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FORMAÇÃO DE PREÇOS
Formatação estratégica de preços e
engenharia tributária e financeira
© 2011 by Saint Paul Editora Ltda.
1a edição – 2011
Edição revisada conforme o Acordo Ortográ co da Língua Portuguesa.
Coordenação Editorial: José Cláudio Securato
Revisão: Marcia Nunes
Capa: Karine Hermes
Diagramação: Raquel Arruda
Fotos da capa: ©iStockphoto.com / 1- gehringj / 2- Rob Friedman / 3- fabio santos
Referências
Capítulo 1
Análise de custos
dos produtos
Este capítulo tem como nalidade conceituar e explicar as formas mais
usuais de determinação do custo de um produto, levando-se em conta os
componentes que o determinam e de que maneira eles devem ser
considerados.
1. Análise de custos
No processo de compra e venda de mercadorias em que o varejo encontra-se
envolvido e que se constitui no principal objeto de sua atividade, vários
fatores relativos a custos estão presentes.
Isso quer dizer que, além do preço da mercadoria adquirida, outras variáveis
estarão associadas a esse custo e, como tal, devem ser levados em conta na
hora de se apurar o quanto custou efetivamente certa mercadoria, de modo a
permitir que haja posteriormente xação adequada do preço de venda.
Não se quer aqui postular a xação nanceira do preço, uma vez que é
sabido que este será determinado pelos consumidores no mercado no
exercício de escolha de produto e ponto de venda. A nalidade dessa análise
é de fato dotar o varejista de instrumentos que lhe permitam quanti car
seus futuros resultados a determinado preço, ou mesmo auxiliar na
determinação do ponto de equilíbrio de uma empresa.
Além do preço do produto xado pelo fornecedor, os principais fatores que
afetam os custos no varejo serão relacionados a seguir. Vale lembrar que o
próprio custo do fornecedor apresenta-se com valores diferentes em
decorrência do prazo de pagamento concedido. Dois produtos que tenham
preços semelhantes, mas que apresentem prazos de pagamento diferentes
terão impactos distintos em termos de custo, em virtude da época em que
será feito o desembolso para pagamento. Esse efeito será tanto maior
quanto maior for a taxa de in ação ou o custo de oportunidade do período.
Contabilmente, o custo de uma mercadoria é composto pelo valor de
aquisição deduzindo-se impostos creditáveis. Ele irá variar de acordo com a
classi cação da atividade (indústria / comércio / serviço), com o regime
tributário (Lucro Real / Presumido / Simples), com a sua origem (efeitos do
ICMS) e com o regime tributário especí co da mercadoria adquirida (IPI,
PIS e Co ns). Para cada enquadramento tributário, encontraremos
diferentes valores de custo para uma mesma mercadoria.
1.1 Empresas optantes pelo regime de Lucro Real Apurado
Custo = valor de aquisição – créditos de ICMS, PIS e Co ns
Exemplo:
Preço de aquisição R$ 100,00 + 10% IPI
Valor econômico 100,00 x (1 + 0,10) = R$ 110,00 (aquisição + IPI)
ICMS a crédito 18%
Mercadoria sujeita à tributação não cumulativa de PIS e Cofins
2. Desconto comercial
É concedido ao comprador em virtude de vários fatores, como política
comercial, delidade e volume de compras. Tem como característica
principal o fato de que seu montante é previamente conhecido, o que
permite o registro contábil e os cálculos de custos, partindo-se do valor ou
preço líquido.
Geralmente, não são condicionados, ou seja, uma vez concedidos, valerão
para aquela transação. Os descontos comerciais irão re etir também sobre os
créditos tributários tomados, devendo, portanto, ser analisados de forma
independente.
Exemplo de desconto comercial
Fornecedor A
Preço de tabela 120,00
Desconto comercial 10%
Desconto comercial 120,00 x 0,10 = 12,00
Preço líquido 120,00 – 12,00 = 108,00
Fornecedor B
Preço de tabela $ 120,00
Desconto comercial 5% + 5%
Desconto parcial 120,00 x 0,05 = 6,00
Preço parcial 120,00 – 6,00 = 114,00
Desconto final 114,00 x 0,05 = 5,70
Preço líquido 114,00 – 5,70 = 108,30
Base do pedido
Preço unitário de tabela $ 120,00
% ICMS venda 18%
Volume do pedido 100 un
10% 108,00 100 10.800,00 1.944,00 178,20 820,80 2.943,00 7.857,00 78,57
15% 102,00 100 10.200,00 1.836,00 168,30 775,20 2.779,50 7.420,50 74,21
20% 96,00 100 9.600,00 1.728,00 158,40 729,60 2.616,00 6.984,00 69,84
25% 90,00 100 9.000,00 1.620,00 148,50 684,00 2.452,50 6.547,00 65,48
30% 84,00 100 8.400,00 1.512,00 138,60 638,40 2.289,00 6.111,00 61,11
35% 78,00 100 7.800,00 1.404,00 128,70 592,80 2.125,50 5.674,50 56,75
40% 72,00 100 7.200,00 1.296,00 118,80 547,20 1.962,00 5.238,00 52,38
45% 66,00 100 6.600,00 1.188,00 108,90 501,60 1.798,50 4.801,50 48,02
50% 60,00 100 6.000,00 1.080,00 99,00 456,00 1.635,00 4.365,00 43,65
3. Bonificações em mercadorias
Correspondem àquelas quantidades a mais que são entregues pelo
fornecedor ao cliente, sem que isso represente algum custo adicional. Por
não representarem custo adicional, essas quantidades acabam por reduzir o
custo unitário das mercadorias adquiridas.
As boni cações são concedidas por inúmeras razões de caráter comercial,
tais como volume de compra, remuneração ao cliente em virtude de atenção
especial e alocação de despesas de marketing, que seria a transformação do
valor a ser gasto em marketing em acréscimo na quantidade de mercadoria a
ser remetida ao cliente.
Serão desenvolvidos cenários para análise do efeito de boni cações sobre o
custo de mercadorias com abordagem dos três regimes de tributação: Lucro
Real Apurado, Lucro Presumido e Simples.
Base do pedido
Preço unitário de tabela $ 120,00
% ICMS venda 18%
Volume do pedido 100 un
merc. (%) unid. pedido Bonific. Bonific. total total ICMS contábil unid. gerencial unid.
0% 100 12.000,00 0 0,00 100 12.000,00 2.160,00 9.840,00 98,40 9.840,00 98,40
5% 100 12.000,00 5 600,00 105 12.600,00 2.268,00 10.332,00 98,40 9.732,00 92,69
10% 100 12.000,00 10 1.200,00 110 13.200,00 2.376,00 10.824,00 98,40 9.624,00 87,49
15% 100 12.000,00 15 1.800,00 115 13.800,00 2.484,00 11.316,00 98,40 9.516,00 82,75
20% 100 12.000,00 20 2.400,00 120 14.400,00 2.592,00 11.808,00 98,40 9.408,00 78,40
25% 100 12.000,00 25 3.000,00 125 15.000,00 2.700,00 12.300,00 98,40 9.300,00 74,40
30% 100 12.000,00 30 3.600,00 130 15.600,00 2.808,00 12.792,00 98,40 9.192,00 70,71
35% 100 12.000,00 35 4.200,00 135 16.200,00 2.916,00 13.284,00 98,40 9.084,00 67,29
40% 100 12.000,00 40 4.800,00 140 16.800,00 3.024,00 13.776,00 98,40 8.976,00 64,11
45% 100 12.000,00 45 5.400,00 145 17.400,00 3.132,00 14.268,00 98,40 8.868,00 61,16
50% 100 12.000,00 50 6.000,00 150 18.000,00 3.240,00 14.760,00 98,40 8.760,00 58,40
merc. (%) unid. pedido Bonific. Bonific. total total contábil unid. gerencial unid.
15% 100 12.000,00 15 1.800,00 115 13.800,00 13.800,00 120,00 12.000,00 104,35
20% 100 12.000,00 20 2.400,00 120 14.400,00 14.400,00 120,00 12.000,00 100,00
25% 100 12.000,00 25 3.000,00 125 15.000,00 15.000,00 120,00 12.000,00 96,00
30% 100 12.000,00 30 3.600,00 130 15.600,00 15.600,00 120,00 12.000,00 92,31
35% 100 12.000,00 35 4.200,00 135 16.200,00 16.200,00 120,00 12.000,00 88,89
40% 100 12.000,00 40 4.800,00 140 16.800,00 16.800,00 120,00 12.000,00 85,71
45% 100 12.000,00 45 5.400,00 145 17.400,00 17.400,00 120,00 12.000,00 82,76
50% 100 12.000,00 50 6.000,00 150 18.000,00 18.000,00 120,00 12.000,00 80,00
Base da análise
Preço unitário de tabela $ 120,00
% ICMS venda 18%
Volume do pedido 100 un
A seguir, será apresentado o custo resultante das operações em análise.
Lucro Real Apurado Lucro Presumido Simples
% Desc. comerc. Bonif. merc. % Desc. comerc. Bonif. merc. % Desc. comerc. Bonif. merc.
Análise Análise Análise
O novo custo associado a cada situação pode então ser calculado por meio
do modelo apresentado.
Desenvolvendo-se a igualdade das equivalências em termos de novo custo, o
que signi ca equiparar a taxa de boni cação percentual com o desconto
comercial percentual, tem-se o seguinte:
Custo (1 – desconto comercial %) =
Taxa de boni cação % =
Base da análise
Preço unitário de tabela $ 120,00
% ICMS venda 18%
Volume do pedido 100 un
% Custo merc. % Desc. comerc. % Custo merc. % Desc. comerc. % Custo merc. % Desc. comerc.
Bonif. Bonif. Bonif.
0% 87,30 0,00% 0% 98,40 0,00% 0% 120,00 0,00%
5. Prazos de pagamento
Os prazos de pagamento a fornecedores também implicam diferenças nos
montantes a pagar por conta do custo de oportunidade envolvido na decisão
de pagamento à vista ou a prazo.
A ideia é a de que se pode aproveitar uma melhor oportunidade de ganho
nanceiro antecipando-se um pagamento em comparação com as demais
opções que se apresentam em termos da utilização daquele recurso.
Para ilustrar, consideraremos no exemplo um custo de oportunidade para a
empresa de 2.5% a.m. Isso signi ca que, num prazo de 30 dias, determinado
montante de capital poderia ser incrementado nessa taxa. Este ganho terá
um impacto no custo do produto a ser adquirido.
Outra situação em que o exemplo poderia ser aplicado seria na de a empresa
estar avaliando a conveniência de tomar um empréstimo com vistas na
antecipação do pagamento, motivada pela concessão de um desconto. No
exemplo analisado, corresponderia à seguinte situação:
Fornecedor A custo → 100,00 – prazo de pagamento = 30 dias
Fornecedor B custo → 98,00 – prazo de pagamento = à vista
VPa =
VPb =
5.1 ICMS
Considerando o mesmo custo de oportunidade, poderemos obter ganhos no
recolhimento do ICMS em função da procedência da mercadoria, pois as
alíquotas são diferenciadas em relação às transações interestaduais e às datas
de compra e recolhimento do imposto. O exemplo seguinte ilustra a
questão:
Dados:
Custo de oportunidade 2,5% a.m.
Fornecedor A → preço 100,00
Prazo de pagamento 30 dias
O produto do fornecedor A vem de Minas Gerais, onde o ICMS interestadual é de 12%.
5.3 IPI
O IPI é um tributo que incide sobre produtos manufaturados. É gerado por
indústrias no ato da comercialização de acordo com as respectivas tabelas de
incidência. Os atacadistas e varejistas não se creditam desse tributo, cando
assim incorporado ao custo das mercadorias. Vamos analisar um exemplo:
a. Custo de oportunidade = 2,5% a.m.
b. Fornecedor A – custo = 100,00 – prazo de pagamento = 30 dias
c. Fornecedor B – custo = 95,00 – prazo pagamento = à vista
d. O produto A vem de Minas com ICMS = 12%
e. O produto B vem de São Paulo com ICMS = 18%
(o crédito de ICMS é tomado à vista)
f. O fornecedor A é um atacadista (sem IPI)
g. O fornecedor B é um fabricante com IPI = 10%
Custo de A =
6. Existência de frete
No caso de existirem custos adicionais por conta da cobrança de fretes, esses
valores também deverão ser levados em conta na hora de se apurar o custo
efetivo do produto.
7. Desconto financeiro
O desconto nanceiro no varejo e no âmbito operacional do comprador não
pode ser confundido com o clássico conceito de desconto nanceiro,
resultante de uma antecipação de pagamento em suas mais conhecidas
modalidades.
Normalmente, nessas empresas, nem mesmo os compradores têm
informações a respeito desse tipo de desconto na ocasião da comparação dos
custos dos produtos, já que esse assunto é decidido na esfera das respectivas
tesourarias e diretorias nanceiras.
O desconto nanceiro aqui mencionado refere-se ao também conhecido
desconto de delidade ou bônus de delidade, que existe muito mais em
função de uma programação anual de compras de determinado volume do
que propriamente da antecipação de eventuais pagamentos. Esse desconto
ou bônus também permite às empresas envolvidas certo sigilo, que tem
como vantagem evitar pressões de clientes concorrentes.
A cada nota scal com que um cliente envolvido na operação paga uma
fatura, ele recebe um cheque com valor correspondente a um percentual
previamente combinado, incidente sobre o valor total da nota scal (verba).
Em alguns casos, as partes fazem as negociações de forma a efetuar os
pagamentos de descontos ou bônus em períodos que podem ser mensais,
trimestrais, semestrais ou até anuais, por meio de um único cheque.
a. Custo de oportunidade = 2,5% a. m.
b. Fornecedor A → custo = 100,00 – prazo de pagamento = 30 dias
c. Fornecedor B → custo = 90,00 – prazo de pagamento = à vista
d. Produto A vem de Minas Gerais – ICMS = 12%
e. Produto B vem de São Paulo – ICMS = 18%
(o crédito de ICMS é tomado à vista)
f. O fornecedor A é um atacadista, não há incidência de IPI
g. O fornecedor B é fabricante; o IPI = 10%
h. Fornecedor A, o custo é FOB, o frete é de $ 10,00/unidade pagos em 15
dias
i. Fornecedor B, custo CIF – o frete será embutido no custo
j. O fornecedor A concede um desconto nanceiro de 10%
l. O fornecedor B não concede desconto nanceiro
Custo de A =
8. Considerações finais
Pode-se observar, por meio desta análise comparativa de custos, que a ideia
do valor do dinheiro no tempo é essencial para permitir uma análise
adequada dos reais desembolsos que terão de ser realizados, o que, como
pode ser percebido, nem sempre vai traduzir-se na majoração do preço nal
do produto correspondente àquele que poderia parecer à primeira vista. Por
não dimensionarem esses aspectos de forma precisa, muitos comerciantes
acabam por car em situação de defasagem em relação ao mercado.
Algumas vezes, isso ocorre por conta de um preço nal muito baixo,
acarretando prejuízo e di cultando a reposição dos estoques. Em outros
casos, pode-se xar um preço que ultrapasse aqueles praticados no mercado,
provocando a queda nas vendas e a baixa rotatividade nos estoques.
Conclusões
• Na análise comparativa de custos, torna-se importante a noção de “custo
líquido ao valor presente”, em que será levado em conta o momento em
que esses pagamentos serão efetuados para efeito da exata apuração do
custo efetivo.
• O desconto comercial ou as eventuais boni cações devem ser considerados
antes de qualquer outra variável que afete os custos. Somente após a
consideração do desconto comercial e/ou da boni cação, deveremos partir
para a análise do custo líquido de impostos, frete e desconto nanceiro ao
valor presente.
Custo de tabela (1 – desconto comercial %) novo custo
Custo de tabela (1 + taxa com bonificação %) novo custo
Não esquecer que:
Taxa com boni cação =
• Finalmente, pode-se formular de forma abrangente o custo líquido de
impostos, frete e desconto nanceiro ao valor presente, pela seguinte
fórmula:
Custo líquido/Imposto ao VP =
Custo líquido/Imposto ao VP =
Exercícios resolvidos
Exercício 1. Um lojista deve pagar a um fornecedor o valor de $
10.000,00 daqui a 30 dias. O fornecedor propõe uma antecipação do
pagamento. Considerando a taxa efetiva de 2,8% a.m., qual o valor a ser
pago na data atual? Veri que que o valor recebido na data atual resulta
no valor futuro de $ 10.000,00 quando aplicado à taxa de 2,8% a.m. por
30 dias.
Solução:
Solução:
a. Custo líquido ao VP =
b. Custo líquido ao VP =
c. Custo líquido ao VP =
A melhor alternativa é a c.
A melhor proposta é a c.
Exercício 5. Na cotação de extrato de tomate “370 g”, realizada no dia
20/05 para entrega em 28/05, três fornecedores enviam as seguintes
propostas:
a. Fornecedor 1 (SP)
preço: $ 7,72 a lata – pagamento a 28 dias de entrega
b. Fornecedor 2 (SP)
preço: $ 5,74 a lata – pagamento a 30 dias de entrega
c. Fornecedor 3 (GO)
preço: $ 4,76 a lata – pagamento a 35 dias de entrega
Considerando ICMS recuperável em cinco dias fora o mês de compra
(ICMS em São Paulo igual a 18% e em Goiás, 12%) e taxa de aplicação
igual a 2,8% a.m., qual é a melhor proposta, se a compra for feita pela
loja de São Paulo?
Solução:
Para resolver esta questão, existe a necessidade da premissa de que as
marcas em questão são equivalentes em termos mercadológicos. De
qualquer forma, o importante é o raciocínio nanceiro e, sob essa óptica,
convém trazer ao valor presente o custo sem ICMS das três marcas.
a. Fornecedor 1
Custo s/ICMS ao VP =
b. Fornecedor 2
Custo s/ICMS ao VP =
c. Fornecedor 3
Custo s/ICMS ao VP =
Exercício 6. O fornecedor A de São Paulo, ofereceu presunto ao preço
de
$ 6,12 o quilo e pagamento a 30 dias de entrega. O mesmo fornecedor
propõe que seja feito um embarque direto de Porto Alegre (ICMS =
12%) ao preço de $ 5,80 o quilo e pagamento a 35 dias de entrega.
Considerando que a cotação foi feita em 14/05 para entrega em 19/05, a
taxa de aplicação é de 2,8% a.m., e o ICMS é recuperável em cinco dias
fora o mês da compra, qual é a melhor proposta? Faça um estudo de
contraproposta (preço para 30 dias de entrega para compra em São
Paulo, levando em conta a melhor proposta).
Solução:
O primeiro passo é saber qual das duas opções é a melhor. Novamente, é
necessário trazer ao valor presente o custo sem ICMS das duas
alternativas. O segundo passo é tomar a melhor das duas alternativas e
torná-la equivalente à contraproposta.
Passo 1: Custo s/ICMS via São Paulo =
Solução:
Este exercício exige a análise do uxo de caixa no tempo para que sejam
consideradas as vantagens dos prazos para pagamento tanto dos
impostos quanto dos fornecedores que superem o momento médio de
vendas na formação do preço de vendas. O preço de venda tem que ser
tal que cubra os custos do produto, dos impostos ao valor presente e
ainda dê uma margem de 3% sobre o preço de venda normal. (Chama-se
preço de venda normal o preço que se elabora sem a consideração dos
prazos.) O primeiro passo é, portanto, descobrir o valor da margem de
3% sobre o preço de venda normal e, para isso, deve-se encontrar o preço
de venda normal (PVn).
Observe que esse preço permite obter uma margem líquida de 3% que,
em valor, representam 0,32. Num segundo momento, o que importa é
saber que preço se deve praticar, considerando as vantagens nanceiras
provenientes da diferença dos momentos de venda, pagamento de
impostos e do pagamento ao fornecedor que permita gerar o mesmo
valor de margem.
Exercício 8. Na compra de camisetas, foi feita uma cotação de preços
em 18/5 para entrega em 20/5. O ICMS é de 12% e recuperável em
cinco dias fora o mês da compra.
Solução:
Em primeiro lugar, deve-se interpretar o signi cado de um desconto
de
10% + 10% + 7% + 13%. Não se pode confundir esse tipo de desconto
com a somatória dos valores, que daria 40%, uma vez que a base de
cálculo é reduzida à medida que os descontos são dados.
Desconto final 1 – [(1 – 10%) x (1 – 10%) x (1 – 7%) x (1 – 13%)]
Desconto final 34,46%
Observe que o exemplo chega ao valor de 65,54%.
Base 100,00
Desconto $
10,00% (10,00)
Saldo 90,00
10,00% (9,00)
Saldo 81,00
7,00% 5,67
Saldo 86,67
13,00% 11,27
Saldo 97,94
A diferença entre a base inicial 100 e o valor alcançado foi de 34,46, o
que, em relação à base 100, representa 34,46%, aproximadamente. Da
mesma forma, um desconto de 10% + 10% + 7% não é 27%, mas:
desconto nal = 1 – [(1 – 10%) (1 – 10%) (1 – 7%)] = 24,67%.
O ICMS incide sobre o valor da nota scal, que, no caso, é o valor
líquido dos descontos. Para se saber qual das duas é a melhor proposta,
devem-se trazer ao valor presente as duas alternativas líquidas de
descontos e impostos.
(–) Desconto comercial
Custo líquido
Desconto comercial
A B
Tabela cheia $ 462,00 $ 462,00
Desconto acumulado 34,46% 24,67%
Valor desconto $ 159,21 $ 113,98
Preço líquido $ 302,79 $ 348,02
VPCustA =
VPCustB =
Resposta: A proposta A é a melhor.
II. VP n =
Margem = 3% 104,30 = 3,13
Solução:
Custo = [100,00 (1 – 18%)] + (100,00 10%) + 5 = 97,00
Custo VP =
Custo VP = 97,28 – 18 + 8,70 + 9,72 = 97,70
Exemplo:
Custo $100,00
Margem 50%
1.2 Mark up
Representa o capital incidente sobre o custo e tem como objetivo cobrir
custos e despesas operacionais, impostos, despesas comerciais, despesas
nanceiras e lucro.
Exemplo:
Custo $100,00
Mark up% 50%
Portanto:
– Custo de distribuição % =
Composição da Margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Composição da margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Impostos incidentes sobre a venda
ICMS 18%
PIS 0,65%
Cofins 3,00%
Composição da margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Modelo II
Não incidência de sobreposição da Margem Operacional e lucro sobre os
impostos
Composição da margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Composição da Margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Prova:
Custos de distribuição 11,0400
Lucro líquido 5,5200
Subtotal 16,5600
Taxas bancárias 4,9827
Despesas comerciais 1,6609
ICMS (débito) 29,8962
PIS (débito) 2,7405
Cofins 12,6228
IR 1,9931
CSLL 1,7938
Subtotal 55,6900
Custo da mercadoria 92,0000
Despesas financeiras 1,8400
Total 166,0900
Composição da margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Como a empresa optante é do regime de Lucro real apurado, ela tem direito
a crédito sobre a mercadoria adquirida do PIS (1,65%) e da Co ns (7,60%).
Portanto, o custo da mercadoria será:
Créditos tributáveis 100,00 x (0,0165 + 0,076) = R$ 9,25
Custo da mercadoria 113,46 – 9,25 = R$ 104,21
Formatação do preço de venda
Prazo de financiamento da venda 30 dias
Taxa de juros 2% a.m.
Fator de capitalização (1+0,02)(30/30) = 1.02
Composição da margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Como a empresa optante é do regime Simples, ela não tem direito a créditos
tributários. Portanto, o custo da mercadoria será o valor de aquisição: custo
= R$ 113,46.
A faixa de tributação da empresa é de 6,57% – receita anual entre
R$ 1.080.000,00 e R$ 1.200.000,00 (tabela Simples para mercadorias
sujeitas à ST de ICMS).
Formatação do preço de venda
Prazo de financiamento da venda 30 dias
Taxa de juros 2% a.m.
Fator de capitalização (1+0,02)(30/30) = 1.02
Composição da margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Impostos incidentes sobre a venda
Simples 6,57%
Modelo II
Não incidência de sobreposição da margem operacional e lucro sobre os
impostos
Como a empresa optante é do regime de Lucro real apurado, ela tem direito
a crédito sobre a mercadoria adquirida do PIS (1,65%) e da COFINS
(7,60%). Portanto, o custo da mercadoria será:
Créditos tributáveis 100,00 x (0,0165 + 0,076) = R$ 9,25
Custo da mercadoria 113,46 – 9,25 = R$ 104,21
Prazo de financiamento da venda 30 dias
Taxa de juros 2% a.m.
Fator de capitalização (1+0,02)(30/30) = 1.02
Composição da margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Composição da margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Como a empresa optante é do regime Simples, ela não tem direito a créditos
tributários. Portanto, o custo da mercadoria será o valor de aquisição: custo
= R$ 113,46. A Faixa de tributação da empresa é de 9,12% – receita anual
entre R$ 1.080.000,00 e R$ 1.200.000,00.
Formatação do preço de venda
Prazo de financiamento da venda 30 dias
Taxa de juros 2% a.m.
Fator de capitalização (1+0,02)(30/30) = 1.02
Composição da margem
Custos de distribuição 10%
Taxa de administração de cartões (taxas bancárias) 3%
Despesas comerciais 1%
Lucro líquido 5%
Prova:
Preço de referência R$ 126,58
b. Descontos sobrepostos
Prova:
Preço de referência R$ 124,28
Valor do pedido + bonificação 1.100,00 Impacto sobre o custo 12,50% 11,09% 9,09%
IPI 0,00
Total do pedido + IPI 1.100,00
7. Considerações finais
• O processo de preci cação compõe-se de diversas atividades, todas
individualmente importantes.
• As normas tributárias brasileiras constituem-se em importante fator
diferencial para quem as compreenda.
• As estratégias agressivas são também resultado do “momento
mercadológico”.
• A preci cação baseada simplesmente no conceito de custo mais margem é
uma perigosa ilusão, pois não permite avaliar com precisão os conceitos
estratégicos e os efeitos tributários sobre as decisões tomadas.
• O fundamental para empresas que queiram diferenciar-se no mercado é
compreender o conceito de valor percebido pelo cliente.
• É fundamental saber que o preço é fortemente direcionado pelo mercado e
que a “escala de venda” também é uma importante variável a ser
gerenciada.
Exercícios resolvidos
Exercício 1. Um produto tem as seguintes características:
Preço de aquisição $ 100,00 + 5% IPI
ICMS(E)% 18% (crédito)
ICMS(V)% 18% (débito)
Empresa optante do regime de Lucro presumido
(PIS = 0,65% / Cofins = 3,00% / IR = 1,20% – CSLL = 1,08%)
a. Por quanto esse produto deverá ser vendido para permitir a obtenção
de uma margem comercial líquida de impostos de 25% sobre a venda
bruta?
b. Demonstre a veracidade do resultado.
Solução:
Prova:
Preço de venda 170,35
ICMS 18,00% 30,66
PIS 0,65% 1,11
Cofins 3,00% 5,11
IR 1,20% 2,04
CSLL 1,08% 1,84
Margem operacional 25,00% 42,59
Custo da mercadoria 87,00
Total 170,35
Produto
A B C
Pr. aquisição 40,00 25,50 9,00
ICMS (cred.) 7,00% 7,00% 7,00%
PIS (cred) 0,00% 1,65% 1,65%
Cofins (cred.) 0,00% 7,60% 7,60%
Custo unit. 37,20 21,36 7,54
Produto
A B C
Custo unit. 37,20 21,36 7,54
Margem oper. 15% 15% 15%
ICMS (deb.) 12% 12% 12%
PIS (deb.) 0,00% 1,65% 1,65%
Cofins (deb.) 0,00% 7,60% 7,60%
Preço de venda 50,96 33,50 11,82
Prova:
Produto
A B C
Valor % Valor % Valor %
Preço de venda 50,96 100,00 33,50 100,00 11,82 100,00
ICMS (6,12) 12,00 (4,02) 12,00 (1,42) 12,00
PIS 0,00 0,00 (0,55) 1,65 (0,20) 1,65
Cofins 0,00 0,00 (2,55) 7,60 (0,90) 7,60
Margem oper. (7,64) 15,00 (5,03) 15,00 (1,77) 75,00
Custo unit. (37,20) 73,00 (21,36) 63,75 (7,54) 63,75
Saldo 0,00 – 0,00 – 0,00 –
b. Para as vendas internas ao Estado de Goiás, a empresa goza de um
regime especial em que o ICMS% de venda é de 10%. Calcule o preço
de venda para as mercadorias comercializadas no Estado de Goiás e a
diferença percentual (%) em relação ao restante da tabela de preços.
Solução:
1. Preço de venda
Produto
A B C
Custo unit. 37,20 21,36 7,54
Margem oper. 15% 15% 15%
ICMS (deb.) 10% 10% 10%
PIS (deb.) 0,00% 1,65% 1,65%
Cofins 0,00% 7,60% 7,60%
Preço de venda 49,60 32,48 11,46
Prova:
Produto
A B C
Valor % Valor % Valor %
Preço de venda 49,60 100,00 32,48 100,00 11,46 100,00
ICMS (4,96) 10,00 (3,25) 10,00 (1,15) 10,00
PIS 0,00 0,00 (0,54) 1,65% (0,19) 1,65
Cofins 0,00 0,00 (2,47) 7,60% (0,87) 7,60
Margem oper. (7,44) 15,00 (4,87) 15,00% (1,72) 15,00
Custo unit. (37,20) 75,00 (21,36) 65,75% (7,54) 65,75
Saldo 0,00 – 0,00 – 0,00 –
Prova:
Produto A 50,96 – 2,67% = $ 49,60
Produto B 33,50 – 3,04% = $ 32,48
Produto C 11,82 – 3,04% = $ 11,46
Prova:
Preço comer. ICMS PIS Cofins Base
do preço
% Valor % Valor % Valor
128,51 7 (9,00) 1,65% (2,12) 7,60% (9,77) 107,63
Prova:
128,51 – 10,51% = $ 115,00
b. Cálculo do montante da margem da operação
Preço unitário 115,00 Número de unidades 10.000
IPI 15,00% 17,25 ICMS 7,00%
Preço + IPI 132,25 PIS 1,65%
Custo unitário 80,00 Cofins 7,60%
Frete sobre a venda 10.000,00
Composição da receita Imposto incidentes sobre a venda
Receita bruta (sem IPI) 1.150.000,00 ICMS 7,00% 80,500,00
Valor do IPI 172.500,00 PIS 1,65% 18.975,00
Receita bruta (com IPI) 1.322.500,00 Cofins 7,60% 87.400,00
IPI 15,00% 172.500,00
Receita líquida 963.125,00 Total 359.375,00
Resumo comparativo
% Massa de margem MBC/RB
Desconto s/preço 20 44.270,00 36,89
Bonficação em mercadoria 20 54.515,00 37,86
Verbas 20 46.512,50 38,76
Solução
a. Cálculo do custo da mercadoria
Preço de aquisição 1.000,00
ICMS (crédito) 18,00% 180,00
PIS (crédito) 1,65% 16,50
Cofins (crédito) 7,60% 76,00
Total dos créditos tributários 272,50
Custo da mercadoria (cx.) 727,50
Fator de Mark up =
Prova:
Preço de aquisição 3.197,80
ICMS 18,00% 575,60
PIS 1,65% 52,76
Cofins 7,60% 243,03
Margem operacional 50,00% 1.598,90
Custo da mercadoria 727,50
Total 3.197,80
Fator de Mark up =
Formato de apresentação = 10 parcelas de $ 454,15 = $ 4.541,47
Variação em relação ao valor à vista = 42,01%
Prova:
Preço de venda 4.541,48
ICMS 18,00% 817,47
PIS 1,65% 74,93
Cofins 7,60% 345,15
Margem operacional 50,00% 2.270,74
Taxa adm. cartões 3,00% 136,24
Custo da mercadoria 727,50
Custos financeiros 23,29% 169,44
Total 4.541,48
Prova:
Preço de venda (sem IPI) 361,41
Preço de venda (com IPI) 390,32
ICMS 18,00% 65,05
PIS 0,65% 2,35
Cofins 3,00% 10,84
IR 1,20% 4,34
CSLL 1,08% 3,90
Margem operacional 30,00% 108,42
Lucro 3,00% 10,84
Custo de mercadoria 150,00
Custos financeiros 3,77% 5,66
Total 361,41
IPI 8,00% 28,91
Total com IPI 390,32
Quantidade 50 V. unit. 7,81
Prova:
Preço de venda 505,35
ICMS 18,00% 90,96
PIS 1,65% 8,34
Cofins 7,60% 38,41
Margem operacional 7,60% 75,80
Custo da mercadoria 15,00% 291,84
Total 505,35
Quantidade 50 V. unit. 10,11
c. Cálculo do preço de venda do distribuidor varejista
Solução:
a. Cálculo do fator de IVA (MVA) corrigido e do ICMS de ST
Prova:
Preço de venda 45,32
PIS 0,65% 0,29
Cofins 3,00% 1,36
IR 1,20% 0,54
CSLL 1,08% 0,49
Margem 25,00% 11,33
Custo da mercadoria 31,30
Total 45,32
Prova:
Preço de venda 193,57
ICMS 18,00% 34,84
PIS 1,65% 3,19
Cofins 7,60% 14,71
Margem operacional 30,00% 58,07
Custo de mercadoria 82,75
Total 193,57
Exercício 10. O fornecedor B é um atacadista. Tem um produto mais
so sticado que o do fornecedor A (do exercício anterior). Os produtos
concorrem entre si, porém o comprador acredita que, se colocados na
prateleira da loja um ao lado do outro, o produto B terá mais chance de
venda se seu preço exceder o preço de A em no máximo 15%.
Sabendo-se que B está sendo oferecido com as seguintes condições:
a. Para car apenas 15% mais caro que A, por qual preço deverá ser
vendido o produto B?
b. Com esse preço, qual a margem líquida de impostos sobre a venda
bruta será obtida?
c. De quanto deve ser o desconto comercial para que o produto B
obtenha uma margem comercial líquida de impostos sobre venda
bruta de 30% e que exatamente mais caro que A em 15%?
Solução:
Margem = 23,73%
Prova:
Preço de venda 222,61
ICMS 18,00% 40,07
PIS 1,65% 3,67
Cofins 7,60% 16,92
Custo da mercadoria 109,13
Total 169,79
Margem operacional 52,82
Margem/preço de venda 23,73
1. Ciclo operacional
É a relação temporal que envolve a data de entrada de uma mercadoria, o
prazo médio de comercialização (tempo médio em que a mercadoria cou
estocada na empresa) e o respectivo prazo médio de recebimento.
3. Custos financeiros
A consequência dos 13 dias da mercadoria parada no estoque é 13 dias com
o capital sem remuneração nanceira. Adotando uma taxa de remuneração
sobre ele, podemos avaliar seu resultado econômico. A partir da equação:
Vf = Va x (1+i)n
Onde:
Vf = valor futuro
Va = valor atual
i = taxa de juros (remuneração do capital)
n = período de capitalização (giro médio do estoque)
Sendo que:
Va = $ 100,00 (custo da mercadoria)
i = 2,00% a.m.
n = 13 dias
Vf = 100,00 x (1+0,02)(13/30) = $ 100,86
O valor de $ 100,86 passaria a ser adotado como base do custo para a
preci cação da mercadoria. Como consequência, podemos veri car que o
valor do produto será elevado de acordo com seu maior tempo de
permanência no estoque (maior giro médio) ou sua maior taxa de
remuneração nanceira.
Custo da mercadoria: $ 100,00
Taxa de remuneração (i) = 2,00% a.m.
Prazo Base % Var Prazo Base % Var Prazo Base % Var
0 10,00 0,00 40 102,68 2,68 120 108,24 8,24
5 100,33 0,33 50 103,36 3,36 150 110,41 10,41
10 100,66 0,66 60 104,04 4,04 180 112,62 12,62
15 101,00 1,00 70 104,73 4,73 210 114,87 14,87
20 101,33 1,33 80 105,42 5,42 240 117,17 17,17
25 101,66 1,66 90 106,12 6,12 270 119,51 19,51
30 102,00 2,00 100 106,82 6,82 300 121,90 21,90
4. Prazo e formato de financiamento das vendas
Associados a uma taxa de remuneração do capital (juros), o prazo e o
formato de nanciamento irão compor o custo nanceiro embutido ao preço
de comercialização de uma mercadoria.
O prazo de nanciamento refere-se ao período (geralmente em dias)
fornecido aos clientes para pagamento de sua compra. Atribuem-se ao
formato o número de parcelas ou a composição de planos de nanciamento,
como, por exemplo sinal, parcelas intermediárias e valor residual. Para os
casos nos quais as vendas serão nanciadas em até uma parcela de
pagamento, partiremos de:
Vf = Va x (1+i)n
Onde:
Vf = valor futuro (valor a ser obtido)
Va = valor Atual (custo da mercadoria)
i = taxa de juros (remuneração do capital)
n = período de capitalização (prazo de nanciamento)
Sendo que:
Va (custo da mercadoria) = $ 100,86
i = 2,00% a.m.
n = 30 dias
Vf = 100,86 x (1+0,02)(30/30) = $ 102,88
Caso o prazo de nanciamento seja alterado:
Prazo de 7 dias: Vf = 100,86 x (1+0,02)(7/30) = $ 101,33
Prazo de 15 dias: Vf = 100,86 x (1+0,02)(15/30) = $ 101,86
Prazo de 45 dias: Vf = 100,86 x (1+0,02)(45/30) = $ 103,90
Prazo de 60 dias: Vf = 100,86 x (1+0,02)(60/30) = $ 104,93
Quando o nanciamento das vendas abrange mais de uma parcela de
pagamento com o mesmo valor, temos:
Vf = Valor futuro (valor a ser obtido)
Va = Valor Atual (custo da mercadoria)
i = taxa de juros (remuneração do capital)
N = Número de parcelas
n = período de capitalização (prazo de nanciamento individual de cada
parcela)
Sendo que:
Va (custo da mercadoria) = $ 100,86
i = 2,00% a.m.
N = 3 parcelas:
n1 = 0 dias (1a parcela = sinal à vista)
n2 = 30 dias (2a parcela)
n3 = 60 dias (3a parcela)
Outro exemplo:
Va (custo da mercadoria) = $ 100,86
i = 2,00% a.m.
N = 3 parcelas:
n1 = 30 dias (1a parcela)
n2 = 60 dias (2a parcela)
n3 = 90 dias (3a parcela)
Ou três parcelas de 34,97.
– Custo = $ 100,00
– ICMS(V)% = 18,00%
– PIS% = 1,65%
– Co ns% = 7,60%
– Margem% = 30,00%
– Número de parcelas (N) = 1
– Prazo de venda = 30 dias
– Taxa de juros = 2,50% a.m.
Prova:
Preço de venda 239,77
ICMS 18,00% 43,16
PIS 1,65% 3,96
Cofins 7,60% 18,22
Margem operaciona 30,00% 71,93
Custo da mercadoria 100,00
Custos financeiros 2,50
Total 239,77
Para uma empresa enquadrada no regime de Lucro presumido, temos:
– Custo = $ 100,00
– ICMS(V)% = 18,00%
– PIS% = 0,65%
– Co ns% = 3,00%
– IR% = 1,20%
– CSLL% = 1,08%
– Margem% = 30,00%
– Número de parcelas (N) = 1
– Prazo de venda = 30 dias
– Taxa de juros = 2,50% a.m.
Prova:
Preço de venda 222,49
ICMS 18,00% 40,05
PIS 0,65% 1,45
Cofins 3,00% 6,67
IR 1,20% 2,67
CSLL 108% 2,40
Margem operacional 30,00% 66,75
Custo da mercadoria 100,00
Custos financeiros 2,50% 2,50
Total 222,49
Para uma empresa enquadrada no regime de Simples, temos:
– Custo = $ 100,00
– ICMS(V)% = 18,00%
– Simples = 6,84% (faturamento anual entre $ 240.000,01 e
$ 360.000,00)
– Margem% = 30,00%
– Número de parcelas (N) = 1
– Prazo de venda = 30 dias
– Taxa de juros = 2,50% a.m.
Prova:
Preço de venda 162,29
Simples 6,84% 11,10
Margem operacional 30,00% 48,69
Custo da mercadoria 100,00
Custos financeiros 2,50% 2,50
Total 162,29
– Custo = $ 100,00
– ICMS(V)% = 18,00%
– PIS% = 1,65%
– Co ns% = 7,60%
– Margem% = 30,00%
– Número de parcelas (N) = 1
– Prazo de venda = 30 dias
– Taxa de desconto bancário = 3,50% a.m.
Prova:
Preço de venda 254,78
ICMS 18,00% 45,86
PIS 1,65% 4,20
Cofins 7,60% 19,36
Margem operacional 30,00% 76,43
Custos financeiros 3,50% 8,92
Custo da mercadoria 100,00
Total 254,78
Para uma empresa enquadrada no regime de Lucro Presumido, temos:
– Custo = $ 100,00
– ICMS(V)% = 18,00%
– PIS% = 0,65%
– Co ns% = 3,00%
– IR% = 1,20%
– CSLL% = 1,08%
– Margem% = 30,00%
– Número de parcelas (N) = 1
– Prazo de venda = 30 dias
– Taxa de desconto bancário = 3,50% a.m.
Prova:
Preço de venda 234,91
ICMS 18,00% 42,28
PIS 0,65% 1,53
Cofins 3,00% 7,05
IR 1,20% 2,82
CSLL 1,08% 2,54
Margem operacional 30,00% 70,47
Custos financeiros 3,50% 8,22
Custo da mercadoria 100,00
Total 234,91
Para uma empresa enquadrada no regime de Simples, temos:
– Custo = $ 100,00
– ICMS(V)% = 18,00%
– Simples = 6,84% (faturamento anual entre $ 240.000,01 e
$ 360.000,00)
– Número de parcelas (N) = 1
– Prazo de venda = 30 dias
– Taxa de desconto bancário = 3,50% a.m.
Prova:
Preço de venda 167,62
Simples 6,84% 11,46
Margem operacional 30,00% 50,28
Custos financeiros 3,50% 5,87
Custo da mercadoria 100,00
Total 167,62
7. Cartões de Crédito
Quando uma empresa comercial trabalha com operadores de cartão de
crédito, ou seja, nancia as vendas por meio de outra empresa (banco) que
oferece um prazo de pagamento aos clientes (usuários dos cartões), necessita
observar dois diferentes efeitos sobre a formatação de seus preços:
a. A operadora do cartão cobra uma taxa da empresa comercial (quem
efetivou a venda).
b. A operadora do cartão irá pagar a empresa comercial (quem efetivou a
venda) após determinado prazo, a contar da data da venda.
Encontramos aqui dois eventos distintos em que a empresa comercial terá
retenção de uma parcela do valor da venda (taxa de administração) e
também nanciará suas vendas, pois irá receber somente após o prazo
oferecido pela operadora. A taxa de administração e o prazo de recebimento
são negociados entre as partes interessadas.
Supondo-se que uma determinada operadora de cartões cobre uma taxa de
retenção de suas operações de 3,00% sobre o valor bruto da venda e que
demore 30 dias para pagar à empresa que efetivou a venda, encontramos:
Para uma empresa enquadrada no regime de Lucro real apurado, temos:
– Custo = $ 100,00
– ICMS(V)% = 18,00%
– PIS% = 1,65%
– Co ns% = 7,60%
– Margem% = 30,00%
– Número de parcelas (N) = 1
– Prazo de recebimento da operadora = 30 dias
– Taxa de nanciamento da venda (i) = 2,50% a.m.
– Taxa de administração da operadora = 3,00%
Prova:
Preço de venda 257,86
ICMS 18,00% 46,42
PIS 1,65% 4,25
Cofins 7,60% 19,60
Margem operacional 30,00% 77,36
Taxa adm. cartões 3,00% 7,74
Custo da mercadoria 100,00
Custos financeiros 2,50% 2,50
Total 257,86
Para uma empresa enquadrada no regime de Lucro Presumido, temos:
– Custo = $ 100,00
– ICMS(V)% = 18,00%
– PIS% = 0,65%
– Co ns% = 3,00%
– IR% = 1,20%
– CSLL% = 1,08%
– Margem% = 30,00%
– Número de parcelas (N) = 1
– Prazo de recebimento da operadora = 30 dias
– Taxa de nanciamento da venda (i) = 2,50% a.m.
– Taxa de administração da operadora = 3,00%
Prova:
Preço de venda 237,98
ICMS 18,00% 42,84
PIS 0,65% 1,55
Cofins 3,00% 7,14
IR 1,20% 2,86
CSLL 1,08% 2,57
Taxa adm. cartões 3,00 7,14
Margem operacional 30,00% 71,40
Custo da mercadoria 100,00
Custos financeiros 2,50% 2,50
Total 237,98
Para uma empresa que está enquadrada no regime de Simples, temos:
– Custo = $ 100,00
– ICMS(V)% = 18,00%
– Simples = 6,84% (faturamento anual entre $ 240.000,01 e
$ 360.000,00)
– Margem% = 30,00%
– Número de parcelas (N) = 1
– Prazo de recebimento da operadora = 30 dias
– Taxa de nanciamento da venda (i) = 2,50% a.m.
– Taxa de administração da operadora = 3,00%
Prova:
Preço de venda 170,38
Simples 6,84% 11,65
Margem operacional 30,00% 51,11
Taxa adm. cartões 3,00% 5,11
Custo da mercadoria 100,00
Custos financeiros 2,50
Total 170,38
8. Engenharia tributário financeira
Vale ressaltar que os tributos seguem a normas scais no tocante ao regime
de apuração e pagamento. A apuração segue o conceito da Contabilidade
Geral, em que o fato gerador é a data de emissão de uma Nota Fiscal
(regime de competência).
O pagamento dos tributos segue uma regra de agendamento a partir de um
prazo concedido pelos governos Federal, Estadual e Municipal. Esses
prazos representam um nanciamento por parte do governo para
pagamento dos tributos incidentes sobre as vendas, os quais podem diferir
de Estado para Estado e até de empresa para empresa.
Exemplos:
Prazo de pagamento do ICMS = 5 dias fora o mês de incidência
Prazo de pagamento do PIS = 15 dias fora o mês de incidência
Prazo de pagamento da Co ns = 15 dias fora o mês de incidência
A depender da data de emissão de uma Nota Fiscal, do prazo de
nanciamento da venda e da data de pagamento dos respectivos tributos
incidentes, gera-se um uxo nanceiro a ser observado:
PIS
Alíquota nominal 1,65%
Prazo de financiamento (dia 30/xx +1 (–) dia15/xx + 1 = 15 dias)
Alíquota efetiva 1,65% x (1+0,025)(15/30) = 1,67%
Cofins
Alíquota nominal 7,60%
Prazo de financiamento (dia 30/xx +1 (–) dia15/xx + 1 = 15 dias)
Alíquota efetiva 7,60% x (1+0,025)(15/30) = 1,69%
Conclui-se que essas alíquotas efetivas representarão um impacto direto no
preço de venda. Dependendo da data da venda, esse efeito será alterado,
como apresentado na tabela a seguir:
Taxa de remuneração do capital 2,50% a.m.
Prazo de financiamento das vendas 30 dias
Data para o pagamento do ICMS 5 dias fora o mês de incidência
Data para o pagamento do PIS 15 dias fora o mês de incidência
Data para o pagamento da Cofins 15 dias fora o mês de incidência
Prova:
Preço de venda 242,54
ICMS 18,37 44,57
PIS 1,67% 4,05
Cofins 7,69% 18,66
Margem operacional 30,00% 72,76
Custo da mercadoria 100,00
Custo financeiros 2,50% 2,50
Total 242,54
REFERÊNCIAS