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DIREITO DOS CONTRATOS

Profa. Lorrayne Simões Alves

PRINCÍPIOS CONTRATUAIS

1) Princípio da autonomia privada

a) Regra geral

b) Contrato de adesão

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias,


dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.

2) Princípio da boa-fé objetiva – arts. 113 e 422, CC

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,


como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

a) Diferença entre boa-fé objetiva e subjetiva

b) Venire contra factum proprium

c) Supressio e surrectio

d) Tu quoque

e) Duty to mitigate the loss

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3) A função social do contrato – art. 421, CC

Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.

4) O equilíbrio contratual – art. 421-A, CC

Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a


presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados
os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que: (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)

I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação


das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução; (Incluído pela Lei
nº 13.874, de 2019)

II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada;


e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada.

ESPÉCIES DE CONTRATOS

1) Contratos bilaterais x contratos unilaterais x contratos plurilaterais

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2) Contratos onerosos x contratos gratuitos

3) Contrato comutativo x contrato aleatório

4) Contratos solenes x contratos não solenes

5) Contratos intuitu personae x contratos impessoais

6) Contratos civis x contratos de consumo

7) Contratos lícitos x contratos ilícitos

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

8) Contratos típicos x contratos atípicos

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Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais
fixadas neste Código.

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

1) Proposta

a) Conceito

b) Obrigatoriedade da proposta

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Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não


resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do
caso.

c) Quando a proposta não é obrigatória

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de
comunicação semelhante;

II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para
chegar a resposta ao conhecimento do proponente;

III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do
prazo dado;

IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra


parte a retratação do proponente.

2) Aceitação da proposta

a) Conceito

b) Efeitos da aceitação ou não aceitação da proposta

Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao


conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob
pena de responder por perdas e danos.

Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações,


importará nova proposta.

Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação
expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato,
não chegando a tempo a recusa.

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Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela


chegar ao proponente a retratação do aceitante.

Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a


aceitação é expedida, exceto:

I - no caso do artigo antecedente;

II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;

III - se ela não chegar no prazo convencionado.

VÍCIOS REDIBITÓRIOS

1) Conceito

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe
diminuam o valor.

2) Ações edilícias

a) Ação redibitória:

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Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que


recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor
recebido, mais as despesas do contrato.

b) Ação estimatória ou quanti minoris:

Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o
adquirente reclamar abatimento no preço.

3) Prazo para requerimento dos direitos decorrentes de vícios redibitórios

a) Coisa móvel:
b) Coisa imóvel:

4) Contagem do prazo no vício redibitório:

Art. 445, § 1 o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o
prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e
oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.

Enunciado 174, CJF - Em se tratando de vício oculto, o adquirente tem os prazos do


caput do art. 445 para obter redibição ou abatimento de preço, desde que os vícios se
revelem nos prazos estabelecidos no § 1º, fluindo, entretanto, a partir do conhecimento
do defeito.

5) Vícios redibitórios em animais

Art. 445, § 2 o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios


ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais,
aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a
matéria.

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EVICÇÃO

1) Conceito

2) Elementos da evicção

a) Privação do direito do adquirente

b) Preexistência do direito do terceiro

c) Privação judicial ou administrativa

3) Extensão da responsabilidade na evicção

Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a
responsabilidade pela evicção.

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Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der,
tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do
risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.

4) Extensão da garantia

Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição
integral do preço ou das quantias que pagou:

I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;

II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente


resultarem da evicção;

III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.

Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na
época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.

5) Evicção parcial

Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a
rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque
sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.

6) Restituição das benfeitorias

Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção,
serão pagas pelo alienante.

Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo
alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.

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EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

1) Extinção pelo regular cumprimento

2) Extinção pela ineficácia contratual

3) Extinção pela resilição contratual

a) Resilição bilateral (distrato)

b) Resilição unilateral (denúncia)

4) Extinção pela rescisão contratual

5) Extinção pela resolução contratual

a) Cláusula resolutiva expressa:

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Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende
de interpelação judicial.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato,
se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização
por perdas e danos.

b) Resolução por onerosidade excessiva:

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de


uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra,
em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a
resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da
citação.

Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar


eqüitativamente as condições do contrato.

Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá
ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim
de evitar a onerosidade excessiva.

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CONTRATO DE COMPRA E VENDA

1) Conceito

2) Formalidades cartorárias

a) Compra e venda de coisa móvel:


b) Compra e venda de coisa imóvel:

3) Compra e venda de ascendente para descendente

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros


descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se


o regime de bens for o da separação obrigatória.

4) Compra e venda entre cônjuges

Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da
comunhão.

5) Proibição de compra e venda

Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:

I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua


guarda ou administração;

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II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que


servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;

III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou


auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no
lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;

IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.

6) Venda da fração ideal de um bem

Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se
outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da
venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer
no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.

Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior
valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte
vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.

7) Venda ad corpus x venda ad mensuram

8) Cláusula de retrovenda

Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo
máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas
do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua
autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.

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9) Venda a contento e venda sujeita a prova

Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição
suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o
adquirente não manifestar seu agrado.

Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de
que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se
destina.

Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição
suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.

Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá
direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável.

10) Preempção ou preferência

Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao


vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito
de prelação na compra, tanto por tanto.

Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a
cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.

Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimando o
comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa.

Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder, obrigado a pagar,
em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado.

Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for
móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias
subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor.

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Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou mais indivíduos
em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma das pessoas, a
quem ele toque, perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais utilizá-lo na forma
sobredita.

Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao
vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá
solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.

Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou
serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.

Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.

11) Venda com reserva de domínio

Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até
que o preço esteja integralmente pago.

Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de
registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.

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CONTRATO DE DOAÇÃO

1) Conceito

2) Requisitos:

a) Aceitação do donatário:

b) Formalidades cartorárias:

3) Doação feita ao nascituro

Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.

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4) Doação de ascendente para descentes / entre cônjuges

Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa


adiantamento do que lhes cabe por herança.

5) Estipulação de doação como promessa

Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e


determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a
ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada
por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.

6) Cláusula de reversão

Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se
sobreviver ao donatário.

Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.

7) Doação que causa condição famélica

Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente
para a subsistência do doador.

8) Doação do cônjuge adúltero ao concubino

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Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro
cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a
sociedade conjugal.

9) Revogação da doação por ingratidão do donatário

Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:

I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso


contra ele;

II - se cometeu contra ele ofensa física;

III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;

IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.

Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo
anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.

Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano,
a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o
donatário o seu autor.

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CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL – LEI DO INQUILINATO – LEI 8245/91

1) Conceito e abrangência

2) Prazo da locação

Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo, dependendo de vênia
conjugal, se igual ou superior a dez anos.

3) Prazos para devolução do imóvel

Art. 4o Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador
reaver o imóvel alugado. Com exceção ao que estipula o § 2 o do art. 54-A, o locatário, todavia,
poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada, proporcional ao período de cumprimento do
contrato, ou, na sua falta, a que for judicialmente estipulada. (Redação dada pela Lei nº
12.744, de 2012)

Parágrafo único. O locatário ficará dispensado da multa se a devolução do imóvel


decorrer de transferência, pelo seu empregador, privado ou público, para prestar serviços em
localidades diversas daquela do início do contrato, e se notificar, por escrito, o locador com
prazo de, no mínimo, trinta dias de antecedência.

4) Denúncia do locador

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a) Denúncia vazia – fim do prazo


b) Denúncia cheia

Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a trinta
meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo
indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel:

I - Nos casos do art. 9º;

II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo


locatário relacionada com o seu emprego;

III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso
residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou
companheiro, de imóvel residencial próprio;

IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras


aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo, vinte por
cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de hotel ou pensão, em cinqüenta por cento;

V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos.

§ 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente demonstrada, se:

a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocupando, com a mesma


finalidade, outro de sua propriedade situado nas mesma localidade ou, residindo ou utilizando
imóvel alheio, já tiver retomado o imóvel anteriormente;

b) o ascendente ou descendente, beneficiário da retomada, residir em imóvel próprio.

Art. 9º A locação também poderá ser desfeita:

I - por mútuo acordo;

II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual;

III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;

IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não
possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo,
ele se recuse a consenti - las.

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5) Direito de preferência do locatário

Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de


direitos ou dação em pagamento, o locatário tem preferência para adquirir o imóvel
locado, em igualdade de condições com terceiros, devendo o locador dar - lhe
conhecimento do negócio mediante notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de
ciência inequívoca.

6) Morte do locador ou locatário

Art. 10. Morrendo o locador, a locação transmite - se aos herdeiros.

Art. 11. Morrendo o locatário, ficarão sub - rogados nos seus direitos e obrigações:

I - nas locações com finalidade residencial, o cônjuge sobrevivente ou o companheiro e,


sucessivamente, os herdeiros necessários e as pessoas que viviam na dependência econômica
do de cujus , desde que residentes no imóvel;

II - nas locações com finalidade não residencial, o espólio e, se for o caso, seu sucessor
no negócio.

7) Sublocação do imóvel alugado

8) Realização de benfeitorias no imóvel alugado

Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias


introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde
que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção.

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Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo
locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do
imóvel.

9) Dos deveres do locador e do locatário

Art. 22. O locador é obrigado a:

I - entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a que se destina;

II - garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel locado;

III - manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel;

IV - responder pelos vícios ou defeitos anteriores à locação;

V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do estado do imóvel,


quando de sua entrega, com expressa referência aos eventuais defeitos existentes;

VI - fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por este pagas, vedada a
quitação genérica;

VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de intermediações, nestas


compreendidas as despesas necessárias à aferição da idoneidade do pretendente ou de seu
fiador;

VIII - pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro complementar contra fogo,
que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em contrário no
contrato;

IX - exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes relativos às parcelas que


estejam sendo exigidas;

X - pagar as despesas extraordinárias de condomínio.

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Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se entendem aquelas que


não se refiram aos gastos rotineiros de manutenção do edifício, especialmente:

a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral do imóvel;

b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem como das
esquadrias externas;

c) obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do edifício;

d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empregados, ocorridas


em data anterior ao início da locação;

e) instalação de equipamento de segurança e de incêndio, de telefonia, de


intercomunicação, de esporte e de lazer;

f) despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum;

g) constituição de fundo de reserva.

Art. 23. O locatário é obrigado a:

I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente


exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido,
no imóvel locado, quando outro local não tiver sido indicado no contrato;

II - servir - se do imóvel para o uso convencionado ou presumido, compatível com a


natureza deste e com o fim a que se destina, devendo tratá - lo com o mesmo cuidado como se
fosse seu;

III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu, salvo as


deteriorações decorrentes do seu uso normal;

IV - levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de qualquer dano ou


defeito cuja reparação a este incumba, bem como as eventuais turbações de terceiros;

V - realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou nas suas


instalações, provocadas por si, seus dependentes, familiares, visitantes ou prepostos;

VI - não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio e


por escrito do locador;

VII - entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança de tributos e


encargos condominiais, bem como qualquer intimação, multa ou exigência de autoridade
pública, ainda que dirigida a ele, locatário;

VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de força, luz e gás, água e esgoto;

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IX - permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário, mediante


combinação prévia de dia e hora, bem como admitir que seja o mesmo visitado e examinado
por terceiros, na hipótese prevista no art. 27;

X - cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos internos;

XI - pagar o prêmio do seguro de fiança;

XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio.

§ 1º Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as necessárias à administração


respectiva, especialmente:

a) salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e sociais dos


empregados do condomínio;

b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas de uso comum;

c) limpeza, conservação e pintura das instalações e dependências de uso comum;

d) manutenção e conservação das instalações e equipamentos hidráulicos, elétricos,


mecânicos e de segurança, de uso comum;

e) manutenção e conservação das instalações e equipamentos de uso comum destinados à


prática de esportes e lazer;

f) manutenção e conservação de elevadores, porteiro eletrônico e antenas coletivas;

g) pequenos reparos nas dependências e instalações elétricas e hidráulicas de uso


comum;

h) rateios de saldo devedor, salvo se referentes a período anterior ao início da locação;

i) reposição do fundo de reserva, total ou parcialmente utilizado no custeio ou


complementação das despesas referidas nas alíneas anteriores, salvo se referentes a período
anterior ao início da locação.

10) Peculiaridades da locação comercial – renovatória

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a
renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:

I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;

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II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos


contratos escritos seja de cinco anos;

III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e
ininterrupto de três anos.

Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:

I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que
importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que
aumente o valor do negócio ou da propriedade;

II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de
comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu
cônjuge, ascendente ou descendente.

CONTRATO DE FIANÇA

1) Conceito

2) Benefício de ordem

a) O que é?

b) Não tem benefício de ordem – art. 828, CC

Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador:

I - se ele o renunciou expressamente;

II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;

III - se o devedor for insolvente, ou falido.

3) Sub-rogação do fiador

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4) Herdeiros do fiador

Art. 836. A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a responsabilidade da fiança
se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da
herança.

5) Desobrigação do fiador

Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:

I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor;

II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências;

III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto


diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção.

6) O bem de família do fiador – Lei 8.009 (art. 3º, VII).

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