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Contabilidade

Básica I
Módulo de Estudo 3
DISCIPLINA
Normas e práticas em contabilidade –
Aula 9
PROFESSORA
Camila Nunes

FUNDAMENTOS DE OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Fundamentos das Operações com Mercadorias Introdução:

Toda empresa ao iniciar suas operações comerciais, optaram inicialmente por


vender algum tipo de bem ou serviço. Vamos iniciar a nossa abordagem neste
tema conceituando alguns elementos, como:

 Produtos  corresponde ao resultado obtido através de processo de produção


com aplicação de matéria-prima;

 Mercadorias  corresponde ao bem passível de comercialização;

 Serviços  correspondente a intangibilidade de determinada tarefa que


necessita da expertise de outrem para entrega final.

Operações com Mercadorias

O resultado de operações com mercadorias engloba a diferença existentes entre


Custos e Receitas. As Receitas de Vendas, como são conhecidas, são
decorrentes da entrega final de bem a um determinado cliente, através de
aquisição, sob aceite das variáveis preço do produto e condições de pagamento.

Para que determinado bem tenha o seu preço de venda fixado para
comercialização e reconhecido por uma entidade é fundamental que a entidade
leve em consideração as despesas incorridas para manutenção desta, como por
exemplo: aluguel, despesas diversas, como água, luz, telefonia, salários, dentre
outros, isso porque os conhecimentos dos valores incidentes em cada despesa
compõem um todo que será deduzida do valor da Receita. Esse processo de
subtração é o que apresentamos nas aulas anteriores como confrontação da
Receitas e Despesas, é exatamente desse elenco que obtemos o Resultado
Líquido.

Para que as entidades possam exercer suas atividades mercantis, é necessário


que o seu corpo interno (pessoas envolvidas na atividade da empresa), exerçam
de forma cautelar o controle dos estoques, denominado Controle de Inventário.

As equações das operações com mercadorias são apresentadas da seguinte


forma:

Resultado com Mercadorias = Vendas – Custos das Mercadorias Vendidas

Resultado Líquido do Período = Resultado com Mercadorias + Outras


Receitas – Outras Despesas

Desta forma é possível elaborar a demonstração de resultado de forma dedutiva,


de maneira prática.

Em todas as operações com mercadorias, incidem tributos. Agora vamos


decorrer mais sobre eles:

O que são os impostos sobre vendas?

Os impostos sobre vendas são aqueles cobrados sobre o produto ou serviço


comercializado, podendo ter incidência federal, estadual ou municipal. A
incidência destes tributos variará de acordo com a mercadoria comercializada.

A soma das alíquotas precisa ser conhecida pela empresa para que ela
contabilize o lucro correto desta transação comercial. Daí a importância de saber
como calcular o imposto sobre venda.
Quais são os principais impostos sobre vendas?

Os impostos incidentes sobre vendas de mercadorias variam de acordo com o


produto em si e com o tipo de operação. Por exemplo numa operação com
mercadorias temos a incidência de ICMS – Imposto sobre Circulação de
mercadoria e em uma prestação de Serviços teremos ISS – Imposto sobre
serviços

Vamos conhecer um pouco mais sobre os principais impostos e contribuições


que teremos nas operações de compra e venda e prestação de serviços:

 ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços


de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações);
 ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza);
 Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social);
 PIS (Programa de Integração Social).

Vamos aprofundar o conhecimento sobre cada um deles, no próximo tópico

Saiba mais

ICMS
O ICMS é um imposto estadual. Assim, a sua alíquota variará de acordo com o
estado em que a transação ocorre.

Esta característica, inclusive, é a razão de uma série de conflitos entre os


estados. Especialmente quando a empresa que vende o produto está localizada
em um estado diferente daquele em que a compra é realizada. Como ambos os
estados querem receber o valor do imposto, há uma disputa popularmente
conhecida como guerra fiscal.
ISS
O ISS, por sua vez, é um imposto cobrado pela venda de serviços, não de
mercadorias. Trata-se de um imposto municipal. Logo, sua alíquota variará de
acordo com a cidade na qual a empresa está instalada. Em geral, os percentuais
praticados pelos Municípios variam de 2% a 5%.

PIS/COFINS

Cofins  Contribuição para Financiamento da Seguridade Social


PIS  Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do
Servidor Público –PIS/PASEP

Existem dois regimes de apuração para o Pis/Cofins, o regime cumulativo e


o regime não cumulativo.

1) REGIME CUMULATIVO - regido pela Lei 9.718/1998 e alterações posteriores.


Neste regime não há desconto de créditos, calculando-se, regra geral, o valor
das contribuições devidas diretamente sobre a base de cálculo.

2) REGIME NÃO CUMULATIVO - COFINS - regido pela Lei 10.833/2003 e PIS


- regido pela Lei 10.637/2002, com alterações subsequentes.

As duas contribuições, apesar de originarem-se de diferentes legislações, têm


uma relativa semelhança na base de cálculo, pois em sua formação devem ser
somadas todas as receitas auferidas, com as exceções e exclusões previstas
em lei.
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Normas e práticas em contabilidade –
Aula 10
PROFESSORA
Camila Nunes

Método de Avaliação de Estoque: Preço Especifico, PEPS, UPES e PMP e


Inventário Periódico e Permanente

Uma empresa pode adquirir os mesmos tipos de mercadorias em datas


diferentes, pagando por elas preços variados. Assim, para determinar o custo
dessas mercadorias estocadas e das mercadorias que foram vendidas,
precisamos adotar algum critério. Os critérios mais conhecidos para avaliação
de estoque são:

 Preço Específico,
 PEPS,
 UEPS
 Preço Médio Ponderado.

Escolhendo o método de avaliação

O método de avaliação escolhido afetará o total do lucro a ser calculado para um


determinado período contábil. Considerando que vários fatores podem fazer
variar o preço de aquisição dos materiais entre duas ou mais compras (inflação,
custo do transporte, etc.), surge o problema de selecionar o método que se deve
adotar para avaliar os estoques.

Conheça os principais métodos:


Preço Específico – Quando é possível fazer a determinação do preço especifico
de cada unidade em estoque, pode-se dar baixa em cada venda, por .se valor;
com isto, no estoque final, seu valor será a soma de todos os custos específicos
de cada unidade ainda existente. Tal tipo de apropriação de custo, entretanto,
somente é possível em alguns casos, onde a quantidade, ou o valor, ou a própria
característica da mercadoria o permite (comércio de carros usados, imóveis). Na
maioria das vezes não é possível ou economicamente conveniente a
identificação do custo específico de cada unidade, principalmente no caso onde
existe uma movimenta grande no estoque.

PEPS: Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (first in, first out). No método PEPS,
usa-se o custo do lote mais antigo quando da venda da mercadoria até que se
esgotem as quantidades desse estoque, daí parte-se para o segundo lote mais
antigo e assim sucessivamente.

UEPS: Último a Entrar, Primeiro a Sair. É um método de avaliar estoque. O custo


do estoque é determinado como se as unidades mais recentes adicionadas ao
estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas)
(primeiro a sair). No método UEPS, o custo dos itens vendidos/saídos tende a
refletir o custo dos itens mais recentemente comprados (comprados ou
produzidos, e assim, os preços mais recentes).

Preço Médio Ponderado: Este método, também chamado de custo médio ou


média móvel, baseia-se na aplicação dos custos médios em lugar dos custos
efetivos. O método de avaliação do estoque ao custo médio é aceito pelo Fisco
e usado amplamente.
No Brasil a legislação do imposto de renda permite apenas o PEPS e a Média
Ponderada Móvel para fins de contabilidade de custos.

Dicas Importantes:

 O Método aceito pela Receita Federal é o PEPS, veja que este modelo é o
que apresenta o maior resultado, quanto maior o resultado mais a receita
federal arrecada.
 O método de custo médio, em período inflacionário, sempre será um valor
intermediário entre os demais métodos.

 Quando for calculado o valor do CMV, não interessa o preço de venda e


sim preço de compra (custo de aquisição).

 Os métodos somente apresentam resultados diferentes em períodos


inflacionários ou deflacionários, pois a base de cálculo é o preço de compra
do produto.
Exemplo Prático:

Exemplo de controle de estoque: Uma empresa apresentou as seguintes


movimentações na conta estoque de mercadoria, em determinado mês:

 Dia 5: compra de 10 unidades por R$ 25,00 cada;


 Dia 10: venda de 4 unidades pelo preço de R$ 35,00 cada;
 Dia 15: venda de mais 5 unidades por R$ 40,00 cada;
 Dia 20: compra de 5 unidades por R$30,00 cada unidade;
 Dia 25: venda de 10 unidades por R$ 40,00 cada.

A seguir será exemplificado como é feito o controle do estoque, nas fichas


permanentes da empresa, pelos três métodos de controle.

Utilizando o Custo Médio:

CUSTO MERCADORIA VENDIDA = R$ 450,50 (90,00 + 112,50 + 248,00) Não


entra o preço de venda.

Utilizando a fórmula do CVM =


CMV = ESTOQUE INICIAL + COMPRAS – ESTOQUE FINAL = 200,00 + 400,00
– 149,50 = R$ 450,50
Vendas líquidas: 140,00 + 200,00 + 400,00 = R$ 740,00
4 x 35,00 = 140,00 5 x 40,00 = 200,00 10 x 40,00 = 400,00

RESULTADO COM MERCADORIAS = Vendas – CMV = 740,00 – 450,50 = R$


289,50

ESTOQUE FINAL= R$ 149,50

Utilizando o método PEPS:

CMV = R$ 425,00 (80,00 + 100,00 + 245,00)

Utilizando a fórmula do CMV =

CMV = EI + Compra – Estoque final = 200,00 + 400,00 – 175,00 = R$ 425,00

Vendas líquidas: 140,00 + 200,00 + 400,00 = R$ 740,00


4 x 35,00 = 140,00 5 x 40,00 = 200,00 10 x 40,00 = 400,00

RESULTADO COM MERCADORIA = Vendas Líquidas – CMV = 740,00 –


425,00 = R$ 315,00

ESTOQUE FINAL= R$ 175,00

Figura 1: Tabela Comparativa

TABELA COMPARATIVA

MÉTODO ESTOQUE ESTOQUE CUSTO RESULTADO


UTILIZADO INICIAL FINAL MERCADORIA VENDIDA COM MERCADORIAS
CUSTO
MEDIO 200,00 149,50 450,50 289,50

PEPS 200,00 175,00 425,00 315,00


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Aula 11
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Método de Avaliação de Estoque: Preço Especifico, PEPS, UPES e PMP e


Inventário Periódico e Permanente

Na contabilidade o inventário é basicamente uma lista de bens e materiais


disponíveis em estoque que estão armazenados na empresa. Já o levantamento
dos Custos das Mercadorias Vendidas (CMV) acontece por meio de dois (2)
sistemas como: PERIODICO E PERMANTE

INVENTARIO PERIODICO

Pelo sistema periódico, as vendas não são controladas de modo imediato no


estoque, isto é, a contagem do custo da mercadoria vendida (CMV) acontece
apenas no final de cada período.

COMO PODE SER UTILIZADO

Cada sistema possui suas características individuais, ou seja, as duas opções


cabe ao usuário decidir qual é a melhor ferramenta para o controle e análise do
seu estoque na sua empresa.

Um exemplo, nas operações do Inventário Periódico é que temos a


contabilização do procedimento de bens através da conta de produtos
compostos até o final de cada ciclo definido por ano. De certo modo, a opção
que os produtos são medidos e numerados, sendo avaliado de acordo com a
data fechamento do balanço patrimonial.

Sendo assim, é permitido ter acesso a diferentes dados, como o


acompanhamento dos resultados de mercado, ou seja, o balanço dos custo final
e do custo dos produtos vendidos. Esta preferência é mais popular em empresas
de pequeno e médio porte.

Esse tipo de inventário é feito ao final de um determinado período, que pode ser
semanal, mensal, bimestral, semestral, enfim, com a frequência que for mais
adequada aos processos da empresa. Ele possui 3 objetivos:

 reunir dados sobre os bens disponíveis;

 atualizar informações no sistema ERP para dar suporte à gestão


de estoque de produtos;

 organizar os dados para corrigir eventuais falhas humanas.

Tendo como base os três objetivos acima citados, podemos ver que a contagem
periódica possui alguns elementos diferenciais:

Baseia-se na contagem física

É um método simples que depende da contagem unitária de cada produto para


que se possa ter informações relevantes, categorizando cada matéria-prima ou
produto disponível.

Inventário Permanente

Já para o Inventário Permanente, é possível acompanhar todo o estoque de


uma só vez, com um software, por exemplo, fazendo um upgrade com a
transição do financeiro, tendo controle de chegada e saída para mercadorias
com quantidade de dados e valores.
Mesmo assim, é importante lembrar que mesmo no inventário permanente na
atualização de dados na entrada e saída é possível ter falhas diante ao processo,
ou seja, por conta de incidentes ou até mesmo falta de conhecimento de pessoas
ao utilizar o sistema.

Sendo assim, é recomendado alinhar o sistema do inventário permanente junto


ao inventário rotativo. O inventário rotativo é o processo de recontagem física e
contínua de todo estoque, é necessário que essa contagem tenha uma cadência
pré-determinada, por exemplo, diário, semanal ou mensal de forma organizada
em ciclos de acordo com a demanda dos produtos de um negócio ou até mesmo
de um setor de produtos pré-determinados.

O inventário permanente

No caso do levantamento permanente, são controladas continuamente todas as


saídas e chegadas das mercadorias, tanto em quantidade quanto em valores.
Por meio dele, pode-se saber a qualquer momento a posição atualizada dos
estoques e das despesas geradas pelos produtos que foram vendidos.

Por ter essa característica, podemos ver alguns diferenciais desse tipo de
inventário:

Melhora o processo de compras

Uma vez que se conhece todo o estoque, a vida do gestor de compras fica bem
mais simples. As informações contidas nele auxiliam em todo o planejamento
dos produtos a serem adquiridos.

Logo, o comprador saberá o que e quando comprar, evitando falhas que podem
levar ao excesso ou à falta de material. Assim, melhora-se muito o
gerenciamento do estoque e otimiza-se a política de descontos.
Otimiza a política de descontos da empresa

Por ter todo o controle do processo de compras, as empresas têm menores


gastos e, consequentemente, conseguem transformar aquela “gordurinha” em
descontos para os seus respectivos clientes.

É uma ideia sensacional, pois além de fornecer em tempo hábil e com qualidade
todos os produtos e/ou serviços, você ainda consegue estabelecer descontos
potenciais que vão ajudar a empresa a fidelizar compradores e atrair mais gente
para você.

Com essa vantagem, a sua produção com certeza será aumentada.

Aperfeiçoa o planejamento da sua produção

Já que o inventário permanente evita excesso ou falta de material e diminui


gastos que podem ajudar a aumentar a sua clientela, mais do que certo que sua
produção experimentará um crescimento.

E, como terá que produzir mais, você precisa do levantamento permanente para
ter, a todo o momento, as informações necessárias sobre cada matéria-prima,
podendo direcionar suas estratégias para melhorar a produção.

Ferramentas para fazer o inventário permanente

Como destacado, o inventário permanente é um processo contínuo, logo, para o


sucesso de sua operacionalização é preciso contar com ferramentas para
automatizar e garantir a segurança do processo. Veja algumas que podem
ajudá-lo:

Mantém o cadastro dos produtos atualizados

Durante o processo de inventário, geralmente são encontradas diversas


anomalias como:

 erro no cadastro de embalagens;

 produtos sem cadastro;


 produtos vencidos;

 itens com mais de um cadastro;

 itens com código de barras errado.

Este é mais um motivo para fazer inventários: identificar erros nos cadastros dos
produtos e ajustá-los. Lembre-se que o cadastro é uma das atividades mais
importantes e se não for realizado de forma correta pode impactar diretamente
no resultado operacional.

Conclusão

Para melhores resultados no seu negócio, é necessário saber a quantidade de


materiais que estão no estoque e, não só isto, também é importante seguir as
obrigações tributárias que o governo exige um levantamento de todo seu
estoque.

Após ser feito análise dos sistemas, cabe ao responsável decidir qual a melhor
forma para controlar o seu estoque das condições da empresa e o potencial ao
investimento do seu negócio.
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Aula 12
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REGIME DE CAIXA E COMPETENCIA

Vamos conhecer os regimes de competência de caixa

O Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para Elaboração e


Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, não aborda princípios
fundamentais da contabilidade, mas sim de características da informação
contábil.

Uma dessas características advém do Princípio da Competência, e é trazida de


forma explícita pelo CPC 00, refere-se ao regime de competência, que trata do
reconhecimento do evento ou circunstância no momento em que os seus efeitos
são produzidos, ou seja, na data do fato gerador, independente se o pagamento
ou recebimento ocorrerá em outro momento.

A contabilização por meio do regime de competência busca o cumprimento das


exigências legais e a uniformização as demonstrações, permitindo o uso da
comparabilidade, característica qualitativa que permite aos usuários identificar
semelhanças ou divergências entre os itens analisados.

Uma informação se torna mais útil quando comparada a informações similares


de outras entidades ou ainda da mesma entidade em momentos diferentes.

Contudo, há empresas que elaboram suas demonstrações contábeis,


principalmente para fins gerenciais, dentro da lógica do regime de caixa, no qual
a contabilização é realizada conforme o fluxo do recebimento da receita e do
pagamento da despesa.
Uma exigência técnica da contabilidade é que os demonstrativos contábeis, com
exceção do DFC, devem ser apresentados dentro do regime de competência, ou
seja, registrando os momentos em que os fatos contábeis ocorreram (CPC 00,
2011).

Vamos entender as características de cada um dos regimes.

Competência

O regime de competência retrata os fatos quando seus efeitos são produzidos,


ou seja, no momento de sua ocorrência. Informações que demonstram a
performance da entidade no momento em que há mudanças em seus recursos
econômicos e reivindicações, e não quando o recurso é adicionado ao caixa
pelos investidores e credores, são importantes para se analisar a capacidade
passada e a futura da entidade em gerar fluxos de caixa líquido (PIGATTO et al,
2010). As informações geradas pela competência podem indicar um evento
passado que possa ter provocado aumento ou diminuição dos recursos
econômicos, afetando assim a capacidade de a empresa gerar entradas de fluxo
de caixa futuro líquido positivo (MOREIRA & MOREIRA 2016). O regime de
competência é alicerçado em um dos Princípios da Contabilidade, o da
Competência (CFC, 2003).

Caixa

O regime de caixa reconhece os fatos somente no momento em que há o


recebimento em caixa, no caso de receitas, e o desembolso de dinheiro para as
despesas. Dessa forma, este regime demonstra, através da diferença entre o
recebido e o pago, o resultado financeiro da empresa em determinado período.
No geral, tal regime é usado nos relatórios gerenciais das empresas e serve
como um instrumento de tomada de decisões na área da Administração
Financeira. A informação gerada no regime de caixa, na maioria das vezes,
complementa as informações trazidas pelos demonstrativos criados no regime
de competência (CFC, 2003).
Vamos analisar a partir deste fluxo, suas principais diferenças.

Figura 1 – Tabela Comparativa Regime Caixa X Regime Competência

Link: https://images.app.goo.gl/uyXUTmHf97zTSCmD9

Exemplo de Análise de Caixa x Competência

Para ficar mais claro a diferença entre caixa e competência, imagine que sua
empresa tinha a receber R$10.000,00 de um cliente durante 06 meses, mas ele
atrasou os pagamentos e deixou para pagar tudo no último mês.

Neste caso, seu Demonstrativo de Resultado do Exercício ficaria conforme a


imagem abaixo:

Figura 2: Regime Competência

MÊS 01 MÊS 02 MÊS 03 MÊS 04 MÊS 05 MÊS 06


10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00

Já o seu Fluxo de Caixa estaria da seguinte maneira:

Figura 3: Regime Caixa

MÊS 01 MÊS 02 MÊS 03 MÊS 04 MÊS 05 MÊS 06


60.000,00
Os dois regimes são necessários e complementares na gestão econômico-
financeira de um negócio, e os dados devem sempre ser analisados pelas duas
perspectivas para se obter a melhor decisão possível para a situação da
empresa.

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