Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Confins
Revue franco-brésilienne de géographie / Revista franco-brasilera de geografia
22 | 2014
Número 22
A dinâmica de centralização e
descentralização politica e
administrativa e a revisão da malha
territorial municipal da região norte
do Brasil (1988 – 2010)
La dynamique de la centralisation et de la décentralisation politique et administrative et la révision de la structure territoriale
municipale nord du Brésil (1988 - 2010)
The dynamics of political and administrative centralization and decentralization and the revision of the municipal territorial
mesh of the northern Brazil (1988 - 2010)
Resumos
Português Français English
Este artigo1 tem por objetivo analisar as alterações na malha territorial municipal da Região Norte do Brasil
no período entre 1988 a 2010. A revisão da malha político – administrativa municipal no Brasil, se associa
diretamente à múltiplos fatores, entre os quais destacamos: as mudanças na ordem política e institucional
brasileira, principalmente, no que diz respeito a alternância de períodos de centralização e descentralização
político administrativa; a redistribuição da população no território e ao processo de urbanização. Esses
fatores foram significativos na Região Norte do Brasil. No período entre 1988 a 2010,a referida região
conheceu, em termos percentuais, o maior índice de crescimento do número de municípios no país, 119%.
Igualmente, presenciou profundas transformações demográficas: mudanças na distribuição populacional
com a interiorização do povoamento e a urbanização. As taxas relativas ao ritmo de crescimento da
população urbana na região foram superiores á média nacional
Cet article vise à analyser Les changements dans le tissu municipale dans la région Nord du Brésil de 1988 à
2010. L'examen de la boucle politique - administrative de la ville au Brésil, serait directement liée à de
multiples facteurs, parmi lesquels citons des changements dans l'ordre politique et institutionnel du Brésil,
en particulier en ce qui concerne l'alternance de périodes de centralisation et de décentralisation de
l'administration politique, la redistribution de la population sur le territoire et le processus d'urbanisation.
Ces facteurs ont été importants dans le Nord du Brésil. Dans la période 1988 à 2010, cette région a connu
en termes de pourcentage, le plus haut taux de croissance du nombre de municipalités dans le pays, 119%.
Également assisté à de profonds changements démographiques: changements dans la répartition de la
population avec l'internalisation de la population et l'urbanisation. Les frais relatifs au rythme de la
croissance démographique urbaine dans la région étaient au-dessus de la moyenne nationale
This article aims to analyze the changes in the municipal grid in the Northern Region of Brazil from 1988 to
2010. The review of the political loop - administrative city in Brazil, would be related directly to multiple
factors, among which include: changes in Brazilian political and institutional order, especially with regard
to alternating periods of centralization and decentralization of political administration, the redistribution of
population in the territory and the urbanization process. These factors were significant in Northern Brazil.
In the period from 1988 to 2010, this region experienced in percentage terms, the highest rate of growth in
the number of municipalities in the country, 119%. Also witnessed profound demographic change: changes
in population distribution with the internalization of the population and urbanization. Fees relating to the
pace of urban population growth in the region were above the national average
Entradas no índice
Index de mots-clés : Région du Nord - maillage municipal - dynamique territoriale
Index by keywords: Northern Region - municipal lattice - territorial dynamics
Índice geográfico: Região Norte, Brasil, Amazônia
Índice de palavras-chaves: Região Norte – malha municipal – dinâmica territorial
Texto integral
Visualizar a imagem
Créditos: Neli A. de Mello-Théry
1 O Município2 é uma organização jurídica e política e territorial que compõe a federação
brasileira. Muito embora constitua uma unidade político – administrativa que remonta o período
colonial, a estruturação da malha municipal brasileira ocorre somente a partir do século XX, por
meio do Decreto-Lei n. 311, de 02 de março de 1938, um marco legal de configuração do mapa
político do país, ao determinar a obrigatoriedade do mapeamento municipal e de definição de
seus limites3.
2 A evolução da malha municipal do Brasil, conforme LIMA (2010;35), é um elemento
fundamental para a compreensão da realidade territorial brasileira, uma vez que constitui um
traço central não só da história da divisão espacial do poder local no país, como também serve de
referência e, ao mesmo tempo, revela a dinâmica de ocupação demográfica, econômica e
territorial das diversas regiões ao longo do tempo. Trata-se, portanto, de uma referência
obrigatória para a compreensão da geografia brasileira tanto dos espaços territoriais
consolidados quanto daqueles de ocupação recente e em vias de consolidação.
3 Em outra perspectiva, as alterações na malha municipal, igualmente, expressa a dinâmica de
centralização e de descentralização politica e administrativa que tem marcado os diversos
ordenamentos jurídicos e político – institucionais brasileiros assim como as relações
intergovernamentais, entre o governo federal, os estados e municípios influenciado diretamente
na gestão territorial no país.
4 Este artigo tem por objetivo examinar a dinâmica da malha municipal da região norte do
Brasil focalizando as alterações ocorridas entre 1988 e 2010. Ainda que trata-se de um processo
associado a múltiplas determinações como mencionado anteriormente, relevamos três aspectos
como centrais na analise como uma contribuição ao entendimentos da dinâmica em causa: as
mudanças nas feições politicas e institucionais do pais (centralização e descentralização), as
alterações nas normas de definição das circunscrições politico - administrativas e o processo de
urbanização com a consequente alteração na distribuição espacial da população no Brasil e, em
especial na região norte. Antes porem, realizamos no apanhado no plano teórico, sobre a
municipalização do território assim como realizamos analise sobre os fatores que participam e
influenciam na revisão da malha politico – administrativa.
29 Por outro prisma, o processo de criação de novos municípios envolve e interessa, de perto,
atores sociais em outro nível escalar, a escala estadual. No Brasil, coube, a partir de 1988 às
Assembleias Estaduais a definição de critérios de criação de novos municípios, o
acompanhamento e a aprovação dos pleitos emancipacionistas. No seu conjunto, essas medidas
institucionais estimularam a emergência de movimentos emancipacionistas em todos os estados
brasileiros.
30 A legislação permissiva criada na maioria dos estados brasileiros, com requisitos poucos
exigentes, passa a revelar o espírito “municipalista” das Assembleias legislativas estaduais. A
criação das Comissões de Estudos Territoriais aponta para uma relação aparentemente
significativa no intuito do legislativo estimular o municipalismo como fator de desenvolvimento
das diferentes regiões dos estados. As emancipações municipais passam a ser consideradas pelos
parlamentares como medidas amplamente favoráveis ao desenvolvimento político, econômico e
social das novas coletividades. Esses processos políticos e institucionais são reveladores da
natureza clientelística de parte substancial das emancipações que ocorreram no país. As
emancipações distritais no âmbito das Assembleias Legislativas Estaduais, denotam a
necessidade premente dos deputados em ampliar o seu campo de atuação política.
31 A análise dos interesses envolvidos nas alterações na malha municipal, revela também a
dimensão econômica do território. Em geral, a redivisão político – administrativa é fruto de
estratégias de atores sociais diferenciados cujo maior intuito é a apropriação dos recursos
econômicos contidos no território em causa. Duas perspectivas podem ser destacadas:
32 Em primeiro lugar, o Território é sinônimo de recursos econômicos e a redivisão do território
como fruto de interesses econômicos e na perspectiva de viabilização econômica territorial de
novas municipalidades. Dependendo do contexto espacial de análise, está em jogo recursos
provenientes de royalties e compensações financeiras, no caso de municípios localizados em
áreas de influência de projetos hidrelétricos, petroquímicos, mineradores . A instalação de
fábricas e unidades industriais, comerciais que ampliam a dinâmica econômica territorial e por
esse curso a arrecadação através do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços(ICMS)
transformam espaços que mobilizam interesses econômicos locais, cujo sentido é a apropriação e
o usufruto do excedente econômico gerado. Em alguns casos no Brasil, a influência desses
mecanismos ou induziu a criação de novos municípios e/ou induziu ao remanejamento dos
limites e das configurações territoriais municipais da área de abrangência geográfica dessas
atividades.
33 Em segundo lugar, o Fundo de Participação dos Municípios(FPM) motiva redivisões
territoriais. No Brasil, esse fundo viabiliza a maioria dos municípios brasileiros. Tendo como
base de calculo o aporte demográfico dos lugares, o tamanho da população determina o índice de
arrecadação municipal. Nesse caso, a população é um verdadeiro trunfo como acentua Claude
Raffestin(1993).
34 Em todo o caso, e preciso considerar que as alterações na malha politico – administrativa
municipal de um pais e, especificamente, do Brasil depende de mudanças na ordem politica e
institucional do pais. Daremos especial atenção a essas mudanças considerando o papel
relevante das normas e regras que dimensionam a configuração politica e administrativa do
território.
Centralização, Descentralização e
Municipalização
35 Considerando o primeiro fator, o contexto político nacional e a ordem institucional, no Brasil,
tem se expressado, em muito pelos processos de centralização do poder, dos recursos e decisões e
de descentralização. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,2010),
apesar do grande dinamismo da malha municipal brasileira, há períodos em que novos
municípios são criados em grande quantidade, e outros períodos nos quais esse processo é
bastante reduzido.
36 O Atlas Nacional do Brasil Milton Santos (2010)14 aponta que os maiores aumentos em valores
absolutos do número de municípios ocorreram ao longo das décadas de 1950, 1960 e 1990. Já em
termos percentuais, as maiores elevações ocorreram entre 1950 e 1960 (32%), e entre 1960 e
1970 (30%). Observa-se um vinculo estreito entre as mudanças de natureza política e
institucional no país e a intensidade da alteração no quadro municipal brasileiro. Conforme
Hervé Théry(2008;p.48-49)15:
37 “Novos municípios têm sido criados ao longo de toda a história do país, mas em ritmos
variáveis, e alguns episódios importantes se destacam, como se a cada período forte da vida
política correspondesse uma onda de criação de municípios: foi o caso na proclamação da
Independência (1822), na proclamação da República (1889) e no restabelecimento da
democracia, após a queda do regime autoritário do Estado Novo (1945). Mas, se esse período de
regime democrático foi rico em emancipações, não foi o caso do regime militar (1964-1985),
quando poucos novos municípios foram criados, embora dezenas de milhares de quilômetros
quadrados de terras novas tivessem sido então conquistados, especialmente na Amazônia. Com a
volta ao poder dos civis, o impulso de independência tomou um novo vigor. Fortalecido pelas
frustrações acumuladas, quando a Constituição de 1988 facilitou a emancipação de novas
comunidades, a curva tomou, nos anos 1990, uma forma exponencial” (THÉRY,2008; p.48-49).
38 A emancipação municipal é matéria regulamentada pelas Constituições Federais e, conforme
sua determinação estendida às Constituições Estaduais. Em 1940 vigia a Constituição Federal de
1937 e o Decreto Lei n. 311, de 1938. Os dois períodos seguintes, 1950 e 1960 vigorou a
Constituição Federal de 1946, compreendida como a Constituição Federal municipalista
(LIMA,2010).
39 Durante os vinte anos de ditadura militar, 1964 a 1985, o número de municípios criados foi
praticamente insignificante dado o fato de que a competência sobre a redivisão territorial passou
a se constituir função do governo central. O papel do município na vida política e socioeconômica
brasileira foi diminuído, isto porque uma nova ordem política no país foi instituída por meio da
Constituição Federal de 1967 e Emenda Constitucional n. 1, de 17 de outubro de 1969. Em ambas,
destacam-se a concentração do poder na esfera federal em detrimento dos estados e municípios e
forte preocupação com a segurança nacional.
71 BREMAEKER (2001) destaca que no período intercensitário entre 2000 e 2010, apenas 58
municípios foram instalados. Porém, é importante enfatizar que a criação desses municípios
ainda seguiu as regras que antecederam a Emenda Constitucional n. 15/1996.
72 Quanto a tipologia dos municípios, a maioria (87,93%) são pequenos considerando tamanho
populacional. São municípios com população entre 2 mil a 10 mil habitantes. 8,62% do total são
municípios com população entre 10 mil a 50 mil habitantes. Apenas dois municípios são de
grande porte demográfico (3,45% do total). Uma delas possui entre 50 mil e 100 mil habitantes e
outra possui entre 100 mil e 200 mil habitantes (BREMAEKER,2010).
73 Na região Norte do Brasil (Mapa 1), em 2010, existiam 434 municípios. Em 1980 existiam 203
unidades político – administrativas (municípios). Entre 1980 e 2010 foram criados 221
municípios. Em termos percentuais, Rondônia, teve o maior incremento. De sete municípios em
1980, hoje apresenta 52. A que deve esse intenso processo de emancipação? Vários fatores,
certamente, participam dessa alteração na Malha político-administrativa da região Norte do
Brasil. ROCHA (2008; ROCHA, 2009), destaca que além de fatores de ordem política e
institucional, participam fatores como a organização de atores sociais, motivados principalmente
por interesses econômicos e políticos.
74 As novas frentes de povoamento e as ações públicas de estruturação do território e seus efeitos
como a urbanização são importantes fatores a considerar. Em outros termos, entre 1970 e 1990,
principalmente, as políticas públicas induziram a transformações profundas a estrutura espacial
regional. Não somente alterações na base produtiva e no uso do território, mas principalmente, o
processo de interiorização do povoamento, acelerou a urbanização do território. Povoados, vilas
e cidades se multiplicaram em todas as unidades da federação da Região Norte, com
intensidades e abrangência espacial diferenciada.
Fonte: IBGE, Censos Demográficos, 1991 e 2000.
Bibliografia
BECKER, B. A Crise do Estado e a Região: A Estratégia da Descentralização em Questão. In: Revista
Brasileira de Geografia. 1984.
BOBBIO, N. ET ALL. Dicionário de Política. Brasília: Edunb, 1993.
BRASIL. Para Pensar a Política Nacional de Ordenamento do Território. Brasília: Ministério de Integração,
2005.
BREMAEKER,F., Evolução do quadro municipal brasileiro, 1980 a 2001.Rio de Janeiro: Ibam, 2001.
BRUNET,R. (DIR.), FERRAS, R. ET THÉRY,H. Les mots de la géographie : dictionnaire critique,
Montpellier, RECLUS,1992, 470 p. (ISBN 2-11-002852-1), p. 29.
CASTRO, I.E. O espaço político local como condição de construção (mas também de negação) da
democracia. In: Silva, J. B. Et all. Panorama da Geografia Brasileira. Vol. 1. Anpege/Annablume, 2006.
CATAIA, M. A. A geopolítica das fronteiras internas na constituição do território: o caso da criação de novos
municípios na região centro-oeste do Brasil durante o regime militar. Revista eletrônica de geografia
yciências sociales.Universidad de Barcelona, 2006.
DANIEL,C. Poder local no Brasil urbano.In: Espaço & Debates 24 - Poder local. Núcleo de Estudos
Regionais e Urbanos, São Paulo, 1988. 124 p.
DEMYK,N Bourgeoisies locales, pouvoir et espace em Amerique Latine. Chiers de l´Amerique Latine.
Credal-CNRS.1983, p.33-41.
FERRÃO,J. A Emergência de Estratégias Transnacionais de Ordenamento do Território na União Européia:
reimaginar o espaço europeu para criar novas formas de governança territorial? Revista Eure, Vol. XXIX, n.
89, p. 43-61, maio de 2004.
DOI : 10.4067/S0250-71612004008900003
FERREIRA DE MELLO, O. Aspectos Jurídicos e Institucionais do Planejamento Microrregional. Sudesul.
Porto Alegre: Ministério do Interior, 1972.
HAESBAERT, R. Os Gaúchos no Nordeste: Desterritorialização-Reterritorialização. Tese de Doutorado.
Universidade de São Paulo,1995.
HASBAERT,R. O Mito da Desterritorialização: Do “fim dos Territórios” a Multiterritorialidade. Rio de
Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 2004.
JESSOP, B. The future of the capitalist state. Cambridge: Polity Press, 2002.
KLEIN, J-L. Les Limits de la Régulation: Crise de Eta-Nation et Gestion Local. In: LEVY,J. Géographies du
Politique. Paris: Press de la Academie Nationale de Siciebces Politiques, 1994.
LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. Sao
Paulo. Alfa-Omega, 1975. 270 p.
DOI : 10.1017/CBO9780511759802
LÉVY, J. El Espacio y lo Político: Una Geografía de la Legitimidad Social. In: Documents d'Analisi
Geográfica, nº 11,1987.
MERLIN,P. ET CHOAY,F. (dir.), Dictionnaire de l'urbanisme et de l'aménagement, Paris, PUF, 2000, 3e
éd., 902 p. (ISBN 2-13-050587-2), p. 38-43.
DROULERS, M. e LE TOURNEAU, F-M. Amazonie : la fin d’une frontière ? Caravelle, Cahiers du Monde
hispanique et luso-brésilien, 75 (2000) 109-135.
MESQUITA,Z. Antenas, Redes e Raízes da territorialidade. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo,
(1991).
RAFFESTIN, C. Por uma geografia do Poder. São Paulo: ed. Ática,1993.
ROCHA. G. M. A municipalização do território na Amazônia: fundação de cidades e a criação de novos
municípios no estado do Pará (1982 – 1996). Belém: Numa/Edufpa. No prelo.
ROCHA, G. M. A construção da usina hidrelétrica e a redivisão político – territorial na área de Tucuruí.
Tese de Doutorado. Usp.São Paulo, 1999.
ROCHA, G. M. Município e Território. Belem: Nucleo de Meio Ambiente/UFPA, 2011.
ROCHA, G. M. Usinas hidrelétricas, apropriação dos recursos hídricos e o desenvolvimento regional. In:
Aragon, L. e Glusener-Godt, M. A problemática do uso local e regional da água da Amazônia.
Naea/UFPa/Unesco.2003.
RÜCKERT, A. A Política Nacional de Ordenamento Territorial, Brasil: Uma Política Territorial
Contemporânea em Construção. Revista Electrônica de Geografía y Ciências Sociales. V. XIn. 245(66),
2007.
SANTOS (1996:253): SANTOS,M. A Natureza do Espaço. Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo:
Hucitec, l996.
THÉRY, H. As Malhas Territoriais Brasileiras: uma construção histórica e social. In: Revista Vivência, n. 33,
2008, p.43 – 54.
SWYNGEDOUW, Eric. Neither global nor local: ‘glocalization’ and the politics of scale. IN: COX, K.R.
Spaces of globalization: reasserting the power of local. New York/London: The Guilford Press, 1997, p. 140.
Notas
2 o município é a menor unidade territorial brasileira com governo próprio, é formado pelo distrito-sede,
onde acha-se localizada a cidade, que é a sede municipal e que leva o mesmo nome do município e, que
corresponde à zona urbana municipal e; também, pelo território ao seu entorno, a zona rural municipal,
que pode ser dividida em distritos, cuja maior povoação recebe, geralmente, o nome de vila. (PINTO, 2003,
p. 29).
3 BRASIL. Atlas Nacional do Brasil Milton Santos. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de
Janeiro, 2010.
4 HASBAERT,R. O Mito da Desterritorialização: Do “fim dos Territórios” a
Multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 2004.
5 ROCHA, G. M. Município e Território. Belem: Nucleo de Meio Ambiente/UFPA, 2011.
6 FERRÃO,J. A Emergência de Estratégias Transnacionais de Ordenamento do Território na
União Européia: reimaginar o espaço europeu para criar novas formas de governança
territorial? Revista Eure, Vol. XXIX, n. 89, p. 43-61, maio de 2004.
7 BRASIL. Para Pensar a Política Nacional de Ordenamento do Território. Brasília: Ministério de
Integração, 2005.
8 BRUNET,R. (DIR.), FERRAS, R. ET THÉRY,H. Les mots de la géographie : dictionnaire critique,
Montpellier, RECLUS,1992, 470 p. (ISBN 2-11-002852-1), p. 29.
9 MERLIN,P. ET CHOAY,F. (dir.), Dictionnaire de l'urbanisme et de l'aménagement, Paris, PUF,
2000, 3e éd., 902 p. (ISBN 2-13-050587-2), p. 38-43.
10 RÜCKERT, A. A Política Nacional de Ordenamento Territorial, Brasil: Uma Política
Territorial Contemporânea em Construção. Revista Electrônica de Geografía y Ciências Sociales. V.
XIn. 245(66), 2007.
11 JESSOP, B. The future of the capitalist state. Cambridge: Polity Press, 2002.
12 SWYNGEDOUW, Eric. Neither global nor local: ‘glocalization’ and the politics of scale. IN: COX, K.R.
Spaces of globalization: reasserting the power of local. New York/London: The Guilford Press, 1997, p. 140.
13 Conforme o geografo canadense J-Luis KLEIN, selon notre hypothèse, la désagrégation de l'Etat-nation
s'inscrit dans une dynamique de régulation et de gestion du social. Rappelons que la régulation peut être
définie comme le processus par lequel une cohésion sociale s'établit malgré les conflits et par lequel le
capitalisme se reproduit au travers de ses contradictions. La régulation n'est possible que lorsque les
rapports sociaux se configurent de façon stable. KLEIN, J-L. Les limites larégulation: crise de FEtat-nation
et gestion du local. EspacesTemps 43-44/1990, pp. 50-54.
14 BRASIL. Atlas Nacional do Brasil Milton Santos. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de
Janeiro, 2010.
15 THÉRY, H. As Malhas Territoriais Brasileiras: uma construção histórica e social. In: Revista Vivência,
n. 33, 2008, p.43 – 54.
16 BRASIL. Lei Complementar n. 1, 9 de novembro de 1967.Presidência da república, D.O.U, 10.11.1967.
17 Ver CATAIA, M. A. A geopolítica das fronteiras internas na constituição do território: o caso da criação
de novos municípios na região centro-oeste do Brasil durante o regime militar. Revista eletrônica de
geografia yciências sociales.Universidad de Barcelona, 2006.
18 MASSOLO, Alejandra. Em direção às bases: descentralização e município In Espaço e Debates - Revista
de Estudos Regionais e Urbanos. São Paulo: Parma Ltda, 1988. Ano VIII, nº 24, p.40-55.
19 Segundo ALMEIDA(2004) no contexto da luta contra um regime autoritário de fortes traços
centralizadores, a descentralização se tornou, para as oposições, sinônimo de democracia, de devolução à
cidadania da autonomia usurpada pelos governos militares. Segundo a percepção oposicionista dominante
na época, a descentralização era condição para o aumento da participação, e ambas compunham uma
utopia democrática cujo horizonte remoto era o autogoverno dos cidadãos. ALMEIDA, M.E.T. Federalismo
e Políticas Sociais. RBCS, n28, ano 10, Jun/95.
20 TEISSENRENC,P. Le Territoire de L´Action Publique. In: Rocha, G.M. Magalhães, S.M.B. e Teisserenc,
P. Territórios de Desenvolvimento e Ações Publicas. Belém: Edufpa, 2009.
21 O conceito de município no Brasil se associa diretamente ao conceito de cidade desde o Período do
Estado Novo. SOUZA (2010;28), acentua que oficialmente a cidade, independente de seu tamanho, é a sede
de um município. É o local onde se projeta e se exerce o poder sobre um território, o município. Segundo o
autor, “... os núcleos urbanos são as cidades e as vilas, sendo que as primeiras são sedes de municípios e as
segundas são sedes de distritos (subdivisões administrativas dos municípios). E, de fato, nenhum outro
conteúdo se associa a essa “definição” brasileira oficial de cidade e de vila: é certo, sem dúvida, que uma
vila, que sedia um simples distrito, é menor que uma cidade, que sedia todo um município; mas, a elevação
de uma vila à categoria de cidade, na estreira da emancipação do distrito e criação de um novo município
(pois, se um município pode comportar vários distritos e, portanto diversas vilas, não pode haver um
município com duas cidades), é um processo eminentemente político.”(SOUZA, 2010;29)
1 Este artigo apresenta resultados do projeto de pesquisa: ROCHA, G. M. Estudos de Viabilidade
Municipal. Analise e Proposições para o Ordenamento do Território na Amazônia Brasileira.
Relatório de Pesquisa. Edital. n. 14/2011. CNPq.2013.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/9801/img-1.jpg
Ficheiro image/jpeg, 32k
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/9801/img-2.png
Ficheiro image/png, 23k
Créditos Fonte: IBGE, Censos Demográficos, 2000 e 2010.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/9801/img-3.jpg
Ficheiro image/jpeg, 52k
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/9801/img-4.jpg
Ficheiro image/jpeg, 48k
Créditos Fonte: IBGE, Censos Demográficos, 1980 a 2001.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/9801/img-5.png
Ficheiro image/png, 26k
Créditos Fonte: IBGE, Censos Demográficos, 1991 e 2000.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/9801/img-6.png
Ficheiro image/png, 3,4M
Autor
Gilberto de Miranda Rocha
Geógrafo, Doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Professor da Universidade
Federal do Pará: Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO) e Programa de Pós-Graduação em
Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia (PPGEDAM), gilrocha@ufpa.br
Direitos de autor
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/