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P1 – DIREITO CONTRATUAL I

Acadêmico(a)

01 – Atente aos enunciados abaixo: (1,5)


I- Em relação a chamada teoria da expedição seria correto afirmar que neste
caso o contrato é concluído quando há a redação da resposta, ou seja, quando
o aceitante redige a epístola que comunicará ao oblato a aceitação. Esta teoria
não pode ser tida como a mais adequada, pois além de difícil comprovação,
deixa o consentimento ainda restrito ao âmbito do aceitante, o que denota
bastante insegurança jurídica. Imagine-se que o aceitante datilografasse uma
carta expressando seu consentimento e não a remetesse, mas guardasse em
uma gaveta, mesmo assim reputar-se-ia por efetivado o acordo de vontades.
Isso não pode ser admitido, pois se estaria deixando o proponente ao inteiro
alvedrio do aceitante.

INCORRETO O TEXTO REFERE-SE A TEORIA DE DECLARAÇÃO


PROPRIAMENTE DITA.

II-As negociações prévias, sondagens e trocas de correspondências eletrônicas


para o estabelecimento de regras iniciais para um futuro contrato, próprios da
autonomia privada da manifestação da vontade, são admissíveis no direito e,
sempre com base em investigação do caso concreto, a quebra da expectativa
de contratar pode gerar uma responsabilidade não contratual.

CORRETO – DOUTRINÁRIO

III -O pacto de contrahendo objetiva delimitar os contornos principais do


contrato definitivo Esse contrato deve conter todos os requisitos essenciais ao
contrato a ser celebrado. A depender da necessidade registrária de seu objeto,
deve ser levado ao registro competente. Na ausência de registro, o vendedor
poderá responder por perdas e danos na venda do bem a terceiros. Inexistindo
cláusula de arrependimento nesse contrato, quaisquer das partes poderão
exigir a celebração do contrato definitivo. Se uma parte não der execução ao
contrato preliminar, a outra parte poderá considerá-lo desfeito e pedir as perdas
e danos.

CORRETO: Previsão dos arts. 462 a 466 do Cód. Civil


Sistema de formação e classificação de contratos em ambiente de sociedade
da informação SIMÃO FILHO, Adalberto. Revista Jurídica do TJSP –
Disponível em:
www.tjsp.jus.br/download/EPM/Publicacoes/ObrasJuridicas/cc26%20correto.pd
f?d=636808287678624823.
Após sua análise atenta aponte dentre as alternativas abaixo, a assertiva que
se apresenta correta:
a) Somente o enunciado I está correto;
b) Somente o enunciado II está correto;
c) Somente o enunciado III está correto;
d) Somente os enunciado I e II estão corretos;
e) Somente os enunciado I e III estão corretos;
f) Somente os enunciado II e III estão corretos;
g) Todos os enunciados estão corretos;
h) Nenhum dos enunciados está correto.

RESP: II e III estão Corretos “f”

02 – Atente aos enunciados abaixo: (1,5)

I - A aceitação, é a manifestação da vontade, expressa ou tácita, da parte do


destinatário de uma proposta, feita dentro do prazo, aderindo a esta em todos
os seus termos, tornando o contrato definitivamente concluído, desde que
chegue oportunamente ao conhecimento do ofertante. A aceitação pode ser
expressa, quando o oblato declara a aquiescência, ou tácita, quando por ato
inequívoco do aceitante se permite concluir pela anuência. A aceitação deve
ainda ser oportuna, em que a força vinculante ocorre da tempestiva
manifestação da vontade, e conclusiva ou integral, sem condicionantes.

CORRETO : DINIZ, Maria Helena. Direito Civil brasileiro. São Paulo: Saraiva,
2006, p. 97).

II – Analisando os defeitos ocultos existentes na coisa objeto de contrato


comutativo é certo que Como qualquer conceito jurídico indeterminado, os
contornos objetivos da cognoscibilidade desses defeitos serão delineados
pela jurisprudência, na análise do caso concreto, diante das peculiaridades da
situação e, é claro, da relação entre o momento da constatação do vício pelo
adquirente e o tráfego jurídico habitual relativo àquele produto. Assim, no
momento do conhecimento do vício se inicia a contagem do prazo
prescricional para o exercício das ações edilícias, sendo de seis meses para
coisas móveis e um ano para imóveis. De certa forma, provar o momento da
detecção do vício é uma tarefa árdua para ao adquirente. Todavia, a norma
propicia maior garantia a ele, porque muitas vezes os vícios só se manifestam
em circunstâncias e épocas específicas. Por outro ângulo, a imposição de um
limite temporal para a detecção dos vícios reforça o princípio da segurança
jurídica, evitando demandas lastreadas em vícios ocultos supostamente
descobertos 'anos' após a tradição da coisa ou imóvel. 

INCORRETO: O prazo não é prescricional e sim decadencial – assim o termo


“prescricional” (9ª linha) mostra-se incorreto–
Decai do direito de alcançar a redibição do contrato ou o abatimento no preço
pago quem não o faz nos 180 (cento e oitenta) dias seguintes à ciência do
vício, em se tratando de vício oculto embutido em bem móvel. Leitura
combinada dos arts. 207, 210e 445, caput e § 1º, do CC/02, além do
enunciado nº 28, da I Jornada de Direito Civil. (TJ-GO - AC:
03676584120118090006 ANAPOLIS, Relator: DES. ALAN S. DE SENA
CONCEICAO, Data de Julgamento: 06/08/2015, 5A CAMARA CIVEL, Data de
Publicação: DJ 1848 de 14/08/2015) (TJ-SP - APL: 00003095120138260071
SP 0000309-51.2013.8.26.0071, Relator: Carlos Alberto de Salles, Data de
Julgamento: 15/07/2016, 3ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
15/07/2016)

III – Em um exemplo hipotético Felipe Ferzeli vende para Gabriela Medina um


bem imóvel, na data de 01/07/2018, no entanto surge um decisão judicial, em
01/12/2019, “afirmando” que o bem, na verdade pertencia a Kaue Leite,
Felipe, então prejudicado ajuíza “contra” Gabriela uma ação de evicção,
pleiteando perdas e danos na data 02/12/2019. Em suas alegações, o Dr.
Adriano, advogado de Felipe, posiciona-se no sentido que o prazo
prescricional não seria o prazo geral disposto no artigo 205 do CC; 2ª o prazo
prescricional deveria ser de 03 anos, na forma como dispõe o Art. 206
parágrafo 3º,IV.

INCORRETO: O sujeito ativo da ação (quem tem o direito de pedir) é o


comprador (Gabriela) pois foi este que “perdeu a propriedade do bem (sofreu
os efeitos da evicção. Portanto, Felipe NÃO é o prejudicado.
Após sua análise atenta aponte dentre as alternativas abaixo, a assertiva que
se apresenta correta:
a) Somente o enunciado I está correto;
b) Somente o enunciado II está correto;
c) Somente o enunciado III está correto;
d) Somente os enunciado I e II estão corretos;
e) Somente os enunciado I e III estão corretos;
f) Somente os enunciado II e III estão corretos;
g) Todos os enunciados estão corretos;
h) Nenhum dos enunciados está correto.

RESP “a”

03 - – Atente aos enunciados abaixo: (1,5)

I - A evicção é uma modalidade de garantia própria dos contratos onerosos,


que criam a obrigação de transferir o domínio e a posse mesmo que sem uso,
de determinada coisa ou ao menos determinável. Deriva do princípio de que o
alienante tem o dever de garantir ao adquirente a posse justa da coisa
transmitida, defendendo-a de pretensões de terceiros quanto ao seu domínio.
Por isso, afirma-se que é um fenômeno próprio da alienação onerosa, em que
a entrega regular da coisa vendida ao comprador não esgota as obrigações do
vendedor. Assim a obrigação do adquirente de efetuar o pagamento da coisa
objeto do contrato comutativo, encontra-se ao arbítrio de uma condição
resolutiva, podendo , portanto, este transferir ou não a propriedade da coisa na
dependência da ocorrência ou não da evicção . Este deve, ainda, a garantia de
ter transmitido direitos que era lícito transmitir, de tal sorte que o comprador
possa exercer pacificamente a posse e a propriedade da coisa que adquiriu.

INCORRETO: O texto está sem qualquer sentido

II - A superveniência de caso fortuito faz surgir para o credor o direito


potestativo de resolver a relação obrigacional: a lei incide diretamente sobre o
fato, resolvendo o contrato automaticamente. Nos casos em que a
impossibilidade é informada por culpa e o devedor não infringe dever de
diligência, mas a prestação, ainda assim, se torna impossível teremos, então, a
impossibilidade não-imputável, que libera o devedor e o desonera do
pagamento de perdas e danos, afastando a possibilidade de o credor invocar o
direito à resolução, pois há extinção ipso iure”

INCORRETO na 1ª linha [...] faz surgir[...] foi suprimida a palavra “NÃO” o que
faz com que o enunciado esteja incorreto.

– MARTINS-COSTA, Judith. Comentários ao novo Código Civil: do


inadimplemento das obrigações. Rio de Janeiro: Forense, 2004. v.5. t. 2. p.271

III - Há que se verificar que o instituto dos vícios redibitórios, possui


determinados requisitos. Há que se anotar que o referido instituto incide sobre
os contratos comutativos, em que há conhecimento prévio das prestações
recíprocas , com relativo equilíbrio entre prestação e contraprestação. A
existência do sinalagma e, portanto, da justiça contratual requer uma
equivalência das trocas contratuais. Haverá lesão a esse equilíbrio se o bem
recebido por uma das partes for incapaz materialmente de atender às suas
finalidades materiais

CORRETO ( ROSENVALD, Nelson. Código Civil comentado. PELUSO


Cezar (coord). São Paulo: Manole, 2020, p.470)

Após sua análise atenta aponte dentre as alternativas abaixo, a assertiva que
se apresenta correta:
a) Somente o enunciado I está correto;
b) Somente o enunciado II está correto;
c) Somente o enunciado III está correto;
d) Somente os enunciado I e II estão corretos;
e) Somente os enunciado I e III estão corretos;
f) Somente os enunciado II e III estão corretos;
g) Todos os enunciados estão corretos;
h) Nenhum dos enunciados está correto.
Resposta “C”
04 – Vamos imaginar hipoteticamente que Igor seja alienatário der um bem
imóvel qualquer, independentemente da forma como foi feita a aquisição,
analisando a norma legal em relação ás “garantias” de Igor, seria certo afirmar
que(1,0)
a)Igor pode vir a “perder” a propriedade do bem, sendo esta a perda ou o
desapossamento da coisa adquirida face a decisão judicial decorrente de ação
estimatória, determinante e, já existente quando da alienação, em favor do
verdadeiro detentor do direito sobre o bem.
b) Caso Igor tenha sido alienatário do bem em face de alienação por hasta
pública, não será beneficiado pelas garantias referentes aos defeitos ocultos,
tampouco da evicção, vez que a natureza, de cunho processual, desta
aquisição, “tira” da aquisição sua natureza jurídica convencional o que impede
o exercício dos direitos decorrentes dos institutos acima.
c) Se o bem adquirido, mesmo estando em poder de Igor sofrer deterioração,
isto não retira a responsabilidade do transmitente do bem, que responde por
evicção. Cabe atentar que o dever jurídico da responsabilidade pode ser
afastado se comprovado que Igor agiu com dolo na deterioração do bem.
d) Igor adquire o bem objeto do neg. Jurídico e, somente posteriormente vem a
constatar que o bem adquirido possui de vícios ocultos se restar provado que
o alienante, ao tempo da tradição da coisa, conhecia o vício redibitório no bem
objeto de contrato, este deve restituir o que recebeu. Entretanto, se o alienante
desconhecia o vício, não será responsabilizado pelo defeito da coisa alienada

.
RESPOSTA “c” - CESPE - 2006 - OAB - Exame de Ordem - 2 -
Primeira Fase – modificações sem que haja a mudança de sentido

05 – Atente aos enunciados abaixo (1,5)


I - A evicção remete à ideia de perda, sendo garantia contratual dos contratos
onerosos, da mesma forma que os vícios redibitórios. É a perda, pelo
adquirente (evictor), da propriedade da coisa, por força de sentença judicial ou
ato administrativo que reconheceu direito anterior a outrem, terceiro intitulado
como evicto. Sua finalidade é resguardar o adquirente de eventual alienação a
non domínio, ou seja, alienação de coisa não pertencente ao alienante. Sendo
assim, poderá o adquirente evicto (alienatário), no caso de perda do bem,
voltar-se contra o alienante, com a finalidade de receber a justa compensação.
Sendo garantia legal, independentemente de constar no contrato, existirá.
Todavia, sendo direito disponível, poderá ser reforçada, reduzida ou excluída
do contrato. Entretanto, por ser garantia destinada a proteger a boa fluidez do
comércio jurídico, importantíssima para a sociedade e para o Estado
(circulação de capital com lastro, estimulação do comércio e consequente
geração de empregos, etc.), sua exclusão é via excepcional que deve
preencher os seguintes requisitos.

INCORRETO – OS TERMOS EVICTO E EVICTOR ESTÃO


TROCADOS . - GAGLIANO, Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO,
Rodolfo . Novo curso de direito civil, volume 4 : contratos, tomo
1 : teoria geral. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012., p. 245-246)

II- A possibilidade de inserção da cláusula solve et repete nos contratos


bilaterais está diretamente ligada ao exame da autonomia da vontade. Indaga-
se, com base em tal princípio, se seria juridicamente inadmissível o
afastamento da exceptio non adimpleti contractus por estipulação contratual. A
cláusula solve et repete impõe a seguinte situação: “pague e depois reclame” .
Isso quer dizer que, independentemente de o outro ter adimplido a obrigação
estabelecida pelo contrato, o contratante pode abrir mão do direito de alegar a
exceção do contrato não cumprido, vinculando-se, mesmo em tais condições,
ao cumprimento de sua obrigação. Desta forma, caso haja demanda pelo
cumprimento do contrato, a parte que abriu mão da exceptio estará obrigada à
prestação, mesmo que o demandante não tenha cumprido o que lhe seja
cabível. Apenas em uma nova ação é que o demandado poderá exigir perdas e
danos pelo inadimplemento contratual.

INCORRETO: A palavra “inadmissível” (3ª linha) deixa incorreto o


enunciado – A palavra correta seria “ADMISSÍVEL”
VENOSA, Sílvio S. de. Direito Civil: Teoria Geral das Obrigações e Teoria
Geral dos Contratos. V. 2. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2011. P, 410
GONÇALVES, Carlos R. Direito Civil Brasileiro.: Contratos e Atos
Unilaterais. V. 3. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. P. 167
III – Em princípio, a existência da cláusula resolutiva dispensa o exercício da
pretensão, pela via judicial, ao desfazimento do contrato. A inserção da
cláusula já presume a inutilidade da prestação, caso superado o termo ajustado
para o cumprimento das prestações. A essencialidade do termo decorre do
contrato. Nada obstante, é comum que o credor tenha interesse em pleitear
judicialmente a resolução para definir com segurança questões como a
restituição das prestações, o direito à indenização ou mesmo cumular pedidos
sucessivos, como a retomada da posse. Julgada procedente a pretensão
resolutória, terá a sentença natureza declaratória, liberando a parte lesada da
necessidade de cumprir sua prestação em caráter ex tunc. Em regra, a
resolução dissolve o contrato e retroage os contratantes ao estado pretérito,
com efeito ex Tunc, como se jamais tivesse sido realizado.
CORRETO: EX TUNC (ROSENVALD, Nelson. Código Civil comentado.
PELUSO Cezar (coord). São Paulo: Manole, 2020, p.550) – GONÇALVES,
Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2020,p. 511.
Após sua análise atenta aponte dentre as alternativas abaixo, a assertiva que
se apresenta correta:
a) Somente o enunciado I está correto;
b) Somente o enunciado II está correto;
c) Somente o enunciado III está correto;
d) Somente os enunciado I e II estão corretos;
e) Somente os enunciado I e III estão corretos;
f) Somente os enunciado II e III estão corretos;
g) Todos os enunciados estão corretos;
h) Nenhum dos enunciados está correto.

Resposta “C”
06 – Atente aos enunciados abaixo (1,5)

I – Analisando o inadimplemento culposo no contrato aleatório, não se pode


falar em eliminação da álea, nem tampouco na impossibilidade do objeto, vez
que tanto uma quanto outra mostram-se supervenientes à celebração da
avença. Assim, em sede do contrato aleatório em que um dos contratantes
dolosamente deixa de cumprir ou cumpre imperfeitamente a prestação que lhe
incumbe, a princípio, há todos os elementos necessários para a sua existência,
bem como os requisitos para a sua validade. Não se trata, portanto, de
inexistência ou invalidade do contrato. Ademais, analisando as três descrições
dinamicamente, conclui-se que é o inadimplemento do contrato que acarreta a
eliminação da álea e impossibilita o objeto.
CORRETO - AZEVEDO, Antônio Junqueira. Negócio jurídico: existência,
validade e eficácia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 140 e 161).
II - O cumprimento imperfeito da prestação que cabia ao alienante é
modalidade de inadimplemento contratual designada de adimplemento
imperfeito. Trata-se de atuação do devedor-alienante direcionada ao
adimplemento, mas que, ao fim, não se ajusta à prestação devida.Como
exemplo de um cumprimento imperfeito do contrato se o alienante, num
contrato de compra e venda aleatória da produção de soja, por exemplo, deixa
de ter os cuidados devidos para que a produção seja, no mínimo, satisfatória
boa. (falta de adubação adequada, utilização de defensivos, etc), assim a
aplicabilidade do emptio spei no exemplo acima, é pacífica, o que não poderia
ocorrer no caso da aplicação do disposto do art. 459 do CC.

INCORRETO – O enunciado é específico para o Art. 459 – (emptio rei


speratae) [...], no mínimo, satisfatória boa
ASSIS, Araken de. Resolução do contrato por inadimplemento. 2. ed. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1994, p. 114-118; e SILVA, Jorge Cesa
Ferreira da. A boa-fé e a violação positiva do contrato. Rio de Janeiro: Renovar,
2002, p. 244-251

.
III - Mariana emprestou (mutuo)R$ 50.000,00 para Pedro Delmondes, com
uma taxa de juros escorchante, para que não se desse azo a nulidade do
contrato por violação ao princípio da boa-fé, foi entabulado um contrato de
compra e venda de imóvel com pacto comissório. Levada a questão ao
judiciário a Dra Marcella Nantes, entendeu corretamente, fundamentando sua
decisão, na premissa que, uma vez demostrado que contrato de compra e
venda de imóvel constituiu instrumento de simulação para ocultar contrato de
mútuo garantido por pacto comissório, deve ser declarada a nulidade do
negócio jurídico, por violar o disposto nos artigos 167.

CORRETA A FUNDAMENTAÇÃO a decisão da juíza, vez que


na simulação por ocultação da verdade na declaração, esconde-se a exata
natureza do ato, que não se apresenta no mundo jurídico com a devida
seriedade. - simular é a prática de ato ou negócio que esconde a real
intenção. A intenção dos simuladores é encoberta mediante disfarce,
parecendo externamente negócio que não é espelhado pela vontade das
partes" (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. 16. ed. São
Paulo: Atlas, 2016. p. 547). É o que ocorrre quando, por exemplo, uma
doação oculta venda, ou um pacto de retrovenda oculta um empréstimo,
ou quando na compra e venda o preço estampado no título não é o realmente
pago. Existe aí ocultação da exata natureza do ato, que não se apresenta no
mundo jurídico com a devida seriedade" (op. cit. p. 554) Assim, fica
caracterizada a nulidade em avenças de compra e venda de imóveis, quando,
na verdade, o bem serve como garantia de mútuo, representada por
reprovável pacto comissório
(TJ-SC - AC: 00107218820098240054 Rio do Sul 0010721-
88.2009.8.24.0054, Relator: Luiz Cézar Medeiros, Data de Julgamento:
03/04/2018, Quinta Câmara de Direito Civil –

TJ-PR - AC: 1245883 PR Apelação Cível - 0124588-3, Relator: Regina Afonso


Portes, Data de Julgamento: 17/09/2002, 3ª Câmara Cível, Data de
Publicação: 07/10/2002 –

TJ-SP - CR: 3659284200 SP, Relator: Celina Dietrich e Trigueiros Teixeira


Pinto, Data de Julgamento: 16/12/2008, 1ª Câmara de Direito Privado.

TJ-RS - AI: 70075455147 RS, Relator: Pedro Luiz Pozza, Data de


Julgamento: 07/11/2017, Décima Segunda Câmara Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 09/11/2017)

Após sua análise atenta aponte dentre as alternativas abaixo, a assertiva que
se apresenta correta:
a) Somente o enunciado I está correto;
b) Somente o enunciado II está correto;
c) Somente o enunciado III está correto;
d) Somente os enunciado I e II estão corretos;
e) Somente os enunciado I e III estão corretos;
f) Somente os enunciado II e III estão corretos;
g) Todos os enunciados estão corretos;
h) Nenhum dos enunciados está correto.

Resposta “E”

07 – Atente aos enunciados abaixo: (1,5)


I-No que concerne à resilição, esta pode apresentar-se de forma bilateral ou
unilateral. Quando bilateral, é chamada de distrato, sendo necessária a
observância dos requisitos de existência e validade como em um negócio
qualquer. Ressalte-se que, à luz da autonomia da vontade, podem as partes
estabelecer o modo em que os efeitos do distrato se operarão – se ex tunc ou
ex nunc. Atente-se que a norma legal, ao falar da forma do distrato, informa
que deve ser aquela exigida para o contrato, se a lei assim fizer. Portanto, não
é a forma escolhida pelas partes para o contrato, mas a forma,
excepcionalmente, imposta por lei. Por outro lado, se para o negócio a lei
impõe forma específica, o distrato deve observar tal forma.. Quanto a resilição
unilateral, no que concerne ao seu âmbito de incidência, mostra-se em menor
número, visto que ela materializa a vontade de uma das partes do contrato,
nesta linha há disposição legal que a forma extintiva só decorre de poder
conferido pela lei. Registre-se que a norma legal dispõe que a resilição opera-
se pela denúncia do contrato. Ou seja, a denúncia é uma das formas de se
utilizar a resilição unilateral. Deve-se reconhecer que a doutrina reconhece,
outras formas de resilição unilateral, tais como a revogação e a renúncia.
CORRETO - GASPAR, Antonio A. Toledo de. Da Extinção dos Contratos
Revista da EMERJ, v. 11, nº 42, 2008, P. 102
II – Analisando as diferenças tendo por base a ideia da autonomia do contrato
preliminar em face do definitivo, pode-se citar que, a 1ª primeira diferença
refere-se ao objeto, enquanto no contrato preliminar o objeto é a obrigação de
contratar, no definitivo são as prestações próprias do contrato principal, dar a
coisa que lhe serve de objeto. Já a (ALMEIDA, 2017).2ª diferença reflete nos
efeitos considerando que, contrato preliminar é inapto a gerar os efeitos
jurídicos típicos do contrato definitivo. Já o 3ª aspecto diferencial reside no fato
que, o contrato preliminar tem como finalidade a garantia, onde as partes se
comprometem a celebrar um contrato futuro e aquele que dispõe a se desfazer
de um bem ou direito somente o fara após receber integralmente o valor devido
pela parte contrária.
CORRETO: Ex - a compra e venda que só seria celebrada após a quitação do
preço mediante a outorga da escritura definitiva a ser levada a registro, sem o
que o direito de propriedade não se constitui.
ALMEIDA, Mauricio Junior, OLIVEIRA, Andre Francisco. Responsabilidade
decorrente da quebra das obrigações laterais de cumprimento dos contratos.
JUNIOR, Valter Farid Antonio. Compromisso de Compra e Venda. São
Paulo.:1. ed. Atlas S.A, 2009, v 1.
III – Analisando o processo negocial referente a formação do NJ, é certo que
este se trata de um processo negocial complexo, as partes contratantes podem
praticar atos que podem vir a ter verdadeira validade e eficácia jurídica. Dentre
à variedade de atos praticados no curso desse processo, tem-se observado
grande dificuldade em definir corretamente o regime jurídico a tratar o período.
Nesta ótica cabe identificar e separar esse período anterior à conclusão do
contrato final ou definitivo em dois estágios em dois estágio . No 1º estágio,
chamado de tratativas, ou negociações preliminares , ou seja simples contatos
em que as partes buscam negociar o contrato a ser celebrado, mesmo que as
partes ainda não tenham em mente o que exatamente estão buscando
contratualmente. Esse período se destacaria não apenas por conferir às partes
a possibilidade de verificar a respectiva conveniência em concluir o contrato,
mas, sobretudo em tornar possível a conciliação de interesses; Dessa forma,
no estágio das tratativas, já há a existência de um contrato, vez que se
encontram definidos em seus elementos essenciais. Nesse momento, as partes
não buscam a intenção de se vincular ou se obrigar contratualmente. No 2º
estágio, tem-se um momento onde as negociações já se encontram mais
avançadas, as partes passam a praticar atos de maior relevância e que, muitas
vezes, podem vir a trazer consequências jurídicas obrigacionais, como a oferta
e o aceite, a opção ou o contrato preliminar . Este segundo estágio, conhecido
como formação do contrato, diferencia-se do primeiro exatamente no sentido
de que as partes buscam a prática de atos que tragam efeitos jurídicos.

INCORRETO – Na 12ª linha [...] já há a existência de um contrato, vez que se


encontram definidos em seus elementos essenciais.[...] – Não ocorre nas
negociações preliminares.
GOMES, O. Contratos. 25. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002 p.59/60)
ZANETTI, C.S. Responsabilidade pela ruptura das negociações. São Paulo:
Juarez de Oliveira, 2005, p. 8.
PEREIRA, C.M.S. Instituições de Direito Civil: Contratos. 28. ed. rev. atual. Rio
de Janeiro: Forense, 2015. P. 37/38

Após sua análise atenta aponte dentre as alternativas abaixo, a assertiva que
se apresenta correta:
a) Somente o enunciado I está correto;
b) Somente o enunciado II está correto;
c) Somente o enunciado III está correto;
d) Somente os enunciado I e II estão corretos;
e) Somente os enunciado I e III estão corretos;
f) Somente os enunciado II e III estão corretos;
g) Todos os enunciados estão corretos;
h) Nenhum dos enunciados está correto.
RESPOSTA “D”

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