Você está na página 1de 25

IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

Planejamento e Gestão Financeira

UNIDADE 1

Aula 1 – Introdução

Nesse novo módulo falaremos basicamente sobre as preocupações que


devemos ter com o planejamento financeiro.

Nosso principal objetivo será:

- Como realizar um planejamento financeiro com base na análise de mercado?

- Indicadores econômicos financeiros.

Hoje em dia o gestor que não estiver pensando em como ele deve controlar
essas informações vai ficar perdido no tempo.

Algumas premissas devem ser colocadas em pauta como:

1° - Qual é a situação econômico-financeiro que estamos vivendo?

2° - O que as empresas estão fazendo em relação a esse tipo de situação no


seu planejamento estratégico para daqui 5 ou 10 anos e no seu planejamento
para 2020?

Os objetivos estratégicos do planejamento estratégico precisam estar


vinculados ao planejamento financeiro.

Temos que conhecer quais são os indicadores financeiros-econômicos,


entender como está sua empresa hoje e onde ela quer chegar para que
tenhamos capacidade de realizar um bom planejamento e não afundar.

Encima disso nós iremos trabalhar pensando em planejamento, em


crescimento, de uma forma que seja sustentável.

Hoje fala-se muito no “Triple Bottom Line” que se preocupa com


responsabilidade social, ambiental, mas também tem que se preocupar com a
parte de responsabilidade financeira. A empresa tem que dar lucro e ela tem
que ser sustentada, ela tem que se manter no tempo.

Vamos falar sobre:

1
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

- Conceitos de economia e planejamento financeiro

- Custos

- Riscos

- Gestão Orçamentária e Financeira

- Demonstrações financeiras

- Avaliação de projetos e investimentos

- Visão global de planejamento financeiro

- Compliance financeiro

- Liderança e ética

- Atividade final

Pensar e responder
Qual a realidade das análises econômico-financeiras nas empresas nos dias
de hoje?
- O que tem sido feito?
- Como elas estão trabalhando essa situação em temos de indicadores?
- Qual é o nível de preocupação de atrelar o meu planejamento estratégico
ao meu planejamento financeiro?

Aula 2 – Conceitos de macro e microeconomia e planejamento financeiro

Conceito de macro e microeconomia

Todo o projeto financeiro tem que estar ligado no país, e quando estamos
falando na realidade do país estamos falando da macroeconomia.

Quais são as políticas que o governo está desenvolvendo e que terão


consequências no meu planejamento?

Existem 7 fatores que estão dentro da macroeconomia, porque eles têm


correspondência dentro da empresa, eles são:

- Inflação

2
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

- Renda nacional

- Taxa de juros

- Nível de poupança

- Investimentos

- Balança de pagamentos

- Desemprego

Quando estamos falando de macroeconomia falamos também das decisões


que teremos que tomar na minha empresa. Qual será o reflexo dentro da minha
área comercial? Dentro da minha cidade? Com os meus clientes? Meus
fornecedores?

Neste momento estou pensando em microeconomia. É o comportamento do


consumidor que está atrelado ao que ele pretende comprar. É o
comportamento dos produtos.

Em que estou trabalhando em termo de nicho? Qual é o formato do meu


negócio, no qual eu deveria ter um planejamento financeiro suficiente para que
ele coexista com os demais competidores do mercado? Como trabalhar o
ambiente, onde os produtos desse nicho são negociados, bem como, a
concorrência?

Com isso começamos a trabalhar o básico do planejamento.

Planejamento financeiro é tudo, é a preocupação em manter a empresa, é


fazer com que a empresa cresça, se desenvolva é fazer com que esse
planejamento financeiro seja real e não simplesmente um pedaço de papel com
números, mas que tenha sim, indicadores que mostre se meu planejamento
está sendo coerente ou não.

O planejamento precisa ter determinadas premissas e um modelo.

Eu tenho que ter nesse modelo um:

- Planejamento orçamentário

- Fluxo de caixa

3
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

- Indicadores

- Atenção no mercado

Temos que estar prestando atenção ao mercado.

Como o mercado se comporta em relação ao meu produto ou serviços?

Como o mercado se comporta em relação às posturas existentes dentro do


mesmo nicho?

Desta forma existe determinadas ferramentas. Uma delas é a ANÁLISE


SWOT. Eu tenho que entender qual é o posicionamento da minha empresa
neste momento. Como estou? Quais são minhas forças e fraquezas em termos
de oportunidades e ameaças?

Baseado nessas informações temos que fazer um planejamento dentro de um


círculo chamado PDCA onde eu planejo muito bem para depois ter uma
execução baseada em controles.se estiver bom, ótimo, mas sempre podemos
melhorar.

Essa oportunidade de melhoria é avaliada e eu giro meu PDCA. Esse tipo de


planejamento deve seguir uma sequência, eu tenho que ter níveis de
responsabilidades para sua execução.

A nossa terceira ferramenta é o 5W2H. Eu tenho que ter bem definido:

- Quem vai fazer o que?

- Como?

- Quando?

- Quanto vai custar?

- E por que?

Dessa forma eu tenho capacidade de ter ferramentas que vão me orientar e


com isso executar um bom planejamento.

O sucesso financeiro está sempre sendo medido, e vai depender justamente da


capacidade de eu entender quais são os custos existentes de eu poder colocar
ele dentro de um alinhamento estratégico no meu planejamento e conseguir

4
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

controlar os indicadores, um deles seria o próprio fluxo de caixa, que tem que
estar sempre sendo positivo.

A saúde financeira da minha empresa depende de, como iremos buscar


entender os gastos existentes da empresa, porque ele vai estar atrelado aos
meus custos fixos e variáveis e as despesas inerentes ao meu produto ou
serviço.

Nisso teremos uma consequência, que serão meus ganhos que é o meu lucro
baseado em uma receita ou de um orçamento que foi planejado anteriormente.
Dessa forma eu consigo trabalhar todo o meu planejamento.

MATERIAL COMPLEMENTAR

A importância da análise financeira na gestão da empresa

Você sabe como é importante fazer uma análise financeira da sua empresa?
Ou como ter dados financeiros confiáveis te ajuda na tomada de decisão? Ou
ainda como sua contabilidade é importante neste aspecto?

Se sua resposta for NÃO, você não precisa se preocupar. A maior parte das
pessoas não usa o processo de análise financeira. As vezes por falta de
conhecimentos da existência desse processo ou por não saber sua real
importância para tomada de decisão de uma empresa.

Mas a análise financeira é um processo muito útil para que você possa
alavancar a sua empresa, atraindo mais clientes e investidores

Conceito de análise financeira

A análise financeira é também conhecida como análise econômica, é o estudo


da capacidade de geração de lucro de uma empresa. É também uma maneira
de medir seu desenvolvimento.

É através da análise financeira que encontramos métodos que nos permitem


avaliar a situação financeira do negócio. O objetivo é determinar o seu
desempenho para o melhor uso dos seus recursos.

Podemos, assim, mensurar a capacidade da empresa na geração de lucro


através de indicadores, os mesmos que nos ajudarão a ver o seu real

5
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

desempenho, só assim saberemos se as finanças da empresa estarão


positivas ou negativas, nos auxiliando na tomada de decisão de curto, médio e
longo prazo.

A importância da análise financeira

Muitas empresas vêm tendo dificuldades para conseguir impor seus negócios.
Estas situações podem ser causadas por diversas razões. Alguns exemplos
são:

- Problemas internos da própria instituição

- Concorrentes ou qualquer outra que venha decorrente da situação econômica


momentânea do país.

Alguns dos motivos que provocam a queda de rendimento ou de geração de


lucro de uma empresa são:

- Má administração

- Falta de experiência e planejamento

- Descontrole de fluxo de caixa

- Falta de capital de giro, … entre outros.

Para ser um bom gestor é imprescindível identificar a situação financeira da


empresa, ganhando mais facilidade e autonomia na hora da tomada de decisão
em um curto espaço de tempo. É preciso identificar a sua capacidade de deixar
as contas em dia, analisar os seus resultados, assim será possível identificar
os problemas existentes na economia da empresa.

É importante deixar os dados contábeis sempre atualizados, assim, com você


fazendo a análise financeira, vendo os pontos positivos e negativos, poderá
desenvolver métodos para o crescimento da empresa.

A empresa que tem as finanças em dia passa uma boa imagem, atraí mais
clientes e até investidores, que assegurarão sua saúde financeira.

Como consigo chegar ao equilíbrio financeiro?

6
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

Um bom gestor deve estar sempre de olho para melhorar suas economias e
fazer o melhor uso dos recursos da empresa.

Existem várias maneiras ou técnicas das quais podemos compor a análise


financeira de uma empresa. Mas existem pontos específicos que são simples e
fáceis de avaliar.

Abaixo listamos alguns pontos nos quais você pode focar e diminuir os
impactos de más escolhas passadas, avaliando sua capacidade de geração de
lucros e sua estabilidade.

- Custo fixo ou custo de estrutura

São aqueles que não alteram o seu valor em caso de aumento ou diminuição
de produção. Neste caso é essencial para a manutenção e a continuidade da
empresa. Seu acompanhamento deve ser regular, ou seja, deve ser estudado
sempre, minimizando seu impacto.

Exemplo de custos fixos:

- Segurança

- Aluguel de equipamentos

- Limpeza, … entre outros.

- Custo variável

São aqueles que variam de acordo com a produção, volume produzido ou o


volume de vendas, em um determinado período de tempo e influenciam
diretamente o valor do produto.

Exemplo de custo variável:

- Matéria-prima

- Comissão de vendas

- Insumos, … entre outros.

- Lucro operacional

É a apuração dos lucros após deduzirmos todos os custos fixos e variáveis.

7
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

- Margem de contribuição

É a quantia em dinheiro que sobra da Receita que se obteve através das


vendas após retiradas dos custos e despesas variáveis. Isso possibilita uma
análise do ponto de equilíbrio e lucratividade.

Quanto maior for a positividade neste índice, melhor será a saúde financeira da
sua empresa.

- Preço de vendas

Essa, com certeza, deve ser uma das primeiras avaliações que você deve ter.
Os preços de seus produtos e serviços devem conter um segmento de ação
estratégica, fazendo as considerações sobre os fatores de competitividade,
visão do consumidor, posições frente à concorrência, lucratividade e a procura
pelo produto ou serviço.

- Faturamento

Conhecer o volume de vendas, conhecendo a procura por seus serviços e


produtos, quantidade e por quanto são vendidos.

- Crescimento

Equivalente ao crescimento patrimonial da sua empresa, representado pela


análise do patrimônio líquido, o crescimento dos volumes de faturamento e até
mesmo o aumento da estrutura empresarial.

- Indicadores econômicos

Os indicadores econômicos servem para que possamos ver como anda a


saúde financeira da empresa. Através dos indicadores são conhecidas
comparações do desempenho durante certo período de tempo, avaliando a
positividade das escolhas tomadas, até mesmo mostrando eventuais erros que
possam ser corrigidos, diminuindo seu impacto nas economias da empresa.

Abaixo temos alguns indicadores que devemos estar sempre atentos para
melhorar o desempenho financeiro-econômico de sua empresa:

8
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

- Índice de rentabilidade e lucratividade

Serve para demonstrar a relação do lucro operacional com as vendas. São


medidas quantitativas, de cálculo simples. Relacionam as variáveis das
demonstrações contábeis das empresas, principalmente do balanço
patrimonial. Através desse índice é possível conhecer a capacidade de
analisar o lucro líquido de uma companhia.

- Índice de liquidez

Faz a avaliação de quanto a empresa pode assumir com suas obrigações. É


de extrema importância para que a administração possa dar continuidade na
empresa. As informações para o cálculo são retiradas do balanço
patrimonial, que deve ser atualizado constantemente, para que se faça uma
análise correta dos dados contábeis.

- Índice de endividamento

Avalia o volume das dívidas com o capital da empresa. Através dele é possível
acompanhar o quanto das movimentações da empresa utilizam de capital de
terceiros ou são financiados pela própria companhia.

- Índice do prazo médio de pagamento

Essa métrica tem por base o número médio de dias que a empresa demora até
que possa pagar as suas dívidas ou obrigações com os fornecedores.

- Índice do prazo médio de recebimento

Este é o número médio de dias que a empresa precisa aguardar até que
receba o valor de suas vendas.

- Como um contador poderá me ajudar?

Ter um bom contador ajudará em vários aspectos. Existem duas pessoas que
podem falir sua empresa, você e seu contador. Ter uma contabilidade ruim
afeta diretamente na análise de dados da sua empresa.

9
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

É crucial que a avaliação seja clara e certa, só assim teremos a visão de como
andam os lucros e prejuízos da empresa.

Existem várias análises que os contadores exercem que auxiliam o


comportamento adequado que a empresa deve seguir para caminhar para a
sua estabilidade financeira.

Um bom contador poderá ajudar sua vida com as seguintes ações:

- Entrega das obrigações acessórias

Existem várias obrigações acessórias que sua empresa deve entregar durante
o ano que podem variar para cada tipo de empresa. Alguns exemplos são:

- DAS

- DASN

- DIRF, … entre muitas outras.

Caso seu contador as entregue de forma errônea ou omita alguma, sua


empresa irá ficar com pendências e isso implicará na cobrança juros e multas.
Uma boa contabilidade pode tirar essa dor de cabeça de você.

- Escrituração contábil

Sua empresa deve ter uma escrituração contábil adequada. O livro diário
deve estar sempre atualizado, pois ele pode estar exposto ao cruzamento de
informações perante a Receita Federal, eles irão conferir a origem de todos os
gastos, estando declarados ou não.

- Fluxo de caixa

Esse recurso permite analisar e acompanhar as ações de movimentação da


empresa, relacionando entradas (recebimentos) e saídas (despesas). Ele
ajudará na tomada de decisão, melhorará o desempenho financeiro da
empresa e auxiliará no gerenciamento de gastos e controle financeiro.

- Emissão de Nota Fiscal (NF)

10
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

Todo e qualquer tipo de empresa precisa emitir Nota Fiscal. É crucial que você
emita a Nota Fiscal de forma correta para que não tenha problemas com a
Receita Federal.

- Tributação correta

A escolha de um regime tributário é importante para que sua empresa alcance


o sucesso. A escolha errada trará prejuízos significativos à empresa e pode
levar a pagamentos de tributos de forma inadequada, o que compromete a
saúde financeira da empresa e pode gerar problemas fiscais.

Existem 3 tipos de regimes tributários no Brasil que podemos adotar para


nossa empresa, SIMPLES NACIONAL, LUCRO PRESUMIDO ou LUCRO
REAL, um contador fará a melhor opção para o seu negócio.

Temos outros métodos de análise, através de demonstrativos, nas quais um


contador pode ser muito útil para a saúde financeira da empresa, como o
balanço patrimonial, demonstrativo de resultado, entre outros.

Influência de dados corretos e confiáveis na empresa.

Muitas vezes, por falta de tempo, ou até mesmo por descuido, não damos
muita atenção aos dados da nossa empresa. Mas ter dados confiáveis nos
auxilia na análise das informações relacionadas às finanças, que são cruciais
para determinar se nossas decisões foram positivas ou negativas, até mesmo
para ver se alguma ação passada gerou melhoria na economia da empresa.
Assim podemos averiguar se houve fraudes ou erros.

“Somente com dados confiáveis um contador poderá executar seu trabalho


de forma adequada.”

História da análise financeira

Você sabe como a análise financeira surgiu? E como ela foi importante no
passado?

11
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

Segundo o historiador Marlon (2002), a história da análise financeira começou


por volta de 4000 a.C.

Nesta época as pessoas não tinham uma noção de cálculo tão avançada como
a que temos hoje, nem mesmo moeda para avaliar suas mercadorias, existia a
troca e os negócios eram feitos através da avaliação dos próprios negociantes.

Esta seria um tipo de análise horizontal, semelhante ao que hoje chamamos de


balanço, onde acompanhamos a variação de período a período de um item,
eram apenas valores relativos, uma vez que as quantidades não
representavam grandezas equivalentes.

Evolução para os dias atuais

No final do século XIX surgiu o termo ANÁLISE DE BALANÇO, onde os


banqueiros solicitavam os demonstrativos às empresas que desejavam obter
empréstimos.

Com o passar dos tempos passaram a existir outros demonstrativos para


análise e concessão de crédito. Com a demonstração do resultado do
exercício, desenvolvendo-se nos Estados Unidos em 1915, se tornando
obrigatória dentro dos sistemas bancários.

Depois de certo tempo as empresas fizeram uma abertura de capital,


possibilitando a participação de pequenos e grandes investidores como
acionistas, havendo a necessidade de gestores fazerem a avaliação da
eficiência administrativa e o desempenho de seus concorrentes. Desta forma
foi possível entender a situação financeira das empresas, consolidando a
necessidade da análise das demonstrações contábeis.

UNIDADE 2

Aula 3 – Conceito e custos

Custos

Gestão de custo é algo que hoje poucas empresas tem colocado um


profissional para trabalhar sob seus conceitos e entender dentro da empresa
como estão sendo gerenciados estes custos.

12
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

O que é custo?

Temos duas formas de entender esses custos. Temos os custos considerados


dentro da contabilidade como custos financeiros. A contabilidade trabalha
encima disso porque ela tem que ter ferramentas que venham a responder
junto aos órgãos de controle ligados a parte fiscal, que eu tenho que colocar
diante de uma normativa.

E tem o custo gerencial que é aquele que trabalhamos dentro da empresa


para poder ter uma gestão mais eficiente e fazer com que as receitas recebidas
consigam gerar uma maior lucratividade, o que quer dizer que a gestão dos
custos está sendo eficaz.

Qual vem a ser a principal finalidade de trabalhar com os custos gerenciais?


Ela está ligada ao processo de tomada de decisão, porque se eu tenho uma
boa gestão de custos eu consigo formar preço e venda de produtos ou serviços
com nível ideal de competitividade dentro do mercado.

“Com uma boa gestão de custos é possível formar preços de venda dos
produtos ou serviços.”

Conseguimos trabalhar também a situação da descontinuidade de produtos,


porque de repente tenho um produto que não é rentável e podemos descobrir
isso pela gestão de custos, consigo dessa forma tirá-lo da minha produção ou
do mau balcão, ou da mesma forma descubro que determinado produto é mais
rentável e assim consigo melhorar o meu processo de venda. E eu trabalho
também em termos de aquisição de terceiros quando contratamos serviços.

“Descontinuidade de produtos não rentáveis ou incentivo ao incremento de


venda de produtos de alta rentabilidade.”

Se temos uma boa gestão de custos eu consigo descobrir qual serviço devo
terceirizar e qual serviço é interessante que eu mesmo faça, porque eu consigo
saber qual deles terá o menor custo, e com isso eu consigo precificar o serviço.

13
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

As mudanças do meu processo produtivo devem visar redução de custo. Eu


tenho que estar buscando verificar quais são os processos existentes para que
eu consiga visualizar quais deles eu possa mudar e trabalhar melhor meus
custos.

Infelizmente algumas empresas ainda trabalham naquela área de contabilidade


pura, mas já falamos que a contabilidade de custos é normativa e não
gerencial.

“Não adianta ter o nível de controle se não tenho a gestão. Se o lucro é


positivo estou crescendo, se o lucro é zero estou num ponto de equilíbrio,
mas se o lucro é negativo terei que refazer todo o planejamento porque a
gestão de custo não está sendo eficaz.”

Mas então como devo trabalhar estes custos? As empresas não tem feito uma
gestão de custos, elas não têm trabalhado encima dessa situação.

“As empresas não estão atrelando uma visão maior que é a gestão dos
gastos.”

Dessa forma começo a trabalhar como empresa que quer crescer. Quando
colocamos isso em termos de planejamento na planilha SWOT focamos no que
o mercado está mostrando para os próximos 5 anos, onde teremos várias
oportunidades. Tenho que ter uma situação dentro da empresa em que consigo
mostrar que tenho mais força que fraqueza.

Nessa situação, adoto uma postura estratégica passa a ser de


desenvolvimento, com isso eu consigo ter um planejamento melhor porque
estarei atrelando uma situação de gerenciamento de gastos eficaz dentro da
empresa e com isso tenho um crescimento muito maior.

Quando falamos nesse entendimento de gastos temos que entender alguns


conceitos:

- Esses conceitos estão vinculados aos investimentos que a empresa vai fazer.

14
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

- Como ela está trabalhando sua gestão de custo para a produção dos seus
serviços.

- Gerenciando isso no tempo através das despesas.

Aula 4 – Tipo de custos e despesas

Nós já vimos alguns conceitos realizados a respeito da gestão de gastos, agora


iremos trabalhar um pouco mais o detalhamento desses conceitos.

Vimos que gastos está ligado a:

- Investimentos,

- Custos,

- Despesas, …

Vamos falar sobre cada um deles para que possamos entender cada conceito
e aplicá-lo na nossa gestão.

O que são investimentos? Investimentos são gastos que são ativados em


função da vida útil de determinado equipamento, material, maquinário que
incorpora a empresa e que ficam temporariamente “congelados” no ativo da
empresa.

“Ativo é aquilo que a empresa tem. Eles são gradualmente “descongelados”


e incorporados aos custos e despesas. ”

Esses ativos ficam congelados até que se comece a incorporá-lo aos custos e
despesas da empresa como por exemplo:

- Caminhões

- Carros

- Maquinários

Quando esses ativos começam ser utilizados eles passarão a ser custos ou
despesas, dependendo se estão atrelados ou não à produção ou serviços. A
partir desse momento eles começam a sofrer o que chamamos de
depreciação.

15
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

Vamos exemplificar um pouco. Uma máquina que compro para produzir algum
produto, enquanto ela estiver desligada está congelada, no momento que
coloco ela para produzir, ela passará a ser um custo. Se essa máquina tem um
ciclo de vida de 5 anos pegarei, este gasto do investimento, que agora é um
custo, e vou dividi-lo nos 5 anos para que eu possa entender:

- Qual é o custo dessa máquina por ano

- Qual é o custo dessa máquina por mês

- Qual é o custo dessa máquina por dia

- Qual é o custo dessa máquina por item produzido

Para que possamos entender, dentro desse item produzido, o impacto desse
investimento.

O que são custos diretos? São aqueles que são apropriados diretamente aos
produtos fabricados ou execução de algum serviço, como por exemplo:

- Matéria prima

- Material de embalagem

- Mão de obra direta

- Depreciação do equipamento

- Energia elétrica consumida nas máquinas

- Energia elétrica consumida na execução de serviços

Tudo isso é custo direto. É diferente daquela energia elétrica utilizada por
exemplo numa área de estacionamento, isso é despesa, não está envolvido
diretamente na produção da empresa.

“Custos diretos são aqueles ligados diretamente a produção. Se não estiver


envolvido na produção, não é custo, é despesa,”

O que é custo indireto? São os custos que dependem de cálculos, rateios ou


estimativas para serem apropriados aos diferentes produtos.

16
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

Muitas vezes adquirimos alguns equipamentos que não vão estar ligados
diretamente a determinado produto, eles podem estar ligados a outra área.

Esses valores serão apropriados por estimativa para cada tipo de produto.
Essa base do entendimento do fracionamento desse custo chamamos de
rateio. Vou fazer através de um critério de rateio qual é o gasto de determinado
equipamento para a produção de cada item produzido, isso irá impactar no
preço de custo do item.

O salário dos chefes de supervisão de equipes de produção deve ser rateado


para cada uma das áreas de produção de uma empresa. Com isso começa a
surgir a terminologia de centro de custo.

“Cada área é um centro de custo que deverá fazer a gestão do seu custo. O
aluguel da fábrica, o material de limpeza, … tudo dever ser rateado por todas
as áreas. ”

Os custos indiretos estão apropriados diretamente para determinado produto,


mas sim por uma gama de produtos e ele tem que ser entendido dessa forma.

O que são custos fixos? São aqueles cujo os valores são os mesmos, qualquer
que seja o volume de produção.

“O aluguel é um custo fixo porque todo mês devemos pagar. Mesmo quando
sofre reajuste, não deixa de ser considerado um custo fixo. Qualquer gasto
mensal, semanal ou diário é chamado de custo fixo.”

O que são custos variáveis? São aqueles cujo valores se alteram em função do
volume de produção da empresa, como por exemplo a matéria prima
consumida.

“Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção. Se eu


aumento a minha produção aumenta o custo da matéria prima, se minha
produção cai, cai o custo da minha matéria prima.”

17
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

Nós temos a tendência de ficar “linkando” o que são custos diretos com custos
variáveis. O custo direto e variável estão ligados à produção, a diferença está
no volume da produção. Tenho que perceber essa temática porque ela
influencia no momento que montamos nosso Demonstrativo de Resultados
de Exercícios (DRE).

Dá mesma forma que tenho os custos que estão atrelados à produção, seja na
forma fixa ou variável, temos também as despesas fixas e variáveis.

A despesa não está atrelada à produção diretamente, mas está atrelada à


minha receita.

Uma despesa, por exemplo, muito comum, é a parte da comissão de vendas. O


colaborador que recebe por comissão, por exemplo, quanto maior for seu
volume de vendas maior será a comissão a receber, isso é uma despesa.

A despesa fixa e variável está ligada ao volume de vendas, ela é de forma


constante, independente do volume, ou ela depende desse volume, então eu
tenho despesa fixa ou variável.

“As despesas também podem ser fixas ou variáveis, porém são definidas
como tal em relação ao volume de vendas. O aluguel do escritório da
administração é uma despesa fixa porque não depende do volume de
produção.”

A depreciação indica o quanto do valor de um ativo foi utilizado. Toda vez que
um ativo é utilizado ele é depreciado.

“Um equipamento com a vida útil de 2 anos que custa por volta de R$ 24 mil
terá uma depreciação de R$ 1 mil por mês.”

Essa depreciação é um custo e tem que ser incluída na minha gestão de


custos, ela faz parte do preço final do meu produto ou serviço e no momento
que eu chegar ao final dos 24 meses acaba sua depreciação. Ele tem o que
chamamos de valor residual e ele tem que ser comercializado, mas para
efeito de ativo ele deixa de existir. Dentro do meu balanço ele não faz mais

18
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

parte de um ativo circulante porque ele não tem mais valor a ser contabilizado
por ter tido o seu investimento inicial de R$ 24 mil zerado.

O desembolso é um outro conceito que nós trabalhamos no momento eu que


tenha que realizar um pagamento.

Todo pagamento de bem ou serviço temos por conceito chama-lo de


desembolso, independente de quando o produto ou serviço foi adquirido.

” O desembolso pode ocorrer com pagamento em dinheiro ou com a entrega


de algum outro bem em troca.”

Isso acontece muitas vezes quando um equipamento é adquirido como


investimento e o seu desembolso será em 30 dias. O equipamento já existe,
para efeito de balanço ele já é um ativo, porém o desembolso relativo a este
investimento não ocorreu. O desembolso pode ser feito no ato da entrega do
equipamento, antes ou depois. É dessa forma que trabalhamos nosso fluxo de
caixa, entradas e saídas.

Outro conceito importante na gestão de custos está ligado a perdas e


desperdícios. Muitas vezes confundimos a terminologia.

“Perdas são gastos anormais e involuntários, que não geram receitas ou


bens.”

Uma perda decorrente de uma chuva que destelhou a empresa causando


danos à empresa e equipamentos, isso é perda. Eu não consigo ter gerência
sobre este tipo de situação.

“Desperdício é decorrente de uma falta de gestão.”

Desperdícios são gastos incorridos na produção ou geração de receitas que


possam ser eliminados sem afetar a qualidade ou a quantidade dos bens
produzidos.

Quando trabalhamos em termos de riscos eu terei formas de poder prevenir


determinadas perdas, tenho formas que eu possa trabalhar melhor a

19
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

organização do meu material para que não ocorra perdas, mas a perda é
normal, é involuntária. Já o desperdício não, eu tenho gestão. Se ele ocorrer é
falta de gestão em termos de trabalhar os meus custos.

Dessa forma podemos entender como devemos trabalhar a parte de divisão e


entendimento conceitual de cada um desses gastos.

Exercício de fixação

Exercício 1 - Classificação de gastos

Classifique os seguintes elementos, referente a uma indústria, da planilha


abaixo em:

Custos variáveis (CV), Custos fixos (CF), Despesas variáveis (DV), Despesas
fixas (DF), Investimento (I), Perdas (P)

D C D C
Elemento I P
F F V V
Comissões sobre vendas X
Consumo de açúcar em fábrica de doces X
Energia elétrica – Consumo da área
X
administrativa
Energia elétrica – Consumo da área industrial X
Fretes de entrega X
Aquisição de veículo para entrega X
Fretes de insumos produtivos X
Gastos com depreciação de fábrica X
Gastos com depreciação de computadores das
X
lojas
Gastos com manutenção fabril X
Compra de máquina industrial X
Gastos com seguro da fábrica X
Gastos com seguros das lojas X
Gastos com supervisão da linha de produção X

20
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

Leasing (aluguel) de veículos administrativos X


Limpeza e conservação das lojas X
Consumo de matéria prima no processo fabril X
Consumo de material de escritório X
Salários e encargos administrativos X
Combustível gasto por vendedores X

Aula 5 – Métodos de custeio

Estrutura de custos em empresas comerciais

Inicialmente, em termos de empresa comercial, é mais fácil entender. Eu tenho


o fornecedor que me fornece o material esse material vem pra dentro do meu
estoque, é um custo, ele agrega determinado valor e eu vendo para o meu
cliente.

Já em termos de indústria é um pouco mais complexo. O fornecedor vai me


passar o material que é a matéria prima ou alguns insumos necessários para
minha produção, esse material entra no meu estoque depois vai para a
fábrica onde eu trabalho essa matéria prima e transformo em um produto, o
produto finalizado retorna novamente para o estoque onde é feita uma gestão
junto ao cliente e o produto sai.

A estrutura dos custos possui uma forma diferente. Quando falamos em termos
de comércio nos referimos aos termos de Custo de Mercadoria Vendida
(CMV). Quando falamos sobre indústria me refiro ao Custo de Produto
Vendido (CPV). Quando eu falo em termos de prestação de serviço me refiro
ao Custo de Serviços Vendidos (CSV).

Cada um deles terá seu custo agregado baseado em entrada de insumos ou


entrada de matéria prima, que são os custos, no qual eu deverei tirar todas as
despesas necessárias para entender como estou trabalhando esse custo.

O efeito desses custos e despesas no meu resultado, ele entra numa


ferramenta que se chama Demonstrativo de Resultado de Exercício (DRE).

Como essa ferramenta funciona?

21
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

O Demonstrativo de Resultado de Exercício (DRE) tem a entrada que são as


receitas ou o faturamento da empresa na venda do produto ou na
prestação do meu serviço, será abatido dessa receita todos os custos
ligados à produção do meu produto, disso eu terei um resultado que
chamamos de lucro bruto, desse lucro bruto será abatido as despesas
existentes e com isso terei o meu lucro operacional ou lucro líquido que é o
resultado da minha empresa, que é aquilo que minha empresa pretende que
seja positivo.

Nesse sentido, somente para podermos perceber quais são as principais


consequências, vamos analisar a seguinte situação de uma fábrica de pão de
queijo.

Exercício de fixação

Exercício 2 – Fábrica de pão de queijo

Após receber, durante anos, elogios sobre seus pães de queijo, o Sr. Oswaldo
resolveu ampliar sua produção. Em 1° de janeiro de 2019, criou a empresa
PÃO DE QUEIJO DO BRASIL LTDA., empresa voltada ao fornecimento de
pães de queijo para mercados e restaurantes. Sua capacidade produtiva
permitia a fabricação e entrega de até 900 bandejas de 40 unidades por mês,
sem a necessidade de novos equipamentos ou funcionários. Cada bandeja era
comercializada, em média, por R$ 38,00.

Os principais valores desembolsados inicialmente para a criação da empresa


consistiram em:

Item Valor (R$)


Aquisição de forno elétrico industrial ¹ 10.000
Aquisição de masseira ¹ 4.000
Aquisição de liquidificador industrial ¹ 1.800
Aquisição de bandejas, assadeiras e utensílios ² 2.000
* Observações: (1) Vida útil 10 anos; (2) Vida útil 5 anos

No ano passado, foram comercializados em média 400 bandejas por mês.


Para atender a esses pedidos o Sr. Oswaldo teve outros gastos, que veremos

22
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

na tabela abaixo. Estima-se que o veículo adquirido para as atividades será


usado para entrega por 5 anos.

Item Valor (R$)


Salários e encargos dos funcionários da produção ³ 80.000
Veículo para entrega 16.000
Matéria prima (apenas 70% consumidas) 80.000
Conta de telefone 1.200
Embalagem (90% foram consumidas) 9.000
Energia elétrica 4 3.600
* Observações: (3) Permite a produção e entrega de até 900 bandejas; (4) Variável em função da produção.

Pedido:
1 – Complete o quadro abaixo, destacando os custos fixos e variáveis.
2 – Determine o custo unitário da bandeja no ano anterior.
3 – Em março de 2020, o cliente Supermercado Tem de Tudo propôs um
contrato, no qual compraria 300 bandejas adicionais por mês, a um preço de
R$ 21 por bandeja. Deveria o Sr. Oswaldo aceitar esse contrato? Por quê?

Preço Unitário
Situação atual Total anual (R$) por bandeja
(R$)
Receita 182.400 38
( - ) Custos variáveis
- Matéria prima 56.000
- Embalagem 8.100 14,10

- Energia elétrica 3.600


( - ) Custos fixos
- Salário e Encargos 80.000 17,80
- Depreciações 1.980

Subtotal dos custos 149.680 31,18


( = ) Lucro bruto 32.720 6,82
( - ) Despesas
- Depreciação do 3.200 0,92

23
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

veículo 1.200
- Conta do telefone
( = ) Lucro operacional 28.320 5,90

O meu custo total para produzir o pão de queijo é de R$ 31,18. Como é que
vou vender 300 por R$ 21? Matematicamente a resposta seria NÃO. Só que aí
é que precisamos entender que quando vamos fazer nossa gestão de custos é
o seguinte, se já estou vendendo as bandejas nelas já estão atrelados custos
fixos que já foram pagos, os custos são fixos, independente do um volume de
produção eles já foram pagos com aquelas bandejas que já foram vendidas,
então as 300 bandejas adicionais NÃO tem impacto no custo fixo, como
também não tem impacto nas despesas.

O impacto dela é o aumento de volume de produção

“Se houver o aumento do volume de produção, haverá, consequentemente,


o aumento dos custos variáveis.”

E quando analisamos os custos variáveis descobrimos que é de R$ 14. Então


se temos essa faixa do custo variável de R$ 14, o aumento que terá para R$ 21
é muito maior do que o lucre anterior que eu estava tendo.

A possibilidade de vender as 300 bandejas adicionais por R$ 21 pode ser feito.


Só que aí precisamos a pensar um pouco mais adiante. Não posso somente
pensar na gestão de custo, tenho que pensar também como será a situação
dentro do mercado. O consumidor encontrará duas bandejas, uma que custa
R$ 38 e outra que custa R$ 21. O cliente não vai entender qual o motivo dessa
diferença. Por isso não posso pensar somente no custo, mas também, no valor
agregado. É importante também nós pensarmos em informações.

Como tomar decisões baseado nos custos? Nós temos itens de custo:

- Custo de material direto

- Custo de mão de obra

- Custo indireto de fabricação (CIF)

24
IPOG – Planejamento e Gestão Financeira

“Material direto é todo o custo ligado diretamente à produção. Temos que


contabilizá-lo no momento da aquisição. Também terei que trabalhar e
avaliar de depois do produto pronto a gestão do custo foi bem feita.”

Também terei que trabalhar e avaliar se, o meu produto pronto, que ligado a
materiais, frete, seguros e descontos, se a gestão do custo foi bem feita

25

Você também pode gostar