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31/01/2023 21:38 Planejamento e controle em finanças

Planejamento e controle em finanças


Prof. Tiago Sayão

Descrição Conceitos iniciais sobre planejamento e controle na área de Finanças dentro do meio empresarial.

Propósito Compreender os conceitos básicos do planejamento financeiro de curto e longo prazo de uma empresa, bem como a eficiência e a
eficácia do controle interno, é fundamental para a tomada de decisões na administração de empresas.

Preparação Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos um computador com acesso à internet e aplicativo com funções financeiras.

Objetivos

Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3

Planejamento financeiro nos As funções e as formas de Ferramentas de controle financeiro


horizontes de curto e longo prazo organização da informação na área para a tomada de decisão
financeira
Reconhecer o planejamento financeiro nos horizontes Aplicar as ferramentas de controle financeiro para a
de curto e longo prazo. tomada de decisão.
Identificar as funções e as formas de organização da
informação na área financeira.

meeting_room Introdução
Controlar a execução do planejamento é uma função vital em uma empresa, pois o planejamento ajuda a definir o
rumo tomado para uma meta preestabelecida que seja alcançada, enquanto o controle, por sua vez, ajuda a
empresa a não se desviar dessa rota.

Este conteúdo apresentará as diferentes funções dentro da área financeira e a atividade de cada uma, pois tal área
não pode ser considerada especializada, e sim generalista, já que trabalha com informações de todas as outras
áreas.

Portanto, nosso estudo revela-se uma jornada por meio do processo financeiro de uma empresa, apresentando as
funções, os planejamentos, os controles e as ferramentas necessárias para sua área financeira sempre fornecer
informações gerenciais precisas e relevantes a uma tomada de decisão.

O planejamento financeiro é tão importante que não se limita a questões econômicas. Como vemos neste vídeo,
assuntos ligados ao cotidiano também requerem uma conduta prudente em relação aos gastos e à forma com que
eles podem ser pensados.

video_library Introdução

1 - Planejamento financeiro nos horizontes de curto e longo prazo


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o planejamento financeiro nos horizontes de curto e longo prazo.

Planejamento financeiro: o que planejar?


Para entendermos o planejamento financeiro no âmbito empresarial, é importante que antes compreendamos o próprio
conceito de planejamento. Segundo Sobral e Peci (2013), ele pode ser definido como:

Função da administração responsável pela definição dos objetivos da organização e pela


concepção de planos que integram e coordenam suas atividades.

(SOBRAL; PECI, 2013)

Planejamento, portanto, integra o que deve ser feito à maneira como isso pode ser realizado ou atingido. Afinal, de que
adianta planejar se depois não podemos checar o que foi planejado?

Essa checagem é chamada de controle. Ainda de acordo com Sobral e Peci (2013), o controle pode ser considerado a
função da administração responsável pela geração de informações sobre a execução das atividades a fim de garantir o
cumprimento das metas planejadas, monitorando-as e corrigindo desvios significativos.

Exemplo

Tracei como meta emagrecer dois quilos até dezembro deste ano (meta: objetivo + prazo). Farei isso por meio de dieta e exercícios físicos, embora
meu planejamento também inclua a forma como esse controle será realizado: quantos minutos me exercito e quantos gramas perco por semana. Por
fim, após o planejamento, começarei a execução do plano e seu controle (monitoramento e correção caso seja necessário). O planejamento do
controle financeiro tem uma lógica semelhante.

O planejamento também é muito importante ao organizar a vida financeira, seja de uma pessoa física ou jurídica. As
metas são os objetivos com prazos que se deseja alcançar, enquanto a tática é a maneira ou o caminho para que elas
sejam alcançadas. Veja o exemplo.

Se a meta de uma empresa é dobrar o valor de sua receita em dois anos, suas táticas podem ser:

investir mais em marketing;


contratar mais funcionários para o departamento comercial;
aumentar a rede de distribuição;
iniciar uma nova linha de produção.

Note que as táticas geram e consomem recursos da entidade. Dessa forma, elas criam receitas (geram recursos) e
criam despesas (consomem recursos). Se o planejamento não for bem feito, as despesas podem superar as receitas,
não havendo, dessa forma, lucro – e sim prejuízo.

Esta é a importância do planejamento: alcançar as metas por meio de maneiras eficazes


(atingir o alvo) e eficientes (utilizando menos recursos, como tempo, dinheiro, pessoas e
materiais).

Alguém ainda pode se perguntar: “O que eu tenho de planejar?”. A resposta é: tudo (ou o máximo possível) que puder.

Quando desejar alcançar uma meta, você só será capaz de verificar se conseguiu fazê-lo de forma eficiente se tiver
planejado todos os passos relacionados a ela. Para entendermos isso melhor, imaginaremos a seguinte situação: você

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deseja dobrar sua receita, promovendo, como consequência disso, um aumento de 80% no valor do gasto em marketing.

Como podemos verificar se esse aumento foi grande ou pequeno? Não há como saber isso sem uma comparação. Se o
planejamento incluía um aumento de 50%, então o gasto foi maior que o planejado – e o motivo disso deve ser
verificado atentamente. Caso o aumento seja de 100%, se essa era a porcentagem pretendida, o gasto foi menor que o
esperado.

O planejamento deve ser feito usando números factíveis. Não adianta nada fazê-lo inflando os tetos de despesas só
para tornar mais fácil o seu alcance, pois isso, na verdade, atrapalha o processo de planejamento. Entretanto, há itens
cujo gasto de recursos no planejamento é maior que os ganhos a serem obtidos.

Exemplo

Em uma grande empresa com receita anual de milhões de reais, o valor dos materiais de escritório é irrelevante. Desse modo, todos os tipos de
despesas pequenas sem muita relevância normalmente são agrupados no subgrupo “Outras despesas”.
Obviamente, tudo precisa ser planejado. No entanto, a atenção, nesse processo, deve estar concentrada nos itens maiores e mais relevantes. Isso não
significa que os menores e menos relevantes não devam ser planejados. Eles, na verdade, são juntados para não haver o desperdício de vários recursos
no planejamento de um valor muito pequeno.

Tipos de planejamento de curto prazo


Falaremos agora sobre dois tipos de planejamento: o de curto prazo, que normalmente tem o período de um ano, e o de
longo prazo, que se estende por vários anos. Detalharemos a seguir as principais diferenças entre esses dois tipos de
planejamento. A principal ferramenta utilizada na área de finanças para estruturar e materializar tal planejamento é:

Fazer a estimativa de receitas previstas para um período (o anual é Estabelecer limites para as despesas que pretendemos realizar.
rotineiramente utilizado para períodos de curto prazo).

Para sabermos se as despesas fixadas são compatíveis com as receitas esperadas, fazemos uma comparação entre
ambas em períodos definidos ao longo do ano. Apesar de normalmente mensal, o período utilizado também pode ser
quinzenal, semanal, bimestral ou trimestral. Isso varia em cada tipo de organização.

Saiba mais
O orçamento é uma ferramenta de confronto entre essas receitas e despesas. A primeira linha se refere sempre à entrada de recursos, ou seja, tudo
que possui relação com a receita. As outras linhas abordam as despesas previstas. O lucro é a diferença entre receitas e despesas previstas.

Janeiro Fevereiro Março

Receitas R$500.000 R$400.000 R$450.000

(-) Custo das mercadorias


R$120.000 R$110.000 R$115.000
vendidas

(-) Despesas administrativas R$80.000 R$80.000 R$80.000

(-) Despesas financeiras R$55.000 R$55.000 R$55.000

(-) Outras despesas R$25.000 R$25.000 R$25.000

(-) Impostos R$66.000 R$39.000 R$52.500

(=) Lucro R$154.000 R$91.000 R$122.500

Tabela: Previsão orçamentária


Tiago Sayão

Mas como podemos fazer esse tipo de previsão orçamentária? Comecemos com a linha de receita. Você pode pegar a
do último ano e usar como base para o próximo.
Nesse caso, qual é a expectativa: vender mais ou menos?

Vamos analisar o exemplo e responder à pergunta.

Atividade discursiva
Após fazer uma pesquisa, a empresa XYZ verificou ser capaz de alcançar os seguintes resultados para o próximo ano:

Cenário A: aumentar em 15% o preço de venda e diminuir em 10% a quantidade vendida;


Cenário B: diminuir em 8% o preço e aumentar em 20% a quantidade;
Cenário C: manter o preço, gastando R$50.000 em marketing para aumentar em 30% a quantidade vendida.

Se, neste ano, a empresa vendeu 45.000 produtos a R$38 cada, indique qual é a melhor estratégia a ser adotada no
planejamento do próximo ano.

Digite sua resposta aqui

Exibir soluçãoexpand_more

Primeiramente, temos de saber a receita total deste ano:


45.000 x R$38 = R$1.710.000

Portanto, para os cenários apresentados, ela fica em:


Cenário A: (45.000 x 90%) x (R$38 x 115%) = R$1.769.850;
Cenário B: (45.000 x 120%) x (R$38 x 92%) = R$1.887.840;
Cenário C: (45.000 x 130%) x R$38= R$2.223.000 - R$50.000 = R$2.173.000.

Verificamos que o Cenário C aumenta a receita para R$2.223.000. Mesmo que descontemos os R$50.000 da
despesa de marketing, o valor de R$2.173.000 ainda é o maior dos três cenários. Portanto, em suas projeções, o
planejamento do ano seguinte deve usar os seguintes valores: receita de R$2.223.000 e despesa de marketing de
R$50.000. Então, a resposta correta é o Cenário C.
Mas você pode estar se perguntando: essa previsão não aborda as outras despesas? Outros custos não mudam
muito no curto prazo.

Na tabela do planejamento trimestral de uma empresa que já mostramos, podemos ver que as despesas administrativas
(R$80.000) se mantiveram estáveis no período. Desse modo, para fazer um orçamento, deve-se:

Estimar a receita e as despesas que aumentam ou diminuem em relação à variação da receita;


Colocar as despesas que não devem mudar no período.

Tipos de planejamento de longo prazo


Este tipo de planejamento leva em consideração os gastos da empresa obtidos em longo prazo. Tomemos um exemplo:
uma empresa que fabrica produtos precisa renovar seu maquinário ocasionalmente, porém esse gasto não acontece
todo ano, e sim em períodos maiores. Por isso, ele deve ser planejado em longo prazo.

Quando uma empresa decide investir em um novo projeto, ela precisa fazer um planejamento do tipo, pois ele não se
mostra rentável em curto prazo. Para vermos como isso é possível, será necessário entendermos os três conceitos
seguintes: payback, valor presente líquido (VPL) e taxa interna de retorno (TIR).

Payback
O payback de um projeto é o tempo necessário para que o investimento inicialmente efetuado seja recuperado, ou, em
outras palavras, o período em que o projeto “se paga”. Em função de sua simplicidade, esse método é bastante popular e
comumente utilizado em associação a outras metodologias, como a TIR e o VPL (falaremos sobre eles daqui a pouco).
Existem duas abordagens para o payback: o payback simples e o payback descontado:

Payback simples Payback descontado


Utiliza os fluxos de caixa do projeto sem qualquer tipo de ajuste. Trabalha com fluxos de caixa atualizados, trazidos a valor presente, pelo
custo de capital do projeto.

O payback simples desconsidera o “custo do dinheiro” em sua análise e por isso não é capaz de apontar a viabilidade de
um projeto. No caso do payback descontado, para que o projeto seja considerado viável, é necessário que o prazo de
retorno dos recursos seja inferior à duração do projeto. Ou seja, se o payback descontado for inferior à vida útil do
projeto, este poderá ser considerado viável.

Comumente, empresas determinam paybacks limite para os projetos baseadas em suas experiências passadas. Entre
as possíveis razões para esse tipo de restrição, teríamos a suposição de um prazo até a obsolescência para a
tecnologia envolvida no projeto. Em indústrias com alto grau de inovação tecnológica, os paybacks limites para projetos
devem ser mais curtos do que em indústrias com baixo grau de inovação.

Exemplo
Os gestores da TSR gostariam de conhecer o tempo necessário para o retorno dos recursos investidos no novo projeto. Considerando o nível de risco
envolvido no empreendimento, a taxa estimada para o projeto seria de 15% ao ano. Com base no fluxo de caixa estimado e em seu custo de capital, é

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possível calcular o payback simples e o descontado do novo projeto da TSR. A tabela 1 demonstra a evolução do saldo de entradas e saídas de fluxos
de caixa do projeto de expansão da empresa.

Período Fluxo de caixa Saldo

0 -15.000 -15.000

1 4.140 -10.860

2 4.140 -6.720

3 4.140 -2.580

4 4.140

Tabela: Payback Simples do projeto de expansão da TSR


Tiago Sayão

Como se pode observar, a coluna Saldo, ao término do terceiro ano, faltaria retornar $ 2,58 milhões. Considerando que
no decorrer do quarto ano o projeto produziria um fluxo de caixa de $ 4,14 milhões, adicionalmente aos três anos, a TSR
necessitaria de 0,62 anos (aproximadamente 7,5 meses) para obter o retorno dos recursos investidos no projeto. Dessa
forma, o payback simples do projeto de expansão seria de 3,62 anos (3 anos e 7,5 meses):

Payback Simples=3 anos+2,58/4,14 =3,62 anos

A tabela 2 demonstra a evolução do saldo atualizado de entradas e saídas de fluxos de caixa do projeto de expansão da
TSR.

Período Fluxo de caixa Fator de desconto Fluxo de caixa descontado Saldo

0 -15.000 1,00 -15.000 -15.000

1 4.140 1,15 3.600 -11.400

2 4.140 1,32 3.130 -8.270

3 4.140 1,52 2.722 -5.547

4 4.140 1,75 2.367 -3.160

5 4.140 2,01 2.058 -1.122

6 4.140 2,31 1.790

Tabela: Payback Descontado do projeto de expansão da TSR


Tiago Sayão

Como podemos observar na coluna Saldo, ao término do quinto ano faltaria retornar $1,12 milhão. Considerando que no
decorrer do sexto ano o projeto produziria um fluxo de caixa descontado de $1,79 milhão, adicionalmente aos cinco
anos, a TSR necessitaria de 0,63 anos (aproximadamente 7,5 meses) para obter o retorno dos recursos investidos no
projeto.

Dessa forma, o payback descontado do projeto de expansão seria de 5,63 anos (5 anos e 7,5 meses), o que sugeriria sua
viabilidade, considerando que os recursos investidos no empreendimento retornariam capitalizados pelo custo de
oportunidade antes do término da vida do projeto.

Payback Descontado=5 anos+1,12/1,79 =5,63 anos

video_library Viabilidade financeira


Veja como é feito o cálculo da viabilidade financeira de um projeto.

Valor presente líquido (VPL)


Mesmo sendo possível termos uma ideia de quanto poderemos ter no futuro, resta a questão: Quanto valeria hoje o
recurso (dinheiro) que, afinal, só poderei ter no futuro? Para descobrir isso, existe uma ferramenta chamada VPL.

Se soubermos a previsão de fluxo de receitas e gastos ao longo do tempo para determinada situação, conseguiremos
estimar o valor atual de um resultado que somente ocorrerá daqui a algum tempo. O VPL serve para melhorarmos
nossos processos de decisão.

Se eu tiver uma boa ideia do valor atual de um recurso que só existirá no futuro, poderei me planejar melhor para:

quando ele realmente existir.


escolher uma alternativa que aparentemente possa me retornar menos em um futuro mais próximo, mesmo tendo
um valor presente maior.

O VPL (também conhecido como VAL – valor atual líquido) é o cálculo que apresenta o resultado financeiro
atual/presente de um fluxo de caixa descontado a uma taxa de juros apropriada. Assim, também se pode definir VPL
como a soma algébrica (negativos e positivos) dos valores descontados de um fluxo de caixa. Quando em condições de
perpetuidade, valor constante de retorno e aplicação de taxa constante de crescimento, o valor do VPL é calculado da
seguinte forma:

 Retorno 
V PL = −  Investimento Inicial 
(i − c)

Em que:

i= é a taxa de desconto. Pode ser entendida como aquela que a empresa receberia investindo o mesmo dinheiro em
outro lugar, como títulos públicos e poupança, ou a responsável por fazer com que ele perca seu valor no tempo caso
não seja aplicado, como ocorre na inflação;

c= é a taxa de crescimento. Trata-se de qualquer taxa que o gestor acredite ser capaz de aumentar sua receita no
tempo. É importante, no entanto, que a taxa de crescimento seja menor do que a de desconto.

Analisemos o seguinte exemplo: uma empresa investiu R$100.000 em um projeto com rendimento de R$20.000 por ano
e inflação anual de 5%. Qual será o seu VPL?

Retorno = 20.000
i= 0,05
c= 0

Investimento Inicial = 100.000


Então temos:

20.000
V PL = − 100.000 = 300.000 − 100.000 = R$200.000, 00
(0, 05 − 0)

Vamos supor agora que ela acredite ser capaz de aumentar o retorno anualmente a uma taxa de 2%. Qual será o seu
VPL?

20.000
V PL = − 100.000 = 666.666, 67 − 100.000 = R$566.666, 67
(0, 05 − 0, 02)

Note que, pelo fato de a empresa ter feito seu retorno subir todo ano, o VPL do empreendimento aumentou bastante.

Taxa interna de retorno (TIR)


TIR é a taxa que deixa o VPL na perpetuidade igual a zero:

 Retorno 
−  Investimento Inicial  = 0
(T I R − c)

Reordenando essa fórmula, vemos que a TIR é:

 Retorno 
T IR = + c
 Investimento Inicial 

Para o exemplo anterior, temos a seguinte taxa:

Retorno = 20.000
c= 0,02
Investimento Inicial = 100.000

Então temos:

20.000
 TIR  = + 0, 02
100.000

 TIR  = 0, 2 + 0, 02

 TIR  = 0, 22

 TIR  = 22%

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Vamos testar agora a TIR no cálculo do VPL:

Retorno = 20.000
i= 0,22
c= 0,02
Investimento Inicial = 100.000

20.000
V PL = − 100.000
(0, 22 − 0, 02)

V P L = 100.000 − 100.000

V PL = 0

Você deve estar se perguntando: para que me serve a TIR? Ela é a taxa de retorno de seu investimento.

No exemplo acima, o projeto está rendendo 22% ao ano de retorno para sua empresa. Você poderá usar essa
informação em seu planejamento para tomar as seguintes decisões:

Em qual projeto devo investir?

Vale a pena abrir um novo projeto?

video_library Planejamento financeiro


Neste vídeo, saiba um pouco mais sobre a importância do planejamento financeiro.

Relação entre conceitos

Conexão entre VPL e TIR


Há uma íntima relação entre esses dois objetos matemáticos, sendo que as considerações sobre eles devem resultar de
análises invertidas quando se tratar de investimentos ou financiamentos. A razão dessa inversão é que alguém, ao
realizar um investimento de capital, espera ampliá-lo, ao passo que, ao realizar um financiamento de um bem, espera
reduzir a aplicação.

Investimento Financiamento

Em um investimento, se VPL for positivo, a TIR Em um financiamento, se VPL for positivo, a


é maior do que a taxa de juros de mercado. Se TIR é menor do que a taxa de juros de
VPL for negativo, a TIR é menor do que a taxa mercado. Se VPL for negativo, a TIR é maior do
de juros de mercado e se VPL = 0 então a taxa close que a taxa de juros de mercado. E se VPL = 0,
de juros de mercado coincide com a TIR. então a taxa de juros de mercado coincide com
Conclusão: em um investimento, se VPL é a TIR. Conclusão: em um financiamento, se
maior então a taxa (TIR) também é maior. VPL é maior, então a TIR é menor.

Relação entre TMA e TIR


A taxa mínima de atratividade (TMA) é uma taxa de juros que representa o mínimo que um investidor deseja ganhar
quando faz um investimento, ou o máximo que um tomador de dinheiro emprestado pretende pagar ao fazer um
financiamento. Essa taxa é formada a partir de três componentes básicas:

Custo de oportunidade Risco do negócio Liquidez


Remuneração obtida em alternativas que não as O ganho tem que remunerar e justificar o risco Capacidade ou velocidade em que se pode sair
analisadas. Exemplo: caderneta de poupança, inerente de uma nova ação ou um novo de uma posição no mercado para assumir
fundo de investimento, aplicações no mercado investimento. Quanto maior o risco, maior a outra. Uma empresa com boa liquidez
financeiro em geral. É a taxa efetiva que sendo remuneração esperada. normalmente muda de classificação no
utilizada no mercado neste momento. mercado em uma velocidade muito rápida.

Ao se utilizar uma TMA como taxa de juros de referência, aplicam-se métodos como o Valor Presente Líquido para se
determinar a viabilidade financeira de um investimento ou empréstimo. Caso o resultado seja positivo, a taxa interna de
retorno supera a TMA e o investimento é interessante. O contrário ocorre caso o resultado seja negativo. Se a TMA e a
Taxa Interna de Retorno forem as mesmas ou muito parecidas, o investimento é indiferente. É importante verificar
também se esses retornos, além de serem positivos, atendem às expectativas do investidor. Isso nem sempre ocorre.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Dos métodos de avaliação econômica de projetos descritos a seguir, assinale aquele que não é feito por fluxo de caixa
descontado:

A Valor presente líquido.

B Taxa interna de retorno.

C Payback simples.

D Custo equivalente anual.

E Taxa interna de retorno modificada.

Parabéns! A alternativa C está correta.

O payback simples é fácil de calcular e compreender. Considera-se os fluxos de caixa operacionais do projeto de
investimento, sendo o período de payback o tempo necessário para se recuperar o investimento feito.

Questão 2

Uma empresa deseja investir em um projeto com custo de R$180.000 e receitas anuais de R$15.000. Sabendo que a
taxa de desconto é de 10% ao ano, indique o VPL desse projeto.

A Negativo em R$150.000.

B Negativo em R$30.000.

C Positivo em R$20.000.

D Positivo em R$30.000.

E Positivo em R$150.000.

Parabéns! A alternativa B está correta.

15.000
V PL = − 180.000 = 150.000 − 180.000 = −R$30.000
(0, 1 − 0)

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2 - As funções e as formas de organização da informação na área financeira


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as funções e as formas de organização da informação na área financeira.

Organização e funções na área financeira


Todos os gastos da área de finanças devem estar categorizados corretamente; além disso, cada categoria precisa se
referir a um tipo de gasto. Uma empresa deverá organizá-los nessas categorias para eles poderem ser controlados ao
longo do tempo. Veremos a seguir de que forma essa organização é estruturada, destacando ainda as principais
funções na área financeira.

Determinadas por cada empresa, as principais funções são:

Diretoria Financeira expand_more

Funciona nela tanto a parte administrativa do setor financeiro quanto o setor de análise financeira da empresa. A
parte financeira é um elo entre todos os setores. Por isso, a diretoria precisa coordenar o recebimento das
informações de todos os setores para fazer a análise financeira de forma correta e, consequentemente, auxiliar
na gestão da empresa.

Tesouraria expand_more

Sua principal função é administrar o caixa da empresa, sendo a responsável por manter a capacidade de pagar
as obrigações dela sem atrasos. Além disso, a Tesouraria precisa verificar a legitimidade dos pagamentos feitos
pela empresa, aferindo se eles se referem a compras realmente efetuadas.

Controladoria expand_more

Sua responsabilidade é acompanhar o setor financeiro da empresa e verificar se ela está seguindo o
planejamento de curto prazo estipulado no início do ano. A controladoria também ajuda no processo de tomada
de decisão, auxiliando em seu planejamento e acompanhamento.

Contabilidade expand_more

Prepara informações contábeis que serão utilizadas por todo o setor financeiro. A contabilidade também é
responsável por fazer todos os lançamentos contábeis e elaborar as demonstrações financeiras da empresa.

Gestão de Tributos expand_more

Os tributos devem ser pagos; afinal, sua evasão configura um crime fiscal. No entanto, uma empresa poderá
utilizar estratégias totalmente legais (chamadas de elisão fiscal) para minimizar o valor daqueles que precisar
pagar. Além de trabalhar a fim de otimizar o pagamento dos tributos, a gestão de tributos também a ajuda a
recolher os tributos dentro dos prazos, evitando, assim, multas e penalidades.

Organização da informação
São organizadas de diferentes formas. Analisaremos os tipos de informação financeira a seguir.

Organização da informação contábil-financeira


As informações de uma empresa são organizadas seguindo diretrizes do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
O CPC foi criado pelo Conselho Federal de Contabilidade, que possui membros de diversas áreas.

As demonstrações financeiras ou contábeis são os relatórios preparados com o objetivo de disponibilizar informações
sobre a situação patrimonial, econômica e financeira de uma organização para os usuários internos e externos. Dentre
outros, são dois os considerados mais importantes:
Balanço Patrimonial e Demonstrativo do Resultado do Exercício.

Balanço patrimonial
O balanço patrimonial é uma “fotografia” da empresa em determinada data. É uma padronização das informações da
empresa em bens e direitos (ativos) e obrigações (passivos ou exigíveis). A diferença entre os ativos e passivos é o que
denominamos de patrimônio líquido, capital dos acionistas ou capital próprio. Por isso, a equação do balanço (ou
identidade do balanço) é dada por:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO=ATIVOS-EXIGÍVEIS

A estrutura patrimonial representativa do balanço patrimonial é a seguinte:

Passivo
O que ela possui de obrigações a pagar.
Ativo
Quanto a empresa detém de bens e direitos.
Patrimônio Líquido
Diferença entre o que ela tem e o que deve.

Quadro: Estrutura patrimonial do balanço patrimonial


Tiago Sayão

Vejamos um exemplo:

BALANÇO

Ativo Passivo

ATIVO CIRCULANTE (AC) PASSIVO CIRCULANTE (PC)

Caixa 10.000,00 Salários a pagar 30.000,00

Bancos 50.000,00 Provisão de férias 150.000,00

Aplicações Financeiras 30.000,00 Fornecedores 320.000,00

Empréstimos 30.000,00

TOTAL DO AC 90.000,00 TOTAL DO PC 530.000,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE (ANC) PASSIVO NÃO CIRCULANTE (PNC)

Investimentos 100.000,00 Empréstimos 20.000,00

Imobilizado 500.000,00 Obrigações tributárias 50.000,00

Intangíveis 40.000,00 Debêntures 10.000,00

TOTAL DO PNC 80.000,00

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social 100.000,00

Reserva de Capital 15.000,00

Ações em tesouraria 5.000,00

TOTAL DO ANC 640.000,00 TOTAL DO PL 120.000,00

ATIVO TOTAL 730.000,00 PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 730.000,00

Quadro: Balanço Patrimonial

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Tiago Sayão

Demonstração do resultado do exercício


A demonstração do resultado do exercício (DRE) mede o desempenho da empresa ao longo de determinado período,
geralmente um ano. É o resumo das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, elaborado de forma
a destacar o resultado líquido do período. A equação básica da demonstração de resultados é:

Lucro=Receitas-Despesas

A DRE aponta, de forma simples e prática, todas as receitas e os gastos da empresa, demonstrando, no final do
processo, se ela obteve lucro ou prejuízo. Apresentamos, a seguir, um modelo de DRE:

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

(-) DEDUÇÕES E ABATIMENTOS

 Impostos sobre vendas

 Devoluções e abatimentos

(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

(-) CUSTO OPERACIONAL

 Custo das Mercadorias vendidas (CMV)

 Custo dos produtos vendidos (CPV)

 Custo dos serviços prestados (CSP)

(=) LUCRO BRUTO

(-) DESPESAS OPERACIONAIS

 Despesas administrativas

 Despesas de vendas

 Despesas financeiras líquidas

(=) LUCRO OPERACIONAL

(=) RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS

 Receitas não operacionais

 Despesas não operacionais

(=) LUCRO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E DO IMPOSTO DE RENDA

(=) PROVISÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E O IMPOSTO DE RENDA

(=) LUCRO APÓS A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E O IMPOSTO DE RENDA

(-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

 Empregados

 Administradores

 Outras participações/contribuições

(=) LUCRO OU PREJUÍZO DO EXERCÍCIO

Quadro: Demonstração do resultado do exercício


Tiago Sayão

Vejamos a seguir, de forma simplificada, cada item da demonstração:

Receita operacional bruta: compreende o valor das vendas de mercadorias (empresa comercial), produtos
(empresa industrial) ou serviços (empresas prestadoras de serviços), nas condições à vista ou a prazo.

Deduções ou abatimentos: compreende as reduções da receita operacional bruta relativa a impostos sobre
vendas (IPI, ICMS e ISS) e devoluções e abatimentos (como vendas canceladas; descontos concedidos sobre o
valor da venda constante da nota fiscal etc.). As devoluções e abatimentos não incluem descontos financeiros
concedidos a clientes para pagamento antecipado, o qual é considerado uma despesa financeira.

Custo operacional: corresponde aos gastos incorridos pela empresa na obtenção do item objeto da venda
realizada. Assim, temos:

Custo das mercadorias vendidas (CMV), em empresas comerciais. Essas empresas são caracterizadas
por revenderem as mercadorias no mesmo estado em que as adquirem dos fabricantes. Nesse caso, o
custo de uma mercadoria engloba os valores pagos a seus fornecedores acrescidos de fretes e seguros,
quando de sua responsabilidade. O CMV corresponde à quantidade que foi vendida no exercício ao qual
a demonstração se refere.

Custo dos produtos vendidos (CPV), em empresas industriais. Essas empresas caracterizam-se por
transformar matérias-primas em produtos. Os custos dos produtos correspondem aos gastos relativos à
fabricação, composto pelo custo da matéria-prima, da mão de obra e por todos os demais custos do
processo.

Custo dos serviços prestados (CSP), em empresas prestadoras de serviços. Os custos nessas
empresas, basicamente, são compostos de mão de obra e de custos relacionados à estrutura de que a
empresa dispõe para realizar os serviços. Em algumas delas, isso inclui, também, os custos com
materiais aplicados na execução dos serviços.

Despesas operacionais: correspondem aos gastos decorrentes do funcionamento normal da empresa, exceto
aquelas classificadas como custos operacionais. Integram esse grupo: despesas administrativas, despesas de
vendas, despesas financeiras líquidas e outras despesas operacionais.

Resultados não operacionais: compreendem os ganhos e as perdas de capital, sendo resultantes de operações
relacionadas à baixa por obsolescência ou à venda de bens ou direitos do ativo não circulante.

Provisão para a contribuição social e os impostos de renda: a contribuição social e o IR têm como base de
cálculo o lucro real, no caso de empresas que fizeram opção por esse modo de contribuição. Para apurá-lo, a
empresa deve obrigatoriamente escriturar o livro de apuração do lucro real (LALUR), no qual devem ser feitos
os ajustes no lucro apurado contabilmente – adições, exclusões e compensações – prescritos ou autorizados
pela legislação do IR.

Participações ou contribuições: as participações compreendem as parcelas do resultado distribuídas aos


empregados, administradores, debenturistas e outros interessados que tenham direito de participação no lucro
da empresa. Já as contribuições compreendem as parcelas do resultado destinadas a instituições como
fundos de assistência ou previdência dos funcionários.

Lucro ou prejuízo do exercício: o lucro líquido é a parcela do lucro remanescente do exercício social. Todo ou
parte dele será transferido para a conta ‘reserva de lucros’, e o eventual prejuízo para ‘prejuízos acumulados’,
constante do patrimônio líquido no BP. A parcela não retida pela empresa é distribuída a seus acionistas ou
proprietários.

Informação gerencial e tributária


Diferentemente da organização da informação contábil-
financeira (regulada pelo CPC e voltada para os usuários
externos), a de informações financeiras gerenciais não
precisa seguir obrigatoriamente nenhuma
regulamentação, pois seu propósito é estritamente
interno. Enquanto a informação contábil-financeira tem
um viés histórico (contabilizando transações já ocorridas),
a gerencial pode utilizar previsões sobre o futuro em seu
planejamento interno.

Altamente regulada, a geração de informações tributárias


tem como finalidade o cálculo de tributos para que uma
empresa faça o recolhimento e o pagamento dos valores
corretos dentro do prazo estipulado pelo órgão público.
Essas informações são geradas por diferentes funções
dentro da área financeira.

Normalmente, as contábeis-financeiras são fornecidas pelo departamento contábil, enquanto as tributárias são da
alçada do departamento de gestão de tributos. A informação gerencial, por sua vez, é responsabilidade da diretoria
financeira, que também é habitualmente assistida pelo departamento contábil.

video_library Organização financeira


Veja mais sobre as principais áreas existentes em uma organização financeira.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/00148/index.html# 6/9
31/01/2023 21:38 Planejamento e controle em finanças

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

É a demonstração da situação patrimonial e financeira da empresa em determinada data; geralmente, sua publicação
refere-se ao último dia do ano civil:

A Balanço patrimonial.

B Demonstração do resultado do exercício.

C Orçamento.

D Demonstrativo do fluxo de caixa.

E Nota explicativa.

Parabéns! A alternativa A está correta.

O balanço patrimonial é uma demonstração financeira que evidencia, resumidamente, a situação patrimonial e
financeira da entidade, quantitativamente e qualitativamente, em dado momento (normalmente em 31 de dezembro de
cada ano). É a situação estática do patrimônio e apresenta todos os bens (tangíveis e intangíveis), direitos e
obrigações da empresa, bem como a situação líquida.

Questão 2

Considerando os dados abaixo, o valor do lucro (em R$) é:

Contas Valores (R$)

Bancos 25.000,00

Caixa 5.000,00

Capital 200.000,00

Custos 320.000,00

Despesas 60.000,00

Duplicatas a Receber 50.000,00

Edifícios de Uso 135.000,00

Móveis e Utensílios 15.000,00

Prejuízos Acumulados 20.000,00

Vendas 420.000,00

A 20.000,00

B 30.000,00

C 40.000,00

D 50.000,00

E 60.000,00

Parabéns! A alternativa C está correta.

Montando a DRE, temos:

Contas Valores (R$)

Vendas 420.000,00

(-) Custos 320.000,00

(-) Despesas 60.000,00

(=) Lucro 40.000,00

3 - Ferramentas de controle financeiro para a tomada de decisão


Ao final deste módulo, você será capaz de aplicar as ferramentas de controle financeiro para a tomada de decisão.

Controle financeiro e suas ferramentas


Seu objetivo é verificar se uma empresa segue um planejamento – normalmente, o de curto prazo – anteriormente
determinado. Tomemos um exemplo: se a empresa estimou que receberia receitas muito acima do que se verifica na
realidade, é papel do controle financeiro fazer ajustes nas estimações das despesas a fim de que elas não saiam dos
trilhos e acabem gerando prejuízo. Por outro lado, se uma organização obtém receitas maiores que o previsto, é papel
da controladoria, levando em conta a nova projeção, realizar reestimativas da receita para os meses seguintes.

Embora tenhamos falado de receitas, também é papel do controle financeiro verificar a curva das despesas,
determinando se elas estão dentro do que foi orçado e planejado. Caso um setor da empresa esteja tendo gastos
maiores que o esperado, deve-se verificar então se está havendo desperdício de recursos e se eles podem ser geridos
de forma mais eficiente e eficaz. Pode-se, contudo, tanto ser eficaz sem mostrar-se eficiente quanto ser eficiente sem
revelar-se eficaz. É função do controlador buscar a convergência de ambos ao executar o orçamento das despesas da
empresa.

Existem diferentes ferramentas para o efetivo controle financeiro de uma empresa. Listaremos a seguir as mais usadas.

Cartas de Controle expand_more

Representadas graficamente, as cartas de controle apresentam dados ao longo de um período (série temporal) e
possuem limites de controle (um limite superior e outro inferior). Ao longo do tempo, são feitas medições. Caso
o valor esteja flutuando dentro desses limites, consideramos que tudo está dentro da normalidade. Alguma ação
só será necessária se ele estiver abaixo do limite mínimo ou acima do máximo. Conforme podemos observar no

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/00148/index.html# 7/9
31/01/2023 21:38 Planejamento e controle em finanças

gráfico, a equipe de marketing teve uma série de gastos ao longo do ano de 2021. Como o limite superior é de
R$300.000,00 e o inferior, de R$100.000,00, eles estiveram fora do seu limite nos meses abril, julho e setembro.

Folha de Verificação expand_more

Deve existir uma forma sistematizada para coletar os dados a serem utilizados em nossos controles financeiros.
Embora haja, na maioria das situações, elementos automatizados para a coleta deles por meio eletrônico, ainda
é possível deparar-se com outras em que ela é feita manualmente. Para casos do tipo, são necessárias folhas de
verificação. Trata-se de um modelo de formulário para coletar os dados. Suas folhas são usadas para fazer o
input de dados coletados (financeiros ou não) pela controladoria. Utilizar um formulário padronizado ajuda tanto
na coleta dos dados quanto na futura análise deles.

Histograma expand_more

O histograma é um gráfico de frequência que mostra quão comum é o aparecimento de certo tipo de valor para o
dado. Desse modo, valores muito pequenos ou altos podem ser visualizados facilmente e verificados pelo
departamento de controle. É constituído por retângulos que têm base no intervalo de classe e área proporcional
às frequências ou às frequências relativas (porcentagens) de cada classe. A área total sob o histograma é igual à
soma das frequências, ou seja, 100%.

Gráfico de Dispersão expand_more

Também conhecido como scatterplot, este tipo de gráfico permite a análise de uma associação entre duas
variáveis. Com ele, é possível verificar a existência de uma relação positiva (gráfico inclinado para cima) ou
negativa (para baixo) entre ambas. Além disso, o gráfico de dispersão também permite a análise de valores
destoantes do resto para uma possível verificação.

Diagrama de Pareto expand_more

A Lei de Pareto atesta que 80% dos efeitos provêm de 20% das causas. Assim, tal diagrama relaciona causas e
efeitos de forma gráfica a fim de identificar possíveis pontos de melhoria e alcançar tanto a eficácia quanto a
eficiência. Ou seja, o diagrama de Pareto é um gráfico de barras ordenadas, usado em gestão de qualidade para
mostrar a ordem em que devem ser sanadas causas de perdas, de reclamações ou de outros tipos de fracasso.

Tomada de decisão
O objetivo de um controle financeiro eficiente é auxiliar na tomada de decisão da empresa sobre assuntos financeiros e
operacionais.

Para que uma empresa possa tomar boas decisões, é necessário que esse controle trabalhe com os planejamentos de
curto e de longo prazo. O controle, portanto, precisa acompanhá-los, assegurando que o processo de tomada de decisão
da administração será o melhor possível.

Planejamento de curto prazo (orçamento)


O controle coleta informações para verificar se cada setor e tipo de projeto da empresa está seguindo o que foi orçado e
planejado. Caso o planejamento não esteja sendo cumprido, ele buscará os motivos para isso. Destacaremos a seguir
os dois mais comuns:

Impactos na economia com um todo

Choques macroeconômicos, recessão, variação cambial, inflação e outros eventos fora do controle da empresa afetam suas receitas e
despesas. Nesse caso, o controle fornece à administração informações para que seu planejamento possa ser refeito, levando em
consideração o novo cenário econômico.

Ineficiência de algum setor dentro da empresa

O controle pode fornecer à administração dela informações sobre quais setores estão sendo ineficientes, explicando como a eficiência deles
pode ser aumentada.

Planejamento de longo prazo


O controle pode:

Fornecer informações

Elas podem versar sobre:

• Renovação do maquinário da empresa;


• Manutenção de um imóvel;
• Gastos que sejam recorrentes, ou seja, acontecem todos os anos.

Verificar estimativas

O controle avaliará se a taxa de retorno estimada de um projeto corresponde à sua realidade. Como exemplo, citamos: estimada em 20%, a
TIR de um projeto, em seu desenvolvimento, revela-se muito menor: 2%. Nesse caso, não é mais vantajoso para a empresa continuar com ele.
Será preferível abortá-lo.

Acompanhar o payback de um projeto

Isso é necessário para aferir se ele:

• Gera o retorno de acordo com o tempo planejado;


• Requer investimentos adicionais.

video_library Relevância do controle financeiro


Veja uma explicação sobre a relevância do controle financeiro.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/00148/index.html# 8/9
31/01/2023 21:38 Planejamento e controle em finanças

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

É uma forma de mostrar a distribuição dos dados, apresentando-os sob a forma de barras justapostas sobre um eixo.
Cada barra representa uma classe, ou um grupo de unidades:

A Diagrama de ramo e folhas.

B Diagrama de linhas.

C Gráfico de pontos.

D Histograma.

E Diagrama de Pareto.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Quando os dados são contínuos e a amostra é grande, não se deve fazer um gráfico de pontos. É mais conveniente
condensar os dados, organizando uma tabela de distribuição de frequência e construir um histograma.

Questão 2

A expressão “poucos são vitais, muito são triviais” ficou famosa pelo seu autor, resultando na forma gráfica
denominada:

A Gráfico de setores

B Gráfico de barras

C Histograma

D Gráfico de linhas

E Diagrama de Pareto

Parabéns! A alternativa E está correta.

O diagrama de Pareto é um gráfico de barras ordenadas, das mais altas para as mais baixas. Então as categorias da
variável ficam ordenadas de acordo com as frequências – porque o comprimento da barra é dado pela frequência da
categoria. O diagrama de Pareto é usado em gestão de qualidade quando se procuram os erros mais comuns, os
motivos das perdas, as causas das reclamações. Nesses casos, é preciso trabalhar nas barras mais altas, isto é, sanar
os erros que ocorrem com grande frequência. As barras mais baixas, embora possam ser muitas, indicam erros
eventuais ou erros de menor ocorrência. Por essa razão se cunhou a expressão “poucos são vitais, muitos são
triviais”.

Considerações finais
O planejamento deve vir antes da execução. Não devemos misturar essas duas etapas. No planejamento, devemos
saber aonde queremos chegar e qual caminho escolhido para isso. Ademais, o controle deve ser detalhado. Sem isso,
não saberemos se nossos planos foram ou não bem-sucedidos. O controle nos permite identificar oportunidades de
melhoria, bem como saber o que está dando certo, o que foi e está sendo executado, favorecendo a transparência e a
justiça.

Planejamento e controle são como gêmeos siameses, vivem juntos, andam lado a lado. Quem é que, objetivando
edificar uma torre, não se dedicaria a fazer primeiro as contas dos gastos? Do contrário, poderia se tornar alvo de
escárnio. Bons médicos pedem exames detalhados para tomar suas decisões. Os gestores profissionais fazem o
mesmo: buscam tomar decisões racionais a partir de alternativas e critérios, mas geralmente baseados em informações
provenientes do controle. Planejamento e controle bem gerenciados são o diferencial de um gestor competente.

Depois de compreender a diferença e a importância dos planejamentos de curto e de longo prazo, você estará
capacitado a entender a organização da área financeira, bem como a tomar decisões racionais a partir do controle
financeiro. Em finanças, sabemos que não adianta ganhar muito dinheiro se não soubermos gerenciá-lo bem.

Referências
FREZZATI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

GELBCKE, E. R. et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas
internacionais e do CPC. São Paulo: Grupo Editorial Nacional, 2010.

HOJI, M. Orçamento Empresarial. 1. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.

MEGLIORINI, E., VALLIM, M. A. R. S. Administração Financeira: uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2009.

NASCIMENTO, A. M., REGINATO, L. (organizadores). Controladoria: um enfoque na eficácia organizacional. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2013.

PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica: Uma introdução à prática contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

PEREZ JUNIOR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de; SILVA, C. A. dos S. Controladoria estratégica: textos e casos práticos com
solução. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2013.

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Leia o artigo Gestão do Capital de Giro em Micro e Pequenas Empresas, de Marcos Antônio Barreto Trindade e outros
(2011), publicado na RACE: Revista de Administração, Contabilidade e Economia.

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