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MANUAL DE FORMAÇÃO

Governo de Angola
Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social

MANUAL DE

MANUAL DE NOÇÕES BÁSICAS


DE GESTÃO FINANCEIRA
NA GESTÃO DE PEQUENOS NEGÓCIOS
MANUAL PARA FORMANDO
Manual de Noções Básicas de Gestão Financeira na Gestão de Pequenos Negócios

Governo de Angola
Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social

MANUAL DE
MANUAL DE NOÇÕES BÁSICAS
DE GESTÃO FINANCEIRA
NA GESTÃO DE PEQUENOS NEGÓCIOS
MANUAL PARA FORMANDO 2

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Manual de Noções Básicas de Gestão Financeira na Gestão de Pequenos Negócios

MANUAL DE NOÇÕES BÁSICAS


DE GESTÃO FINANCEIRA 3
NA GESTÃO DE PEQUENOS NEGÓCIOS
MANUAL PARA FORMANDO

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Manual de Noções Básicas de Gestão Financeira na Gestão de Pequenos Negócios

ÍNDICE

UNIDADE 1
PLANEAMENTO FINANCEIRO

1.1. A Importância do Planeamento Financeiro


1.2. Principais Funções do Planeamento Financeiro

UNIDADE 2
CONCEITOS FINANCEIROS BÁSICOS

2.1.Conceitos Financeiros Básicos


2.2. Principais documentos contabilísticos
2.3. Métodos de Análise

UNIDADE 3 4
A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA

3.1. A Importância do Fluxo de Caixa


3.2.Aspectos gerais da Informação do Fluxo de Caixa

UNIDADE 4
DESENVOLVIMENTO FINANCEIRO

4.1. Desenvolvimento do Plano Financeiro


4.2. Exemplo de Aplicação de um Plano Financeiro

UNIDADE 5
OUTROS ASPECTOS FINANCEIROS A CONSIDERAR

5.1. Gestão do plano financeiro


5.2 O plano de investimento
5.3. O plano de financiamento
5.4. Processo de análise de investimentos
5.4. Dicas para Lidar com Bancos e investidores
5.5.Aspectos a Considerar na Gestão Financeira Quotidiana

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UNIDADE 6
O SISTEMA FISCAL ANGOLANO

6.1. O Sistema Fiscal Angolano


6.2. Os Principais Impostos
6.3. A Revisão do Sistema Fiscal Angolano (2012)

IDEIAS A RETER

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UNIDADE 1
PLANEAMENTO FINANCEIRO

Objectivos da Unidade:

No fim desta unidade os formandos deverão ser capazes de:

 Reconhecer a importância do planeamento financeiro


 Enumerar as principais funções do planeamento financeiro
 Validar a importância do planeamento no acto de gestão

1.3. A IMPORTÂNCIA DO PLANEAMENTO FINANCEIRO

Nos pequenos negócios, a gestão é muitas vezes conduzida pelo proprietários ou familiares, que 6
nem sempre têm um conhecimento aprofundado de técnicas administrativas, dada a simplicidade
de funcionamento deste tipo de empresas.

Todavia, a falta de uma estrutura organizacional bem definida, bem como a falta de planeamento
e controlo das suas operações, e a consequente falta de análise do efeito das suas decisões, faz
com que muitas empresas acabem por ter sérios problemas administrativos e financeiros, quando
expostas a um ambiente mais competitivo.

Nesse sentido, a tarefa de gerir um negócio, seja ele de pequeno ou de grande porte, é uma
tarefa cada vez mais difícil. A gestão do negócio não pode ser feita de modo empírico, mas com
base na adopção de modelos de gestão decorrentes da missão estabelecida e dos propósitos e
objectivos a serem alcançados.

Além disso, a estratégia a seguir deve ser apoiada em informações fiáveis, com o auxílio a
instrumentos ou ferramentas de gestão na diminuição dos riscos, fornecendo o planeamento e o
controlo, directrizes para a consecução dos objectivos empresariais.

Nesse sentido, considera-se cada vez mais importante desenvolver capacidades de gestão
competitivas baseadas no planeamento.

Para que o planeamento tenha sucesso é necessário que esteja afinado com a filosofia da
empresa, porque se o planeamento for inadequado, o controlo é inócuo, mas se o planeamento
for adequado e a filosofia do controle for a constatação, existe uma falha de retro alimentação.

Através de mecanismos de planeamento, a empresa está a decidir antecipadamente qual o risco


que está disposta a correr e ao decidir antecipadamente, confere-lhe privilégios de possuir o
controle do futuro.

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Fonte: Image courtesy of Vlado /


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De uma forma muito geral, planear consiste em definir os objectivos da empresa e desenhar um
caminho para os atingir. O planeamento é essencialmente o processo de criar o futuro que
queremos para a nossa empresa.
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Para que o planeamento tenha sucesso e atinja os seus objectivos é necessário um
acompanhamento e um controle, para eventuais ajustes e redefinições dos rumos a serem
seguidos.

O controle é tão essencial à empresa como o seu processo de planeamento, pois um depende do
outro para que ambos possam ser úteis e práticos.

O controle pode ser definido como a tomada de conhecimento de determinada realidade,


compará-la com o que deveria ser em termos ideais, identificar oportunamente os desvios e
adoptar medidas no sentido de corrigi-los.

É através do controle que obtém-se uma visão clara dos acontecimentos efectivos, executam-se
medições desses acontecimentos e apontam-se as distorções.

Através deste mecanismo, é possível uma análise contínua dos resultados esperados, fornecendo
aos gestores a realidade da empresa e permitindo a tomada de decisões que conduzam aos
objectivos traçados no planeamento.

Para atingir este nível de gestão, é necessário que a empresa se organize e disponha de
informações precisas e oportunas, estabeleça objectos ou metas a serem atingidas, planeie e
trabalhe no sentido de alcançar esses mesmos objectivos, para com base nos resultados
analisados e avaliados, sejam identificados os desvios e tomadas correspondentes medidas
correctivas.

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A análise Financeira tem em conta um processo que estuda a situação económica e a situação
financeira, através do uso de técnicas e aplicação de instrumentos com base nos principais
documentos contabilísticos (balanço, demonstração de resultados, rácios, etc.).

NOTAS PESSOAIS
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___________________________________________________________
___________________________________________________________

1.4. PRINCIPAIS FUNÇÕES DO PLANEAMENTO FINANCEIRO:

O Planeamento Financeiro tem como principais funções:

 Análise e Planeamento Financeiro: analisar os resultados financeiros e planear acções 8


necessárias para obter melhorias.

 Captação e Aplicação de Recursos Financeiros: analisar e negociar a captação dos


recursos financeiros necessários, bem como a aplicação dos recursos financeiros
disponíveis.

 Crédito e Cobrança: analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o


recebimento dos créditos concedidos.

 Caixa: efectuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de caixa.

 Contas a Receber: controlar as conta a receber relativas às vendas a prazo.

 Contas a Pagar: controlar as conta a pagar relativas às compras a prazo, impostos,


despesas operacionais, e outras.

 Contabilidade: registar as operações realizadas pela empresa e emitir os relatórios.

Os objectivos desta técnica para a gestão da empresa podem resumir-se em 4 aspectos:

1. Assegurar à empresa a estrutura financeira mais adequada


2. Manter a integridade do capital e promover o seu reforço
3. Permitir a constante solvibilidade da empresa
4. Assegurar a rendibilidade dos capitais

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A razão mais importante pela gestão financeira em qualquer organização é de assegurar que a
empresa saiba de quanto dinheiro vai necessitar, como obter o dinheiro de que necessita e como
deve empregar esse dinheiro para alcançar os seus objectivos de forma ética, responsável e
sustentável.

É impossível uma organização sobreviver sem uma gestão financeira apropriada.

Nesse sentido, as empresas devem assentar o seu planeamento em dois princípios:

1. Responsabilidade financeira:
Consiste em gerir as finanças de modo responsável e sustentável. Se a organização prevê
continuar a existir no futuro, deve certificar-se que recebe dinheiro suficiente e que o
gasta com prudência.

2. Prestação de contas:
A prestação de contas ajuda a empresa não só a saber o que fez com o dinheiro, mas
também ajuda a explicar as suas actividades às partes interessadas.

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NOTAS PESSOAIS
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A gestão financeira trata-se de uma tarefa e responsabilidade que abarca o passado, o presente
e o futuro.

 Em primeiro lugar, uma boa gestão financeira exige que seja mantido um registo de todo
o dinheiro que a sua organização já recebeu ou gastou (o passado).

 Segundo, há que controlar o dinheiro na posse da organização (o presente) e, por último,


a gestão financeira ajuda-o a tomar decisões acerca do futuro da organização.

Uma boa gestão financeira ajuda a direcção da organização a planear para o futuro, uma vez que
indica quanto dinheiro tem em mão, quanto dinheiro é necessário e quanto custarão os planos
que tem para o futuro.

Nesse sentido, deve desenvolver três tarefas:

1. Planeamento: Identificar os objectivos da organização para o futuro, de quanto dinheiro irá


precisar para alcançar esses objectivos e como ou onde encontrará recursos financeiros
suficientes para alcançar esses objectivos e manter a organização em actividade no futuro.

2. Controlo: consiste em fixar uma política, fixar as atribuições e fixar a responsabilidade

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3. Monitorização: Esta actividade envolve registar a informação financeira, preparar


demonstrações financeiras, analisar as demonstrações financeiras, e desenvolver os relatórios
financeiros

A RETER

Nesse sentido, a tarefa de gerir um negócio, seja ele de pequeno ou de grande porte, é uma
tarefa cada vez mais difícil. A gestão do negócio não pode ser feita de modo empírico, mas com
base na adopção de modelos de gestão decorrentes da missão estabelecida e dos propósitos e 10
objectivos a serem alcançados.

Além disso, a estratégia a seguir deve ser apoiada em informações fiáveis, com o auxílio a
instrumentos ou ferramentas de gestão na diminuição dos riscos, fornecendo o planeamento e o
controlo, directrizes para a consecução dos objectivos empresariais.

Nesse sentido, considera-se cada vez mais importante desenvolver capacidades de gestão
competitivas baseadas no planeamento. Para que o planeamento tenha sucesso e atinja os seus
objectivos é necessário um acompanhamento e um controle, para eventuais ajustes e
redefinições dos rumos a serem seguidos.

PARA AVALIAR OS SEUS CONHECIMENTOS:

NO QUE RESPEITA À GESTÃO FINANCEIRA:

 É possível sobreviver sem uma gestão financeira adequada


 É possível sobreviver usando uma auto-gestão sem controlo
 É impossível sobreviver sem uma gestão adequada
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UNIDADE 2
CONCEITOS FINANCEIROS BÁSICOS

Objectivos da Unidade:

No fim desta unidade os formandos deverão ser capazes de:

 Identificar conceitos financeiros básicos


 Enumerar os principais documentos contabilísticos
 Validar métodos de análise contabilística

2.1.CONCEITOS FINANCEIROS BÁSICOS

 Despesa: pagamento de um bem ou serviço, necessário ao processo produtivo, na qual a 11


empresa se endivida;

 Receita é uma recepção de valores em troca das vendas efectuadas ou serviços prestados.
As despesas e receitas dizem respeito às acções de pagar e receber.

 Custo: representa o que foi gasto no consumo de um recurso que foi usado na produção;

 Proveito: representa o produto apto para venda;

 Recebimento: é a liquidação da dívida de um terceiro.

 Pagamento: é a liquidação de uma despesa, anulando a dívida.

Fonte: Image courtesy of Ambro /


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2.2. PRINCIPAIS DOCUMENTOS CONTABILÍSTICOS

 Balanço
O “Balanço” apresenta a situação patrimonial e financeira de uma dada entidade num
determinado momento, evidenciando os bens, os direitos, as obrigações da entidade e a posição
dos seus proprietários.
Exemplo de Balanço

Balanço Patrimonial Empresa XPTO


Activo Passivo
31-12-2008 31-12-2009 31-12-2010 31-12-2008 31-12-2009 31-12-2010
Caixa 0,00 5.687,97 8.090,64 Fornecedores A 43.542,48 3.071,00 39.457,53
Cheques 0,00 12.166,84 3.843,50 Fornecedores B 23.999,04 25.069,76 -450,30
Cheques devolvidos 0,00 1.050,50 1.810,50 Fornecedores C 0,00 0,00 -63,20
Stock de produtos 94.301,99 81.834,31 68.975,08 Fornecedores D 0,00 0,00 11.669,50
Vendas a receber 39.450,00 65.899,76 66.404,19 Financiamentos a curto prazo 16.890,00 25.465,12 0,00
A receber 0,00 14.740,00 19.540,00 Provisões 0,00 6.740,00 7.507,00
Financiamentos a longo prazo 0,00 64.389,00 53.615,49

Terrenos 0,00 0,00 26.338,06


Passivo Circulante 84.431,52 124.734,88 111.736,02
Activo Circulante 133.751,99 181.379,38 195.001,97
Património Liquido
Equipamentos 0,00 80.000,00 80.000,00
Capital Social 31/12/2008
Lucros / Prejuízos acumulados
49.320,47
0,00
49.320,47
101.574,83
49.320,47
129.037,32
12
Activo Imobilizado 0,00 80.000,00 80.000,00 Lucros distribuídos 0,00 -14.250,80 -15.091,84

49.320,47 136.644,50 163.265,95

Total 133.751,99 261.379,38 275.001,97 Total 133.751,99 261.379,38 275.001,97

Fonte: www.google.com

 Demonstração de Resultados
Como é que uma dada entidade gerou os seus resultados líquidos num determinado exercício.
Resultados = Proveitos - Custos

Exemplo de Demonstração de Resultados

Fonte: www.google.com
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 Demonstração dos Fluxos de Caixa


Num determinado exercício, o que foi pago e recebido em dinheiro. Por dinheiro entende‐se,
para este efeito, aquilo a que a entidade tem acesso imediato ou no prazo de um dia (dinheiro
real, contas bancárias e depósitos de curto prazo, etc.).

Exemplo de Fluxo de Caixa

13

Fonte: www.google.com

 Activo
Algo que pertence a um indivíduo ou sociedade. Em termos das demonstrações financeiras o
activo de uma empresa encontra‐se disposto no lado esquerdo do balanço e o seu valor total é
igual ao somatório do passivo com a situação líquida da empresa.

 Capitais Próprios
Constituídos pelo capital fornecido pelos sócios ou accionistas, juntamente com a riqueza gerada
pela própria empresa. / Valor com que os sócios ficariam depois da empresa cumprir todas as
obrigações financeiras perante terceiros, ou seja, após pagar todos os passivos.

Fonte: www.google.com

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 Passivo
Corresponde às obrigações assumidas por uma empresa relativamente
aos seus credores, sobre a forma de dívidas a pagar. Abrange os valores do passivo corrente
(exigível a curto prazo), mais o passivo do financiamento (exigível a longo prazo). Engloba ainda as
provisões para devedores duvidosos, no caso de estas ainda não terem sido deduzidas nas contas
dos clientes, e os proveitos antecipados.

O passivo de uma empresa corresponde ao agregado de todas as obrigações que essa empresa
possui para com terceiros. Ou seja, é o que a empresa deve a outras entidades.

O passivo é também chamado de capital alheio, pois constitui capital de terceiros que financia a
actividade da empresa (a actividade da empresa, o seu activo, é financiado por capitais próprios +
capitais alheios).

 Passivo Remunerado ou de financiamento ou com Encargos


Dívidas relacionadas com a obtenção de recursos financeiros. Normalmente, estes passivos são de
médio e longo prazo.

 Passivo Não Remunerado ou de Funcionamento ou Operacional 14


Dívidas originadas por operações correntes de exploração.
Como exemplo, temos as dívidas a fornecedores, ao Estado e a outros credores

 Passivo de Curto Prazo


Também designado de Passivo Circulante. Representa todas as dívidas que, em princípio, devem
ser reembolsadas num prazo máximo de um ano.

A importância da separação dos passivos em passivos de curto prazo e passivos de longo prazo
reside na sua implicação diferenciada ao nível da liquidez e da tesouraria. Enquanto o passivo de
curto prazo tem uma implicação directa nos níveis de liquidez da entidade, o passivo de longo
prazo terá implicação sobre a liquidez mas apenas num horizonte de tempo mais longo.

 Passivo de Médio longo Prazo


Dívidas contraídas por uma empresa que se vencem por prazos superiores a um ano.

O passivo exigível trata-se das obrigações com terceiros, como duplicatas a pagar, notas
promissórias a pagar, fornecedores, impostos a recolher, contas a pagar, títulos a pagar,
contribuições a recolher e outras, que terão seu vencimento após o encerramento do próximo
exercício financeiro em relação ao fato corrente.

 Rácios
Os Rácios são indicadores de gestão que dão informação há cerca do comportamento financeiro
da empresa.

São como o balanço e demonstração de resultados, mas dão a informação através de um valor
que resulta do quociente entre duas grandezas correlacionadas e típicas da situação, da
actividade ou do rendimento, potencial ou efectivo, de uma empresa.

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Existem vários tipos de rácios, dependendo das classificações tais como: rácios financeiros,
económicos e económicos.

NOTAS PESSOAIS
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2.3. MÉTODOS DE ANÁLISE

Existem várias técnicas de análise desenvolvidas para determinar a estabilidade financeira das
empresas.

Estas têm como objectivo fornecer aos empresários informações sobre as fraquezas e as forças
financeiras existentes no negócio de modo a poderem ser tomadas medidas apropriadas.
15
A análise dos rácios permite verificar a performance competitiva da sua empresa em relação a
negócios semelhantes ao seu. De referir que a análise dos rácios não indica tudo o que necessita
sobre a performance financeira do seu negócio.

Apesar de fornecerem boas indicações, apresentam como limitações:

 Baseiam-se na performance passada da empresa. Não dão indicações algumas sobre a


performance actual e futura.
 Os rácios aplicam-se a determinados períodos; desta forma, se operar um negócio sazonal,
podem não lhe fornecer uma medida adequada da performance financeira.
 Os negócios não são todos iguais. Os rácios baseiam-se em médias que são extrapoladas a
partir dos resultados e do balanço de várias empresas dentro de uma mesma indústria.

Fonte: Image courtesy of Andy Newson /


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1. Autonomia financeira (AUF).

Este rácio analisa a parcela dos activos que é financiada por capital próprio. Em muitos países, a
autonomia financeira ou AUF situa-se geralmente entre 25% e 30%.

 AUF = Capital Próprio / Activo Líquido Total

2. Solvabilidade

Representa a parcela do passivo que é financiada por capital próprio. Se for inferior a 0,5 é
considerada má.

 Solvabilidade = Capital Próprio / Passivo Total

3. Rácios financeiros de curto prazo

Indicam a liquidez da empresa, ou seja, a facilidade com que a empresa pode dispor de fundos
(dinheiro em caixa ou depósitos) para fazer face aos seus compromissos imediatos, ou, por outras
palavras, traduz a facilidade com que a empresa pode transformar créditos em dinheiro. 16
 Liquidez Geral = Activo Circulante / Passivo de Curto Prazo

 Liquidez Reduzida = (Activo Circulante - Stocks) / Passivo de Curto Prazo

A liquidez geral deve ser superior a 1 e a liquidez reduzida deve ser inferior a 1.

4. Rácios de rentabilidade

Medem a rentabilidade de uma empresa na sua operação.

 Rentabilidade dos Capitais Próprios = Resultado Líquido / Capital Próprio

Indicam quanto é que a empresa ganhou de resultado líquido por unidade de Capital Próprio
investido.

 Rentabilidade do Investimento Total = (Result. Líquidos + Existências Finais) / Activo

Indica o retorno obtido de cada unidade de activos da empresa, ou seja, determina a


performance de um negócio com base na sua rentabilidade.

5. Estrutura financeira

Indica a relação existente entre o Passivo e o Capital Próprio, ou a capacidade de a empresa fazer
face aos seus compromissos exclusivamente com o capital próprio

 Estrutura Financeira = Passivo / Capital Próprio

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O custo médio do capital emprestado indica se a empresa ganha ou perde com o recurso a
financiamentos externos e calcula-se da seguinte forma:

 i = Estrutura Financeira / Passivo

As regras de ouro a observar são:

 RIT < i, então RCP < RIT

 RIT > i, então RCP > RIT

6. Rentabilidade dos capitais próprios

Pode ser usada de várias formas, pois pode-se desdobrar da seguinte maneira:

 RCP = RIT + P*(RIT-i)/CP

7. Retorno do investimento total

Podemos desdobrar de modo a obtermos dois outros rácios: 17


 RIT = (RL + EF) / Vendas * Vendas / Activo

 (RL + EF) / Vendas,

Permite obter a margem obtida com o negócio.


As vendas a dividir pelo activo indicam o nº de vezes que as vendas são superiores ao activo, ou,
por outras palavras, a rotação dos activos.

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A RETER

É necessário que a empresa se organize e disponha de informações precisas e oportunas,


estabeleça objectos ou metas a serem atingidas, planeie e trabalhe no sentido de alcançar esses
mesmos objectivos, para com base nos resultados analisados e avaliados, sejam identificados os
desvios e tomadas correspondentes medidas correctivas.

A análise Financeira tem em conta um processo que estuda a situação económica e a situação
financeira, através do uso de técnicas e aplicação de instrumentos com base nos principais 18
documentos contabilísticos (balanço, demonstração de resultados, rácios, etc.).

PARA AVALIAR OS SEUS CONHECIMENTOS:

O BALANÇO PERMITE OBTER:


 Uma fotografia do futuro da empresa
 Uma fotografia do património da empresa
 Um fotografia da dívida da empresa

A ANÁLISE FINANCEIRA TEM COMO OBJECTIVO:


 Permitir a insolvibilidade da empresa
 Alternar a integridade do capital
 Assegurar uma estrutura adequada

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UNIDADE 3
A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA

Objectivos da Unidade:

No fim desta unidade os formandos deverão ser capazes de:

 Reconhecer a importância do fluxo de caixa


 Enumerar aspectos gerais de Informação para o Fluxo de Caixa

3.1. A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA

A actividade financeira de uma empresa implica um acompanhamento constante dos resultados 19


para avaliação contínua do desempenho, e provimento dos ajustes e correcções necessárias.

Desta forma, o objectivo principal da função financeira é prover a empresa de recursos de caixa
suficientes para cumprir com os compromissos assumidos, maximizando a riqueza da organização.

Uma insuficiência de caixa pode determinar cortes de crédito, suspensão no fornecimento de


mercadorias, perda de confiança junto de fornecedores e clientes; a falta de capital faz a empresa
recorrer a alternativas com custos financeiros elevados, podendo perder o controlo sobre o
endividamento.

O Fluxo de Caixa surge então como uma ferramenta que possibilita o planeamento e o controlo
financeiro da empresa, permitindo identificar o processo de circulação do dinheiro, a liquidez da
empresa e as necessidades futuras de caixa.

Podemos definir de forma simples o fluxo de caixa como um instrumento que permite
demonstrar as operações financeiras que são realizadas pela empresa. Isto visa possibilitar ao
empreendedor melhores análises e decisões quanto à aplicação dos recursos financeiros que a
empresa dispõe.

A gestão do fluxo de caixa visa fundamentalmente manter um certo nível de liquidez imediata,
para fazer face à incerteza associada ao fluxo de recebimento e pagamento.

Nesse sentido, representa uma ferramenta de importância fundamental para o gestor e para a
empresa. Deve ser estruturada de acordo com a dimensão da empresa e as necessidades do
gestor e ter capacidade informativa de fácil interpretação e compreensão.

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Manual de Noções Básicas de Gestão Financeira na Gestão de Pequenos Negócios

A função do planeamento, abordada na unidade 1, relaciona-se com a primeira etapa de


elaboração do fluxo de caixa.

Existe um conjunto de informações ou estimativas, segundo os períodos de tempo, necessárias


para a elaboração do fluxo de caixa:

 Projecção das vendas, considerando-se as prováveis proporções entre as vendas à vista e


a prazo da empresa;
 Estimativa das compras e as respectivas condições oferecidas pelos fornecedores;
 Levantamento das cobranças efectivas com créditos a receber dos clientes;
 Determinação da periodicidade do fluxo de caixa, de acordo com as necessidades,
tamanho, organização da empresa e ramo de actividade;
 Orçamento dos demais ingressos e desembolsos de caixa para o período em questão.

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Fonte: Image courtesy of Ddpavumba /


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Na elaboração do fluxo de caixa devem ser considerados os seguintes aspectos:

 Prazo de cobertura e período de informação: o prazo de cobertura é o horizonte de


tempo (semana, mês, ano, etc.) para o qual o saldo de caixa é projectado.
 Quando o fluxo de caixa tem um prazo de cobertura de uma semana até três meses, é
considerado de curto prazo; se o prazo de cobertura fica entre 91 dias e um ano, o fluxo
de caixa é de médio prazo e se tiver um prazo de cobertura maior do que um ano, o fluxo
de caixa é de longo prazo.
 O período de informação é a unidade de tempo em que se divide o prazo de cobertura do
fluxo de caixa.
 O prazo de cobertura mais comum na elaboração do fluxo de caixa é o mês (30 dias
corridos) e período de informação diário.

NOTAS PESSOAIS
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Necessidades de financiamento adicionais 1 2 3


+ Resultados líquidos
+ Amortizações do exercício
+ Variação de provisões do exercício
= Autofinanciamento bruto
- Dividendos
= Autofinanciamento líquido
- Acréscimo das necessidades em fundo de maneio
- Investimentos em activo fixo
= Necessidades de financiamento adicionais
Fonte: www.google.com

3.2.ASPECTOS GERAIS DA INFORMAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

 Grau de detalhe das entradas e saídas de caixa

É necessário um maior nível de detalhe à medida que aumentam as funções do fluxo de caixa. 21
Dessa forma, é recomendável que os objectivos do fluxo de caixa se limitem às informações sobre
a posição de caixa da empresa, não devendo incluir funções de controlo financeiro.
O fluxo de caixa contém as principais entradas e saídas de caixa periódicas (diárias, semanais,
mensais, etc.), o stock inicial de dinheiro da empresa (caixa, depósitos bancários à ordem e
aplicações financeiras de liquidez diária) e o saldo de caixa no final de cada período de informação
(dia, semana, mês, etc.)

 Grau de precisão:

Vai variar em função do seu prazo de cobertura. Para um fluxo de caixa mensal, uma variação até
10% entre os valores previstos e realizados é considerada satisfatória; já para o fluxo de caixa
trimestral, semestral ou anual, uma margem de variação até 15% é aceitável.

Fonte: Image courtesy of Adamr /


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 Funções do fluxo de caixa

O fluxo de caixa deve ser encarado como um instrumento de planeamento financeiro. Existem
outras funções, como o controlo dos incumprimentos ou incobrável, controlo bancário, ou
mesmo controle de gastos não devem ser objecto do fluxo de caixa. Estes tipos de controlo
devem ser obtidos através de relatórios específicos.

 A rubrica «diversos» no fluxo de caixa

É recomendável que o item diversos (na entrada ou saída de caixa) não ultrapasse 10% do
respectivo total das entradas e saídas.
Se tal não acontecer, a utilidade do fluxo de caixa fica bastante comprometida, uma vez que passa
a ter um dado não especificamente identificado, com valor substancial.

 Dinâmica do prazo de cobertura:

Habitualmente, o fluxo de caixa de curto prazo é apresentado para um período de cobertura


corrido (do dia 8 ao dia 8 do próximo mês, por exemplo), podendo ser apresentado para períodos
de cobertura correspondente ao calendário fixo (do dia 1 ao dia 30 do mês). De uma forma geral,
o fluxo de caixa de longo prazo tem o prazo de cobertura com base no calendário fixo. 22
Após a primeira etapa de projecção do fluxo de caixa, deve ser desenvolvida uma análise e uma
vez satisfeitas as necessidades, deve ser obtida a aprovação para, posteriormente, o
acompanhamento ser processado.

Exemplo de um modelo de fluxo de caixa

Fonte: www.google.com

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Manual de Noções Básicas de Gestão Financeira na Gestão de Pequenos Negócios

Este tipo de instrumento permite ao gestor ter um sistema de informações essenciais que lhe
permita conhecer a situação financeira da empresa e tomar as decisões mais adequadas,
maximizando seus resultados.

 Permite uma melhor gestão de tesouraria da empresa.


Processo de regulação dos pagamentos e recebimentos da empresa de forma que esta
possa fazer face, sem falhas, às responsabilidades que assumiu, e obter os meios
financeiros adicionais nos casos em que há défice de tesouraria, ao menor custo possível,
ou de aplicar os excedentes criados de forma a obter a melhor remuneração possível.

 A médio e longo prazo, ajuda na definição e implementação da estratégia de


financiamento da empresa
Precaver a sua estabilidade e ao mesmo tempo maximizar os resultados líquidos da
empresa (relação Retorno / Risco).

NOTAS PESSOAIS
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________ 23
Exemplo de um modelo de fluxo de caixa
BALANÇO 2010 2011
Activo fi xo bruto 11.337 12.135
Amortiza ções a cumul a da s 4.575 5.214
Activo fi xo l íqui do 6762 6.921
Exi s tênci a s 56 54
Cl i entes 460 559
Tes oura ri a a ctiva 2000 984
Activo tota l 9277 8518

Ca pi ta l própri o 2195 2.836


Di vi da s a M/L Pra zo 1913 3.963
Pa s s i vo Cícl i co 453 563
Tes oura ri a Pa s s i va 4716 1156
Tota l 9277 8518
RESULTADOS 2010 2011
Venda s 3092 3.406
Res ul ta do opera ci ona l 772 854
Amortiza ções do exercíci o 611 639
Res ul ta do l i qui do 441 494

Histórico Pressuposto
RÁCIOS 2010 2011 2012
Ta xa de cres ci mento da s venda s 10,17% 10,00%
Rendi bi l i da de l íqui da da s venda s 14,27% 14,50% 14,50%
Ta xa de di s tri bui çã o 40,00%
Ta xa de a mortiza çã o 5,39% 5,27% 5,25%
Inves timentos 798 800
Neces s i da des em fundo de ma nei o 63 50
NFM % 2,02% 1,47% 1,75%
ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO 2012
Venda s 3.747
Res ul tados l íqui dos 543
Res ul tados retidos 326
Amortiza ções 658
NFM 66
Acés ci mo NFM 16
Inves timento em a ctivo fi xo 800
Necessidade de financiamento adicionais 168

Fonte: www.google.com

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A RETER

A actividade financeira de uma empresa implica um acompanhamento constante dos resultados


para avaliação contínua do desempenho, e provimento dos ajustes e correcções necessárias. Uma
insuficiência de caixa pode determinar cortes de crédito, suspensão no fornecimento de
mercadorias, perda de confiança junto de fornecedores e clientes.

O Fluxo de Caixa surge então como uma ferramenta que possibilita o planeamento e o controlo
financeiro da empresa, permitindo identificar o processo de circulação do dinheiro, a liquidez da 24
empresa e as necessidades futuras de caixa.A gestão do fluxo de caixa visa fundamentalmente
manter um certo nível de liquidez imediata, para fazer face à incerteza associada ao fluxo de
recebimento e pagamento.

PARA AVALIAR OS SEUS CONHECIMENTOS:

O FUNDO DE MANEIO DEVE SER:


 Superior às necessidades
 Inferior às necessidades
 Igual ou superior às necessidades

A ANÁLISE DA TESOURARIA É UMA PERSPECTIVA:


 Passada
 Estática
 Dinâmica

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UNIDADE 4
DESENVOLVIMENTO FINANCEIRO

Objectivos da Unidade:

No fim desta unidade os formandos deverão ser capazes de:

 Reconhecer as principais fases de desenvolvimento de um plano financeiro

4.1. DESENVOLVIMENTO DO PLANO FINANCEIRO

O estudo financeiro é um processo interactivo, que permite adequar as necessidades financeiras


da empresa em criação aos meios correspondentes. Este tipo de análise possibilita responder a
quatro questões fundamentais: 25
 Rentabilidade da Actividade
 Necessidade de Financiamento Inicial
 Plano de tesouraria previsional
 Plano de financiamento a três anos

Construção do Plano de Financiamento Inicial

É um processo dinâmico que se traduz na comparação entre as necessidades em termos de


activos e os recursos de financiamento, de modo a determinar o montante mínimo de
financiamento necessário à criação e à entrada em funcionamento da empresa.

O Plano deverá ser apresentado sob a forma de uma tabela dividida em duas partes:

Na parte esquerda deverão aparecer todos os activos de longo prazo que fazem parte do projecto
e na parte direita deverão ser discriminados todos os meios de financiamento do longo prazo que
serão necessários para financiar os investimentos da mesma natureza.

 Despesas com a iniciação da actividade são as primeiras a incorrer (honorários,


matrículas, licenciamentos, entre outras), no entanto, ficarão ao dispor da empresa por
um largo período de tempo.

Portanto, há que tratá-las como uma forma particular de investimento.

 Os investimentos em bases essenciais e complementares da actividade a desenvolver.


Refere-se à compra de terrenos, de materiais, maquinaria, veículos, computadores e
restante mobiliário, entre outros.

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Manual de Noções Básicas de Gestão Financeira na Gestão de Pequenos Negócios

No entanto, também se podem incluir aqui alguns investimentos em activos incorpóreos.

 Stock mínimo de mercadorias ou matérias-primas.


Apesar dos clientes não pagarem todos a pronto, a empresa dispõe de algum tempo para
liquidar as suas dívidas perante os fornecedores e o sector público estatal.

 Fundo de Maneio
Consiste na diferença entre as necessidades de exploração da empresa (stocks médios e
dívidas de clientes) e os recursos da mesma natureza (dívidas a fornecedores e ao Estado)

26

Fonte: Image courtesy of Vlado /


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Cômputo dos resultados previsionais

Este instrumento do estudo financeiro poderá ser apresentado sob o aspecto de uma lista, ou,
como é mais comum, sob a forma de uma tabela. Esta demonstração apresenta uma ideia da
actividade da empresa para cada um dos três primeiros exercícios.

Na sua concepção mais comum (em forma de tabela), é constituída por:

- À Esquerda: custos e perdas do exercício.

- À Direita: receitas e ganhos do exercício bem como o resultado líquido do mesmo.

Por custo e perdas do exercício entendem-se não apenas os custos ligados à actividade mas
também as amortizações dos bens e equipamentos comprados, as provisões do exercício, os
custos e perdas extraordinárias e ainda os custos financeiros (exemplo: juros).

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Apesar de nesta fase inicial ser um instrumento falível, constitui um ponto de partida para a
determinação da rentabilidade esperada de uma empresa.

Dado o tipo de investimentos por vezes avultados que a empresa necessita de realizar nos
primeiros anos, não são expectáveis resultados líquidos significativos. Os lucros são mais
frequentes quando a actividade da empresa estiver já em velocidade cruzeiro.

NOTAS PESSOAIS
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________

Plano de Tesouraria

Representado por uma tabela onde estão presentes todas as saídas e entradas e dinheiro durante
um determinado ano, em doze colunas, representativas de cada mês. Desta forma pode-se 27
analisar as entradas e saídas de fundos em cada coluna mensal.

Possibilita que seja determinado o saldo de tesouraria de cada mês e o saldo acumulado, de
forma a saber se os pagamentos a efectuar serão cobertos pelas disponibilidades de cada
momento.

O objectivo deste instrumento financeiro é prevenir a empresa se debater com uma grave crise a
curto prazo, não dispondo de meios para a remediar.

Segundo os peritos da área, muitas empresas mais jovens deparam-se com situações de crise,
deve-se ao facto de darem pouca atenção a este instrumento de gestão financeira corrente.

Plano de financiamento a três anos

Além do um plano de financiamento inicial deverá ser apresentado um plano de financiamento


que se estenda a médio, longo prazo, face à envolvente em constante mutação.

É muitas vezes realizado um estudo a cinco anos, seguindo o mesmo princípio do plano de
financiamento inicial: uma tabela projectiva, a evolução no final de cada ano dos activos
duradoiros e das fontes de financiamento.

Para o primeiro ano, o conteúdo da tabela será muito similar ao previsto no plano de
financiamento inicial.

A novidade neste instrumento situa-se ao nível da capacidade de auto-financiamento previsional


da empresa a criar (resultado líquido, acrescido das amortizações e provisões do exercício).

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Para os anos seguintes será necessário prever as novas entradas de activo fixo, bem como os
recursos financiadores desses novos activos.

Outros indicadores

Paralelamente aos quatro instrumentos anteriormente apresentados, podemos ter ainda outros
auxiliares.

Assim, como ajuda aos planos financeiros pode-se elaborar uma tabela como todos os
investimentos a realizar, a data do respectivo investimento, o seu valor, vida útil e fim a que se
destinam, bem como todas as informações que sejam relevantes. Também é possível desenvolver
uma tabela que descrimine as anuidades de crédito (se houver financiamentos).

No que respeita à análise do ponto crítico das vendas, esta é bastante útil, uma vez que
representa o nível de actividade que permite, graças à sua margem (diferença entre o valor das
vendas e os custos variáveis das mesmas), ter meios para pagar todos os outros custos do
exercício, o mesmo será dizer, os custos fixos.

28
4.2. EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE UM PLANO FINANCEIRO

Neste capítulo aproveitamos para dar um exemplo de desenvolvimento de plano financeiro, com
base numa situação fictícia.

RECEBIMENTOS E PAGAMENTOS

Nesta primeira fase, devemos iniciar o plano descriminando todos os produtos que tencionamos
vender ou serviços a prestar, com um preço unitário para cada um dele, neste caso um preço
médio. Para cada um deles deverá ser estipulado um preço e um número provisional de vendas
ou de prestações desse serviço, obtendo um valor mês e finalmente um valor ano que
corresponde aos recebimentos.

Poderemos também definir o preço em função dos custos, ou seja, identificar as várias despesas
associadas à aquisição/compra do produto que vamos comercializar e/ou serviço a prestar.

QUADRO 1. PREVISÃO DOS PREÇOS UNITÁRIOS POR SERVIÇO

Produtos/Serviços 2012 2013 2014 2015 2016


X 6,7 7,0 7,3 7,6 7,9
Y 8,5 8,8 9,2 9,5 9,9
Z 6,5 6,7 7,0 7,3 7,6
W 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9
K 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6

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Tendo como base os cinco produtos, fazemos uma estimativa de quantos poderemos vender no
primeiro ano de actividade.

Multiplicamos então o preço base (preço médio calculado) pelo número que pensamos vender
por ano e temos uma previsão das receitas (Quadro 2 e 3).

QUADRO 2. PREVISÃO DE QUANTIDADE TOTAL PRODUTO/SERVIÇO

Produtos/Serviços 2012 2013 2014 2015 2016


X 2.980 3.099 3.223 3.352 3.486
Y 8.640 8.986 9.345 9.719 10.108
Z 5.760 5.990 6.230 6.479 6.738
W 5.760 5.990 6.230 6.479 6.738
K 13.680 14.227 14.796 15.388 16.004

QUADRO 3. PREVISÃO DE RECEITAS

Produtos/Serviços 2012 2013 2014 2015 2016


29
X 20.067 21.704 23.475 25.391 27.463
Y 73.263 79.242 85.708 92.702 100.266
Z 37.350 40.398 43.694 47.260 51.116
W 14.365 15.538 16.805 18.177 19.660
K 30.706 33.212 35.922 38.853 42.023
Total 175.751 190.093 205.604 222.382 240.528

Muitas vezes torna-se necessário adquirir serviços, matérias-primas e/ou produtos para dar
origem aos nossos produtos finais.

Devemos calcular uma margem entre os custos totais (quadro 4) e as receitas (quadro 3), ou seja,
a diferença entre os preços médios por produto já definido e os custos de produção ou aquisição
dos mesmos, iremos chegar à nossa margem bruta.

QUADRO 4. PREVISÃO DE CUSTOS TOTAIS

Materiais 2012 2013 2014 2015 2016


X 14.047 15.193 16.433 17.773 19.224
Y 51.284 55.469 59.995 64.891 70.186
Z 26.145 28.278 30.586 33.082 35.781
W 10.056 10.876 11.764 12.724 13.762
K 21.494 23.248 25.145 27.197 29.416
TOTAL 123.026 133.065 143.923 155.667 168.370

Para simplificar vamos admitir um cenário de recebimento a pronto pagamento e sem créditos de
fornecedores.
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QUADRO 5

RECEBIMENTOS
Prazo de recebimentos a pronto pagamento.

DESIGNAÇÃO 2012 2013 2014 2015 2016


Venda de Produtos/Serviços 175.751 190.093 205.604 222.382 240.528
Recebimentos 175.751 190.093 205.604 222.382 240.528

PAGAMENTOS
Não se admitiu qualquer crédito para o pagamento das despesas

DESIGNAÇÃO 2012 2013 2014 2015 2016


Compras 123.026 133.065 143.923 155.667 168.370

Pagamentos 123.026 133.065 143.923 155.667 168.370

Existem outros cálculos necessários a calcular, como os custos como ordenados (custos com o
pessoal – quadro 6) e despesas gerais como água, luz, rendas, etc. (fornecimento e Serviços
externos – ver Quadro 7).
30
Neste exemplo partimos de uma base com 4 postos de trabalho, remunerados com o mesmo
ordenado.

Assim temos:

QUADRO 6. ENCARGOS COM PESSOAL

2012 2013 2014 2015 2016


Categorias Rem.base

trab. Valor Valor Valor Valor Valor

Gerente Cozinheiro 354,96 1 4.969 5.218 5.479 5.753 6.040


Empregado de 1.ª 354,96 1 4.969 5.218 5.479 5.753 6.040
Empregado de 1.ª 354,96 1 4.969 5.218 5.479 5.753 6.040
354,96 1 4.969 5.218 5.479 5.753 6.040

Sub - Total 1.065 4 14.908 15.654 16.436 17.258 18.121

Encargos Sociais 3.541 3.718 3.904 4.099 4.304


Total remuneração e
Encargos Sociais
18.449 19.371 20.340 21.357 22.425

Saldo de fim de ano 4 1.012 1.062 1.115 1.171 1.230


Pagamentos 17.943 18.309 19.225 20.186 21.195

.
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No quadro abaixo apresenta-se o cálculo dos salários e encargos sociais a preços correntes.
Determina - se, também, o volume de pagamentos, admitindo um prazo de 2 meses para os
Encargos sociais. Outro tipo de custos a ter em conta são os gastos gerais (FSE – Fornecimentos e
Serviços externos – Quadro 7) que incluem rendas, águas, luz, despesas de representação,
comunicações, etc.

QUADRO 7. FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS

Optou-se por considerar uma liquidação imediata para este tipo de serviços
Considerou-se um aumento médio anual de 5% para estes fornecimentos e serviços

Descrição 2012 2013 2014 2015 2016

. Electricidade 2.494 2.569 2.646 2.725 2.807


. Combustíveis 1.247 1.284 1.323 1.363 1.404
. Água
. Livros e documentos técnicos 249 257 265 273 281
. Comunicações 1.496 1.541 1.588 1.635 1.684

. Rendas 3.990 4.110 4.233 4.360 4.491


. Seguros 2.494 2.569 2.646 2.725 2.807 31
. Material de Escritório 50 51 53 55 56
. Desp. de Representação 599 617 635 654 674
. Conserv. e reparações 2.494 2.569 2.646 2.725 2.807
. Limpeza Higiene e Conforto 1.995 2.055 2.117 2.180 2.246
. Prest. de Serv. Especializados 499 514 529 545 561
. Deslocações e Estadas 0 0 0 0
. Outros serviços 748 771 794 818 842

Total dos FSE 18.356 18.906 19.474 20.058 20.660

Crédito Médio (2 mês) 3.059 3.151 3.246 3.343 3.443

Pagamento do ano 15.296 15.755 16.228 16.715 17.216

Ano anterior 3.059 3.151 3.246 3.343

Total 15.296 18.815 19.379 19.960 20.559

Até este ponto do exemplo já determinámos:

 O tipo de produto/serviços;
 Um preço médio;
 O número de produtos que irias vender ou serviços que irias prestar;
 As despesas associadas à venda desse produto/serviço;
 O valor de recebimentos e pagamentos anual;
 O número de pessoas a empregar e os custos associados para empresa
 Os gastos gerais (água, luz, rendas, etc...)

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Fonte: Image courtesy of Andy Newson /


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32
Avançamos agora para o Plano Global de Investimento e Plano de Financiamento – Quadros 8 e 9.
Para iniciar a tua actividade vai ser necessário investir em material e para investir vai ser
necessário encontrar e/ou seleccionar fontes de financiamento.

Devemos identificar todos os investimentos que sejam necessários para dar início à actividade e
depois agrupá-los tendo em conta as seguintes rubricas:

2012
VALOR IVA TOTAL
A) Capital Fixo Corpóreo 36.786 4.782 41.569
. Terrenos
. Infra – estruturas
. Adaptação de instalações
28.282 3.677 31.958
. Equipamentos produtivos
6.729 875 7.604
. Equipamentos administrativos
1.776 231 2.007
. Transp, seguros, manuseamento e montagem de equipamento
. Material de carga e transporte
B) Capital Fixo Incorpóreo
. Estudos, projectos 1.496 195 1.691
. Escrituras e outras despesas de constituição e arranque 1.496 195 1.691
. Gráfica linha, impressos, publicidade
C) Diversos
D) Fundo de Maneio 2.539 2.539

Total 40.822 4.977 45.798

Neste exemplo o espaço necessitava de um investimento total de 40.822 dólares ou 4.100.000


kwanzas para estar em condições de iniciar a sua actividade. Agora que definimos o investimento
total, devemos criar um Plano de Financiamento – quadro 9.
.
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Quadro 9. PLANO DE FINANCIAMENTO

2012 %
APLICAÇÕES
Investimento total 40.822 100%

ORIGENS
1. Capitais Próprios
Capital Social 5.000 12%
2. Capitais Alheios
Empréstimos Bancários
17.452 43%
3. Subsídio
18.370 45%

Total 40.822 100,00%

Neste caso, os sócios da empresa, através do capital social da sua empresa, contribuíram com
cerca de 12% do investimento (5.000), cerca de 43% foram buscar à banca através de um
empréstimo (17.452) e os restantes 45% foram suportados através de um programa de incentivo 33
do governo (18.370), perfazendo assim a totalidade do investimento.

Fonte: Image courtesy of Ambro /


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Para simplificar o processo, passamos agora para os quadros que irão fornecer dados importantes
relativamente a viabilidade económica e financeira. Assim temos os quadros 10 e 11:
Demonstração de Resultados Provisionais e Balanço.

.
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Quadro 10. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS PROVISIONAIS DA EMPRESA

A Demonstração de Resultados e o Balanço Provisionais resumem no fundo toda a actividade da


empresa ao longo do ano em causa.

Rubricas 2012 2013 2014 2015 2016


Proveitos e
Ganhos

1. Prestação de serviços (a)175.751 190.093 205.604 222.382 240.528

2. Variação da Produção

3. Outros Proveitos Operacionais

4. Proveitos e Ganhos Financeiros

5. Proveitos e Ganhos (b)2.351 2.351 2.351 2.351 2.351


Extraordinários

6. Proveitos Totais 178.103 192.444 207.956 224.733 242.879

Custos e perdas 34
7. Custo Merc. V. Mat. Consumidas (c)123.026 133.065 143.923 155.667 168.370
(d)18.356 18.906 19.474 20.058 20.660
8. Fornecimento e Servi. Externos
(e)18.449 19.371 20.340 21.357 22.425
9. Encargos com o Pessoal (f)4.044 4.045 4.045 2.699 2.255
10. Amortizações do exercício
11. Provisões do exercício
12. Impostos
12.1. Indirectos
12.2. Directos
13. Outros cust. operacionais

14. Custos e perdas extraordinárias

15. Custos Totais 163.875 175.388 187.782 199.781 213.709


16. Resultados antes Encargos (g)14.228 17.056 20.174 24.952 29.170

Financeiros e Imp. S/Rend. ( 7-


16 )
17. Encargos Financeiros 873 818 600 382 164

17.1. de funcionamento
(h)873 818 600 382 164
17.2. de financiamento

18. Result. antes de impostos


( 17- (i)13.355 16.238 19.574 24.570 29.007
18 )

19. Imposto Rendimento do (j)4.274 5.196 6.264 7.862 9.282


Exercício

20. RESULT. LIQUIDO (k)9.082 11.042 13.310 16.708 19.724

.
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Explicação do Quadro 10: Demonstração de Resultados Provisionais

Na demonstração de resultados provisionais, são calculados todos os proveitos e ganhos e todos


os custos e perdas que estimados ao longo do ano.

Para chegar ao resultado líquido, somamos:

 Os proveitos e Ganhos Totais (neste caso a prestação de serviços (a)) + Proveitos e


Ganhos Extraordinários (b) (relacionado com o incentivo que neste caso a empresa
recebeu) e subtrais os Custos Totais. Estes Custos Totais estão relacionados com as
Despesas referentes à prestação dos serviços (Custo de Matérias Vendidas e Matérias
consumidas (c)), com os Fornecimentos e Serviços Externos(d) (quadro 7) e ainda com os
Encargos com Pessoal (e) (quadro 6).

 Além destes custos temos ainda a amortização do exercício (f), que embora a sua
determinação seja mais complexa é importante que fiquemos com a noção que todo o
investimento que este negócio fez (equipamento, remodelações, estudos) tem um
determinado valor na altura da compra, mas depois tem uma determinada depreciação,
ou seja, não vale o mesmo no ano seguinte. 35
 O valor dessa depreciação é dado sob uma forma de uma taxa fixa anual. O valor
encontrado e que consta da Demonstração de resultados, é obtido através dessa taxa
sobre o valor da compra, neste caso temos 4.045 de amortização nos 3 primeiros anos e
2.269 no 4.º ano e 2.255 no 5.º ano.
 Isto acontece porque nos primeiros 3 anos foram amortizadas determinadas despesas de
investimento que depois são subtraídas ao activo, ou seja:

 Se para a elaboração de um estudo tínhamos um valor de investimento de 1.500, e se a


taxa de amortização a aplicar (em termos de investimentos desta natureza) é de 33.33%,
ao fim de 3 anos o valor desta despesa será abatida por completo ao imobilizado da
empresa.

 Depois de determinar os proveitos e ganhos totais e os custos e perdas totais, a diferença


entre ambos dará os resultados antes de encargos (g).

 Devemos ainda deduzir os encargos financeiros (h)(resultantes de dividas a terceiros –


empréstimos bancários) para obter os resultados antes de impostos (i), e o imposto
sobre o rendimento(J).

Acabamos por chegar ao resultado líquido (k) da actividade da empresa no ano em causa e nos
anos subsequentes.

Aquilo a que normalmente se chama o lucro da empresa: representa a diferença entre todas as
receitas e todas as despesas durante um ano de exercício, depois de pagos todos os impostos.
Aparece tanto no Balanço (Situação Líquida) como na Demonstração de Resultados.

Uma empresa com boa saúde financeira deve ter sempre Resultados Líquidos positivos.
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Quadro 11. BALANÇO PROVISIONAL

DESIGNAÇÃO 2012 2013 2014 2015 2016


Activo
1. Imobilizado
1.1. Imobilizações Incorpóreas 43+441/6+449 4.035 4.035 4.035
Amort. Imb. Incorpóreo 1.345 2.691 4.035
1.2 Imobilizações Corpóreas 42+441/6+448 36.786 36.786 36.786 36.786 36.786
Amort. Imob. Corpóreo 2.699 5.398 8.097 10.796 13.051
1.3 Investimentos Financeiros
Amortizações Finan.
2. Créditos de Médio Longo Prazo
3. Circulante 19.119 34.538 50.919 69.902 91.299
3.1 Existências 32 a 37
3.2 Créditos de Curto Prazo 21+22+23+24+25+26 509
3.3 Títulos Negociáveis 15+18
3.4 Disponível 11+12+13+14 18.610 34.538 50.919 69.902 91.299
4. Acréscimos e Diferimentos 27
36
5. Total do Activo ( 1+2+3+4 ) 55.897 67.271 79.608 95.892 115.034
CAPITAL PRÓPRIO
6. Capital Próprio /Social 51+52+54 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000
7. Prestações suplementares 53
8. Reservas 55 a 58
9. Resultados Transitados 59 9.082 20.124 33.434 50.142
10. Resultados Líquidos 88 9.082 11.042 13.310 16.708 19.724
11. Dividendos Antecipados 89
14. TOTAL CAP. PRÓPRIO ( 9+10+11+12+13 ) 14.082 25.124 38.434 55.142 74.866
PASSIVO
13. Prov. p / riscos e encargos 29
14. Dívidas a Terceiros
Médio/Longo Prazo 21 a 26 17.452 17.452 17.452 17.452 17.452
14.1. Empréstimos Obtidos 23 17.452 17.452 17.452 17.452 17.452
14.2. Suprimentos 25
14.3. Outros 21+22+24+26
15. Dívidas a Terceiros
Curto prazo 21 a 26 8.345 11.028 12.405 14.332 16.101
15.1. Dívidas a Instituições de crédito 23
15.2. Fornecedores 22 3.059 3.151 3.246 3.343 3.443
15.3. Sector Público Estatal 24 4.274 6.815 8.044 9.818 11.428
15.4. Outros 21+25+28 1.012 1.062 1.115 1.171 1.230
16. Acréscimos e Diferimentos 27 16.018 13.667 11.316 8.964 6.613
19. TOTAL DO PASSIVO (15+16+17+18) 41.815 42.147 41.173 40.749 40.166
20. TOT. DO CAP. PRÓPRIO E PASSIVO (14+19) 55.897 67.271 79.608 95.892 115.034
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Explicação do Quadro 11: Balanço Provisional

O Balanço provisional do projecto traduz a actividade da empresa em cada ano e é um


documento contabilístico que retracta a posição financeira de uma empresa num determinado
momento, listando os bens e os direitos (o activo), por um lado, e as obrigações da empresa
perante terceiros (o passivo), por outro, rege-se pela equação "Activo =Passivo+Situação Líquida
ou Capital Próprio"

 O Balanço começa pelo ACTIVO e nesse campo pelo Imobilizado (também conhecido por
activo fixo): Imobilizações corpóreas – Aplicações tangíveis de carácter permanente, de
uma empresa, como por exemplo, terrenos, edifícios e equipamento, etc. e Imobilizações
incorpóreas – Aplicações intangíveis de carácter permanente, de uma empresa, tais como
despesas de instalação, despesas de investigação e desenvolvimento, trespasses, etc.

 Conjuntamentecom as respectivas amortizações anuais, que abatem o valor contabilístico


de balanço dos activos imobilizados de uma empresa, em função do seu uso e desgaste,
ou da sua vida económica.

 Temos ainda o Activo Circulante de uma empresa, isto é, aquele que é, facilmente,
convertível em numerário num prazo inferior a 1 ano (exemplos: caixa, depósitos, 37
existências, clientes, etc.)

Chegamos à parte do Capital próprio.

 Aqui temos o Capital Social que é o conjunto de fundos postos definitivamente à


disposição de uma empresa pelos seus proprietários (é no fundo, o dinheiro que os
empresários colocam nas empresas para dar início à sua actividade). Aparece no Balanço
integrado na Situação Líquida sendo por isso considerado um capital próprio. Existem
normalmente limites mínimos estipulados por lei para diferentes tipos de empresas. Este
valor, no entanto, pode e deve aumentar em função da expansão da empresa.

 Além de outras rubricas, tens também os resultados líquidos que foram determinados no
quadro anterior (10) – Demonstração de Resultados Provisionais.

Logo abaixo encontramos o PASSIVO, que corresponde às obrigações assumidas por uma empresa
relativamente aos seus credores, sobre a forma de dívidas a pagar (Empréstimos bancários, de
sócios, fornecedores de imobilizado, de matéria-prima, etc.).

 Dentro destas, temos o Passivo a médio e longo prazo – Dívidas contraídas por uma
empresa que se vencem por prazos superiores a um ano; e o Passivo de curto prazo –
Também designado de Passivo Circulante. Representa todas as dívidas que, em princípio,
devem ser reembolsadas num prazo máximo de um ano.

Desta forma, o Balanço reflecte: "Activo = Passivo+Situação Líquida ou Capital Próprio"

Nota: O exemplo apresentado neste capítulo foi baseado na apresentação disponível em:
http://www.ajem.pt/ficheiros/documentos/Estudo_Viabilidade_Economica_e_Financeira.pdf

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A RETER

O estudo financeiro é um processo interactivo, que permite adequar as necessidades financeiras


da empresa em criação aos meios correspondentes.

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UNIDADE 5
OUTROS ASPECTOS FINANCEIROS A CONSIDERAR

Objectivos da Unidade:

No fim desta unidade os formandos deverão ser capazes de:

 Reconhecer as principais características dos planos de financiamento


 Enumerar as principais condições de análise de investimentos
 Validar formas de Gestão Financeira Quotidiana

5.1. GESTÃO DO PLANO FINANCEIRO

O capital deve ser considerado como uma ferramenta de negócio que requer uso cuidadoso. É 39
necessário que o capital produza uma taxa de retorno maior do que a que seria obtida através de
um investimento noutros produtos financeiros que garantem uma taxa de juro. Tal exercício exige
uma gestão muito cuidadosa do negócio, no que respeita às disponibilidades actuais e futuras.

Existem cinco factores principais a ter em consideração no campo financeiro:

1. A gestão dos recursos antigos e novos de modo a contribuírem ao máximo para o lucro do seu
negócio.

2. A gestão dos recursos correntes para assegurar o máximo retorno possível do capital
investido no seu negócio.

3. A geração de capital adicional para aquisição de novos recursos.

4. A elaboração de requisitos para novos recursos no futuro.

5. O serviço da dívida do seu capital operacional corrente.

Estes cinco factores são considerados os mais significativos em termos de impacto na função de
gestão financeira.

NOTAS PESSOAIS
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________

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5.2 O PLANO DE INVESTIMENTO

Para facilitar a tarefa de elaboração do plano de investimento, resumimos nesta unidade alguns
aspectos que o investidor não deverá esquecer para o sucesso do seu negócio.

O montante de investimento necessário corresponde, de uma forma simplificada, ao somatório


das seguintes despesas:

1. Despesas de investimento em capital fixo corpóreo;


2. Despesas de investimento em capital fixo incorpóreo e despesas plurianuais;
3. Fundo de maneio;
4. Imprevistos.

1. Cálculo das imobilizações corpóreas

Os terrenos, os edifícios, as máquinas, os equipamentos de produção e administrativos, o


material de transporte, os seguros, as taxas aduaneiras, entre outros, constituem elementos
corpóreos, indispensáveis ao arranque e funcionamento normal da empresa, que acarretam
necessariamente despesas de investimento. 40
O cálculo do montante respectivo, poderá ser obtido, com alguma segurança, listando,
exaustivamente, todos os elementos que integram o activo fixo corpóreo da futura empresa,
pedindo orçamentos aos fornecedores e fazendo um cálculo aproximado para as restantes
despesas.

2. Cálculo das imobilizações incorpóreas e despesas plurianuais

Integram-se aqui as despesas relativas à constituição da empresa e as correspondentes a direitos,


estudos e projectos, despesas de arranque e ensaio, recrutamento, formação de pessoal e
publicidade.

As despesas plurianuais decorrem, numa primeira instância, das despesas de coordenação e de


fiscalização do projecto, mas também da obrigatoriedade de pagamento de juros e de
amortização dos empréstimos contratados.

3. Cálculo do fundo de maneio

O fundo de maneio, por seu lado, corresponde ao montante necessário para assegurar a
actividade normal da empresa e destina-se à cobertura financeira dos seguintes elementos:

 Reserva de segurança de tesouraria;


 Crédito normal a conceder aos clientes;
 Stocks normais de matérias-primas, subsidiárias e de embalagens;
 Stocks normais de produtos acabados, semi-acabados, em vias de fabrico.

Ao montante obtido com o somatório destas despesas torna-se necessário deduzir os créditos
normais a obter junto dos fornecedores.
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A importância da previsão das necessidades em fundo de maneio justifica-se pelo facto de a


empresa, mesmo antes de iniciar a venda dos produtos ou dos serviços ter de constituir stocks
mínimos e posteriormente ao início da actividade, existir um lapso de tempo entre a venda e a
correspondente entrada de dinheiro.
41
Por outro lado, a empresa vai beneficiar de um prazo para o pagamento aos seus fornecedores, o
que se traduz numa redução do montante das necessidades de fundo de maneio.

4. Imprevistos

Independentemente do rigor do cálculo das rubricas anteriores, os imprevistos podem alterar o


montante global das necessidades de investimento.

Estas situações podem ser devidas a alterações nos projectos de construção civil, na instalação, na
implantação dos equipamentos, nas previsões relativas ao fundo de maneio e também, com
desvios verificados em consequência, por exemplo, da desvalorização da moeda ou da inflação.

NOTAS PESSOAIS
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________

5.3. O PLANO DE FINANCIAMENTO

Após determinar o montante do investimento necessário, e empreendedor deverá reunir os


meios financeiros, designados por capitais, indispensáveis à sua cobertura. Esta actividade deve
ser suportada pela elaboração de um Plano de Financiamento.

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Os capitais necessários para fazer face às despesas de investimento dividem-se em capitais


próprios e os capitais alheios.

As fontes de financiamento dos capitais próprios são o capital social, as prestações suplementares
de capital, o auto financiamento e o capital de risco.

As fontes de financiamento dos capitais alheios podem resultar de crédito de fornecedores,


empréstimos bancários, empréstimos obrigacionistas, empréstimos dos sócios ou de locação
financeira mobiliária e imobiliária.

Genericamente, existem três tipos de financiamento (se excluirmos o obtido junto do estado, já
abordado): o seu próprio dinheiro, o crédito ou a entrada de investidores no capital da empresa
(que podem participar ou não na gestão da empresa).

Todas têm vantagens e desvantagens, devendo o empreendedor escolher aquela que mais lhe
convém.

 O recurso ao seu próprio dinheiro pode livrá-lo de pressões externas para a prossecução das
suas ideias.
42
É todavia uma opção arriscada e poderá, a prazo, ser insuficiente. Além disso, a partilha de
experiências com outros agentes com experiência pode trazer vantagens inequívocas para o seu
negócio.

 O crédito bancário dá-lhe a vantagem de manter o controlo do seu negócio, alargando os


fundos disponíveis.

Todavia um banco deverá exigir garantias pessoais que podem ser incomportáveis. Além disso,
com o estreitamento das margens de crédito, dificilmente a relação risco-retorno, de um
empréstimo a uma pequena empresa é atractiva na óptica do banco, o que dificulta a obtenção
de crédito.

 Finalmente, temos o financiamento por capital.

Face à carência de fundos próprios e aos problemas decorrentes do crédito, pode recorrer a
investidores privados, sejam eles família, amigos ou «business angels».

Estes últimos, normalmente que venderam o seu negócio, ficando com «cash» disponível, podem
ser uma ajuda preciosa com a sua experiência e know-how na gestão de pequenos negócios.

 Ainda em termos de financiamento de capital, temos claro está, o capital de risco.

As sociedades ou fundos de capital de risco tomam participações normalmente minoritárias e


temporárias (3-7 anos) no capital da empresa.

Trata-se de uma forma de financiamento muito atractiva, na medida em que o empreendedor


não só assegura os fundos necessários, como garante um parceiro de capital que irá partilhar o
risco com o empresário sem, no entanto, assumirem o controlo da mesma.
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5.4. PROCESSO DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Fase 1.
Identificação do projecto, na qual o investidor inicia a pesquisa de oportunidades de investimento,
define o conceito de negócio e traça – muitas das vezes informalmente – a respectiva estratégia;

Fase 2.
Formulação: esta fase inclui a caracterização técnica do projecto (o que, como, e com que
tecnologia produzir), estudos de mercado, análise dos fornecedores, calendarizarão da sua
implementação, etc.

Fase 3:
Avaliação económico-financeira na qual se testa a capacidade do projecto criar valor;

Fase 4:
Implementação e follow-up na qual o projecto é posto em prática, devendo ser a sua execução
devidamente supervisionada.
43

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5.4. DICAS PARA LIDAR COM BANCOS E INVESTIDORES

 Parte do trabalho dos bancos é lidar com pessoas na sua situação. Não se atemorize, até
porque você também lhes dá dinheiro a ganhar. Por outro lado, existem outros bancos e
estes nem sequer são um parceiro estratégico.

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 Não marcar reuniões apenas para pedir dinheiro emprestado. Tente perceber os critérios
de concessão de crédito antes de o pedir.

 Prefira bancos que já o conhecem (empréstimos anteriores, por ter conta aberta, por
conhecer funcionários bem colocados e com quem mantêm uma relação de confiança).

 Analise objectivamente quanto precisa, para quê e como poderá calendarizar o


pagamento. Ter uma proposta claramente definida é a melhor forma de credibilizar a
mesma.

 Use a sinceridade na resposta às questões que lhe são colocadas. Isto é fundamental para
cimentar uma relação de confiança.

 Construa um plano de negócios com qualidade e apelativo.

 Demonstre o potencial de crescimento (local e global) do seu negócio. O investimento só


se torna atractivo se gerar, ainda que aprazo, retornos elevados.
 Tenha presente que é da própria essência do capital de risco as suas participações terem
um tempo de vida limitado (3-7 anos), findo o qual o investidor espera realizar o seu
investimento. Assim, apresente perspectivas de saída atraentes.
44

 Seja realista na forma de avaliar o seu negócio. Logo, a sinceridade e o realismo das
perspectivas futuras do seu negócio (investimentos necessários, vendas, custos, avaliação,
etc.) ajudam muito a credibilizar a sua imagem e a cimentar uma relação de confiança,
que é essencial.

No entanto, não se intimide e não abdique de negociar o valor que considera justo para uma
participação no seu negócio

NOTAS PESSOAIS
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________

5.5.ASPECTOS A CONSIDERAR NA GESTÃO FINANCEIRA QUOTIDIANA

Capital

A maioria dos empreendedores falha na gestão do capital porque não compreendem


inteiramente o alcance do que essa gestão implica.
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Dinheiro e Recursos Líquidos

Inclui todo o dinheiro obtido por vendas ou outras fontes, bem como de outras disponibilidades
financeiras - depósitos à ordem e a prazo.
A manutenção de um sistema de orçamentação preciso e bem planeado é fundamental para a
segurança financeira da sua empresa.

Se por qualquer razão o dinheiro em caixa não for suficiente para fazer face às despesas a pagar,
incorre num "cash-flow" negativo.

Pode conseguir manter estes prejuízos por um curto período de tempo, mas se começa a ter esta
situação em meses sucessivos irá entrar em rotura de tesouraria e eventualmente chegará à
falência.

Créditos a Receber

Podem ser positivos e negativos para uma empresa. Estas vendas são lançadas em contas a
crédito que são devidas e pagáveis em termos pré-especificados. Se uma empresa realizar vendas
a crédito mas ninguém lhe paga, o seu negócio é bem sucedido apenas no papel, É fundamental
desenvolver métodos para acelerar o pagamento de clientes atrasados ou exigir a cobrança do 45
crédito efectuado.

Stocks

Existe sempre algum capital inicial investido em stocks. É fundamental conhecer muito bem o
estado dos stocks de materiais de forma a não perder dinheiro quer por excesso quer por falta ou
rotura de stocks.

Crédito Comercial

É fundamental não permitir que os débitos ultrapassarem os termos prescritos para o seu
pagamento. Irá afectar negativamente a relação da empresa com os fornecedores e a sua
classificação de risco de crédito.

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Gestão da Dívida

Para arranque de actividade, é muitas vezes necessário adquirir o capital suficiente para financiar
a empresa. Para determinar qual a alternativa de financiamento mais viável, tem que avaliar a sua
situação financeira e a capacidade do seu negócio para suportar débitos.

Impostos e Despesas de Operação

Existem custos operacionais que se sucedem mensalmente. Alguns são óbvios, mas outros
requerem que a quantia apropriada de fundos esteja disponível na altura certa, pois de outra
forma irão afectar a operação do seu negócio.

Relação com a Banca

De forma geral, todos os negócios em fase de crescimento experimentam períodos de


dificuldades financeiras e requerem financiamentos de algum género.

É importante para uma empresa planear um programa de crescimento com apoio do banco. As
probabilidades de obtenção de empréstimos em condições marginais serão melhoradas em 50%
se antecipar as necessidades. 46
Alguns bancos especializam-se em determinados ramos de actividade ou possuem
departamentos para lidarem com diversos tipos de empresas industriais e comerciais. Outras
entidades orientam-se exclusivamente para as grandes contas. Deve procurar validar o melhor
parceiro para o seu negócio, através de algumas questões:

1. É necessária a existência de vários balanços antes do banco conceder um empréstimo?


2. O banco dá-lhe uma linha de crédito? Se assim for, quais são os requisitos?
3. O banco tem limitações ao número de pequenos empréstimos que concede ou aos tipos
de actividade empresarial aos quais empresta dinheiro?
4. Qual é a política do banco em relação ao valor e descrição dos cheques depositados?
5. Existe um valor limite para os cheques depositados, abaixo do qual estes são creditados
automaticamente na sua conta?

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A RETER

O capital deve ser considerado como uma ferramenta de negócio que requer uso cuidadoso. É
necessário que o capital produza uma taxa de retorno maior do que a que seria obtida através de
um investimento noutros produtos financeiros que garantem uma taxa de juro. Tal exercício exige
uma gestão muito cuidadosa do negócio, no que respeita às disponibilidades actuais e futuras.

47

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UNIDADE 6:
O SISTEMA FISCAL ANGOLANO

Objectivos da Unidade:

No fim desta unidade os formandos deverão ser capazes de:

 Conhecer o sistema fiscal angolano


 Enumerar os principais tipos de impostos em território angolano
 Reconhecer a revisão prevista para o sistema fiscal

6. 1. O SISTEMA FISCAL ANGOLANO

O sistema fiscal angolano é constituído por um conjunto de normas jurídicas, quer consagradas 48
constitucionalmente, quer dispersa em Códigos e outra Legislação avulsa sobre a matéria
tributária, das quais se destacam as seguintes: Código Geral Tributário, Decreto-Lei nº 10/99, de
29 de Outubro – Aprova o Código de Imposto sobre o Rendimento do Trabalho, Lei nº 8/99, de 10
de Setembro – Código do Imposto Industrial, Código do Imposto Sobre a Aplicação de Capitais,
Registo Geral do Contribuintes (Decreto nº 29/92, de Julho), Lei nº 10/03, de 25 de Abril –
Unidade de Correcção Fiscal – derroga o artigo 2º da Lei nº 12/96, de 24 de Maio, Regulamento
do Imposto de Consumo, Imposto Sobre Importação (Decreto nº 17/90, de 4 de Agosto), Isenções
e Alterações ao Imposto sobre a Importação (decreto-lei nº 17/94, de 24 de Agosto) Regime Fiscal
para a Indústria Mineira (decreto-lei nº B/96 de 31 de Maio) e Regime Aduaneiro para a Indústria
Mineira (Decreto nº 12-B/96, de 24 de Maio), Lei nº 9/99, de 01 de Outubro – aprova a extensão
do Imposto de Consumo aos serviços de Telecomunicações, de Hotelaria, de Turismo e similares e
de funcionamento de Água e Electricidade.

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Princípios gerais
(Na Lei Constitucional)

(Artº. 14) –
Princípio da função económica e social do fisco e Princípio da legalidade
O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades económicas, sociais e administrativas do Estado
e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.
Os impostos só podem ser criados e extintos por lei, que determina a sua incidência, taxas,
benefícios fiscais e garantias dos contribuintes.

(Artº. 18º)
Principio da não discriminação e da igualdade dos cidadãos perante a lei.
Todos os cidadãos são iguais perante a lei e gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos
mesmos deveres, sem distinção da sua cor, raça, etnia, sexo, lugar de nascimento, religião,
ideologia, grau de instrução, condição económica ou social.

(Artsº. 90º e 91º).


A definição do sistema fiscal e a criação de impostos é da competência da Assembleia Nacional,
podendo, igualmente, ser do Governo desde que autorizado por lei passada por aquela.
49
(Artº. 93º)
Princípio da estabilidade do fisco.
Os deputados e os grupos parlamentares não podem apresentar projectos de lei que envolvam,
no ano económico em curso, aumento das despesas ou diminuição das receitas do Estado fixadas
no orçamento.

(No Código Geral Tributário)

(Artº. 1º).
Serão obrigatoriamente determinadas por lei a incidência, as isenções e as taxas de cada imposto,
bem como as formas processuais de atacar a ilegalidade dos actos tributários.

(Artº. 5º) – Princípios da legalidade e da não retroactividade da lei fiscal.


As leis fiscais só dispõem para o futuro e nos termos regulados na lei geral.

Constituem garantias gerais dos contribuintes:


Não pagar impostos que não tenham sido estabelecidos de harmonia com a Constituição Política;
Não ser a mesma matéria tributada mais de uma vez, em relação ao mesmo imposto;
Poder recorrer da fixação da matéria colectável feita por comissões quando tenha havido
preterição de formalidades legais;
Poder reclamar contra a liquidação dos impostos;

(Artº. 6º).
Poder ser informado sobre a sua concreta situação fiscal

(Artº. 7º).
Só em caso de superior interesse público poderá a Lei conceder isenções de impostos, reduções
das respectivas taxas ou outros benefícios ficais
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Estão isentos de tributação em qualquer imposto sobre o rendimento e sobre o património:


O Estado e quaisquer dos serviços, estabelecimentos e organizações, ainda que personalizados;
As instituições públicas de previdência e segurança social;

(Artº. 8º).
Os partidos políticos, sindicatos, associações de classe e instituições religiosas legalmente
constituídas.

(Artº. 49º).
Não sendo paga qualquer das prestações ou a totalidade do imposto, no mês do vencimento,
correm imediatamente juros de mora.

(Artº. 50º).
Os juros de mora são calculados à taxa de 2,5% ao mês e vencem-se no dia um de cada mês,
contando-se por inteiro o mês em que se efectua a cobrança. Não são exigidos juros de mora
vencidos há mais de cinco anos, nem juros de juros, mesmo vencidos

(Artº 66º).
Constitui infracção todo o acto ilícito e culposo declarado punível pelas leis fiscais 50
(Artº. 71º).
As infracções fiscais serão punidas com multa, independentemente das penas acessórias
especialmente previstas na lei. Se, porém, qualquer funcionário público, no exercício das suas
funções, praticar uma infracção fiscal, incorrerá apenas em responsabilidade penal prevista
noutras Leis.

(Artº. 87º).
Extinguem a responsabilidade por infracções fiscais:
O pagamento, voluntário ou coercivo, das multas;
A prescrição do procedimento judicial ou da pena;
A amnistia;
A morte do infractor.

(Artº. 88º).
Só poderá ser levantado auto de transgressão, para aplicação das multas cominadas nas leis
fiscais, dento de cinco anos contados da data em que a infracção foi cometida. Se o auto de
transgressão estiver parado durante cinco anos, ficará extinto o procedimento para a aplicação da
multa.

6.2. PRINCIPAIS IMPOSTOS

São praticados dentro do sistema fiscal angolano vários tipos de impostos, incidentes sobre os
agentes económicos:

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IMPOSTO INDUSTRIAL
O imposto industrial impende sobre os lucros resultantes do exercício de uma qualquer actividade
económica devidamente registada, de natureza comercial ou industrial, ocasional ou permanente.
O respectivo código define a natureza comercial ou industrial da actividade económica. O ano
fiscal deste imposto coincide com o ano civil.

Estão sujeitos ao pagamento do imposto industrial todas as pessoas singulares ou colectivas,


nacionais ou estrangeiras, com domicílio, sede ou direcção efectiva em Angola.

Os contribuintes sujeitos a este imposto estão classificados em três grupos:

1. Grupo A, cujo âmbito de incidência são os lucros efectivamente obtidos pelos


contribuintes e determinados através da sua contabilidade;
2. Grupo B, com tributação sobre os lucros presumivelmente obtidos pelos contribuintes
sujeitos a este imposto;
3. Grupo C, que abrange os lucros que normalmente os contribuintes deveriam ter obtido
no exercício da actividade económica regulada pelo imposto.

Estão consideradas especificamente no Código do Imposto Industrial determinadas isenções ao 51


seu pagamento. Mas para além destas, o Ministro das Finanças pode conceder isenção do
pagamento de imposto industrial:

 por um período de 3 a 5 anos aos rendimentos derivados da instalação de novas


actividades industriais e aos rendimentos provenientes da actividade económica
localizada em zonas consideradas de interesse ao fomento do desenvolvimento
económico nacional;
 a totalidade ou parte dos lucros gerados pelo exercício ocasional de actividades
económicas, com o fim de angariar meios de apoio a obras de carácter assistencialista ou
de beneficência.

As actividades hoteleira e de ensino privado podem, igualmente, beneficiar de isenções do


imposto industrial.

A taxa do imposto industrial é de 35%. Aos rendimentos provenientes de actividades


exclusivamente agrícolas, silvícolas e pecuárias o valor da taxa é de 20%.
Estão previstas reduções destas taxas mediante autorização do Ministro das Finanças.

IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS DO TRABALHO


A incidência deste imposto abrange os rendimentos obtidos, quer por conta de outrem, quer por
conta própria, expressos em dinheiro ou espécie.

Os rendimentos do trabalho incluem as remunerações percebidas a título de ordenados,


vencimentos, salários, honorários, avenças, gratificações, subsídios, prémios, comissões,
participações, senhas de presença, emolumentos, participações em multas, custas e outras
remunerações acessórias.

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Estão previstas no respectivo código determinadas isenções ao pagamento deste imposto, como,
por exemplo, as incidentes sobre as remunerações do pessoal diplomático acreditado no país e
desde que haja reciprocidade de tratamento, do pessoal ao serviço de organizações
internacionais, etc. O mesmo se aplica às remunerações auferidas por deficientes físicos,
mutilados de guerra e outros inválidos.

IMPOSTO SOBRE A APLICAÇÃO DE CAPITAIS


Este imposto incide sobre os rendimentos provenientes da aplicação de capitais e é devido pelos
titulares dos respectivos rendimentos.

O imposto sobre a aplicação de capitais divide-se em duas secções:

1. Na secção A estão integrados os juros de capitais mutuados, os rendimentos derivados de


contratos de abertura de crédito e os rendimentos originados pelo deferimento no tempo
de uma prestação ou mora de pagamento; a taxa incidente sobre estes rendimentos é de
15%, estando contempladas no respectivo código determinadas situações de isenção do
pagamento desta taxa.
2. Na secção B estão considerados os lucros, seja qual for a sua natureza, espécie ou
designação atribuídos aos sócios das sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial,
as importâncias atribuídas aos sócios das sociedades cooperativas, os juros das 52
obrigações, os juros de suprimentos ou de outros abonos feitos pelos sócios às
sociedades, as royalties, etc. A taxa geral é de 15%, valor que pode ser reduzido a 10%
para alguns dos rendimentos de capitais referidos.

IMPOSTO SOBRE O CONSUMO


Este imposto incide sobre a produção e importação de mercadorias, independentemente da sua
origem.

São devedores deste imposto as pessoas singulares ou colectivas que pratiquem operações de
produção, fabrico ou transformação de bens, que procedam à importação de bens, que
consumam água ou energia e utilizem serviços de telecomunicações e de hotelaria.

Fora do âmbito deste imposto estão os produtos agrícolas e pecuários não transformados. Estão
previstas determinadas isenções.

IMPOSTO DE SELO
Tem uma ampla base de incidência. Em alguns casos o imposto é aplicado através de um valor
fixo e noutras circunstâncias por intermédio de uma taxa que varia entre 0,05% e 25%.

IMPOSTO PREDIAL URBANO


É um imposto sobre o património e que incide sobre os rendimentos de todos os prédios urbanos,
arrendados ou não arrendados, situados em território nacional.

Os rendimentos sobre os quais o imposto incide são equivalentes às rendas auferidas pelos
prédios arrendados e ao valor da renda equivalente à utilidade que dos prédios urbanos se retirar
no caso do não arrendamento.

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Para além das isenções de carácter geral consagradas no código geral tributário, estão previstos
dois grandes grupos de isenções que são objecto de tratamento autónomo.

IMPOSTO SOBRE AS SUCESSÕES E DOAÇÕES E SISA

O imposto sobre as sucessões e doações é devido pela transmissão gratuita de propriedade,


imobiliária ou mobiliária. A sisa é devida pela transmissão de património imobiliário a título
oneroso.

As taxas variam de 20% a 30%, estando sob regime de isenções as transmissões cujo valor se
situar abaixo dos limites estabelecidos na lei.

53

Fonte: Image courtesy of Ambro /


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6.3. A REVISÃO DO SISTEMA FISCAL ANGOLANO

O actual sistema fiscal angolano, após a revogação do anterior código tributário de 1979,
apresenta uma grande complexidade nas dimensões petrolíferas e não-petrolíferas da fiscalidade.
O conhecimento da fiscalidade desde os impostos e taxas é essencial para benefícios fiscais com o
intuito de minimizar os impostos a pagar sem violar preceitos legais.
Os principais impostos angolanos, excluindo a tributação específica dos sectores petrolíferos e
diamantíferos, são:

 Imposto sobre o rendimento de trabalho;


 Imposto industrial:
 Imposto sobre os rendimentos das empresas;
 Imposto sobre aplicação de capitais;
 Impostos sobre remunerações do capital;
 Imposto de consumo;
 Imposto sobre transacções comerciais;
 Sisa ou imposto sobre transferência de propriedades a título oneroso;
 Imposto de sucessões e doações e
 Imposto de Taxa de importação emolumentos aduaneiros, selo, etc.
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A estrutura actual do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT) aprovado pela Lei 10/99, de
29 de Outubro reflecte-se na base de incidência e a remuneração total mensal que inclui todas as
regalias auferias, pela prestação do Trabalho de diferentes tipos contratuais, havendo todavia
isenção do pagamento de IRT em algumas situações previstas na lei.

O Imposto Industrial divide-se em Incidência Objectiva e Subjectiva. A primeira incide sobre os


rendimentos comerciais e industriais. Consideram-se rendimentos de natureza comercial ou
industrial. A Incidência Subjectiva dos Impostos Industriais que incide sob pessoas singulares ou
colectivas, nacionais ou estrangeiras, com domicilio em Angola ou residentes para efeitos fiscais
em Angola.

Os Grupos de Tributação dos Impostos Industriais dividem-se em Grupo A: a tributação incide


sobre os lucros efectivamente obtidos pelos contribuintes e determinados através da sua
contabilidade; Grupo B : A tributação incide sobre os lucros presumidos e Grupo C: Tributação
baseada nos lucros que os contribuintes normalmente poderiam ter obtido.

Eis o panorama geral da fiscalidade em Angola, com base nas últimas alterações de 2012:

I. IMPOSTO INDUSTRIAL 54
Eis as principais alterações previstas:
 Eliminação do actual grupo C de tributação (pessoas singulares no âmbito de actividades
industriais e comerciais exercidas por conta própria), que passa a estar sujeita ao Imposto
sobre os Rendimentos de Trabalho (IRT);
 Redução da taxa geral de 35% para 30%.
 Alargamento do âmbito de incidência objectiva, passando a estar sujeitas a este imposto
as actividades reguladas pelo Instituto de Supervisão de Seguros, Instituto de Supervisão
de Jogos e pelo Banco Nacional de Angola, assim como também as actividades de mera
gestão de carteiras de imóveis;
 Nova incidência sobre pessoas colectivas com sede no estrangeiro, sem estabelecimento
estável em Angola, sendo criado um regime especial de tributação de serviços de
natureza acidental, que revoga a actual Lei sobre a Tributação das Empreitadas (Lei n.º
7/97, de 10 de Outubro);
 Nova incidência sobre entidades sem personalidade jurídica com sede ou direcção
efectiva em Angola (por ex., pessoas colectivas sem registo definitivo ou declaradas
inválidas, associações e sociedades civis sem personalidade jurídica e heranças jacentes);
 Eliminação do regime de atribuição de isenções subjectivas motivadas por fins sociais ou
económicos;
 Novo regime de neutralidade fiscal aplicável à fusão de sociedades comerciais;
 Novas regras quanto as obrigações declarativas, cobrança e garantias dos contribuintes.

Novas regras para a determinação da matéria colectável do Grupo A

 Alargamento do âmbito de incidência do Grupo de A de tributação a Fundações e


Cooperativas cuja actividade gere proveitos adicionais e actualização dos valores a partir
dos quais os sujeitos passivos transitam obrigatoriamente do Grupo B para o Grupo A –
capital social de 1.100.000 AKZ e proveitos totais de 30.000.000 AKZ;
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Manual de Noções Básicas de Gestão Financeira na Gestão de Pequenos Negócios

 Tributação de rendimentos provenientes de títulos de dívida pública, que estavam


excluídos de tributação;
 Variações patrimoniais positivas passam a estar sujeitas a tributação, com exclusão das
entradas de capital ou cobertura de prejuízos;
 Alterações ao nível dos custos/perdas dedutíveis, incluindo a exclusão de custos
relacionados com pagamento de juros de empréstimos a detentores do capital da
sociedade;
 Proveitos sujeitos ao Imposto Predial Urbano (IPU) e ao Imposto de Aplicação de Capitais
(IAC passam a ser deduzidos à matéria colectável, revogando-se o actual mecanismo de
eliminação de dupla tributação por dedução à colecta relativamente a lucros decorrentes
da detenção de partes sociais nacionais sujeitas a Imposto Industrial;
 Novas regras de regulamentação de custos indevidamente documentados, não
documentados ou confidenciais, passando os mesmos a estar sujeitos a tributação
autónoma;
 Nova Lei do Mecenato que regula os donativos e liberalidades, estipulando-se a não-
aceitação de custos relacionados com donativos não enquadrados na nova Lei do
Mecenato;
 Nova tabela de taxas anuais de reintegrações e amortizações, revogando-se a actual
(Portaria n.º 755/72, de 26 de Outubro);
 Novas regras sobre dedutibilidade de provisões relacionadas com processos judiciais em 55
curso, créditos de cobrança duvidosa e para custos ou perdas com existências;
 Novas regras sobre os créditos incobráveis, impondo-se a documentação por certidão
pública da existência de processos de execução, falência ou insolvência;
 O reporte de prejuízos fiscais passa a ser impedido quando os mesmos tenham sido
apurados durante um período de isenção ou redução de taxa do Imposto Industrial, bem
como a impossibilidade da dedução de prejuízos fiscais de actividades isentas ou que
beneficiem de redução de taxa com lucros de outras actividades sujeitas;
 A dedução à matéria colectável de lucros levados a reservas passa a estar limitada até
metade do seu valor, impondo-se o seu reinvestimento em instalações ou equipamentos
novos que contribuam para a criação de emprego e para o desenvolvimento económico.
O reinvestimento deverá realizar-se no prazo de 3 anos e mantém-se dependente de
aprovação da Direcção Nacional de Impostos;

Novas regras para a determinação da matéria colectável do Grupo B

 Os sujeitos passivos passam a ser tributados sobre o lucro real, determinado de acordo
com a sua contabilidade (passando a estar sujeitos às regras previstas para os
contribuintes do Grupo A). Caso tal se revele impossível, serão tributados pelos lucros
obtidos, presumindo-a se que os mesmos correspondem a 25% do valor das compras
efectuadas e dos serviços contratados no exercício;
 Determinação da matéria colectável dos Serviços Acidentais
Presume-se que a matéria colectável das entidades sujeitas a este regime é idêntica ao
valor global do serviço prestado, excepto se o contribuinte demonstrar que incorreu em
custos (componente do preço relativa a matérias-primas, peças ou materiais necessários
à prestação do serviço). Caso efectue tal prova, o contribuinte poderá beneficiar de uma
dedução à matéria colectável até 30%;

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II. ESTATUTO DOS GRANDES CONTRIBUINTES

A nova legislação introduz no regime fiscal angolano a figura do Grande Contribuinte (GC),
estabelecendo-se os critérios de classificação, direitos e obrigações da categoria e a organização
da Repartição Fiscal dos Grandes Contribuintes, exclusiva para aqueles.

Caberá ao Ministério das Finanças publicar e actualizar a lista de GC. Sem prejuízo de outros,
serão incluídos nesta lista a contribuinte que detenham maior montante de imposto entregue no
ano de 2010.

Haverá uma relação de proximidade dos GC com a Administração Fiscal, passando esta a designar
dois interlocutores privilegiados para manter o contacto com o contribuinte, a possibilidade de
planos especiais de parcelamento do pagamento de dívidas ao fisco e, por outro lado, a
obrigatoriedade de auditoria e certificação de contabilidade acrescidas e ainda a obrigação de
comunicação à administração fiscal de quaisquer alterações na estrutura da sociedade e da sua
sede ou direcção efectiva.

Regime de Tributação de Grupos de Sociedades


É criado um regime especial de tributação de grupos societários, caso estes sejam dominados por
um GC, directa ou indirectamente, em mais de 90%. A adesão a este regime implica a tributação 56
do grupo pela soma algébrica dos resultados positivos e/ou negativos das empresas do grupo.

O regime é opcional e, para a sua aplicação, deverá ser entregue modelo específico (Modelo 5) na
Repartição Fiscal dos Grandes Contribuintes, até 3 meses antes da data limite de entrega do
Modelo 1 do Imposto Industrial, bem como, devem estar verificados cumulativamente os
seguintes requisitos:

 Sede e direcção efectiva em Angola da sociedade dominante e de todas as sociedades do


grupo;
 Participação da sociedade dominante na participada deve ter uma antiguidade superior a
2
 Anos, excepto no caso de sociedades constituídas pela sociedade dominante;
 Sociedade dominante não pode ser detida por nenhuma outra com sede ou direcção
efectiva em Angola, com condições de integrar o grupo;
 Sociedades dominadas não devem estar inactivas há mais de 1 ano ou ter pendentes
contra si quaisquer acções de insolvência, liquidação, dissolução ou execução fiscal, não
devem ter registado prejuízos nos últimos dois exercícios fiscais e não devem ser
beneficiárias de quaisquer incentivos ao abrigo da Lei do Investimento Privado.

Regime dos Preços de Transferência


No âmbito do Estatuto dos GC, o regime de preços de transferência é objecto de maior detalhe,
designadamente, no conceito de “relações especiais”, aqui densificado.

Por outro lado, define-se que os GC que registem, no respectivo exercício, um valor de proveitos
anual superior a 7 mil milhões de AKZ, passam a ter obrigações declarativas acrescidas,
nomeadamente, a obrigação de elaboração de um dossier que suporte as relações e preços
praticados com as sociedades com as quais detenham relações especiais. O dossier deve ser
entregue até 6 meses após o encerramento do exercício fiscal.
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III.IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS DO TRABALHO

Existem 3 grupos distintos: A, B e C, sujeitos a tributação:

Grupo A
Incluem-se no Grupo A as remunerações dos trabalhadores por conta de outrem e da função
pública.

Passam a estar sujeitos a IRT, entre outros, as contribuições para fundos de pensões ou quaisquer
regimes complementares de Segurança Social, os subsídios de representação, e quaisquer outros
subsídios diários atribuídos aos trabalhadores (excepto funcionários públicos) e remunerações
pagas pelos partidos políticos e outras organizações de carácter político ou social.

São também alterados os limites dos pagamentos abaixo dos quais é excluída a tributação:

 Abono de família até ao limite de 5% do ordenado base do trabalhador;


 Compensações pagas a trabalhadores por rescisão contratual, independentemente de
causa objectiva, que não ultrapassem os limites mínimos previstos na Lei Geral do
Trabalho; 57
 Subsídios diários de alimentação e transporte, até ao limite de 25.000 AKZ do seu valor
agregado;
 O reembolso de despesas incorridas pelos trabalhadores quando deslocados ao serviço da
entidade patronal, desde que devidamente documentadas;
 Gratificações de férias e o subsídio de Natal, até ao limite de 100% do salário base do
trabalhador.

A determinação da matéria colectável dos rendimentos do Grupo A será efectuada pela dedução
aos rendimentos tributáveis das contribuições obrigatórias para a Segurança Social.

Grupo B
No grupo B incluem-se as remunerações dos trabalhadores por conta própria que desempenhem
as actividades constantes da lista de profissões anexa ao novo Código do IRT, bem como, os
rendimentos auferidos pelos titulares de cargos de gerência, administração ou outros órgãos
sociais de sociedades.

A determinação da matéria colectável das remunerações dos trabalhadores por conta própria
poderá ser efectuada com recurso à contabilidade organizada, situação em que serão deduzidos
os encargos inerentes à respectiva actividade, com um limite máximo de 30% dos rendimentos
brutos.
Caso o contribuinte não disponha de contabilidade organizada, presume-se a existência de
encargos dedutíveis correspondentes a 30% dos seus rendimentos brutos.

A determinação da matéria colectável referente aos rendimentos auferidos pelos titulares de


cargos em órgãos sociais de sociedades é feita de acordo com as regras do Grupo A.

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À matéria colectável apurada aplicar-se-á uma nova taxa de 20%, face à anterior taxa de 15%.
Caso a matéria colectável tenha sido apurada com recurso a métodos indirectos, aplicar-se-á uma
nova taxa de 25%.

Grupo C
No Grupo C incluem-se as remunerações de pessoas singulares, decorrentes de actividades
industriais e comerciais exercidas por conta própria (corresponde, em parte, ao actual Grupo C do
Código do Imposto Industria).

As novas regras para a determinação da matéria colectável diferem consoante os rendimentos


provenham, exclusivamente, da prática de comércio com pessoas singulares, ou não.
No primeiro caso, a matéria colectável será presumida de acordo com a Tabela de Lucros Mínimos
em vigor e estará sujeita a tributação à taxa de 35%, no segundo caso a matéria colectável
corresponderá aos rendimentos reais e estará sujeita a tributação à taxa de 20%.

Em qualquer dos casos, será ainda possível aos contribuintes deduzir à matéria colectável um
conjunto de encargos até ao limite de 30% dos rendimentos brutos auferidos.

IV. IMPOSTO DO SELO


58
Está em aprovação um novo Código do Imposto do Selo, diploma único que vem revogar o
Regulamento do Imposto do Selo, a Tabela Geral e os vários diplomas existentes.
Prevêem-se alterações profundas no actual regime, reduzindo-se significativamente o número de
realidades sujeitas ao imposto (de 164 para 27).

É igualmente introduzida uma nova regra de territorialidade, que sujeita a tributação todos os
factos e operações ocorridos em território angolano. O IS incidirá ainda sobre:

 Documentos, actos ou contratos celebrados fora do território nacional, mas


apresentados
 Em Angola para quaisquer efeitos legais;
 Operações de crédito realizadas e garantias prestadas no estrangeiro a quaisquer
entidades domiciliadas em Angola;
 Juros, comissões e outras contraprestações cobradas no estrangeiro por instituições de
 Crédito ou sociedades financeiras aí sedeadas ou filiais ou sucursais no estrangeiro de
instituições de crédito ou sociedades financeiras angolanas, a quaisquer entidades
domiciliadas em Angola;
 Seguros efectuados no estrangeiro cujo risco esteja localizado em Angola.

O imposto passa a ser liquidado unicamente por meio de verba, apresentando-se Documento de
Liquidação de Impostos e passa a estar ao dispor dos contribuintes a possibilidade de
compensação e anulação do imposto pago indevidamente, durante o prazo de 1 ano. Prevê-se
ainda a possibilidade de apresentação de um pedido de restituição, caso tenham sido praticados
erros de que resulte a entrega de imposto superior ao devido, relativamente aos últimos cinco
anos.

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V. IMPOSTO SOBRE A APLICAÇÃO DE CAPITAIS

As alterações relevantes em sede de IAC prendem-se, essencialmente, com o alargamento das


operações sujeitas a tributação na Secção B, com a alteração das obrigações declarativas e a
actualização do valor das penalidades.

Operações sujeitas a tributação – Secção B


No âmbito da secção B, destaca-se a inclusão de uma norma residual de sujeição a IAC, à taxa de
15%, para quaisquer outros rendimentos provenientes da simples aplicação de capitais
(rendimentos passivos).
Por outro lado, verifica-se uma redução da taxa de imposto de 15% para 10%, que incide sobre os
juros de suprimentos feitos pelos sócios às respectivas sociedades.
É ainda alargada a base de territorialidade da incidência do imposto e reduzido o leque de
operações isentas.

Liquidação, pagamento e obrigações declarativas


Quanto às realidades previstas nas duas secções, mantêm-se as actuais regras de liquidação e
pagamento, sendo, por regra, o imposto liquidado pelos titulares dos respectivos rendimentos. O
pagamento do imposto é devido até ao último dia do mês seguinte àquele a que respeita.
59
A entrega de declaração dos rendimentos passa a ser devida, regra geral, até ao final do mês de
Janeiro do ano seguinte. São actualizadas as multas aplicáveis para os casos de infracções ao
Código do IAC.

VI. IMPOSTO DE CONSUMO

Relativamente ao Regulamento do Imposto de Consumo, as principais alterações traduzem-se no


alargamento da base tributável a novas operações sujeitas a imposto. As operações já previstas
no Regulamento continuam sujeitas às taxas actualmente em vigor.

A liquidação do imposto que incide sobre as novas operações sujeitas a tributação é efectuada no
acto da facturação, com excepção dos casos em que os fornecedores do serviço sejam não
residentes em Angola, situação em que a liquidação cabe ao beneficiário do serviço, se residente
e sujeito a Imposto Industrial.

Prevê-se isenção de IC no caso de bens produzidos em Angola, quando estes estejam isentos na
importação.

VII. REGIME JURÍDICO DE FACTURAS E PREÇOS EQUIVALENTES

Este diploma pretende regular os requisitos da emissão, conservação e arquivamento de facturas


e documentos equivalentes, em Angola.

São definidas taxativamente as operações sujeitas a emissão de factura ou documentos


equivalentes (recibo, nota de débito, despacho aduaneiro e talão de venda). São também
definidas as operações nas quais se dispensa a emissão e, bem assim, as taxas de multa aplicáveis,
nos casos de incumprimento.

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O diploma visa generalizar a implementação de sistemas informáticos no processo de facturação,


bem como, definir um leque de requisitos a cumprir nesse processo e em momento posterior.

Nota: Revisão Prevista baseada no artigo Regime Fiscal em Angola (2012) http://www.vca-
angola.com/xms/files/Newsletters/Reforma_Fiscal_Angola_2012.pdf

PARA REFLECTIR

A aprovação de um pacote legislativo que altera os principais códigos fiscais angolanos é o 60


corolário da primeira fase do Processo de Reforma Tributária em curso.

As significativas alterações introduzidas ao nível dos vários impostos que compõem o


ordenamento jurídico-fiscal angolano constitui, cremos, um primeiro e decisivo passo no caminho
da modernização do sistema fiscal angolano, adaptando o enquadramento tributário à nova
realidade económica e social do país.

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IDEIAS A RETER
NOÇÕES BÁSICAS DE GESTÃO FINANCEIRA:
NOÇÕES PARA PEQUENOS NEGÓCIOS

1. Actualmente, a tarefa de gerir um negócio, seja ele de pequeno ou de grande porte, é uma
tarefa cada vez mais difícil. A gestão do negócio não pode ser feita de modo empírico, mas
com base na adopção de modelos de gestão decorrentes da missão estabelecida e dos
propósitos e objectivos a serem alcançados.

2. Além disso, a estratégia a seguir deve ser apoiada em informações fiáveis, com o auxílio a
instrumentos ou ferramentas de gestão na diminuição dos riscos, fornecendo o planeamento
e o controlo, directrizes para a consecução dos objectivos empresariais.

3. Nesse sentido, considera-se cada vez mais importante desenvolver capacidades de gestão
competitivas baseadas no planeamento.

4. Para que o planeamento tenha sucesso e atinja os seus objectivos é necessário um


acompanhamento e um controle, para eventuais ajustes e redefinições dos rumos a serem 61
seguidos.

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5. É necessário que a empresa se organize e disponha de informações precisas e oportunas,


estabeleça objectos ou metas a serem atingidas, planeie e trabalhe no sentido de alcançar
esses mesmos objectivos, para com base nos resultados analisados e avaliados, sejam
identificados os desvios e tomadas correspondentes medidas correctivas.

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6. A análise Financeira tem em conta um processo que estuda a situação económica e a situação
financeira, através do uso de técnicas e aplicação de instrumentos com base nos principais
documentos contabilísticos (balanço, demonstração de resultados, rácios, etc.).

7. A actividade financeira de uma empresa implica um acompanhamento constante dos


resultados para avaliação contínua do desempenho, e provimento dos ajustes e correcções
necessárias. Uma insuficiência de caixa pode determinar cortes de crédito, suspensão no
fornecimento de mercadorias, perda de confiança junto de fornecedores e clientes.

8. O Fluxo de Caixa surge então como uma ferramenta que possibilita o planeamento e o
controlo financeiro da empresa, permitindo identificar o processo de circulação do dinheiro, a
liquidez da empresa e as necessidades futuras de caixa.

9. A gestão do fluxo de caixa visa fundamentalmente manter um certo nível de liquidez imediata,
para fazer face à incerteza associada ao fluxo de recebimento e pagamento.

10. O estudo financeiro é um processo interactivo, que permite adequar as necessidades


financeiras da empresa em criação aos meios correspondentes.

11. O capital deve ser considerado como uma ferramenta de negócio que requer uso cuidadoso. 62
É necessário que o capital produza uma taxa de retorno maior do que a que seria obtida
através de um investimento noutros produtos financeiros que garantem uma taxa de juro.

12. Tal exercício exige uma gestão muito cuidadosa do negócio, no que respeita às
disponibilidades actuais e futuras.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

 Alarcão, Diogo, Rui Ferreira, Filomena Pastor (2003) Guia do Investidor, Agência Portuguesa para o Investimento
 Alípio, Suzana (2008), Guia do Empreendedor da ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários “ Como elaborar um plano de
marketing”.
 ANJE. Manual dos 7 Passos.
 ANJE. Guia do Empreendedor. Edição da ANJE-Associação Nacional de Jovens Empresários. Site oficial da ANJE na “Academia dos
Empreendedores”
 Augusto Felício, J. e Cantiga Esteves, J (1996). Gestão Financeira – Dominar a tesouraria. IAPMEI
 Caldeira Menezes, “Princípios de Gestão Financeira”, Fundamentos
 Como Elaborar um Plano de Negócios: O Seu Guia para um Projecto de Sucesso (internet)
 Costa, Horácio, Pedro Correia Ribeiro, Criação e Gestão de Micro-Empresas e Pequenos Negócios, LIDEL – Edições Técnicas, Lisboa, 2004
 Cruz, Eduardo, Planeamento estratégico: um guia para a PME, Texto Editora, Lisboa, 1990
 Cruz, Eduardo, Planeamento Estratégico: Um guia para a PME
 Figueiredo, J. (2005) Fundamentos de Gestão (apontamentos informais sobre contabilidade e gestão). I.S.T.
 Gouveia, L. (1995). Logística e Gestão da Distribuição. Porto.
 http://www.apdt.org/news/dicas/Livro_esc_casa/7_Gest%E3o%20Financeira.htm
 IAPMEI. Como Elaborar um Plano de Negócios: o seu Guia para um Projecto de Sucesso
 IAPMEI: 10 passos para Criação de uma empresa: http://www.iapmei.pt/iapmei-art-02.php?id=158&temaid=17
 Matos, A. (s.d.). O cliente sente a qualidade, o Mercado zero defeitos. http://www.slideshare.net/amattos76/gestao-da-produao
 http://www.ajem.pt/ficheiros/documentos/Estudo_Viabilidade_Economica_e_Financeira.pdf
 Sainte Marie, George. Dirigir uma PME - 10 Etapas. Lidel
 SEDES. (2007). Guia do Empreendedorismo. Lisboa: Portugal
Silva.P. Manual do Empreendedor. IPL: Leiria


Simões, A. (2009). Fluxo de Caixa. UA: Aveiro
www.google.com (fonte das imagens): As imagens utilizadas foram baseadas em pesquisas de palavras-chave no motor de busca Google.
63
 Zdanowicz, J. (2004). Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiro. 10° ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto

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CHAVE DAS QUESTÕES AVALIATIVAS

1. NO QUE RESPEITA À GESTÃO FINANCEIRA:


 É possível sobreviver sem uma gestão financeira adequada
 É possível sobreviver usando uma auto-gestão sem controlo
 É impossível sobreviver sem uma gestão adequada

2. O BALANÇO PERMITE OBTER:


 Uma fotografia do futuro da empresa
 Uma fotografia do património da empresa
 Um fotografia da dívida da empresa

3. A ANÁLISE FINANCEIRA TEM COMO OBJECTIVO:


 Permitir a insolvibilidade da empresa
 Alternar a integridade do capital
 Assegurar uma estrutura adequada
64
4. O FUNDO DE MANEIO DEVE SER:
 Superior às necessidades
 Inferior às necessidades
 Igual ou superior às necessidades

5. A ANÁLISE DA TESOURARIA É UMA PERSPECTIVA:


 Passada
 Estática
 Dinâmica

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65

Editado para Projecto CLESE:


Centros Locais de Empreendedorismo e Serviços de Emprego

Este Manual faz parte de um sistema concebido para utilização no projecto “CLESE” a executar na
República de Angola.
O texto foi concebido a partir da utilização de fontes bibliográficas generalistas dentro do tema em foco.
As imagens utilizadas nesta edição servem apenas para ilustrar a mesma, sem qualquer intenção de
comercialização das mesmas, sendo a sua origem a utilização de bases de fotos gratuitas:
FreeDigitalPhotos.net

Data de Edição: Agosto de 2012 2º Edição


Copyright © 2012 - CLESE

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