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UNIVERSIDADE PREBITERIANA MACKENZIE

FERNANDA GARCIA
GABRIEL LIMA SCORZA - 10420320
JULIA BIANCALANA - 10420416
LARISSA VASCONCELOS - 10425377
MARIA FERNANDA S MOURA - 10420239
NICK KAUÃ F DA SILVA - 10420467
VITOR CORTEZI VIERA - 10332721
VITOR SEICHI KAKIZAKI - 10425513

AVALIAÇÃO INTERMEDIÁRIA (A1) – CONCEITOS DE COSMOVISÃO

SÃO PAULO
2023
UNIVERSIDADE PREBITERIANA MACKENZIE
FERNANDA GARCIA
GABRIEL LIMA SCORZA - 10420320
JULIA BIANCALANA - 10420416
LARISSA VASCONCELOS - 10425377
MARIA FERNANDA S MOURA - 10420239
NICK KAUÃ F DA SILVA - 10420467
VITOR CORTEZI VIERA - 10332721
VITOR SEICHI KAKIZAKI - 10425513

AVALIAÇÃO INTERMEDIÁRIA (A1) – CONCEITOS DE COSMOVISÃO

Pesquisa apresentada ao curso de Introdução a


Cosmovisão, da Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Orientador(a): Daniel Justiniano Andrade,

SÃO PAULO
2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................................................4
HISTÓRIA E CONCEITO....................................................................................................................4
INTERAÇAÕ ENTRE A COSMOVISÃO E A EPISTEMEOLOGIA........................................6
INTERAÇAÕ ENTRE A COSMOVISÃO E A LÓGICA............................................................7
INTERAÇÃO ENTRE A COSMOVISÃO E A ÉTICA................................................................7
INTERAÇÃO ENTRE A COSMOVISÃO E A ESTÉTICA.........................................................8
COSMOVISÃO RELACIONADA A RELIGIOSIDADE EM GERAL...........................................9
PRINCIPAIS ASPECTOS DO TEISMO.....................................................................................10
PRINCIPAIS ASPESCTOS DO DEISMO...................................................................................11
PRINCIPAIS ASPECTOS DO NATURALISMO.......................................................................12
CONCLUSÃO.......................................................................................................................................13
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................14
INTRODUÇÃO

No presente trabalham desenvolveremos a cosmovisão relacionada com a metafísica


(origem do universo), epistemologia (estudo do conhecimento em si), lógica (pensamento
crítico), ética(moral) e estética (noção do belo). Além de relacionar a cosmovisão com a
religiosidade em geral explicando os principais aspectos do deísmo, teísmo e naturalismo.

HISTÓRIA E CONCEITO

O termo Cosmovisão é uma tradução da palavra alemã weltanschauung, que significa


“modo de olhar o mundo”. É um conjunto de suposições e crenças que utilizamos para
interpretar e formar opiniões acerca da nossa humanidade, propósito de vida, deveres no
mundo, responsabilidades para com a família, interpretação da verdade e questões sociais. É
como um mapa mental que nos diz como navegar de modo eficaz no mundo, representando
ima estrutura abrangente de valores, pressupostos, percepções e convicções que influenciam a
maneira como uma pessoa ou grupo de pessoas interpreta e dá sentido à realidade que os
cerca.
Essa visão de mundo não apenas molda as convicções sobre questões
fundamentais, como a origem da vida, o propósito da existência humana, a natureza do
bem e do mal, mas também influencia as interações sociais, políticas, religiosas e
culturais. Por meio dela, indivíduos e sociedades constroem significado em suas vidas e
compreendem sua posição no universo.
A história do conceito de cosmovisão remonta a várias tradições filosóficas, religiosas
e culturais ao longo da história. Que foram iniciadas com as seguintes abaixo. O conceito de
cosmovisão na filosofia:
Na filosofia, cosmovisão foi usada pela primeira vez pelo filósofo racionalista Kant,
em sua obra Crítica da faculdade de julgar (GOHEEN, 2016; HIEBERT 2016; NAUGLE,
2017). É a tradução do termo alemão Weltanschauung que significa percepção do mundo ou a
capacidade humana de perceber a realidade sensível como uma totalidade ou intuição. Kant
acreditava que o ser humano, para chegar a uma Weltanschauung, precisava aplicar-se
unicamente à razão e sua autonomia, independente da religião (GOHEEN, 2016; NAUGLE,
2017). Ele empregava o termo para se referir “a uma intuição de mundo no sentido de
contemplação do mundo dada aos sentidos” (NAUGLE, 2017, p. 75).
Conceito de cosmovisão na teologia:
No percurso dos teólogos, destacamos Abraham Kuyper, que viveu a cosmovisão
cristã de forma multifacetada — como jornalista, teólogo, primeiro-ministro da Holanda, e
fundador da Universidade Livre de Amsterdã — considerado como um dos fundadores do
neocalvinismo holandês (GOHEEN, 2016). O neocalvinismo defende, em primeiro lugar, que
a redenção de Deus em Cristo e por meio dela restaura toda a criação; em segundo lugar,
Deus é soberano e pela sua lei e palavra ordena toda a realidade; por último, Deus decretou o
mandato cultural (Gn 1.26-28), onde a humanidade exerce mordomia ao desenvolver, para a
glória de Deus, a cultura ao longo da história (GOHEEN, 2016, p. 42). Kuyper entendia que o
calvinismo era a forma de promover um cristianismo revitalizado que pressupunha a presença
cristã renovada em todas as esferas da vida. Ele observava., que a modernidade é uma
cosmovisão contrária à tradição cristã, como um combate, uma luta que somente através de
uma visão abrangente da narrativa bíblica seria possível resistir ao adversário (GOHEEN,
2016, p. 40).
O conceito de cosmovisão na antropologia:
Em antropologia, a ideia de cosmovisão foi iniciada nos estudos conceituais de
cultura. Inicialmente, diversos antropólogos classificaram as sociedades humanas em
categorias minimizadoras e preconceituosas em relação à civilização ocidental. Tais conceitos
foram rejeitados por Franz Boas onde propôs a mudança de foco do conceito — “cultura é
como um conjunto de crenças e práticas que fazem sentido a um determinado povo”
(HIEBERT, 2016, p. 20). A partir da preocupação em compreender o funcionamento das
culturas humanas, diversos antropólogos desenvolveram teorias e métodos para analisá-las.
Analisaremos alguns autores que Paul Hiebert utilizou para desenvolver sua antropologia
missionária.
No contexto moderno, o termo "cosmovisão" ganhou destaque nas áreas da filosofia,
antropologia, sociologia e estudos religiosos. Ele é usado para descrever as lentes através das
quais diferentes culturas e indivíduos veem e interpretam o mundo. A análise da cosmovisão é
fundamental para entender as diferenças culturais, as motivações das pessoas e os conflitos
sociais, políticos e religiosos que surgem de diferentes visões de mundo.

INTERAÇÃO ENTRE A COSMOVISÃO E A METAFÍSICA


A cosmovisão molda a forma como as pessoas veem o mundo, por isso, que ela está
sujeita às experiências vividas, ou seja, transformar-se conforme o tempo. A metafísica busca
conhecer a origem do universo (a realidade da existência), a palavra “metafísica” deriva do
grego “meta” (além) e “physika” (física) (SANTOS, 2020). Portanto, ela molda a forma como
entendemos a origem do universo. “O estudo da metafísica consiste em procurar, num quarto
escuro, um gato preto que não está lá.” (VOLTAIRE). Assim, através de interpretações sobre
a origem da vida, surgem ideias sobre o início do mundo.
INTERAÇAÕ ENTRE A COSMOVISÃO E A EPISTEMEOLOGIA

Epistemologia originada das palavras gregas episteme(conhecimento) e logos (estudo).


(CHÉRELOT, 2020). Estuda o conhecimento em si, ou seja, analisa a forma que esse conhecimento é
validado como 'certo'. "O que é conhecimento? Podemos obtê-lo? Como conhecemos as coisas e
justificamos nossas crenças? Que tipos de coisas podemos conhecer?"(MORELAND E CRAIG 2005,
p.30), mostra nas inúmeras perguntas apresentadas pelos filósofos a relação entre epistemologia e a
cosmovisão (a busca pelo conhecimento e a validação desse conhecimento).

INTERAÇAÕ ENTRE A COSMOVISÃO E A LÓGICA

A lógica, originada da palavra grega lógos (linguagem-discurso e pensamento-


conhecimento) tem o objetivo de formular juízos/raciocínios através do pensamento (CHAUÍ,
2019). Exprime noção de conclusão. Em certo sentido, a lógica se torna subjetiva. É quando o
indivíduo julga que determinada conclusão - lógica - tirada por outrem é indevida, está
errada(MORELAND, 2005).
Através desse sentido, observa-se que cada cosmovisão tem uma lógica dominante
diferente. Na cosmovisão voltada para o âmbito cristão, por exemplo, as conclusões e o
pensamento são guiados através da lei que rege esse segmento de pensamento - a Lei de
Deus -, dessa forma, o indivíduo cristão conclui que a origem do universo não se deu
baseado no Bing-Bang, mas sim em uma teoria criacionista divina. Buscando outro
exemplo, no âmbito político, por exemplo, temos o comunismo, onde seus juízos e
julgamentos são observados através da ótica de pensadores e obras similares (como Karl Marx
e Émile Durkheim), nesse sentido, o indivíduo comunista conclui que a única forma de acabar
com as desigualdades seria com o proletariado tomando a força os meios de produção e
abolindo as classes sociais (SOUZA ,2017).

INTERAÇÃO ENTRE A COSMOVISÃO E A ÉTICA

A ética, originada da palavra grega ethos (modo de ser; caráter) dá origem a outro
conceito: a moral (CHAUÍ, 2019). Ambas estão intrinsecamente conectadas, uma vez que a
moral é vista como como um conjunto de normas/princípios que norteiam um indivíduo ou
uma sociedade; e a ética é vista como a ciência do comportamento moral, que busca
compreender as normas/princípios. Vendo por outra forma, pode-se dizer que a ética
questiona, critica e justifica o que a moral faz.
A relação da ética com a cosmovisão está voltada para determinar se algo é certo ou
errado, e justificar essa decisão (MORELAND, 2005). Tal qual a lógica, cada cosmovisão tem
uma teoria ética divergente. Para exemplificar pode-se utilizar a cosmovisão cultural de
alguns países do Oriente Médio, África e Sudeste Asiático onde é visto como correto e
comum a prática da retirada do clitóris em meninas de 1 semana a 14 anos, enquanto
em sociedades europeias e americanas a mesma prática é considerada um ato chocante
de mutilação (MENAI, 1997). Outro exemplo é a pena de morte, permitida em alguns países
como Guatemala e Estados Unidos, enquanto em alguns países é vista como uma negação dos
direitos humanos (GODOY, 2018).

INTERAÇÃO ENTRE A COSMOVISÃO E A ESTÉTICA

O primeiro princípio norteador de que a Bíblia nos concede para um


entendimento correto da estética é a distinção existente entre Deus e o homem; entre o
Criador e a sua criação. A diferença é tanto metafísica (o que Deus é), quanto
epistemológica (o que Deus conhece e como ele conhece). É tanto quantitativa, quanto
qualitativa. O que Deus criou reflete os seus atributos, mas é ao mesmo tempo diferente
Dele.
Essa distinção entre Deus e sua criação é importante no estudo da estética, pois
quando observamos a beleza em nosso mundo, estamos contemplando algo criado, um
atributo da criação de Deus que reflete quem Deus é, mas é diferente Dele. Por isso a
Bíblia dificilmente usa o termo beleza ao se referir a Deus. A palavra normalmente
utilizada é Glória. Isso não significa que Deus não é belo, pelo contrário, Ele é mais do
que belo. A beleza da criação é apenas um reflexo de toda a beleza de Deus. A glória de
Deus inclui sua beleza e toda a maravilha do seu Ser. Usar essa linguagem provê uma
proteção para a alteridade dos atributos de Deus. É importante reconhecermos a
natureza limitada das manifestações terrenas da beleza. Deus criou um mundo
belíssimo; cores, flores e florestas; o canto dos pássaros, um lindo pôr do sol, a
imensidão azul do céu e do mar. Toda essa beleza é apenas um reflexo finito de sua
Glória infinita.
A beleza é vista como um valor supremo, comparável à verdade e à bondade,
segundo uma perspectiva inspirada em Platão e Plotino e alinhada ao pensamento
teológico cristão. Esses três valores formam uma tríade essencial que influencia nossas
inclinações e juízos estéticos. A ideia é que a combinação de verdade e bondade resulta
na beleza, estabelecendo uma hierarquia onde a beleza é colocada abaixo dos outros dois
valores. Isso sugere que algo verdadeiramente belo deve incorporar todos os três valores
da tríade para alcançar plenitude estética. Por exemplo, a obra do fotógrafo Sebastião
Salgado, embora tecnicamente bela, carece da bondade intrínseca, já que retrata
realidades marcadas pelo pecado e pelo sofrimento humano. Da mesma forma, a análise
da beleza de indivíduos muitas vezes envolve considerações sobre sua bondade moral,
mostrando como os três valores estão interligados na percepção estética. Este
entendimento fornece um padrão objetivo para julgar a beleza, refletindo a harmonia
originalmente pretendida por Deus na criação.
A expressão artística de conteúdos bíblicos e litúrgicos não define automaticamente a
arte como cristã. Além disso, a arte cristã não está sujeita ao controle da igreja. Por
exemplo, obras como "A Última Ceia", de Leonardo Da Vinci, refletem os pensamentos
humanistas e renascentistas da época, embora retratem temas cristãos. A beleza da arte
de Da Vinci não necessariamente a torna cristã, pois sua inspiração é influenciada por
pressupostos pessoais. A fé, segundo Herman Dooyeweerd, influencia diretamente a
arte, pois é a cosmovisão dos artistas que moldam seus estilos e obras, em consonância
com a sociedade em que vivem.
Na Idade Média, a arte europeia refletia o ideal da igreja e a vida era centrada
em Deus, como evidenciado na arquitetura das catedrais góticas. Após a Reforma
Protestante, a Palavra de Deus ocupou um lugar central nas igrejas protestantes. No
entanto, a partir da Renascença, os estilos artísticos foram mais influenciados pelo
humanismo do que pela fé cristã.
A arte cristã, segundo Rookmaaker, deve ser orientada pela fé em Deus e em
Cristo, com a criatividade enraizada em uma escolha religiosa que direcione o coração
para Deus. Os cristãos precisam se posicionar de maneira a reconhecer o senhorio de
Cristo sobre todas as esferas da vida, incluindo a arte, para que ela possa
verdadeiramente refletir a realidade humana sob a orientação da fé cristã. O artista
cristão deve entender que sua arte é uma manifestação da luta entre as esferas terrenas
e divinas, servindo a todos e trazendo vida e luz por meio de seus dons e talentos, em
nome de Cristo.
COSMOVISÃO RELACIONADA A RELIGIOSIDADE EM GERAL

A relação entre cosmovisão e religiosidade, é tratada por Mircea Eliade em "O Sagrado e
o Profano". Eliade nos faz refletir do mesmo jeito que enfrentamos os acontecimentos do
nosso dia a dia, é da mesma forma que pensamos de acordo com a nossa religiosidade ou de
como as pessoas em volta pensam, assim nos trazendo influências e mudanças a respeito até
mesmo da própria religião. Ele escreve: "A religião é uma forma de experiência, e como tal,
não pode ser reduzida a nenhuma outra forma de experiência" (Eliade, 2011, p. 12). Eliade
nos convida a perceber como a busca pelo sagrado permeia todas as culturas, conferindo
significado a cada aspecto da existência. Isso nos faz sentir a essência única da religião, algo
que vai além da explicação simples: "O homem religioso experimenta profundamente o
mundo e sente que tudo o que vê, toca, e experiência tem um sentido, um valor" (Eliade,
2011, p. 23). Mais uma vez deixando claro procurarmos entender e compreender os mais
diversos pensamentos e assim analisar as práticas religiosas de todos.
Em "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", Max Weber escreve sobre a
influência da cosmovisão religiosa, especificamente do protestantismo e no desenvolvimento
do capitalismo. Ele nos fala sobre como a confirmação na eleição divina impulsiona uma ética
de trabalho árduo e a busca pelo sucesso como uma prova dessa eleição. Weber escreve: "A
convicção de ser eleito cria uma obrigação de provar a própria eleição. Isto é, cria um dever
de viver da maneira que parece mais plausível ser uma expressão dessa eleição" (Weber,
2004a, p. 71). Este pensamento de valorização do esforço e conquista como uma manifestação
da vontade divina ajudou a promover uma mentalidade propícia ao crescimento do
capitalismo. Weber também ressalta como essa visão do mundo religioso impactou a estrutura
econômica e social das sociedades do Ocidente. Por meio dessa análise, ele nos mostra como
as crenças religiosas podem causar efeitos importantes no comportamento das organizações
sociais e econômicas.
Em "As Regras do Método Sociológico", Émile Durkheim tem e defende a ideia de
que a religião é fundamental em unir as pessoas, já que os valores são compartilhados entre os
membros da sociedade, fortalecendo e influenciando, fazendo com que um grupo maior
participe. Ele escreve: "A religião é uma coisa eminentemente social; religar um homem a
uma comunidade determinada de crentes" (Durkheim, 2007, p. 39). Para Durkheim, a religião,
além de vim de pensamentos e valores individuais, ela une as pessoas por meio do
compartilhamento de rituais e crenças, formando uma sociedade que expressa dos mesmos
valores. O autor ainda reforça as normas e valores que são estabelecidas para um bom
convívio, compreensão e comportamento nas dinâmicas sociais e culturais, sendo um
solidário ao outro.
Cosmovisão é como um indivíduo ou sociedade percebe e entende o mundo a sua
volta. A religiosidade é basicamente a religião que a pessoa segue, com base em sua crença e
práticas sagradas, relacionadas em grande maioria a mitologia e ao divino. A interligação
desses dois princípios ocorre devido à influência da visão do mundo de uma pessoa em sua
compreensão espiritual e religiosa. Uma cosmovisão humanística, por exemplo, não acredita
em deuses ou religiões espirituais, no entanto, confirma e se relaciona com essas entidades.
Portanto, diversos pontos de vista do mundo podem ter um enorme efeito na visão de uma
pessoa ou de várias em relação à religião e espiritualidade.

PRINCIPAIS ASPECTOS DO TEISMO

O Teísmo, vindo da palavra théos do grego, que significa deus, é um conceito


filosófico criado na Antiga Grécia em relação às divindades existentes no Olimpo. Sua crença
é na ideia de uma divindade criadora de tudo que conhecemos, afirmando que ele é
onipotente, onipresente e onisciente, explicando assim a existência humana e do universo.
Existem alguns tipos de Teísmo, a crença de um único deus (monoteísmo), vários deuses
(politeísmo) ou então vários deuses onde um carrega o poder absoluto dentre eles
(henoteísmo). Também se acredita que o que deus tenha estabelecido leis morais para a
humanidade conseguir alcançar a grande salvação. Apesar de ser encontrado em diversas
religiões, o Teísmo é mais associado ao cristianismo, judaísmo e islamismo, que possuem
muitas características comuns.
Existe também um conceito em oposição ao Teísmo, chamado de não-teísmo, onde
não se acredita em um deus absoluto e criador, tendo como referência principal o budismo,
que usa os ensinamentos de Buda Gautama, um ser humano nascido antes de Cristo. Outro
conceito que pode ser citado também é o ateísmo, onde não se acredita em nenhum deus ou
religião, e o agnóstico, que apesar de não acreditar na existência de um deus, também não
nega a possibilidade de existir.

PRINCIPAIS ASPESCTOS DO DEISMO

Teísmo e Deísmo são crenças dentro do pensamento cristão que dizem a respeito da
forma do relacionamento de Deus com sua criação e com o universo. Essas formas implicam
diretamente em nossa forma de enxergar a natureza, moralidade e propósito da existência
humana. “Sob o ponto de vista etimológico o termo teísmo vem do grego θεός [theós] (que
quer dizer Deus) e à semelhança do termo deísmo, que vem do latim deus, significa «crença
em Deus» ou «doutrina que admite a crença na existência de Deus»” (DIMAS, 2014, p.452).
Deísmo: basicamente a crença em um só Deus que criou o mundo e os seres, leis para
que o universo continuasse seu caminho sem mais a interação com sua criação. Ou seja, Deus
não interfere mais em sua criação, uma divindade impessoal que se revelou apenas no
momento da criação. Dessa forma, seria como um “Deus relojoeiro” iniciando o processo
cósmico, mas universo segue adiante sem necessitar da supervisão divina.
“A crítica filosófica à religião concentrou-se, pouco a pouco, em afirmar a diferença
entre a crença numa divindade sobrenatural, que impõe leis aos seres humanos, e o
conhecimento racional da verdadeira essência de Deus. Essa crítica conduziu, nos séculos
XVII e XVIII, à ideia de uma religião não revelada, não sobrenatural, chamada deísmo ou
religião natural.” (CHAUÍ, 2019, p.290).
É importante destacar também que o deísmo não possui práticas e regras religiosas,
mesmo estando dentro do grupo do teísmo. Por isso não existe um “adeísmo”. Contudo, a
inexistência da interferência ou interação divina também implica que milagres (ponto de
conexão entre o sobrenatural e o natural) não existem, portanto, o deísmo acaba também
mergulhando em pensamentos filosóficos (racionais) caminhando ao ateísmo.

PRINCIPAIS ASPECTOS DO NATURALISMO

O conceito de naturalismo vem da junção de dois termos “Natureza” e “ísmo”, a


palavra natureza se refere ao mundo físico em sua condição normal, sem a influência humana;
enquanto “ísmo” significa: sistema, doutrina, teoria, tendencia. Esses conceitos combinados
criam o naturalismo, a cosmovisão que a natureza é tudo que existe, inalterada, nada existe ou
encontra sua causa fora da ordem material e natural.
Dentro do naturalismo temos dois lados, o metafísico e o metodológico. O lado
metafísico tem uma grande proporção nessa cosmovisão, ela consiste que toda a realidade tem
uma causa no mundo natural, o sistema se baseia em experiencias físicas, que possam ser
tocadas. Em complemento, o lado metodológico explica todas as percepções do naturalismo,
com métodos científicos para explicar o mundo natural.
Além desses dois lados, o naturalismo possui 2 grupos, o naturalismo fisicalista e o
não fisicalista. A principal diferença entre eles é a redução de tudo a entidades materiais Os
fisicalistas rejeitam tudo que possa ser sobrenatural ou espiritual, e os não fisicalistas são mais
tolerantes, e abrem espaço para certas crenças e espiritualidades, um exemplo disso é o
deísmo, onde deus criou o mundo, e ditou as leis naturais descritas pelo naturalismo.
Ainda no sistema do naturalismo, o conceito de personalidade é bem interessante
“Na terra parece existir uma série de diferente personalidades conscientes. O
naturalismo, por definição, diz que a personalidade surgiu (evoluiu) do não-pessoal, de
que era apenas matéria e energia. Não existe nada no universo naturalístico que seja
essencialmente pessoal.” De acordo com essa ideia, o naturalismo entra em uma
contradição, se a personalidade evoluiu de algo fora da natureza, significa que não
obedece às leis naturas e está fora de sua ordem, assim, isso contradita a ideia naturalista
de que existem aspectos fora da ordem material e natural.
O Naturalismo possui falhas, as vezes existem contradições que invalidam a teoria,
entretanto o sistema ainda é bem-organizado, e possui algumas premissas, a primeira é o
conceito básico, a realidade reside na natureza e nada mais, a segunda descreve que a natureza
é como um complexo materialista “A matéria é, nesse caso, um tipo de elemento primário,
fundamental, essencial. É um tipo de substância comum a todas as coisas, tal qual foi
defendida pelos atomistas gregos”, e a terceira premissa conceitua que a natureza é um
sistema determinista, todo fato ocorre por causas antecedentes.

CONCLUSÃO
O conceito de cosmovisão passou através de diversos filósofos e períodos que o
conceituaram de maneira diferente. Porém, o conceito geral permanece o mesmo: cosmovisão
é a lente que usamos para enxergar o mundo. Ela se relaciona com todas as áreas da vida do
indivíduo, desde a forma como obtemos e consideramos o conhecimento até o julgamento de
belo e errado.

Dessa forma, percebe-se que existem inúmeras formas de enxergar o mundo. Dentro
de cada cosmovisão existem segmentos que as subdividem ainda mais, fazendo com que
nenhuma cosmovisão no mundo seja igual a outra. Todas são únicas, pois o modo de pensar
do ser humano é único.

No entanto, apesar de nenhuma cosmovisão ser igual a outra, há aquelas que tem
características principais semelhantes, que formam grupos dentro da sociedade, as
segmentando de outras cosmovisões. É o caso do teísmo, naturalismo e deísmo.

Portanto, como disse Schelling, a cosmovisão é “uma maneira autorrealizada,


produtiva e consciente de aprender e interpretar o universo dos seres” (NAUGLE, 2017). Seu
objetivo é o de resolver o problema da existência do mundo, uma resposta para o problema da
existência e do significado do mundo. Cada individuo tem uma resposta diferente para essa
questão, e apesar de não haver consenso geral, sempre deve haver respeito.

REFERÊNCIAS

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<https://espiritualidades.com.br/Artigos/A_autores/
ALMEIDA_Joaz_tit_Razoes_de_ser_deista_lugar_de_Deus.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2024.

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Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/epistemologia/>. Acesso em: 29 mar. 2024.

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