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Carta à Juventude

Malditos os que fazem da juventude um instrumento de guerra, que lhes negam o conhecimento
dizendo não ter vagas nas universidades.
Malditos os que vendem o destino e fazem da pátria um puteiro, onde o dólar com sua
inteligência come a virgindade e a consciência;
estes pararão um dia, em nossa mágica utopia de jovens guerreiras e guerreiros. 
Aos que traficam ilusões, fazendo da juventude massa esquartejada com o objetivo único de
frustrar carreiras ainda por nascer.
Aos que se agarram ao mercado mundial para alimentar o capital matando todas as soberanias;
aos que fabricam fantasias e usam as drogas como escudos, aos que pensam que assim podem
tudo, haverão de parar em nossa rebeldia.
Estes que usam da violência para matar os sonhos, e levam das nações suas riquezas, que
comem todas as certezas, investem os esforços em novas tecnologias, enquanto o povo como apenas
uma vez por dia, pagando com a vida a crueldade;
eles que acreditam na luxúria, pararão um dia em nossa fúria, que corre em busca da
solidariedade.
Aos que desconstroem a história feita, impedem que façamos as colheitas e buscam os produtos
importados;
aos que já vêem o trabalho eliminado e acreditam na especulação, sentirão a justiça, pois,
chegará o dia em que o jovem acreditará que o caminho é a revolução.
A todos os que pensam que as fronteiras não existem, e fazem dos países um só tapete para o
capital,
estes que se dizem do "bem" para combater o "mal", que perseguem a natureza e a matéria
prima; saberão o que é o enfrentamento, quando a juventude unificar o pensamento e resgatar em si a
auto-estima.
E os parasitas que vivem de orgias, que penetram as consciências com insanas ideologias e
fazem da juventude bravos consumidores.
Aos que da terra julgam-se senhores, que dividem o mundo em raças e religiões; eles que
acreditam nos canhões e se agarram às torneiras do petróleo, sentirão o peso de nosso repertório, nas
formas de lutas que unificam todas as nações.
Aos que degradam a democracia, fazendo da juventude apenas eleitores, e se apegam ao
princípio da "Ordem de Direito". Aos que pensam fabricar o futuro deste jeito, enquanto se divertem nos
escombros da paciência, saberão pela desobediência, o que é da história ser sujeito.
Aos que apostam na exploração e na eternidade do capitalismo que transformam a utopia e o
socialismo, em imensas frustrações;
que iludem grandes multidões com as farras dos shoppings e das novelas, terão de apertar a
própria goela quando despertar a fúria das nações.
E assim veremos florir os girassóis, ouviremos canções de liberdade, viveremos em uma grande
sociedade, onde florescerão todas as virtudes. Sentiremos o pulsar de cada coração e a igualdade não
terá fronteiras; no dia em que a nossa bandeira estiver nas mãos da juventude.

Ademar Bogo

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