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A formação de preço é uma das tarefas mais importantes para a gestão financeira, pois
busca garantir que o empreendimento seja lucrativo, cubra os custos e, ao mesmo
tempo, seja competitivo e atrativo para os clientes, requerendo a atenção da
administração.
A apuração dos custos se faz pelos próprios elementos da contabilidade, com auxílio de
informações extra contábeis, como controles de estoques, rateios de custos indiretos,
horas de produção etc.
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5.2 Componentes da formação de preço
Simples Nacional – Todos os tributos inclusos numa única alíquota, por meio do
recolhimento dos impostos em uma guia e a parte apenas no INSS do Empregado e no
FGTS. Nesse regime é importante analisar as questões sobre a tributação do Imposto
sobre a Circulação e Prestação de Serviços (ICMS). Nele há uma limitação no
faturamento da empresa, que não poderá ultrapassar a R$ 4.800.000,00 por ano.
Lucro Real – Regime obrigatório para todas as pessoas jurídicas que faturam
anualmente mais de 78.000.000,00, com incidência de Imposto de Renda e da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, podendo chegar a 34%.
https://guiatributario.files.wordpress.com/2018/06/tabela-ipi-2017-atualizada-
0518.pdf
A fórmula a ser utilizada para este método de cálculo pode ser assim representada:
Para que esse conceito fique mais claro, vamos analisar o exemplo abaixo.
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• Markup – Se baseia nos custos envolvidos em cada produto, com o objetivo
principal de encontrar um preço que cubra as despesas e ofereça o lucro desejado.
Trata-se de um índice que mostra a relação entre o custo de produção e de distribuição
de um bem ou serviço e seu preço de venda. É aplicado sobre o custo de um produto
para obter o preço de venda, garantindo a margem de lucro pretendida.
Onde:
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Markup = 100 / [100 – (15 + 20 + 25)]
Markup = 100 / 40
Markup = 2,5
(Nesse caso, encontramos multiplicador)
Com este fator, caso o produto tenha um custo de R$ 100,00, o preço de venda será de
R$ 250,00 (R$ 100,00 x 2,5).
% Valor (R$)
Custo do produto 10,00
ICMS sobre Vendas 18,00%
PIS sobre Vendas 0,65%
COFINS sobre Vendas 3,00%
Comissão sobre Vendas 5,00%
Lucro Desejado 40,00%
(100% – 66,65%) 66,65% 33,35%
Preço de Venda 29,99
(10,00/(33.35/100))
Nesse exemplo, é calculado um fator divisor que deverá ser aplicado ao custo do
produto, onde as duas formas de cálculo garantem que o lucro esperado seja atingido.
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5.4 Política de Preço de Vendas x Volume e Mix de produtos
Um dos instrumentos da área de custos que pode ser utilizado nas decisões gerenciais
é a análise de Custo/Volume/Lucro, que abrange os conceitos de margem de
contribuição, ponto de equilíbrio, margem de segurança e alavancagem operacional
(WERNKE, 2004).
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MC = Valor das Vendas – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis)
PV = 120
CV = 50
DV = 12 + 14,4 = 26,4
R$ Receita Total
Custos e
Despesas
Totais
Ponto de
Equilíbrio
Quantidade
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Tabela 5.2 – Cálculo do Ponto de Equilíbrio de uma empresa.
Unit Total
Tomado como base os valores do exemplo anterior, incluindo como despesa não
desembolsável (depreciações de ativos) o valor fixo de R$ 2.000,00, teremos um novo
ponto de equilíbrio:
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o Ponto de equilíbrio econômico (PEE) – Nesse indicador, você precisa acrescentar
o custo de oportunidade, que considera a margem de ganho que alguém poderia ter
caso investisse em outro negócio ou em um fundo de investimento:
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Pelo Valor econômico:
MS = R$ 72.000,00
Pela Quantidade:
MS = 1.200 unidades
Analisando os resultados, vemos que as vendas poderão oscilar entre 1.200 e 800
unidades que não trarão prejuízos para empresa, tornando uma ferramenta de gestão
de preços em uma definição de novas estratégias de venda.
Para esta análise, podemos tomar como base o estudo realizado por Santos (1999), o
qual demostrou as etapas operacionais para a definição de um do Modelo Target-Price
(ou Preço-Alvo):
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Avaliação estratégica das variáveis externas não-controláveis;
Caracterização do ambiente de competição de mercado;
Projeção da demanda de mercado e do produto;
Projeção das vendas esperadas dos demais produtos da empresa;
Identificação dos objetivos globais e funcionais da empresa e estabelecimento dos
objetivos de preço;
Identificação das políticas e diretrizes da empresa e estabelecimento das políticas
e diretrizes de preço;
Identificação das estratégias globais e funcionais da empresa e estabelecimento
das estratégias de preço;
Projeção da estrutura de custos e despesas da empresa;
Apuração do capital investido no negócio e do respectivo custo de oportunidade;
Aplicação do preço de simulação mais adequado;
Obtenção da demonstração do resultado econômico;
Avaliação e adequação do preço referencial às condições de comercialização.
Trata-se de uma atividade árdua para a empresa a determinação do preço de venda que
deverá praticar para cada produto. A política de venda trata não somente da utilização
das técnicas discutidas nos tópicos anteriores, mas de um estudo do cenário que a
empresa se encontra e também o que deseja atingir no futuro.
Saiba Mais
Caso queira aprofundar seus estudos e queira indicações sobre o tema estudado,
seguem os links abaixo:
https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/viewFile/3152/3152
http://www.scielo.br/pdf/cest/n15/n15a05.pdf
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Conclusão
O processo de formação do Preço de Venda não é uma tarefa fácil para a empresa, em
função dos diversos aspectos que deverão ser levados em consideração, que tratamos
neste bloco. Inicialmente pelas questões tributárias, em função do grande impacto que
o mesmo traz para o preço, com a definição do custo do produto e também a margem
desejada, será possível determinar o preço do produto. Além da determinação do preço,
é necessário calcular quantas unidades deverão ser vendidas, para que a empresa se
mantenha rentável e, para isso, contamos com o cálculo do Ponto de Equilíbrio da
Margem de Segurança e da Margem de Contribuição.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei Complementar Nº 116, 31 de julho de 2003. Dispõe sobre o Imposto Sobre
Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e
dá outras providências. Disponível em:
<http://www.portaltributario.com.br/legislacao/lc116.htm>. Acesso em: 10 de jul.
2019.
IUDÍCIBUS et al. Manual de Contabilidade Societária. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 8. edição. São Paulo: Saraiva,
2013.
WARREN, Carl; REEVE, James; FESS, Philip. Contabilidade Gerencial. 6. ed. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2001.
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