois esta forma de organização nos possibilita uma visualização mais rápida, e de
forma mais agradável e atrativa para à maioria das pessoas, mais também os gráficos
estatísticos nos permitem identificar padrões, verificar resultados e comparar medidas de
forma visual e ágil. Assim também os gráficos servem para apresentação sistêmica de dados e
conclusões sobre processos organizacionais, atividades, produtos ou serviços, tornam
excelentes fontes de estudo para decisões e ações estratégicas nas organizações.
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IV. Referências bibliográficas

MUTOMBENE, Narcelio. (2011). Introdução à Estatística. (1ª ed.), Maputo: Instituto


Superior Monitor.

MUTOMBENE, Narcelio. (2010). Estatística I- Estatística Descritiva. (1ª ed.), Maputo:


Instituto Superior Monitor.

LEZZI, G. & Dolce, O. (2002). Matemática volume único. (2ª ed.), São Paulo, Brasil: Atual
Editora, pp.443-473;

BOSQUILHA, A. & CORRÊA, M., L., P., & VIVEIRO, T., C., (2003). Minimanual
compacto de matemática: teoria e prática: ensino médio. (2ª ed.), São Paulo: Rideel, pp. 242-
243;

Toledo, G. L. & Ovalle, I. (1992). Estatística Básica. (2ª ed.), São Paulo: Editora Atlas. pp.23.

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