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ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS E ERROS


ACONTECIMENTOS APÓS A DATA DO BALANÇO

MESTRADO EM ANÁLISE FINANCEIRA 1

TÓPICOS AVANÇADOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA


ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras

IAS 1 - Apresentação de Demonstrações Financeiras


ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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Art.º. 11º - Decreto-Lei 158/2009 de 13 Julho,


republicado pelo Decreto-Lei 98/2015 de 02 de Junho

o As entidades sujeitas às NCRF são obrigadas a apresentar:


– Balanço;

OBRIGATÓRIAS
– Demonstração dos resultados por natureza;
– Demonstração das alterações no capital próprio;
– Demonstração dos fluxos de caixa ;
– Anexo
OPCIONAL: Demonstração dos Resultados por Funções

Portaria 220/2015, Modelos de DF’s:


de 24 de Julho Anexos 1 a 6
ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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Nº 3 Art.º. 11º - Decreto-Lei 158/2009 de 13 Julho,


republicado pelo Decreto-Lei 98/2015 de 02 de Junho

(...) são dispensadas de apresentar a demonstração das alterações no capital próprio e a demonstração dos fluxos de
caixa, podendo apresentar modelos reduzidos relativamente às restantes demonstrações financeiras.

o As entidades que aplicam a NCRF-PE SNC apresentam:

OBRIGATÓRIAS
– Balanço;
– Demonstração dos resultados por natureza;
– Anexo

Portaria 220/2015, Modelos reduzidos de DF’s:


de 24 de Julho Anexos 7 a 10
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Nº 3 e Nº4 Art.º. 11º - Decreto-Lei 158/2009 de 13 Julho,


republicado pelo Decreto-Lei 98/2015 de 02 de Junho

(...) são dispensadas de apresentar a demonstração das alterações no capital próprio e a demonstração dos fluxos de
caixa, podendo apresentar modelos reduzidos relativamente às restantes demonstrações financeiras (...)e dispensadas
de apresentar o anexo, (...) desde que, quando aplicável, procedam à divulgação de (...) informações no final do balanço

o As entidades que aplicam a NCRF-ME SNC apresentam:

OBRIGATÓRIAS
– Balanço;
– Demonstração dos resultados por natureza;

Portaria 220/2015, Modelos ME’s de DF’s:


de 24 de Julho Anexos 18 a 19
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O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever as bases quanto à


estrutura e conteúdo (...). §1
A demonstração dos fluxos de caixa é desenvolvidamente tratada na NCRF 2.

As demonstrações financeiras devem ser identificadas claramente § 6 da NCRF 1

A informação seguinte deve ser mostrada de forma proeminente: § 8 da NCRF 1

✓ O nome da entidade;
✓ (...) DF’s de uma entidade individual ou um grupo de entidades;
✓ A data ou o período;
✓ A moeda de apresentação; e
✓ O nível de arredondamento, que não pode exceder o milhar de unidades da moeda referida.
Cabeçalho de cada DF
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o Representa a posição financeira da entidade numa determinada data.

o O SNC prevê 4 Modelos distintos de Balanço (Portaria n.º 220/2015 de 24 de julho):


✓ Um modelo mais completo para as entidades que apliquem as NCRF ( Anexo 1 ao 6)
✓ Um modelo reduzido para as entidades que apliquem as NCRF-PE (Anexo 7 ao 10)
✓ Um modelo para as entidades que apliquem as NCRF-ME(Anexo18 ao 19)
✓ Um modelo para as entidades que apliquem as NCRF-ESNL (Anexo 11 ao 17)
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o O SNC apenas prevê a disposição vertical.


o É composto pelas massas patrimoniais: ativo, passivo e capital próprio.
o As massas patrimoniais Ativo e Passivo são desdobradas em:
o Corrente e Não Corrente.
o Contém uma coluna designada por “notas” que evidenciará o número da nota do Anexo que se
referirá ás exigências de divulgação referente àquela linha do balanço.
o A informação mínima deve ser de acordo com o modelo publicado em portaria, (NCRF 1, §25).
o Linhas de itens adicionais, títulos e subtotais podem ser apresentados na face do Balanço quando a
informação for relevante, (NCRF 1, §26).
o O pormenor das subclassificações depende dos requisitos das NCRF, variando para cada item (NCRF
1, §28).
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✓ Ativos correntes/não correntes (§ 14 a 16 – NCRF 1)

o Um ativo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
(a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido, no decurso normal do ciclo
operacional da entidade;
(b) Detido essencialmente para ser negociado;
(c) Espera-se que seja realizado num período até doze meses após a data do balanço;
(d) For caixa ou equivalente de caixa.

o Exemplos: Inventários, dívidas a receber de clientes, caixa e depósitos bancários.

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✓ Ativos correntes/não correntes (§ 14 a 16 – NCRF 1)

o Ativo não corrente - todos os outros activos que não sejam classificados como correntes.

o Esta Norma usa a expressão “não corrente” para incluir ativos tangíveis, intangíveis e financeiros cuja
natureza seja de longo prazo.

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✓ Passivos correntes/não correntes (§ 17 a 24 – NCRF 1)

o Um passivo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer um dos seguintes
critérios:
(a) Espera-se que seja liquidado no decurso do ciclo operacional da entidade;
(b) Detido essencialmente para ser negociado;
(c) Espera-se que seja liquidado num período até doze meses após a data do balanço;
(d) A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze
meses após a data do balanço.
Ex: se a entidade negociar passivo de 6 meses para 2 anos → inicialmente era corrente como entidade tem o direito
incondicional de o diferir a + de 12 meses → classificar como passivo não corrente. A entidade só deve considerar como
corrente aquilo que não pode diferir a + de 12 meses

o Exemplos: dívidas a fornecedores, dívidas ao Estado, dívidas ao pessoal.

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✓ Passivos correntes/não correntes (§ 17 a 24 – NCRF 1)

o Passivo não corrente - todos os passivos que não forem correntes porque não cumprem estes
critérios, serão “não correntes”.

o Exemplos: provisões, financiamentos obtidos a longo prazo.

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Ordem
crescente
de liquidez

Ordem
crescente
de exigibilidade

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A informação mínima a apresentar na face


do balanço consta do respectivo modelo
publicado em Portaria. §25 da NCRF 1

Linhas de itens adicionais, títulos e sub


totais podem ser apresentados na face do
balanço quando tal apresentação for
relevante.
§26 da NCRF 1

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o Dá informação sobre o desempenho económico da entidade ao longo do período de relato, evidenciando


as componentes positivas e negativas do resultado líquido do período.
o O SNC apenas prevê a disposição vertical.
o Todos os itens de rendimentos e gastos reconhecidos no período devem ser incluídos nos resultados,
excepto se uma norma o exigir de outra forma.
o Os itens são apresentados atendendo à sua natureza.
“Os itens a apresentar na demonstração dos resultados deverão basear -se numa classificação que atenda à sua natureza,
podendo, adicionalmente, ser apresentada uma demonstração de resultados em que a classificação dos itens se baseie na
sua função dentro da entidade.”

§ 34 da NCRF 1
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o A informação mínima deve ser de acordo com o modelo publicado em portaria (NCRF 1 , §31);

o Linhas de itens adicionais, títulos e subtotais podem ser apresentados na face do DR quando a informação
for relevante (NCRF 1 , §32);

o Não devem ser apresentados itens extraordinários na DR mas deverá divulgar no anexo rendimentos ou
gastos cuja dimensão ou natureza sejam excecionais (NCRF 1 , §33).
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Modelo
Vertical

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RLP
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Vendas
Subsídios à exploração
Rendimentos
Variação nos Inventários de produção
+ Trabalhos para a própria entidade
Outros rendimentos e ganhos
Resultados antes
CMVMC
de depreciações,
Gastos FSE
gastos financeiros
- Gastos com o pessoal
e impostos
Outros gastos e perdas
EBITDA
Ajustamentos de Inventários
Imparidades de dívidas a receber
+
Provisões
- Outras Imparidades
Aumentos e reduções do justo valor
ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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Resultados antes de
depreciações, gastos de
financiamento e impostos

Resultado
operacional
EBIT

Gastos/ reversões de
depreciações e amortizações
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Resultado
operacional

Resultado
antes de
Juros e rendimentos
imposto
similares obtidos
EBT

Juros e gastos
similares
suportados
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Resultado antes de
imposto

Resultado Líquido do
Período

Imposto s/
rendimento do
período
ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

• A estrutura da DACP prefigura um quadro de dupla entrada que combina informação em linha com
informação em coluna
• As colunas correspondem aos itens de capital próprio que figuram no balanço.
• As linhas discriminam as factos suscetíveis de gerar alterações de capital próprio.

• As alterações no capital próprio de uma entidade entre duas datas de balanço refletem o aumento ou a
redução nos seus ativos líquidos durante o período.

• Introduz o conceito de Resultado Integral:

• Resulta na agregação direta do resultado líquido do período com todas as variações ocorridas em capitais próprios não diretamente
relacionados com os detentores de capital, agindo como tal.
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Colunas
Linhas
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NCRF 2: Demonstração de Fluxos de Caixa


(IAS 7)

A DFC compara e reconcilia os saldos de caixa e equivalentes do início e do final de um


determinado período contabilístico, através da descrição dos fluxos de caixa e
equivalentes, podendo os mesmos provir de atividades operacionais, de investimento ou
de financiamento.

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ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Entidade:
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL ou CONSOLIDADA) DE FLUXOS DE CAIXA
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYYY DE 20NN V alores em E u ros

PERÍODOS
RUBRICAS NOTAS
N N-1

Fluxos de caixa das atividades operacionais


Recebimento de clientes + +
Pagamentos a fornecedores - -
Pagamentos ao pessoal - -
Caixa gerada pelas operações _+ / - _+ / -
Pagamento / recebimento do imposto sobre o rendimento - -
Outros recebimentos / pagamentos _+ / - _+ / -
Fluxos de caixa das atividades operacionais (1)

Fluxos de caixa das atividades de investimento


Pagamentos respeitantes a: - -
Ativos fixos tangíveis - -
Ativos intangíveis - -
Investimentos financeiros - -
Outros ativos - -
Recebimentos provenientes de:
Ativos fixos tangíveis + +
Ativos intangíveis + +
Investimentos financeiros + +
Outros ativos + +
Subsídios ao investimento + +
Juros e rendimentos similares + +
Dividendos + +
Fluxos de caixa das atividades de investimento (2) _+ / - _+ / -

Fluxos de caixa das atividades de financiamento


Recebimentos provenientes de:
Financiamentos obtidos + +
Realizações de capital e de outros instrumentos de capital próprio + +
Cobertura de prejuízos + +
Doações + +
Outras operações de financiamento + +
Pagamentos respeitantes a:
Financiamentos obtidos - -
Juros e gastos similares - -
Dividendos - -
Reduções de capital e de outros instrumentos de capital próprio - -
Outras operações de financiamento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento (3) _+ / - _+ / -

Variação de caixa e seus equivalentes ( 1 + 2 + 3)


Efeito das diferenças de câmbio
_+ / -
_+ / -
_+ / -
_+ / -
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Caixa e seus equivalentes no ínicio do período ,,, ,,,
Caixa e seus equivalentes no fim do período ,,, ,,,
ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Principais definições:
Os fluxos de caixa devem ser classificados de acordo com o tipo de atividade que os originou:

 Atividades operacionais – são as principais atividades produtoras de rédito da entidade e outras atividade que não
sejam de investimento ou de financiamento.

 Atividades de investimento – são a aquisição e alienação de ativos a longo prazo e de outros investimentos não
incluídos em equivalentes de caixa.

 Atividades de financiamento – são as atividades que têm como consequência alterações na dimensão e
composição do capital próprio contribuído e nos empréstimos obtidos pela entidade.

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ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

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ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

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ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Compreende o dinheiro em caixa e em depósitos à ordem e Equivalentes de Caixa


 Investimentos com elevada disponibilidade (investimentos com maturidade inferior a 3 meses)
 Prontamente convertíveis para uma quantia conhecida de dinheiro
 Excluí movimentos ocorridos entre caixa e equivalentes de caixa

Método direto (§14)

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BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC)
ANEXO AO DL Nº158/2009 REPUBLICADO PELO DL Nº 98/2015

As Bases para a apresentação de Demonstrações Financeiras, preconizam:

– A Continuidade
– O regime de acréscimo
– Consistência de apresentação
– Materialidade e agregação
– Compensação
– Informação comparativa

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BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC)
ANEXO AO DL Nº158/2009 REPUBLICADO PELO DL Nº 98/2015

Continuidade:
 As demonstrações financeiras devem ser preparadas no pressuposto de que a entidade não pretenda liquidar, cessar
de negociar.
 Ao avaliar se o pressuposto da entidade em continuidade é apropriado, o órgão de gestão toma em consideração
toda a informação disponível sobre o futuro, que é pelo menos, mas sem limitação, doze meses a partir da data do
balanço.

Regime de acréscimo:
 Uma entidade deve preparar as suas demonstrações financeiras, exceto para informação de fluxos de caixa, utilizando
o regime contabilístico de acréscimo.
 Ao ser usado o regime contabilístico de acréscimo, os elementos são reconhecidos como ativos, passivos, capital
próprio, rendimentos e gastos (os elementos das demonstrações financeiras) quando satisfaçam as definições e os
critérios de reconhecimento para esses elementos.
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BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC)
ANEXO AO DL Nº158/2009 REPUBLICADO PELO DL Nº 98/2015

Consistência de apresentação:
 A apresentação e classificação de itens nas demonstrações financeiras deve ser mantida de um período para outro, a
menos que:
 Seja percetível, após uma alteração significativa na natureza das operações, que uma outra apresentação ou
classificação seja mais apropriada, tendo em consideração os critérios para a seleção e aplicação de políticas
contabilísticas.
 Uma entidade altera a apresentação das suas demonstrações financeiras apenas se a apresentação alterada
proporcionar informação fiável e mais relevante para os utentes das demonstrações financeiras e se for provável
que a estrutura revista continue, de modo a que a comparabilidade não seja prejudicada.

Materialidade e agregação:
 Cada conjunto material de itens semelhantes deve ser apresentada separadamente nas demonstrações financeiras.
 Os itens de natureza ou função dissemelhante devem ser apresentados separadamente, a menos que sejam
imateriais. 42
BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC)
ANEXO AO DL Nº158/2009 REPUBLICADO PELO DL Nº 98/2015

Compensação:
 É importante que os ativos e passivos, e os rendimentos e gastos, sejam separadamente relatados. Assim, os ativos e
passivos, e os rendimentos e gastos, não devem ser compensados exceto quando tal for exigido ou permitido por
uma Norma Contabilística de Relato Financeiro (NCRF).
 A compensação prejudica a capacidade dos utentes em compreender as transações.
 A mensuração de ativos líquidos de deduções de valorização, por exemplo, deduções de obsolescência nos
inventários e deduções de dívidas duvidosas nas contas a receber, não é compensação.
 …

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BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC)
ANEXO AO DL Nº158/2009 REPUBLICADO PELO DL Nº 98/2015

Informação comparativa:
 A informação comparativa deve ser divulgada com respeito ao período anterior para todas as quantias relatadas nas
demonstrações financeiras.
 A informação comparativa deve ser incluída para a informação narrativa e descritiva quando for relevante para
uma compreensão das demonstrações financeiras do período corrente.
 Em alguns casos, a informação narrativa proporcionada nas demonstrações financeiras relativa a períodos anteriores
continua a ser relevante no período corrente.
 Por exemplo, os pormenores de uma disputa legal, cujo desfecho era incerto à data do último balanço e esteja
ainda para ser resolvida, são divulgados no período corrente. Os utentes beneficiam da informação de que a
incerteza existia à data do último balanço e da informação acerca das medidas adotadas durante o período para
resolver a incerteza.
 Aperfeiçoar a comparabilidade de informação inter-períodos ajuda os utentes a tomar decisões económicas,
sobretudo porque lhes permite avaliar as tendências na informação financeira para finalidades de previsão.
44
ANEXO

• O Anexo destina-se a divulgar (NCRF1, §42):


• as bases de preparação e apresentação das demonstrações financeiras, as políticas contabilísticas
adotadas,
• as exigidas pelos modelos financeiras,
• bem como proporcionar informação adicional que não seja apresentada nas demais demonstrações
mas que seja relevante para a tomada de decisões .
• As notas do Anexo às Demonstrações Financeiras devem ser apresentadas de uma forma sistemática. Cada
entidade deverá criar a sua própria sequência numérica em conformidade com as divulgações que deva
efetuar.
• Cada item do Balanço, Demonstração de Resultados, Demonstração de Alterações de Capital Próprio e
Demonstração de Fluxos de Caixa deve ter uma referência cruzada com qualquer informação relacionada
nas notas do Anexo às Demonstrações Financeiras (NCRF1, §43).
45
ANEXO

As notas do Anexo às Demonstrações Financeiras devem ser apresentadas pela seguinte ordem
(NCRF 1, §44):
a) Identificação da entidade
b) Referencial contabilístico de preparação das DF.
c) Resumo das principais políticas contabilísticas
d) Informação de suporte dos itens apresentados das demais DF, pela ordem em que cada demonstração
e de cada linha do item seja apresentada;
e) Passivos contingentes e outros compromissos não contratuais não reconhecidos
f) Divulgações exigidas por diplomas legais
g) Informações de caracter ambiental

46
ANEXO

1. Identificação da entidade
2. Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras
3. Adoção pela primeira vez das NCRF
4. Principais políticas contabilísticas
5. Fluxos de Caixa
6. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas e erros
7. Partes relacionadas
8. Ativos intangíveis
9. Ativos fixos tangíveis
10. Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais detidas para venda
11. Locações
12. Custos de empréstimos obtidos

Anexo
13. Propriedades de investimento
14. Imparidades de ativos

Modelo geral
15. Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas
16. Concentrações de atividades empresariais
17. Investimentos em subsidiárias e consolidação
18. Exploração e avaliação de recursos minerais
19. Agricultura
20. Inventários
21. Contratos de Construção
22. Rédito
23. Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes
24. Subsídios e outros apoios das entidades públicas
25. Efeitos das alterações em taxas de câmbio
26. Acontecimentos após data do balanço
27. Imposto sobre o rendimento
28. Matérias ambientais
29. Instrumentos financeiros
30. Benefícios de empregados 47
31. Divulgações exigidas por diplomas legais
32. Outras informações
33. Divulgações adicionais
ANEXO

1. Identificação da entidade
2. Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras
3. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas e erro
4. Ativos fixos tangíveis
5. Ativos intangíveis
6. Custos de empréstimos obtidos
7. Inventários
8. Rendimentos e gastos Anexo
9. Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes
Modelo reduzido
10. Subsídios e outros apoios das entidades públicas
11. Instrumentos financeiros
12. Benefícios de empregados
13. Acontecimentos após data do balanço
14. Agricultura
15. Contratos de Construção
16. Divulgações exigidas por diplomas legais
17. Outras divulgações 48
POLITICAS CONTABILÍSTICAS,
ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS
(NCRF 4 / IAS 8)
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

Questões importantes:

• Qual a diferença entre politica contabilística e


estimativa contabilística?

• O que fazer quando altera uma politica contabilística?

• O que fazer quando se altera uma estimativa contabilística?

• O que fazer quando se descobre num exercício subsequente, a existência de um erro que coloca em
causa as DF de um ou mais anos anteriores.
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

Politicas contabilísticas – são princípios, bases, convenções, regras e práticas específicas aplicadas
por uma entidade na preparação a apresentação de demonstrações financeiras.

Alteração na estimativa contabilística: é um ajustamento na quantia escriturada (…)


Resulta de nova informação ou desenvolvimentos e não são erros.

Erros de períodos anteriores : omissões e declarações incorretas nas DF de um ou mais períodos


anteriores, decorrentes da falta de uso ou uso incorreto de informação fiável que:
➢ Estava disponível quando as DF desses períodos foram autorizadas para emissão;
➢ Poderia razoavelmente esperar-se que tivesse sido obtida e tomada em consideração na
preparação e apresentação das DF;
➢ Erros matemáticos, erros na aplicação de políticas contabilísticas, má interpretação dos
factos, fraude;
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

Aplicação retrospetiva – é a aplicação de uma nova politica contabilística a transações, outros


acontecimentos e condições como se essa politica tivesse sido sempre aplicada.

Aplicação prospetiva – é a aplicação de uma nova politica contabilística a transações, outros acontecimentos
e condições que ocorram após a data em que a politica é alterada e o reconhecimento do efeito da
alteração numa estimativa contabilística no período corrente e futuro afetados pela alteração
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

Seleção e aplicação de politicas Contabilísticas

Quando uma NCRF ou NI se aplicarem especificamente, terão de ser observados as sua disposições;

Quando o tratamento contabilístico de uma transação estiver omisso, os gestores devem, nos termos NCRF
4, efetuar juízos de valor no desenvolvimento e aplicação de uma politica contabilística que resulte em
informação que seja relevante e fiável;
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

Consistência de politicas contabilísticas

As politicas contabilísticas devem ser aplicadas consistentemente, a menos que uma NCRF ou NI exija ou
permita alterações;

Estabelece condições muito restritivas para alterações de politicas contabilísticas;


POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

O que fazer quando se altera uma politica contabilística?

1º Quando a alteração resulta de uma nova NCRF ou NI, devemos tratar a alteração de acordo com as
disposições impostas por NCRF ou NI, caso exista;

2º Se as alterações de politicas contabilísticas é voluntária, a alteração aplica-se retrospetivamente, exceto


se for impraticável determinar os efeitos específicos de um período ou o efeito cumulativo da alteração.
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

Exemplo – Alteração de política contabilística por imposição da norma


O goodwill passou a ser sujeito a amortização de acordo com as alterações do DL nº98/2015 à NCRF
6 Ativos Intangíveis

Exemplo – Alteração de política contabilística por proporcionar informação mais relevante e fiável
A NCRF 18 Inventários permite a utilização de várias fórmulas de custeio das mercadorias: FIFO e
CMP se este não for apurado através do custo específico.
Uma entidade pode mudar de fórmula de custeio desde que proporcione informação mais relevante e
fiável
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

O que não são alterações de politicas contabilísticas no âmbito da NCRF 4?


Ler parágrafos 14, e 15
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

Alteração de estimativas contabilísticas

➢ Ajustamentos na quantia escriturada de um ativo ou passivo, que resultam de novas informações ou


novos desenvolvimentos;
➢ Uma alteração na base de mensuração é uma alteração de política contabilística;

Se for difícil distinguir entre alteração de política contabilística e estimativa


contabilística, trata-se como alteração de estimativa contabilística
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

Alteração de estimativas contabilísticas

O efeito da alteração numa estimativa contabilística de ser reconhecido prospectivamente em resultados


do:

➢ Período de alteração da estimativa;


➢ Período de alteração e futuros se a alteração afetar ambas as situações;
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

A estimativa envolve juízos de valor baseados na última informação disponível. Por exemplo, podem ser
exigidas estimativas de:
(a) Débitos incobráveis (de Contas a Receber);
(b) Obsolescência de inventários;
(c) Justo valor dos activos e passivos financeiros;
(d) A vida útil de, ou o modelo esperado de consumo dos benefícios económicos futuros incorporados em,
activos depreciáveis; e
(e) Obrigações respeitantes a garantias.
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

Erros de períodos anteriores


Os erros materiais de períodos anteriores devem ser
corrigidos:
➢ Retrospetivamente, reexpressando as quantias comparativas para os períodos anteriores
apresentados como se o erro nunca tivesse existido
➢ Retrospetivamente, reexpressando os saldos no Balanço de abertura como se o erro de períodos
anteriores nunca tivesse existido
➢ Prospectivamente a partir da data mais antiga em que tal seja praticável
POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS

Limitações à aplicação retrospetiva

Os erros materiais de períodos anteriores devem ser corrigidos:

➢ Se impraticável determinar os efeitos de um período especifico ou efeitos acumulados da


alteração

➢ Alterar os ativos, passivos e capital próprio do Balanço de abertura para o qual a aplicação
retrospetiva é praticável (poderá ser o período corrente)

Impraticável quando a entidade fez um esforço razoável e não consegue aplicar


POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS
ALTERAÇÕES POLÍTICAS
CONTABILÍSTICAS
65
Regime transitório
Exigência normativa
Sem Regime transitório
Alterações de
políticas
contabilísticas Provar relevância e
fiabilidade superior
Alteração voluntária Tratamento
Retrospectivo
Como se tivesse sido sempre
Divulgação adoptada
Ajustar CP (RT) do período +
- Norma ou Interpretação antigo e comparativos
- Natureza da alteração Limitações
- Razões pelas quais
proporciona informação
Se impraticável Se praticável
mais fiável e relevante
- Quantia do ajustamento
aplicar prospectivamente no inicio do período mais antigo em
relacionado com períodos
que o tratamento retrospectivo seja praticável
anteriores, se praticável
ALTERAÇÕES ESTIMATIVAS
E ERROS
66

Tratamento prospectivo
Melhor estimativa
Alterar no período e em períodos
Hipótese de informação futuros
ser conhecida em Divulgar natureza e valor caso material
exercício anterior?
NCRF 4
ERRO

Tratamento Retrospectivo
Divulgação
Refazer comparativos, ou
Alterar 1º período apresentado
- Divulgação estimativa (§§
(BAL Abertura)
34 e 35)
- Divulgação de erros de Limitações
períodos anteriores (§§44)
Se Se
impraticável praticável
corrigir ERRO de forma prospectiva desde que
o tratamento retrospectivo é praticável
ERROS
67

ERROS
OUTROS ERROS
FUNDAMENTAIS

magnitude
Alterações em RE Tratamento Retrospectivo

Põem em causa a credibilidade


das DF.
Regularizações não frequentes e
de grande significado
Incluir em RT
ACONTECIMENTOS APÓS DATA DO
BALANÇO
(NCRF 24 / IAS 10)
ACONTECIMENTOS APÓS DATA DO BALANÇO

Acontecimentos após data do balanço

São acontecimentos, favoráveis ou desfavoráveis, que ocorrem entre a data do balaço e data de autorização
de emissão pelo órgão de gestão.

31/12/X Acontecimentos 28/02/X1

69
ACONTECIMENTOS APÓS DATA DO BALANÇO

a)Acontecimentos que dão lugar a ajustamentos


São os acontecimentos que proporcionam provas de condições que já existiam à data do balanço

b) Acontecimentos que não lugar a ajustamentos


São os acontecimentos que dão indicações de condições após data do balanço.

70
ACONTECIMENTOS APÓS DATA DO BALANÇO

Reconhecimento
Acontecimentos após a data do balanço
Através do ajustamento das quantias das D.F. de acordo com as novas situações.
Exemplos:
Resolução de um conflito judicial
Informação de que um activo está em imparidade
Fraudes ou erros

71
ACONTECIMENTOS APÓS DATA DO BALANÇO

Acontecimentos que não dão lugar a ajustamentos


Estes acontecimentos não podem ser refletidos nas quantias das D.F., com excepção da divulgação no
anexo.
Exemplos:
Sinistro importante
Concentração de empresas
Descontinuação de unidade operacional
Alterações na legislação que afecte as operações

72
ACONTECIMENTOS APÓS DATA DO BALANÇO

Continuidade
As Demonstrações Financeiras não devem ser preparadas no pressuposto da continuidade se:
a) Pretender liquidar
b) Pretender cessar as operações
c) Não tenha outra hipótese senão fechar a empresas
Qualquer situação que ponha em causa a continuidade da empresa é exigido uma alteração fundamental no
regime contabilístico, em vez de um ajustamento.

73
OBRIGADO!

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