Você está na página 1de 15

CONTABILIDADE GERAL I

Profª. Msc. AUGUSTA FERRAZ


INSTITUIÇÃO: UFPI
CONTATO: 99482-1024
augustaferraz@yahoo.com.br
OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

“A Contabilidade é possivelmente um dos assuntos mais áridos do mundo. E pode


também ser o mais confuso. Mas, se você quiser ser rico, pode ser o assunto mais
importante. A questão é como pegar um tema entediante e confuso e ensiná-lo a
crianças. A resposta é: simplifique. Comece por ensiná-lo por maio de figuras.”
(KIYOSAKI, R.; LECHTER, S. L. Pai Rico, Pai Pobre)

Conceitos Básicos:

Mercadorias – são bens adquiridos por estabelecimentos comerciais com a


finalidade de revenda.

COMPRA – Ato pelo qual uma empresa comercial adquire a propriedade sobre as
mercadorias;

VENDA – Ato pelo qual uma empresa comercial revende suas mercadorias adquiridas
de seus fornecedores, havendo assim transferência de propriedade do fornecedor ao
cliente;

DEVOLUÇÃO – Ato pelo qual as mercadorias compradas retornam do cliente ao


fornecedor, por estarem em desacordo com o pedido. No ato da devolução, é necessário
que o cliente faça uma nota fiscal, a fim de acompanhá-las, havendo, portanto, a
incidência de ICMS, caso o comprador (empresa comercial) seja contribuinte de tal
imposto;

ABATIMENTO – Se o cliente estiver insatisfeito com a mercadoria adquirida, por


culpa do fornecedor, e não julgar necessário devolvê-la, pode o mesmo entrar em
acordo com o fornecedor e exigir um abatimento, a fim de evitar a devolução. Os fatos
mais comuns que podem levar ao abatimento são: deteriorização parcial do lote
adquirido; perda de qualidade; divergência nas especificações técnicas; e atraso na
entrega. Tendo em vista que tal abatimento é posterior ao ato da venda, o mesmo não
esteve e nem estará em nenhuma nota fiscal e, por conseguinte, não há ICMS no
abatimento, visto que a mercadoria não circula;
DESCONTO INCONDICIONAL (ou COMERCIAL) – É aquele dado
incondicionalmente pelo fornecedor ao cliente, visto que não depende das condições de
pagamento, e sim em função de outros fatores, tais como grandes quantidades
adquiridas, interesse promocional ou cliente preferencial. Tendo em vista que tal
desconto é concedido no ato da venda das mercadorias, este aparece na nota fiscal. Tal
desconto não deve ser confundido com o DESCONTO CONDICIONAL, isto é, aquele
obtido em função do pagamento da duplicata antecipadamente do cliente ao fornecedor.
Este último tipo de desconto, para a empresa que o concedeu, é uma Despesa
Financeira, e, para a empresa que o obteve, é uma Receita Financeira, não tendo nada
a ver com operações com mercadorias, e sim com operações financeiras;

TRANSFERÊNCIA – É a movimentação de mercadorias entre estabelecimentos


componentes da mesma empresa, tais como de filiais para filiais. Visto que na
transferência há circulação de mercadorias, deve-se fazer também nota fiscal e,
consequentemente, haverá incidência de ICMS;

CONSIGNAÇÃO – É a remessa de mercadorias de propriedade da empresa para


terceiros, os quais, de posse das mesmas, se encarregarão da sua venda, ganhando essa
comissão. Para a empresa proprietária das mercadorias, tal comissão será uma despesa
operacional (despesa comercial) chamada de Comissões Passivas. Para a empresa que
tem a posse, mas não tem a propriedade, a comissão recebida será uma receita
operacional (outras receitas operacionais) chamada Comissões Ativas.

NOTA FISCAL – Sempre que houver circulação de mercadorias, a qualquer título


(vendas, remessas para consignação, devoluções, transferências, etc), deve ser emitida a
nota fiscal. No caso das empresas comerciais varejistas, estas, em substituição à nota
fiscal, podem emitir o CUPOM FISCAL, através de equipamento adequado, quando a
mercadoria for retirada da empresa pelo próprio cliente, como ocorrem com farmácias,
mercados, lanchonetes, etc. Há vários tipos de notas fiscais. Nas vendas á vista
realizadas entre empresas ou entre estas e consumidores finais, no caso em que tais
empresas se comprometem a entregar a mercadoria na residência do cliente, é emitida a
Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A. Em substituição ao Cupom Fiscal, quando se deseja
discriminar as mercadorias vendidas, deve ser emitida a Nota Fiscal de Venda ao
Consumidor modelo 2.
MODELO 1 ou 1A
:

MODELO 2:
DUPLICATA MERCANTIL – É um título de crédito comercial, usado em vendas a
prazo. Quem emite a duplicata é o credor (vendedor ou fornecedor) e quem aceita a
duplicata é o devedor (comprador ou cliente).

ACEITE DE DUPLICATA – É o ato pelo qual o cliente assina a duplicata,


reconhecendo, assim, a autenticidade da dívida.

APURAÇÃO EXTRACONTÁBIL DA CONTA MERCADORIAS


DESDOBRADAS:

Nesta fase iremos apurar todos os valores em operações com mercadorias, utilizando
apenas fórmulas matemáticas:
1.COMPRAS BRUTAS (CB)

CB = Valor das Compras + IPI – ICMS

OBSERVAÇÕES:

1)Atualmente, pela Constituição Federal, o IPI (Imposto sobre Produtos


Industrializados) e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) são
os únicos impostos não cumulativos, isto é, são compensados em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores. Em outras palavras, as empresas CONTRIBUINETS
dos referidos impostos, ou seja, empresas que os cobram quando vendem suas
mercadorias (empresas comerciais) ou produtos (empresas industriais), tornando-se,
desta forma, devedoras do Estado (no caso do ICMS) ou da União (no caso do IPI), ao
adquirirem mercadorias para revenda (no caso de empresas comerciais) ou matérias-
primas para a fabricação de produto (no caso das empresas industriais), adquirem
crédito contra o Estado (no caso do ICMS) ou contra a União (no caso do IPI).

2)Pela legislação atual, o ICMS é um imposto “por dentro”, isto é, já está embutido no
valor da operação, é de competência estadual, o qual incide sobre a circulação de
mercadorias e produtos e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal, comunicações e fornecimento de energia elétrica. Porém, o IPI é um
imposto “por fora”, ou seja, não está embutido no valor da operação, é um imposto de
competência federal/União.

3)Todos os gastos assumidos pela empresa comercial para que as mercadorias


adquiridas para revenda cheguem ao seu estabelecimento devem integrar o custo das
mercadorias compradas tais como os fretes, os seguros e armazenagens. No caso do
frete, independentemente do mesmo ser cobrado pelo próprio fornecedor da mercadoria
(e incluído ou não na nota fiscal) ou por uma empresa transportadora, sobre ele deverá
incidir o ICMS, no caso em que o transporte seja interestadual ou intermunicipal. Se o
transporte for dentro do município, incidirá apenas o ISS.

CIF - pago pelo fornecedor


FOB – pago pelo comprador

Ao custo final das compras, convencionamos chamar de COMPRAS LÍQUIDAS, pois o


que importa é o custo final das compras.

IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES NAS COMPRAS E NAS VENDAS:

No quadro abaixo , apresentamos os diversos impostos e contribuições que fazem parte


das operações de compras e vendas.

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços


IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
ISS Impostos Sobre Serviços
PIS Contribuição para o Programa de Integração Social
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

O IPI e ICMS são impostos, enquanto o PIS e o COFINS são contribuições que fazem
parte das transações de compra e venda. Em muitas situações, os valores inerentes às
operações de compra são créditos tributários, isto é, direitos contabilizados no Ativo, e
em outras situações são custos de mercadorias, produtos fabricados ou, ainda, serviços
prestados.
Os valores de impostos e contribuições inerentes às operações de venda são obrigações
da empresa perante os fiscos municipais (ISS), estaduais (ICMS) ou federais ( COFINS
e PIS).

- Tributo por dentro do preço:


É quando, no preço do produto, já está incluso o tributo.
Ex: ICMS, ISS, PIS e COFINS.

- Tributo por fora do preço:


É quando, no preço do produto, não está incluso o tributo. Ele será calculado sobre o
preço do produto.
Ex: IPI.

NÃO CUMULATIVIDADE DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES:

Um imposto ou contribuição é considerado não cumulativo quando compensamos o que


pagamos na entrada de mercadorias (tributos a recuperar) com os valores que recebemos
do cliente na venda (impostos sobre vendas). Além do ICMS, o PIS, o COFINS e o IPI
podem ter o mesmo tipo de tratamento, dependendo do tipo da empresa que vende ou
compra e também do tipo de operação.
A natureza das operações de compra e venda entre pessoas jurídicas e outras pessoas
jurídicas físicas pode ser:

Consumir Quando o comprador adquire para consumir


Revender Quando o comprador adquire para comercializar o item
Industrializar Quando o comprador adquire o item como matéria prima para o
processo produtivo
Usar Quando o comprador adquire para incorporar o item ao seu Ativo fixo
permanente.

PRINCIPAIS REGRAS TRIBUTÁRIAS:

Regra 1 Em operações de aquisição para consumo, nunca é possível


Consumo crédito de nenhum tipo de imposto ou contribuição.
Regra 2 Em operações para revenda, o ICMS é sempre calculado na
ICMS (revenda) empresa que compra, para efeito de crédito, sobre o preço (valor
sem IPI).
Regra 3 Só existe crédito do IPI no caso de uma indústria adquirir de
IPI (manufatura) outra indústria, para utilizar o item comprado como matéria-
prima no processo produtivo.
Regra 4 O PIS e o COFINS na empresa vendedora são sempre
PIS e COFINS na calculados sobre o preço (valor sem IPI).
venda
Regra 5 Na aquisição para uso (Ativo Fixo), o crédito de ICMS, PIS e
Impostos e COFINS são diferidos em 48 meses. O ICMS é calculado sobre
contribuições na o valor com o IPI, e o PIS/COFINS são calculados sobre o
aquisição de ativo valor com IPI, mas sem ICMS. O aproveitamento tanto do
fixo (para uso) ICMS como o PIS/COFINS são diferidos em 48 meses.
Regra 6 Na aquisição por uma empresa comercial de uma indústria, os
Crédito de PIS e créditos de PIS e COFINS são calculados sobre o valor com o
COFINS em IPI, mas sem o ICMS.
operações de
revenda a empresa
comercial

Se a empresa for tributada pelo Lucro Presumido, a tributação do PIS e da COFINS é


pelo sistema cumulativo, ou seja, esses tributos não são recuperáveis nas compras de
mercadorias. A existência do sistema não cumulativo para o PIS e COFINS só existe
para as empresas tributadas pelo Lucro Real.

2. COMPRAS LIQUIDAS:

CL= Valor das compras + Fretes +Seguros + IPI – ICMS – DEDUÇÕES

DEDUÇÕES:
-Devoluções de Compras
-Abatimentos sobre Compras
-Descontos Incondicionais (ou Comerciais) Obtidos.

3. MERCADORIAS DISPONÍVEIS PARA VENDA:

MDV= EI + CL

MDV – Mercadorias Disponíveis para Venda


EI – Estoque Inicial
CL – Compras Liquidas

4. CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS:

CMV= EI + CL – EF

CMV – Custo das Mercadorias Vendidas


EF – Estoque Final

5.VENDAS BRUTAS:
O Valor das VENDAS BRUTAS corresponde ao valor original da operação. Assim, por
exemplo, se uma empresa vender mercadorias no valor de $1.000,00, com ICMS de
18%, sendo concedido um desconto de 20%, o valor das vendas brutas será de $1.000,
sendo esse o valor original.

6. VENDAS LIQUIDAS:

O valor de VL (Vendas Liquidas) é igual ao valor do VB (Vendas Brutas) menos as


Deduções.

VL= VB – DEDUÇÕES

-Devoluções de Vendas
-Vendas Canceladas
DEDUÇÕES -Abatimentos sobre Vendas
-Descontos \Incondicionais Concedidos
-Contribuições Sociais sobre Vendas (PIS e COFINS)
-Impostos sobre Vendas (ICMS, ISS e IE)

7. RESULATDO COM MERCADORIAS (RCM):

O RCM é a diferença entre o valor das Vendas líquidas (VL) e o Custo das Mercadorias
Vendidas (CMV). Caso o valor das Vendas Líquidas seja maior que o valor do CMV, o
RCM será LUCRO BRUTO. Caso contrário, se o valor das Vendas Líquidas for menor
que o valor do CMV, o RCM será de PREJUÍZO BRUTO.

RCM = VL - CMV

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES:

Os métodos de avaliação de estoques objetivam exclusivamente separar o custo dos


produtos entre o que foi vendido e o que permaneceu em estoque.

→PEPS

→UEPS (esse não é aceito pela legislação do IR)

→Custo Médio ou Média Ponderada

→Sistema ABC dos estoques: Alguns itens do estoque podem representar elevado
valor em relação aos demais. O controle ABC dos estoques consiste no seguinte:

Grupo A – os estoques de maior valor terão um controle mais rigoroso que os demais.
A empresa pode inventariar esses estoques toda semana, todo mês, até, diariamente.
Grupo B – os estoques que, em termos de valor, não são tão relevantes quanto os do
grupo anterior, mas representam, também, elevada aplicação de recursos, poderão ser
inventariados mensalmente, trimestralmente ou semestralmente.

Grupo C – os estoques bastante numerosos em termos de quantidade, mas que, no total,


seu valor é imaterial poderão ser inventariados por ocasião do balanço.

CUSTO DE EMISSÃO DE PEDIDOS – são os custos fixos administrativos de efetuar


e receber um pedido de estoque.

CUSTOS DE MANUTENÇÃO DE ESTOQUES – são os custos variáveis unitários


da manutenção de um item em estoque durante um período determinado.

PONTO DE RESUPRIMENTO

O ponto no qual se deve emitir um pedido de reposição de estoques. É expresso como:

PR = tempo para reposição,em dias X demanda diária

ESTOQUES DE SEGURANÇA – estoques extras que podem ser utilizadas quando o


tempo para reposição e/ou a taxa de demanda diária superarem as expectativas.

SISTEMA JUST-IN-TIME (JIT)

Sistema de gerenciamento de estoque que minimiza o investimento em estoques,


fazendo com que os insumos em materiais cheguem no exato momento em que são
necessários para a produção.
ADMINISTRAÇÃO EFICIENTE DE CAIXA

O ciclo de caixa de uma empresa representa o período de tempo que vai


do ponto em que se faz um desembolso para adquirir matérias-
primas, até o ponto em que é recebido o pagamento pela venda do
produto acabado resultante.

Ciclo Operacional – é o período de tempo que vai do ponto em que a empresa adquire
matérias-primas, até o ponto em que recebe o dinheiro pela venda do produto acabado
resultante.

CO = IME + PMR

Ciclo de Caixa – período de tempo em que os recursos da empresa se


encontram comprometidos entre o pagamento dos insumos e o
recebimento pela venda do produto acabado resultante.

CC = IME + PMR – PMP


Caixa mínimo operacional – é o montante em monetário necessário para manutenção e
financiamento do ciclo de caixa.

CxMinOper = DTA/360 x CC

a)IME=360/GE GE=CMV/Estoque Médio

b)PMR=DRx360/Vendas a Prazo

c)PMP=DPx360/Compras Totais

PRECIFICAÇÃO:

Penda= Custo + margem de lucro sobre o PV +despesas operacionais sobre o PV +


impostos sobre o PV
1.DEPRECIAÇÃO:
A depreciação é a despesa com a perda de valor de bens tangíveis do ativo imobilizado,
sujeitos ao desgaste pelo, ação da natureza ou por se tornarem obsoletos. A
contrapartida da Despesa de Depreciação é a conta Depreciação Acumulada, sendo esta
uma conta retificadora do ativo imobilizado.

Não são depreciados:


 Terrenos, salvo em relação a benfeitorias e construções;
 Bens que aumentam de valor com o tempo, como antiguidades e obras de arte;
 Bens para os quais sejam registradas quotas de amortização ou exaustão;
 Bens móveis ou imóveis que não estejam intrinsecamente relacionados à
produção ou comercialização de bens e serviços.
 
VALOR CONTÁBIL de um bem depreciado corresponde à diferença entre o custo de
aquisição (este pode sofrer acréscimos posteriores) e a depreciação acumulada.
VC = Valor Original (da Nota Fiscal) - Depreciação

VALOR RESIDUAL de um bem depreciado, que muitas vezes é impropriamente


confundido com valor contábil, corresponde ao valor da provável realização do bem,
após depreciado em sua totalidade.
 
MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO:
Entre os diversos métodos existentes, o método mais utilizado no Brasil é o chamado
MÉTODO DAS QUOTAS CONSTANTES, mais conhecido como MÉTODO
LINEAR, visto que a depreciação acumulada é diretamente proporcional ao tempo,
gerando assim uma função linear. Por esse método, a depreciação pode ser calculada de
duas formas:
1ª FORMA: Aplicando-se uma taxa constante sobre o valor a ser depreciado.
2ª FORMA: Dividindo-se o valor a ser depreciado pelo tempo da vida útil.
 
Outro método de depreciação é o chamado MÉTODO DA SOMA DOS DÍGITOS ou
MÉTODO DE COLE. Neste, a depreciação é calculada da seguinte forma:
1ª ETAPA: Somar os algarismos que compõem o número de anos de vida útil do bem a
ser depreciado.
2ª ETAPA: Multiplicar o valor a ser depreciado a cada ano pela fração cujo
denominador é a soma obtida na 1ª etapa, e o numerador, para o primeiro ano, é de n
( n= tempo de vida útil estimado).
A vantagem desse método em relação ao das quotas constantes é que proporciona maior
uniformidade nos custos , visto que , com o passar do tempo, os gastos com manutenção
do bem se tornam progressivamente crescentes. Sendo assim, ao fazermos os valores
das depreciações decrescentes, tornamos a soma dos gastos de manutenção, ao longo do
tempo, com suas respectivas depreciações, aproximadamente constantes.
 
#Depreciação de Bens Adquiridos Usados:
Neste caso, o prazo de depreciação será o maior dentre os seguintes:
a)metade do prazo de vida útil do bem quando adquirido novo;
b)restante do prazo de vida útil do bem, considerado este em relação à primeira
instalação ou utilização desse bem.
 
# Depreciação de Edificações:
As seguintes normas devem ser observadas, com relação à depreciação de edifícios e
construções:
a)a depreciação deve ser registrada a partir da conclusão da obra e do inicio da
utilização do bem;
b)o valor das edificações deve estar destacado do valor do custo de aquisição do terreno,
admitindo-se o destaque baseado em laudo pericial.
 
Observações:
1)Não é admitida a depreciação relativa a:
a) terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções;
b) prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção
dos seus rendimentos ou que sejam destinados à revenda;
c)bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como as obras de arte e
antiguidades;
d)bens para os quasi haja registro de exaustão.
2) Apesar da lei nº6.404/1976 referenciar a depreciação apenas no ativo imobilizado, é
admitida também a depreciação no ativo investimentos, como é o caso dos imóveis
alugados.

2.AMORTIZAÇÃO:
Como base no § 2º do art. 183 da lei 6.404/76, podemos inferir que a diminuição do
valor dos elementos do ativo imobilizado ou do ativo intangível será registrada
periodicamente nas contas de amortização quando corresponder à perda do valor de
capital aplicado na aquisição de direitos de propriedade comercial ou industrial
( exemplo: patentes – ativo intangível) e quaisquer outros com existência ou exercício
de duração limitada (exemplo: concessões obtidas – ativo intangível), ou cujo objeto
sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado (exemplo:
benfeitorias em imóveis de terceiros – ativo imobilizado).
*Bens sujeitos a amortização:
- patentes de invenção, fórmulas e processos de fabricação, direitos autorais, licenças,
autorizações ou concessões;
- direitos sobre bens que, nos termos da lei ou contrato regule a concessão de serviço
público, devem reverter ao poder concedente, ao fim do prazo da concessão, sem
indenização;
- custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos e direitos de qualquer
natureza, inclusive de exploração de fundo de comércio;
- custo das construções ou benfeitorias em bens locados ou arrendados, ou em bens de
terceiros, quando não houver direito ao recebimento de seu valor em restituição.
*Taxa de Amortização:
A taxa de amortização é função do tempo de utilização do bem, podendo tal tempo ser
estabelecido em lei que regule os direitos sobre o bem; podendo ser fixado no contrato
de aquisição do bem; ou ser proveniente da natureza do bem de existência limitada. As
taxas de amortização também são obtidas pelo método linear.

3.EXAUSTÃO:
A EXAUSTÃO corresponde à perda de valor, decorrente de sua exploração, de direitos
cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.
Observações:
1) As máquinas e equipamentos de extração mineral ou florestal, opcionalmente, podem
ser depreciados, ao invés de serem exauridos.
2) Somente se sujeitam à exaustão as minas que estejam só regime de concessão. A
exploração de recursos minerais sob a forma de arrendamento ou licenciamento não
pode ser objeto de exaustão.
3) Não se há de confundir a exaustão de recursos florestais com a depreciação de
projetos florestais destinados à exploração de frutos. Ao passo que a exaustão é
referente ao corte, (exemplo: extração de madeira), a depreciação é relativa à extração
de frutos (exemplo: extração de cacau).
4) Ao passo que os gastos para a obtenção do direito de exploração de minas e jazidas
estão sujeitas à exaustão, as despesas com prospecção e cubagem estão sujeitas à
amortização.  

Você também pode gostar