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CURSO PREPARATÓRIO

Concurso para
JUIZ FEDERAL
Prova escrita

Alexandre Rossato da S. Avila


2016
ARRENDAMENTO
MERCANTIL: LEASING
Prof. Dr. Marcos Roberto de Lima Aguirre
SUMÁRIO
1. Introdução, Conceito, Evolução Histórica e Natureza Jurídica
2. Partes, Obrigações e Classificação
3. Espécies, Extinção e Características
INTRODUÇÃO
As relações comerciais possuem uma contribuição significativa para o
surgimento da sociedade, mediante o suprimento das necessidades, além da
sua extrema importância para as relações sociais, inclusive as de nível
internacional.

O contrato de leasing, denominado no Brasil como arrendamento mercantil,


é resultante deste processo de desenvolvimento, oriundo dos interesses dos
comerciantes em aperfeiçoar as suas relações profissionais, visando adquirir
produtos necessários sem possuir os recursos suficientes para a sua devida
obtenção.
INTRODUÇÃO
Arnold Wald explica que o contrato de arrendamento mercantil ou leasing da
seguinte forma:

“trata-se de um contrato de origem norte-americana, em que um


comerciante ou industrial, necessitando de certos equipamentos, que
não lhe convém adquirir, obtém de uma instituição financiadora que os
compre e os alugue, permitindo à locatária no fim do período da locação
a aquisição por preço que leve em conta os aluguéis.”
CONCEITO
O contrato de leasing ou arrendamento mercantil, conforme artigo 1º
parágrafo único da Lei Federal nº 6.099 de 1974, é:

O negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de


arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e
que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela
arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio
desta.

Assim, sua definição é de um contrato no qual duas ou mais partes resolvem


alugar ou arrendar determinado objeto um ao outro.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, introduziu este contrato no
ordenamento jurídico, dispondo sobre o tratamento tributário.

Posteriormente, foi parcialmente alterada pela lei nº 7.132, de 26 de outubro


de 1983. Todavia estes dispositivos limitavam-se ao tratamento tributário
do leasing, uma área bastante utilizada, mas sem a devida importância nos
preceitos normativos.

A Lei do Mercado de Capitais, nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, no


seu art. 9º, estabelece a competência do Banco Central do Brasil a por em
prática as normas do Conselho Monetário Nacional, inclusive as
referentes ao leasing.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Um ano depois da lei nº 6.099/74, foi criada a Resolução nº 351, de 17 de
novembro de 1975, com um Regulamento anexo, na sessão deste conselho,
no dia 12 do referido mês, estabelecendo os dispositivos referentes às
operações deste contrato, inclusive a participação somente de pessoas
jurídicas, seguindo o mesmo entendimento da lei nº 6.099/74.

Visando a ampliação prática deste contrato, o arredamento mercantil de


bens importados foi posteriormente regulado pela Resolução nº 666, de
17 de dezembro de 1980.

Tais medidas foram criadas para melhorar/incrementar a economia brasileira.


EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Entretanto, o mercado ainda não estava reagindo como se esperava, uma vez
que a utilização do leasing conforme estes dispositivos era bastante reduzida,
já que a operação era somente permitida com pessoas jurídicas, diminuindo
assim, o número de contratos substancialmente.

Diante da necessidade em suprir tal fato, a lei nº 6.099/74 e o Regulamento


foram alteradas pela lei nº 7.132, de 26 de outubro de 1983, permitindo a
participação de pessoas físicas como arrendatárias.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Por fim, depois de vários dispositivos referentes a participação ou não de
pessoas físicas no arrendamento mercantil, a Resolução nº 2.309, de 28 de
agosto de 1996, e seu Regulamento anexo, do Banco Central do Brasil, veio
finalmente disciplinar as operações do arrendamento mercantil.
NATUREZA JURÍDICA
O Contrato de Arrendamento Mercantil ou Leasing, possui características
complexas, há posicionamentos doutrinários divergentes acerca da sua
natureza jurídica, inclusive de que se trata somente de uma espécie de
locação.

Em outros casos, se considera como um negócio jurídico compreendendo


uma locação, uma promessa unilateral de compra e venda e em alguns
casos, um financiamento.
NATUREZA JURÍDICA
Assim, o leasing é resultante da complexidade dos contratos mencionados,
pois há entrega de um bem, em contrapartida ao pagamento das prestações;
além da obrigação unilateral do arrendador no cumprimento posterior, em
vender o bem, findo o contrato, pelo preço residual.

Ao arrendatário decidirá se irá comprar o bem, renovar o contrato, restituir o


bem; e, por fim, pela responsabilidade do arrendador pelos atos praticados
pelo arrendatário.
NATUREZA JURÍDICA
Conforme demonstraremos posteriormente, uma das obrigações do
arrendador, é adquiri-lo sob as indicações do arrendatário, mediante um
contrato de compra e venda, e posteriormente, o arrendatário poderá comprar
o bem sob o preço residual, resultando, portanto, em uma possível relação de
compra e venda entre as partes.

Desta forma, trata-se de um contrato com características bastante distintas


em virtude da sua finalidade de atender determinadas necessidades
específicas.
PARTES
São partes do Arrendamento Mercantil: o arrendador e o arrendatário.

O arrendador, o qual é aquele que arrenda o bem, deve necessariamente ser


uma empresa, inclusive ser constituída como sociedade anônima, conforme
regulamentação do Banco Central por meio da Resolução nº 351/75.

O arrendatário é a pessoa física ou jurídica, que, em vez de comprar o bem


que necessita, utilizará o leasing para suprir as suas necessidades, indicando
as especificações do bem ao arrendador.
PARTES
Entretanto, existe também o fornecedor do bem.

Conforme o conceito mencionado no parágrafo único da lei nº 6.099 de


12/09/74, o arrendador irá adquirir bens. Desta forma, reconhece a
participação deste, tendo em vista que o objeto contratual será obtido
mediante contrato de compra e venda entre o fornecedor do bem com o
arrendador.
OBRIGAÇÕES
Arrendador: banco ou sociedade de arrendamento mercantil;

Obrigações do arrendador:

 Adquirir o(s) bem(ns) a ser(em) arrendado(s) conforme escolha do


arrendatário;
 Entregar a posse do bem ao arrendatário para o seu uso;
 Aceitar a escolha do arrendatário ao final do contrato seja ela pela
devolução, renovação ou venda do bem pelo preço residual pré-acertado.

O arrendador adquire o bem escolhido pelo arrendatário, e este o utiliza


durante o contrato, mediante o pagamento de uma contraprestação.
OBRIGAÇÕES
Arrendatário: cliente da operação.

Obrigações do arrendatário:

 Pagar as prestações da maneira ajustada e em dia;


 Manter e zelar os bens arrendados sob a sua custódia;
 Se obrigar ao final do contrato pela compra, renovação ou entrega do bem;

O arrendador é, portanto, o proprietário do bem, sendo que a posse e o


usufruto, durante a vigência do contrato, são do arrendatário.
OBRIGAÇÕES
Fornecedor: cliente da operação.

Obrigações do Fornecedor:

 Entregar bem ao arrendatário e cobra da arrendadora.


CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO
 Tipicidade: O contrato de leasing tem previsão legal na Lei Federal nº
6.099 de 1974, que estipula cláusulas imprescindíveis no contrato de
leasing, em seu artigo 5º.

 Misto: o contrato de leasing é a união de três tipos de contratos:


Financiamento, Locação e Promessa de Compra e Venda.

 Oneroso: existência de contraprestação financeira.

 Bilateral: duas partes no contrato, o arrendador e o arrendatário.


CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO
 Paritário: o contrato será sempre paritário, contudo, admite-se o contrato
de adesão nos contratos de leasing de carros, direcionados ao público me
geral.

 Real: se efetiva com a devida entrega do bem ao arrendatário.

 Comutativo: é um contrato onde as partes tem obrigações equivalentes,


com prestações certas e determinadas: o arrendatário pagar suas
contraprestações e fazer sua opção ao final do contrato, o arrendador,
passar a posse do bem ao arrendatário.

 Principal: o contrato de leasing independe de outro contrato para possuir


validade.
CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO
 Solene: obrigatoriedade de ser escrito e obedecer alguns requisitos legais,
em instrumento público ou particular.

Assim temos que o contrato de leasing é: típico, misto, oneroso, bilateral,


paritário em regra, real, comutativo, principal e solene.
REQUISITOS DO CONTRATO
O contrato de leasing ou arrendamento mercantil, de acordo com o artigo 5º
da Lei Federal nº 6.099 de 1974, possui os seguintes requisitos:

a) prazo do contrato;

b) valor de cada contraprestação por períodos determinados, não


superiores a um semestre;

c) opção de compra ou renovação de contrato, como faculdade do


arrendatário;

d) preço para opção de compra ou critério para sua fixação, quando


for estipulada esta cláusula.
REQUISITOS DO CONTRATO
Parágrafo único - Poderá o Conselho Monetário Nacional, nas operações que
venha a definir, estabelecer que as contraprestações sejam estipuladas por
períodos superiores aos previstos na alínea b deste artigo.

Igualmente é definido no o artigo 7º da Resolução Bacen nº 2.309, a saber:

Art. 7º Os contratos de arrendamento mercantil devem ser formalizados por


instrumento público ou particular, devendo conter, no mínimo, as
especificações abaixo relacionadas:

I - a descrição dos bens que constituem o objeto do contrato, com todas


as características que permitam sua perfeita identificação;
REQUISITOS DO CONTRATO
II - o prazo de arrendamento;

III - o valor das contraprestações ou a fórmula de cálculo das


contraprestações, bem como o critério para seu reajuste;

IV - a forma de pagamento das contraprestações por períodos


determinados, não superiores a 1 (um) semestre, salvo no caso de
operações que beneficiem atividades rurais, quando o pagamento pode
ser fixado por períodos não superiores a 1 (um) ano;

V - as condições para o exercício por parte da arrendatária do direito de


optar pela renovação do contrato, pela devolução dos bens ou pela
aquisição dos bens arrendados;
REQUISITOS DO CONTRATO
VI - a concessão à arrendatária de opção de compra dos bens
arrendados, devendo ser estabelecido o preço para seu exercício ou critério
utilizável na sua fixação;
VII - as despesas e os encargos adicionais, inclusive despesas de
assistência técnica, manutenção e serviços inerentes à
operacionalidade dos bens arrendados, admitindo-se, ainda, para o
arrendamento mercantil financeiro:
a), a previsão de a arrendatária pagar valor residual garantido em
qualquer momento durante a vigência do contrato não caracterizando o
pagamento do valor residual garantido o exercício da opção de compra;
b) o reajuste do preço estabelecido para a opção de compra e o valor
residual garantido;
REQUISITOS DO CONTRATO
VIII - as condições para eventual substituição dos bens arrendados,
inclusive na ocorrência de sinistro, por outros da mesma natureza, que
melhor atendam às conveniências da arrendatária, devendo a substituição ser
formalizada por intermédio de aditivo contratual;

IX - as demais responsabilidades que vierem a ser convencionadas, em


decorrência de:

a) uso indevido ou impróprio dos bens arrendados;


b) seguro previsto para cobertura de risco dos bens arrendados;
c) danos causados a terceiros pelo uso dos bens;
d) ônus advindos de vícios dos bens arrendados;
REQUISITOS DO CONTRATO
X - a faculdade de a arrendadora vistoriar os bens objeto de arrendamento e
de exigir da arrendatária a adoção de providências indispensáveis à
preservação da integridade dos referidos bens;

XI - as obrigações da arrendatária, nas hipóteses de:

a) inadimplemento, limitada a multa de mora a 2% (dois por cento)


do valor em atraso;
b) destruição, perecimento ou desaparecimento dos bens
arrendados;

XII - a faculdade de a arrendatária transferir a terceiros no País, desde que


haja anuência expressa da entidade arrendadora, os seus direitos e
obrigações decorrentes do contrato, com ou sem co-responsabilidade solidária.
MODALIDADES DE LEASING

Existem três modalidades de operações de leasing:

1. Leasing Financeiro;
2. Leasing Operacional; e
3. Leasing Back
LEASING FINANCEIRO
é a forma mais utilizada de operação de leasing pelos bancos ou sociedades
de arrendamento mercantil.

Nesta modalidade, uma empresa de leasing (arrendadora) combina com uma


pessoa física ou jurídica (arrendatário) a compra de um bem escolhido pelo
arrendatário e transfere-lhe a posse por um período pré-determinado
mediante o pagamento de contraprestações.

Os valores destas contraprestações serão suficientes para a recuperação do


custo do bem e do retorno investimento da arrendadora. Os riscos e custos
com o bem correm por conta do arrendatário durante o prazo do contrato,
qualquer despesa e prejuízo ficará a cargo do cliente (arrendatário).
LEASING FINANCEIRO
Conforme artigo 8º, Inciso I alínea “a” da Resolução nº 2.309, de 28 de agosto
de 1996, “Os contratos de leasing financeiro devem obedecer ao prazo
mínimo de 02 (dois) anos quando tratar o arrendamento de bens com vida útil
igual ou inferior a 05 (cinco) anos, por exemplo um carro, e de 03 (três) anos
para os demais arrendamentos, por exemplo, imóveis.

A Lei Federal nº 6.099, em seu artigo 12, §1º, definiu vida útil como “o prazo
durante o qual se possa esperar a sua efetiva utilização econômica.”
LEASING FINANCEIRO
Ao final do contrato, o arrendatário poderá optar por três opções:
1. devolver o bem;
2. renovar o arrendamento; ou
3. Comprar o bem.

Nesta opção de leasing, existe o Valor Residual Garantido ou VRG. O VRG é


o valor garantido ao arrendador durante o contrato, é a importância mínima,
além das contraprestações, que o arrendador irá receber do arrendatário.
Esse valor pode ser pactuado de três formas:
1. Pagamento antecipado;
2 . Pagamento diluído em todas as contraprestações; ou
3. Quitação ao final do contrato.
LEASING OPERACIONAL
No contrato de Leasing Operacional, o valor pago a título de contraprestação
não poderá ultrapassar 90% (noventa) do custo do bem.

O prazo mínimo deste contrato é de 90 (noventa) dias, não podendo exceder


75% (setenta e cinco por cento) da vida útil do bem.

Além das opções de compra, renovação, o leasing operacional permite que


ao final do contrato o arrendatário possa devolver o bem e substituí-lo, por
esta razão é muito utilizado por empresas e pessoas que têm necessidade de
substituição do bem periodicamente.

Os custos com despesas e manutenções do bem correm por conta do


arrendador. Neste formato de leasing não há VRG.
LEASING FINANCEIRO X LEASING OPERACIONAL
A diferenciação entre o Leasing Financeiro e o Leasing Operacional está
diretamente ligada ao fator de risco de desvalorização comercial do bem
arrendado e quem será o responsável por este risco, isto é:

 Se o risco de desvalorização comercial do bem é assumido pelo


Arrendatário e desta forma o Arrendador recupera 100% do seu
investimento, estamos falando de Leasing Financeiro, que se
assemelha a aquisição de bens financiada.

 Se diferentemente, o risco de desvalorização é assumido pelo


Arrendador, estamos diante de um Leasing Operacional.
LEASING BACK
Esta modalidade de Leasing (Leasing de Retorno) é realizado exclusivamente
entre pessoas jurídicas, ou seja, necessariamente a arrendatária tem de ser
uma empresa.

Assim, uma empresa (arrendatária) vende seus bens a outra empresa


(arrendadora) e simultaneamente os adquire de volta em forma de leasing.

É muito utilizado por empresas que estão em dificuldades financeiras ou que


precisam de capital de giro com certa urgência.
LEASING BACK
O Leasing Back pode ser muito utilizado nos casos arrendamento imobiliário
de construção de edifícios, onde o terreno pode ser comprado de terceiros ou
ser utilizar o lease back do terreno da arrendatária.

Durante a construção do imóvel, a operação fica sob o regime de pré-leasing.


Neste período, a arrendatária paga à arrendadora apenas a taxa de
compromisso, que incidirá sobre as importâncias desembolsadas no decorrer
da construção. Essa fase de cálculo de juros é cumulativa.

O acerto de contas entre arrendadora e contratante ocorre, geralmente, uma


vez por mês. A arrendatária examina estes números e o pagamento só é
liberado depois de sua autorização.
LEASING BACK
Quando a obra termina, inicia-se o contrato de Leasing propriamente dito,
calculado sobre o valor da obra concluída.

O Leasing Back imobiliário normalmente, é utilizado por empresas que


desejam mudar o perfil de seu passivo com uma operação saneadora.

Em síntese, consiste na venda do imóvel pela empresa proprietária à


empresa de leasing. A ex-proprietária contratada recompra o imóvel, através
do arrendamento mercantil. O próprio imóvel é dado em garantia de
pagamento.
OUTRAS MODALIDADES
Como já comentado anteriormente, a doutrina não possui um entendimento
único sobre o contrato de arrendamento mercantil: Leasing. Assim, citaremos,
de forma breve, modalidades de Leasing conforme pesquisa Doutrinária.
Entende-se que são variações das três principais já mencionadas: Leasing
Financeiro, Leasing Operacional e Leasing Back:
 Leasing Imobiliário: Visa construção ou aquisição imóveis
 Leasing agrícola: aluguel equipamentos agrícolas; prestações de acordo
com período produtivo.
 Leasing pessoa física: financiamento; não permite dedução impostos;
nem acelerar depreciação.
 Subarrendamento: Empresas leasing fazem arrendamentos no exterior e
repassam para arrendatário nacional.
EXTINÇÃO
Por ser um contrato por tempo determinado, como vimos na sua classificação,
decorrido o prazo contratual, o arrendamento mercantil será extinto.
Existem várias outras formas de extinção, como o consentimento mútuo dos
contratantes, ou seja, a resilição bilateral ou distrato.
No caso de prejuízo para uma das partes, esta pode extinguir o contrato,
cabendo-lhe o ressarcimento dos prejuízos. De igual maneira, a substituição de
uma das partes, por tratar-se de um contrato intuitu personae, como também
da falência da empresa contratante, resultam na extinção do contrato.
As demais formas de inadimplemento resultam na extinção contratual, como o
decorrente por motivos alheios à vontade das partes, como caso fortuito ou
força maior.
SÚMULAS STJ
Existem 4 súmulas em vigor que são referentes ao contrato de Arrendamento
Mercantil/Leasing:

Súmula 138 - O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de


coisas móveis. (Súmula 138, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 16/05/1995, DJ
19/05/1995 p. 14053).

Súmula 293 - A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG)


não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. (Súmula 293,
CORTE ESPECIAL, julgado em 05/05/2004, DJ 13/05/2004 p. 183)
SÚMULAS STJ
Súmula 369 - No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que
haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do
arrendatário para constituí-lo em mora. (Súmula 369, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 16/02/2009, DJe 25/02/2009)

Súmula 564 - No caso de reintegração de posse em arrendamento


mercantil financeiro, quando a soma da importância antecipada a título
de valor residual garantido (VRG) com o valor da venda do bem
ultrapassar o total do VRG previsto contratualmente, o arrendatário terá
direito de receber a respectiva diferença, cabendo, porém, se estipulado
no contrato, o prévio desconto de outras despesas ou encargos pactuados.
(Súmula 564, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 24/02/2016, DJe 29/02/2016)
CARACTERÍSTICAS
 A operação de arrendamento mercantil assemelha-se a um contrato de
aluguel, e pode prever ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do
bem de propriedade do arrendador.

 Cumpre destacar que o leasing é uma operação com características


legais próprias, não se constituindo operação de financiamento.

 Nas operações de leasing, o bem é arrendado ao arrendatário, e pode ser


adquirido ou não por ele ao final do contrato.
CARACTERÍSTICAS
 Já nas operações de financiamento, o bem é sempre adquirido pela
pessoa que contratou o financiamento.

 Não há incidência de IOF nas operações de leasing, Há incidência de ISS,


PIS e Cofins.

 No leasing financeiro, as despesas de manutenção, assistência técnica e


serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado (ex.: seguro,
registro do contrato) são de responsabilidade do arrendatário.

 No leasing operacional, podem ser de responsabilidade do arrendador ou


do arrendatário (dependendo do que for pactuado no contrato de
arrendamento).
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Considerando a evolução tecnológica, em que produtos considerados de última
geração em poucos meses tornam-se praticamente obsoletos e ultrapassados,
torna-se inviável o emprego do capital de giro de uma empresa na compra de
equipamentos.

O Arrendamento Mercantil ou Leasing é um dos meios empregados para


atender aqueles que não tenham recursos suficientes para a obtenção de
instalações atualizadas ou pela inviabilidade de compras constantes de
equipamentos avançados para não se tornarem inferiores às suas concorrentes.

Desta forma, permite a renovação de equipamentos e de instalações sem


prejuízo no capital de giro, além de desenvolver a economia sob diversos
aspectos.
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Todavia, no leasing, o empresário deve considerar com atenção o tipo de
equipamento a ser arrendado, pois que alguns oferecem maior risco que
outros, durante e no final do contrato.

Num contrato de prazo longo, já estariam suplantados, e se substituídos por


novos, para evitar a diminuição tecnológica, acarretariam grave prejuízo.

Outra desvantagem é optar pelo leasing para adquirir o uso e gozo de


determinado equipamento caso não haja interesse na compra do referido bem
arrendado findo o contrato de arrendamento mercantil, posto que as suas
contraprestações são mais elevadas que os aluguéis nos contratos de
locações.
Referências Bibliográficas
Legislação:

Lei Federal nº. 6.099 de 12 de setembro de 1974. Dispõe sobre o tratamento


tributário das operações de arrendamento mercantil e dá outras providências.
Resolução Normativa nº. 2.309 - BANCO CENTRAL DO BRASIL. Disciplina e
consolida as normas relativas às operações de arrendamento mercantil.
Referências Bibliográficas
Autores indicados:

COELHO, Fábio Ulhoa – Manual de Direito Comercial: Direito de empresa. 28


ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
REQUIÃO, Rubens - Curso de direito comercial e de Empresa - Vol. 2 - 6ª Ed.
São Paulo: Saraiva, 2017.
RIZZARDO, Arnaldo; Leasing: arrendamento mercantil no direito brasileiro; 6ª
Ed. Editora Revista dos Tribunais, 2011.
WALD, Arnold. Obrigações e contratos. 13ª ed., São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1998
CURSO PREPARATÓRIO
Concurso para
JUIZ FEDERAL
Prova escrita

Alexandre Rossato da S. Avila


2016

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