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CADERNOS 2017 O DITADOR

Jorge Caixote Xojacó

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Dedico estas páginas à população alienígena do
planeta Terra

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O Ditador pág. 09

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Não se pode gostar do povo português. Como
Dom Carlos disse, isto é uma piolheira. E como
de fato os piolhos infestam há mais de cem
anos, levando a uma existência económica da
miséria onde a riqueza se compara exatamente
à escuridão do século dezanove. Este piolho de
pequena estatura alimentando-se das suas
vitimas, mouro e intriguista, assemelhando-se a
macacos horripilantes ávidos do seu território
por eles próprios usurpado.
E são este nefasto povo cúmplice do crime
continuo da propriedade, daqueles que
realmente eram portugueses, estes piolhos do
empobrecimento nos lugares do poder com o
seu aspeto de talhantes a usufruírem nas suas
repugnantes carcaças da vida palaciana.
Todas estas bruxas emancipadas, todos estes
bruxos aburguesados nos pináculos da sua
condição fisiológica de abrolhos e obra
inestética. Os piolhos da atrofia e da estupidez.
Não podemos gostar deste povo a quem apenas
a pocilga apraz.

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A estrutura arquitetónica encerra o primeiro
período de Os Portugueses com a obra de D.
Afonso Henriques. O período Os Portugueses
culmina com D. Manuel I e D. João III, Os
Portugueses desaparecem e as edificações são
feitas pelos Filipes de Espanha.
Bem instalados Os Braganças desenvolvem
coloridas edificações e reformulam cidades
vitimas de terramotos. Ante Napoleão e após as
crises económicas vindas da Bavaria os cofres
do país levaram a convulsões e investiu-se no
comboio.
As estruturas são agora construídas pelo
Estado Novo e toda a sociedade se baseia nesta
arquitetura.
Com a democracia a construção civil e as
estruturas tiveram um peso enorme, sendo a
adaptação a uma Europa desenvolvida.
Com a crise económica derradeira os pinhais
são mais combustíveis e a manutenção das
infraestruturas está em causa, talvez se terá
poupado no cimento. Sendo a paisagem a
meteorização da prótese económica.

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Num país indecente, com uma assembleia de
carrascos, onde a força impõe o medo e a
mentira, são todos anjos glorificados. Derivam
dos porcos e do esterco. Afirmam-se como
grandes senhores para fugirem à miséria
imposta, mas são apenas funestos ditadores
com máscaras do demónio. Apenas sustentam a
pocilga onde vivem e não deixam viver.
Vendem-se por uma côdea e vivem da
ladroagem, a sua existência é apenas tortura e
homicídio. Comam e bebam seus canibais
nascidos das vossas horroríficas putas.

A estrebaria Universidade de Coimbra está à


venda, os emplastros dos seus dirigentes não
querem dar o cu ao manifesto, não querem
assumir a responsabilidade sobre os passivos.
Funcionando apenas com cultura de telenovela
e na apologia da virgindade, os respetivos
antropófagos são cúmplices de gerações com
palas de burro e de fanatismos acerbados do
fascismo.
As suas criancinhas imaculadas e raquíticas,
assombradas pela estupidificação, são todas
destinadas aos respetivos tachos deliberativos
da náusea da nação. A cambada de filhos do
esterco vergados a essa instituição, ladra dos
fundos públicos para criar os capatazes da
tortura.

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Os abutres sanguinários e a população de
pulhas, explora o mauzinho do estudante que
abita em condições precárias como um ser
miserável de épocas medievais. Quem não se
submete à espelunca e à oratória comum, é
apagado da existência.
Esses edifícios cavernosos erguidos na colina
sobre o Mondego, prisões de badamecos cheios
de eletividade e importância, onde programam
os seus lacaios para exercerem as suas
ditaduras e a malignidade da ciência, o
charlatanismo.

Um barco com dois mastros navega em mares


de mil léguas. Sete marinheiros mentem-no no
mar revolto, o capitão fuma cachimbo com as
botas em cima dos mapas. A caldeirada é
servida com laranjas, regada com vinho e
digerida com fumos da Arábia.
O mar fica choco e oleado, a neblina cai,
surgem os tubarões. Como combinado atiram o
capitão à água e ficam a dançar enquanto este é
devorado. Agora com o pecúlio do balofo capitão
só lhes resta ir para Hamburgo.

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A tenente Heliopes Fernandez andava à caça
de fumadores, quando um texugo-gigante lhe
para o carro. Começou a falar com o texugo de
três metros e dez. Pediu-lhe a licença de texugo-
gigante e perguntou-lhe donde vinha.
Ele vinha da aldeia onde tinha estado no bar
a falar com uma formiga e um homem
transmutado.
Não o largava, até o radar começar a apitar.
Já tinha a mão da tenente no ânus onde
guardava quatro cigarros.

Devia existir uma legislação para casamentos


a prazo. Por exemplo num casamento a prazo
de dois anos a propriedade não seria divisível.
No caso de progenitura a propriedade seria toda
do filho gerida pelos pais até a maioridade.
No casamento a prazo prevê-se o fim da
relação. Na sociedade moderna deve-se apoiar a
interação entre os cidadãos, o casamento a
prazo é um contrato de livre redação.

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O celebre cobrador no caixão entra sempre
pela janela, provocando graves danos de
alvenaria. Instala-se com o seu cheiro de
putrefação apresentado as papeladas. Os
vapores põem o secretariado de língua verde e
provoca a histeria do choro. Após as contas
feitas rebenta com os telhados e sai a voar.

Na loja dos ajustes-de-contas e das contas do


casino, deambulavam à porta os carteiristas e
outros vilões cheios do alheio. Lá dentro a
mercadoria são garças embalsamadas, umas a
rir outras a chorar.

A caracterização do veneno
No crápula repugnante
Dos chás da loucura
Da intriga da multidão
O bruto arreda
Porque quem não arreda cai
Caracterizado de mauzão
O sem-abrigo do SPA
O cadáver das mulheres más
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Acamado na opinião gastronómica
O inaceitável, a má figura

Estou na sala de ambientação do viagra


numa casa de putas de reputação monástica,
mas necessária, vendi a alma ao diabo e
aquecem-me os ossos da carne. Mas já nem o
viagra aquece, o coração principal é precipício
dos céus pintados num fresco invertidos de
habitantes alados.
A geometria cúbica na força da luz em
crescente de clonagem nas nuvens sem água.
Num ápice engolido pelos desertos bebendo chá
com fundamentalistas homossexuais.
Descoberto como um porco e assado como
carne de cabra à porta da mesquita. Em arde-o
harém nuns sapatos risonhos pontiagudos
brancos e dourados. Os cubos expandem-se a
partir do centro contendo planetas simétricos
em contato

Já não é necessária a politica partimos tudo e


depois fazemos novo. Agora as frágeis
infraestruturas são ótimas. É a maquinação dos
novos estados existenciais viverem o futuro
utilizando as antigas tecnologias
autodestrutivas. Afinal as consequências do
superconsumismo não são visíveis. Estamos
reduzidos a uma população exótica e bem
alimentada.
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Só seria benéfica corporalmente uma
sociedade onde os seres atingissem a
independência económica por volta dos
dezassete anos de idade. Na revolução
industrial a remuneração vinha ainda mais
cedo. Hoje vive-se como despesa durante a
parte mais saudável da vida. Pensa-se apenas
como suster a explosão demográfica. Tornando
o corpo sem semente e determinando a
sobrevivência como exclusiva. Nós já não somos
nós, vivemos com o triplo do carbono e
comemos no sistema nutritivo comida
inventada.

O sistema de evacuação de cadáveres entrou


em rutura, tratava-se de um túnel direto em
direção à morgue, à igreja ou outros locais
apropriados. Agora os próprios mortos vão a pé
pelo meio da multidão levantando-se do seu
leito de morte.

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A família portuguesa ou as famílias
preponderantes da sociedade defecada e
integramente miserável de Portugal, agem como
máfias criminosas nos lugares chaves. Todos
esses herdeiros da tortura e maquiavelismo do
Estado Novo, todas essas vacas manipuladoras,
através da repressão da sociedade civil, detêm a
vontade medíocre sobre qualquer pessoa contra
os seus interesses.
Podres e porcos, cheios com o pecúlio do
roubo, com o nome da monstruosidade dos
seus antepassados. Cheios de chacina pelos
seus tostões, dominam os lugares públicos e
privados tornando a democracia num local
fétido e irreconhecível. As máfias de Leste e
italianas com certeza não conseguiriam
melhores jogadas ou mais suja maquinação.
Todas estas nefastas criaturas fazem o jogo
do Mundo só para ricos, o Mundo para aqueles
com o dinheiro tudo podem justificar. Para eles
a miséria é a primeira necessidade para
alimentar as Osgas e determinar o território
dessas famílias malparidas e influentes. Aliás a
democracia só existe para aqueles que recebem
votos e para os honrosos nomes derivados do
fascismo. Todos esses duvidosos milionários da
Covilhã, disseminados por este país,
negociadores de cadáveres através dos seus

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títulos universitários, apenas para justificarem
o dinheiro para meter pneus novos.
Todas essas causas publicas e privadas nas
mãos de crianças traumatizadas e frustradas de
verem a sua horribilidade ao espelho. São
carregadoras das suas botas de poceiro, do
esterco da sua existência e da merda que
procriam. Nos seus carros de luxo, cheiram mal
num país de retrete e de democracia abstrata.
Essas máfias estão por todo o lado desde o
Estado e as forças policiais, não passam duma
populaça oportuna e criminosa.
E seguem todos como exemplo, oportunistas
identificados em todos os quadrantes políticos,
são todos eles Afonsos Costa e revolucionários
negociantes de órgãos e de vidas, para
justificarem a virgindade da sua progenitura, as
suas mansões e os seus carros de alta
tecnologia, sim de todos os quadrantes
políticos.

O problema é qual a verdadeira Fátima. Será


aquela que faz pensar muitos homens, ou
apenas a profeta filha do profeta Maomé. Perde-
se no tempo o nome de Fátima no judaísmo e
nas origens. Sendo assim a mão-de-Fátima e o
olho-de-Fátima uma alucinogénia ritual
primitiva.

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Agora não se criam amizades, apenas sim
inimigos. Vivemos uma completa repulsão por
todos os outros seres humanos, não somos só
nós, mas um todo completo que se evita. Não
basta o arrependimento aos atos passados
como a culpabilização de tudo e de todos.
Temos agora de ser as mais honrosas ovelhas
de um rebanho privado. A sociedade torna-se
quase incestuosa na veneração da família,
estamos todos fechados como num
bombardeamento com medo uns dos outros.
Não podemos dizer, queremos só divertirmos
um pouco ou passar um bom momento.

A sociedade da tia e da sobrinha dominante.


A tia manda comprar batatas, enquanto assina
despachos, a sobrinha encomenda flores pelo
correio. Num mundo perfeito onde existem
apenas pessoas felizes e obedientes. Toda a
reciclagem foi otimizada em cem porcento e os
animais domésticos funcionam a pilhas e
uniformemente são coelhos.

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O chauffeur nas ruas vazias, onde aparecem
as minissaias da nova geração por entre as
paredes cinzentas de uma atmosfera pesada.
Conduz o felino a comer bacalhau.

Interseta no alvo o lazer e o foco intermitente


O azul cerúleo esmaga-se na cara na sua cor
Os emissores são esmagados em fogo metálico
Os espaços descontínuos unem-se na forma

Dimensões observam dimensões únicas


Umas guerras contínuas, outras verdejantes
De viagens em abóbodas de universos
Da gula da antigravidade e do espaço

Nas profundidades de ossadas do lodo


Caronte sem manto na sua vida da morte
Com mil Satanases voando nos seus ossos

A combustão solar do fim em batalha


Das Urcelas fugidas nos elementos
Vergam de erro com o fluor da condenação

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Aos generais ávidos de guerra
No Mundo onde todos temem
Cefalópodes nos botões do singular
Antropófagos dos desarmados
E dos inocentes culpabilizados

Da sua escolha nepotista dos carecas


Da sua imparcialidade abstrata
O aniquilador zero negativo
A proteção do soldado irracional
A energia da informação maligna

A sua existência paramilitar


Dos egos da malicia do trauma
As botas na lama dos peões
A hierarquia do óleo do pistão
O monopólio da água e do pão

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A velha virgem veio do monte
Grávida da paisagem da tortura
Pariu o diabo com cu de falo
Nasceu o gonídia vermelho
Aquele que queima
O mais desejado profeta
Das entranhas da terra
Desse ventre em fogo crematório
Sobre a terra esse Ormuz
Da combustão do interespaço
Acelerado no interior do Sol
Voraz como a morte
Das oliveiras e das azeitonas
Para empalhados em pele de porco
O fenómeno da vaca rara
Num deserto ardente
De um só Oásis
Onde ninguém consegue entrar

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A guerra civil está no auge. As forças
feministas de Lisboa a Infanticida estão em
plena batalha em Forno de Algodres,
bombardeiam as forças de Coimbra O
Matadouro. A morte é uma vulgar maldição
entre balas e raios, os esventrados são
montículos nas trevas. Vindo da originalidade
cavaleiros imortais aparecem clonados das
neblinas do húmus.
São os Onitáculos, melhores guerreiros com
tecnologia para matar o inimigo mais avançada.
Assim a batalha cessa e é edificado um grande
centro de união. Uma divindade angélica sobre
a terra, as seivas da eternidade.
Uma nova sociedade piripiri nasce no espaço
vazio da escuridão e eletricidade. A mediava
alidade afrodisíaca refloresce em ouro e
banquetes, a galinha é a primeira devoção
nacional.

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Como sendo o último arroto da vida
Um cordão umbilical com tumores
As fezes num penico abandonado
Estrelas para além da distorcida vida

A evaporação da precoce humanidade


O último prazer com desejo a alcançar
Para o Mundo acabar para essa vida
Para a barca guerrear o dragão azul

Terra seca sem semente e ouro


Dos náufragos perdidos no mar
A voz da tristeza ecoa do granito

Só mais uma vez, a hormona da carne


Dos infernos ou dos céus, apenas tocar
E mais uma vez o cosmos iluminar

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O báculo de Santanas empurra sempre
E caie-se no segundo degrau para a existência
São necessários aos céus e às fornalhas
Para o magma das profundezas

Não restarão partículas da agonia


Nem neste mundo nem no outro
Jamais a luz do Sol à vida desolada
Apenas irmão dos esqueletos
Na negritude do Universo encalhado
Quando se dança perante o Inferno
Das chamas industriais sem cemitério

Dos impactos atómicos, dos espetros


Dos náufragos do além esquecidos
Das terras azuis já sem ninguém

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A inflexão da existência
O processo bíblico
O paradigma da continuidade
A multidão assexuada
O ouro cai das nuvens
Num Mundo da raridade
Assim a religião é geral
A imortalidade morre
E já ninguém sabe das almas
O magma engole-nos no fogo
Como estátuas ao Sol
Apenas fica a criação do Universo
Serão essas as cinzas da ocorrência

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E então todos chegaram à conclusão, há
gente a mais, as pessoas são muitas. Os
pensadores da riqueza geral e defensores do
valor da vida humana são submergidos. Para
todos os efeitos a existência é que todos nós
somos muitos, o futuro não será expansivo, no
presente onde apenas se realiza com a caça ao
macaco.

Daquela ampla janela observava o edifício. A


morte deambulava-se por detrás, todos
trabalhavam para a morte. Não havia Deus, não
tinha teto e a chaminé deitava fumo.

Estava sentado no vazio invernoso do jardim


do Bambi. Apareceu um hippie de leiria, um
cota com mais de sessenta anos. Era preto e
branco, mais branco que preto. Desapareci a
caminhar depois de uma pequena conversa.
Tinha comprado uma morcela da região.
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A mulher que deveria ser um eletrodoméstico,
é uma organização seitosa que se torna
dominante perante o homem escravo do
trabalho e da míngua. A mulher vale apenas
pelo seu sentimento hormonal, só numa
sociedade pré-histórica é paga.
Todas as culturas populares emergentes com
o populismo da mulher no poder, com o
renascer do pudor da água-raz misturada com
a santidade e degeneração do ser. A
conspiração contra a dignidade do homem na
sua aprendizagem de ordenar e humilhar.
Apenas dignam os seus escravos bizâncios,
todo o universo dos homens com honra está
condenado a estar flácido e não poder amar. No
fim serão todas as mulheres sadomasoquistas
no matriarcado baseado na tortura do inútil
homem.

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A colonização dos países Ocidentais pelo
terceiro mundo é um fato em detrimento das
populações locais e de ascendência cristã. Os
resistentes a uma cultura civilizada, vêm o seu
território dominado por fanáticos religiosos e
rituais tribais. Os colonizadores são o palco da
colonização. Os residentes seculares aceitam os
excedentes dos desertos como seres humanos e
dignos. Como força de trabalho básico.
O fim das colónias no século vinte, abriu as
fronteiras em nome de direitos de igualdade e
irmandade. O fim do mundo das aldeias viu-se
aberto a todos os cidadãos do planeta.
Na atualidade vivemos uma nova cruzada
pela cidade santa e os muros são a realidade.
Com os mais modernistas dirigentes políticos e
xenófobos cidadãos, os muros serão a base da
construção civil.
No entanto é apenas nefasto o cidadão do
terceiro mundo que viaja de avião e faz a
caridade dos pobres oriundos dos residentes.
Pois os milhões aos molhos em barcaças,
naufragantes e em tuneis sem luz, são
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inconscientes e lutam por pão e trabalho. A eles
é fumigado o inseticida para alguns chegarem
ao Ocidente, ou seja, muitos poucos.
A colonização dos territórios por exóticos é
uma realidade irrefutável, desde a segunda
guerra mundial. Os locais chegaram ao fim da
tolerância elegendo assim os líderes das
fronteiras e da determinação rácica. Os
sonhadores do protecionismo humano estão em
minoria na atual existência de uma guerra
cultural e religiosa.

Está no sofá de saias a ver televisão. A tarde


de um dia de lua cheia no ciclo do desejo. Ouve
um sonido nas escadas do prédio e abre a
porta. O vizir Alcamaluz com um cântico sobe
as escadas e hipnotizando-a dá-lhe um prazer
de quem tem afrodisíacos dos palácios
islâmicos.
Não sabe o que lhe aconteceu nem está
crente. É casada e a probabilidade de ficar
grávida é total. Este momento de rendição ao
invasor custar-lhe-á a cumplicidade para o
resto da vida.

A Maria internou o José


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Jesus nasceu in vitro
Não se sabem as suas origens

As galinhas vivem em grandes gaiolas de


espaço limitado, necessariamente são apenas
parte limitada da sua existência, sendo
simplesmente aproveitado o seu peito para
churrasco.

O plástico não existe foi inventado. Os


vestígios paisagísticos do planeta são detritos
de plástico filtrando os raios do Sol.

Quando os homens eram amigos dos pombos


E as pessoas passeavam nas calçadas
O Sol tinha uma cor mais amarela
E os amantes vertiam a paixão nos jardins

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As sirenes tocaram e as pessoas desconfiaram
Veio um Inverno frio infinito sem luz
Todos continuaram num ranho verde escuro
Transportavam o seu passado de ditadores

Os regimes ditos fascistas e comunistas em


nada diferem, sendo ditaduras que vivem da
repressão a ideais que se lhes opõem. Quando
os dirigentes sociais conseguem formas de
governo mais igualitárias, regimes onde todos
podem manifestar as suas ideias, existem
sempre radicalismos, interesses próprios
originando novas formas de manipulações de
massas.
Caímos assim na génese das novas ditaduras
a que chamaremos de populistas. O novo
populismo nasce da tradição medíocre, é o
herdar da miséria dos seus antepassados na
forma da estupidificação das novas gerações. A
tentativa de apagar a erudição, os pecados da
liberdade e da ciência.
O populismo baseia-se na xenofobia, na
repressão e na tortura. É a nova forma
ditatorial onde a modernidade vive de uma
moral cor-de-rosa e as populações se baixam
pelas côdeas que vão faltando. Baseia-se no

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medo da miséria ameaçadora e promete a
ascensão social milagrosa.
Nascem os novos regimes populistas
baseados no reacionarismo, na hierarquia e na
militarização. Os seus dirigentes aclamados
pelas maiorias estupidificadas, denotam as
qualidades da burrice. Apenas utilizam a força,
prendendo e mantando as pessoas quando
manifestam o seu desagrado.
Temos uma nova forma de mandar num
futuro aniquilador e embrutecedor. A demência
das populações será o sua própria inceneração,
a mentira dos seus dirigentes uma nova
obscura idade média de fausto e fome. Será o
reacender das guerras religiosas, a negritude do
carvão.
Damos o lugar à incompetência para a
aniquilação de espécie. Elegemos os nossos
próprios carrascos, regredimos construindo os
muros da míngua gerando o genocídio e a
pobreza geral. Em vez da ideia de aldeia global
teremos a guerra dos bairrismos. Cada cor
obedecerá às estritas regras para obter a água e
o pão escassos.

Um presidente da América chamado William


Frapp, perdeu a identidade, perante os clones
que se tenham matado uns aos outros. A
multidão acorreu e as forças militares
precipitam-se por todos os meios. Há que salvar

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o presidente. O não clone presidente foi
encontrado bem de saúde no WC.

A castidade religiosa com o fim da mulher ser


propriedade do homem, tem espaço numa
sociedade medieval onde a expansão da
humanidade é aceite. A procriação era no vigor
da atração e o consumo autónomo. Hoje em dia
não se acredita na continuidade, não há espaço
para mais existência. Vivemos na era dos
homens cornudos e de feministas autoritárias,
a descendência apenas acontece raramente e
dependendo de seguros bem honorados.
Como na essência o ser humano não evolui
tão rapidamente. A carga genética envolve-nos
num processo de tradições culturais,
provocando o desequilíbrio perante o choque da
sociedade moderna. A profecia é dizer por via da
seleção natural estamos num processo
regressivo. Somos já seres com essência
radioativa.

No universo dos exterminados fumadores,


condenou o prato a ser cinzeiro. A essência o
vinho do bem-estar, do fluir do pensamento até
ao fim da vida. Só o fumador solitário,
resistente na frente da batalha do prazer e da

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satisfação material do seu hábito, sabe o
exército dizimado das suas causas.
Constantine está no café ventilado onde todos
fumam na revolução da fumaça, no século do
fumo eclodido no tempo do higienizo. Já só ali
se fuma, às escondidas da multidão
fundamentalista da existência do seu ser.

Ter coração de Rei é apaixonar-se por tudo o


que é belo
É ser avido em amar para sempre perdido nos
sentidos
O estomago requer muita energia para a
vivência
As melhores iguarias para o intestino dar o
melhor ouro

Porque saem dele todos os dotes divinos, mas


ignorados
Agora todos são Reis, depois de o Rei ser o
descalço
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Entre dragões e bruxas de mil mortes e venenos
Porquê adorar um simples homem esventrado

Temos a arquitetura e a engenharia, os bens


económicos
Água canalizada e muitos faraós milionários e
seitosos
O Mundo é de republicanos com direito às
nossas vidas

De seres dotados de inteligência dominadora e


justa
Os fundadores de organizações manipuladoras
da moeda
Não há ao direito da diferença, é a comunidade
Putin

Eu confesso a esta ordem ter sido o meu


marido um anarquista que tudo dava, e ser
agora viúva sem recursos desse homem
desrespeitador de todas as mulheres e leis da
decência. Ter negado a fé perante ele apenas
para o acompanhar, agora que a morte o levou
e não tenho nada, ajoelho-me perante a vontade
do Senhor. Queimo para sempre os seus ditos
juncosos e apenas me resta rezar.

E as mulheres executam todos os


espermatozoides
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Não haja mais essa vergonha sobre a terra
Todos os velhinhos de bengala morrem
economicamente
Os homens não podem simplesmente a sua
vontade
Dessas mulheres de sopa de lagosta,
dominantes
O ser pintelhoso, o homem não confere à
mulher
É um ser tardio com pouca inteligência
Não confere aos moldes da sociedade futura
É um ser sujo dominado apenas pela violência

Estava a fugir dos pais natais na noite


Desceu as escadas mármores com o coração
aos saltos
Caiu num funil e foi parar a uma jaula
Está frente a frente com um Menino vampírico e
homicida

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A velhinha é vizinha de um comando islamita
numa cidade onde os residentes se deslocam de
tanque e pelas ruas e não se pode andar a pé.
Pelos passeios ciclistas cadavéricos assaltam as
pessoas, onde se cruza constantemente com
migrantes de cara cinzenta e sarracenos todos
pintados de azul, os ciganos ainda não andam
de avião e os cavalos complicavam o transito. A
cotovia trabalha mais depois do cair do Sol. No
ambiente poluído da habitação da senhora de
idade até com creme e besunta, aterrorizada
para bater os sapatos por quatro papos-secos.

Este território é muito mal frequentado.


Consternados temos de aguentar a idiotice da
mulher portuguesa, os seus modos afetados e a
sua voz irritante. São um processo de
subnutrição derivado do raquitismo, da fome e
graves anomalias alimentares. Uma forma de
autoritarismo de vida curta adquirida após o
analfabetismo do Estado Novo, sem a voz da
dita liberdade ainda seriam escravas daqueles
de quem obstinadamente se vingam com a sua
mente de bruxas diplomadas. De repugnante
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fisiologia rapidamente entram num estado de
arrependimento inventando a lei para
depurarem a sua pele de toucinho. Não sabem
o valor da paz nem respeitam a opinião,
completamente obstinadas nos seus inferiores
sentimentos de ratazanas dadas a homens
imposto simplesmente pelo interesse. Se pela
sua fraca anatomia não gostam, facilmente se
vendem. Isto é o terror de um feminismo que
impõe perante o homem uma fragilidade
imaginativa, completamente provocativa de
estupidez de quem apenas quer guinchar e
matar. Estas reles mulheres, são um atentado
ao que é belo e ainda se dizem de grande valor.
São o excremento do catolicismo, da clausura
transformado no ideal de grandes figuras. Será
que o Homo Sapiens consegue ter ereção com
outros primatas? Com seres possessivos com
ideais da mentira, apenas para afirmarem a sua
mediocridade. O processo de miséria continua
derivado de toda a sua ascendência, com uma
dúbia educação de uma obra irrespirável, com
títulos onde falta a matéria. Se são animais,
que se entendam, os vapores da sua miséria
genética são intoleráveis. As suas organizações
de grupo as suas conspirações, a sua fineza e
fragilidade só satisfazem os demónios do seu
corpo sem capacidade de encaixe e a sua
nefasta e quase inexistente cultura
muçulmana. Oriundas do nada para pedestais
de megalomania da sua forma de excremento

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Dois aparelhos um chinês e outro americano
espionavam-se na proximidade, originando uma
rotunda sem saída onde existiam apenas
máquinas para introduzir moedas. Saiam azas
de galinha comidas pela gula de obesos,
perante o olhar dos esfomeados.
O sistema monitorizado de espionagem
mútuo reluz pela energia dos dois últimos
apaixonados do Mundo, numa tarde escura à
luz dum candeeiro enquanto os bares vazios de
musas e nudistas de outros tempos sejam
habitados apenas por folhas ao vento, e raros
hindus comendo iguarias magras.
Os dois aparelhos ligados aos respetivos
emissores reproduzem códigos para ficheiros,
onde são ampliados e transformados numa
estação radiofónica a emitir vinte e quatro
horas na Terra e sessenta e quatro horas em
Pluto.
Já quase poderemos chamar à senhora
Merkel a última dirigente democrática. A líder
de um Mundo livre, mas apenas existente para
a Alemanha, inspiradora da Europa do Sul. E
muito mais está para acontecer no velho
continente no meio de potências
antiaristocratas, onde a força do povo se
transforma apenas em guerra e tumultos. Os
tiranetes estão no comando dos navios e já se
fazem ao mar.

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Esburacado pelo petróleo
O espião encontra o amante latino
O filho de eutanásia por ser drogado
E os pernoitantes são latas de conserva

Um buraco negro de desaparecidos


As baratas de farda e uniforme
Os poços de água com raridades
A emitir a energia da crusta

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E mais um cadáver mexicano numa gaveta
Os quartos das meninas com lagartos
A energia de tudo ser vermelho
A indústria da alimentação começa no
estômago

Entende-se que o esterco lute para subir na


vida, a forma vendida do comércio dos seres
humanos. Não o poeta.

Os políticos são a maquilhagem sofisticada


A maquilhagem de uma bruxa horripilante
No meio das pernas têm as abas
As abas de um chapéu mexicano
O seu anis é a sua justiça popular
A maquilhagem o silêncio da justificação
A bruxa está podre, mas abusa do botox
Todos os burros aplaudem e ruminam
Mas a verdade é a dos políticos
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Taparem o mau cheiro da obra
Eles são verdadeiramente exemplares
A face do êxito que tapa o buraco
São a bruxa dos ventos e da putrefação
É para o bem de todos, dizem
Só eles são o carapau no prato
O filtro do azeite para pôr no gato

O funcionário de saúde encontra-se no seu


império industrial. Faltam-lhe peças no
mecanismo, a fábrica começa a estar vazia.
Precisa de justificar o seu trabalho, precisa de
órgãos por todos os meios ilícitos. O polvo tem
de ser normalizado. Toda a estrutura não pode
parar, tem de se inventar.
Para o funcionário de saúde tudo são
números, num mercado de escravos onde têm
todos um preço material. Do ponto de vista
económico só lhe interessa o aumento da sua
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conta bancária. A oferta e a procura é a base
das suas necessidades de luxo e antropofagia.
Ele é a base dum Estado falido. O polícia
amarelo do quadro da lousa onde se apagam os
números negativos. O salvador dos amigos e
das tendências políticas. À fábrica convém
viciar o eleitorado, decidir o planeamento do
futuro.
Agora sim já os tem todos intubados, o
processador revela-lhe o nome dos inimigos
saudáveis. O seu trabalho de secretária está
quase completo. O mecanismo funciona em
pleno e para sua satisfação chega a sua
finalidade, passar as certidões de óbito.

O regicídio um ato implorável, a opulência e o


analfabetismo são a nação na banca rota. O
idealismo da república transparece uma
sociedade melhor e começa a dissolução da
aristocracia. Enfim é dada a voz ao piolho e
desde esse dia sermos uma república popular.
Dados o excesso ao povo e a estortura
económica levar ao consumismo do pecado
erguesse a ditadura militar.
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Agora as réstias de um povo dado ao milagre,
ao vinho tinto e a casamentos. Baseado no
aniquilamento da sua cultura folclórica, na lei
das alpergatas.
Começava a república popular policiária. A
Alemanha é o nosso parceiro até mil novecentos
e quarenta e dois.
A industrialização monopolista e os bois
puxam as carroças e os arados para mandar
para a frente de guerra em África a identificação
maçónica raça e os vinhos mais portugueses.
E assim ficaram os que não fugiram para
serem depurados pela democracia em rituais
primitivos e gastronómicos da nova piolhagem,
é a república popular executória.

Além de só serem uns anões muçulmanos,


foram colonizados por retornados de merda e
fascistas, criminosos vindos da Europa
civilizada, alemães nazis, russos milionários,
pretos selvagens e chineses maoístas. O
sistema eliminou toda a gente de bem, já só
resta piolhagem, ratos e miséria. Desonestos e
prontos para enganar. Vivem da mentira e do

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silêncio. Se os pais não prestam o que fazer
com as suas crias mal-educadas.
Os poderosos repelentes manipulam a
marionete. O esterco é de quantidade suficiente
para esses badamecos das cúpulas se
enterrarem e sufocarem. As figuras públicas
são monstros de terror sem caracterização e os
seus seguidores burros que vivem da bebedeira
e da violência.
Não há concerto e o fornecedor de araldite
prefere não vender a cola a ganhar dinheiro.
Ajoelham-se estes camafeus por qualquer
vintém. Não existe honra, todos são larápios.

Os dois continentes fecharam as fronteiras


devido a doenças chacinantes num deles. Na
sala do robô, vértice piramidal do continente
Guta, todas as partículas são limpas. É ele no
palco onde é subordinador, secundarizado por
luzes eliminando todas as partículas e
sequenciando as dimensões.

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Todos os cidadãos existentes vivem da
informação financiada pela existência do robô.
Utilizam telemóveis comprados no planeta Terra
para denunciarem anomalias, invasores ou
ataques ao pudor.
Como para os habitantes lhes é impossível
contabilizarem as transações monetárias para a
existência de disponível, todos obedecem ao
dono da dívida, o robô.
No meio da imensa população ainda existem
refratários, e um poderoso descendente do
messias tem enormidades de dinheiro ganho na
ilegalidade combatida a tiro. O seu nome é Elias
e compra todos os símbolos da religiosidade
para os queimar.
Todos são crentes na sua irmandade e no
Templo da oração, trabalham como a
organização mais eficiente destruindo todas as
vontades. A eles é a palavra da sua fé cantar a
paz e fazer a guerra.

Envolvido numa guerra de culturas,


aterrorizado pelas invasões territoriais de povos
vindos de onde falta a água. Sendo malvisto
como colonizador em Áfricas secas e Índias
consumidoras, sendo agora volátil em locais
nefastos ao porco europeu.
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Comprimido geneticamente à existência
predominante muçulmana, onde as mulheres
consomem apenas o exotismo por sua livre
vontade. O homem crente do século vinte e um
vê-se envolvido em frescos medievais onde os
exércitos saqueiam a população.
As forças dos matriarcados Minoicos
condenam-me como Empédocles. Noutra
dimensão a existência é a força bruta de
acreditar no futuro. Muito peixe, muita
arborização e coabitar com a radiatividade.

Os dois turistas-informadores vigiavam as


escadas da praia enquanto na zona as viúvas
predizem o futuro, apanhando algum Sol. No
restaurante os boémios burgueses comem a
sobremesa. As nuvens vêm de Sul anunciando
chuva e as ondas quebram direitas enrolando a
areia.
Um incauto desconhecido, piza o território de
apertada segurança de informação tentando
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apanhar um pouco de Sol na sua forma
indígena.
Os dois turistas-informadores anotam todos
os movimentos do intruso naquele mundo
apenas para mulheres grávidas. Os seus nervos
levam-nos a ter de intervir a qualquer
momento. Um sinal é emitido pelo comunicador
para uma central onde entram todas as
informações do referido serviço. Toda a
estrutura estatal baseia-se na enorme rede de
turistas-informadores.
Toda a nação se baseia economicamente na
subsistência da informação e em viúvas
reformadas. Apenas a função pública
preenchida com gnomos-bruxos e mulheres
emancipadas, manipula os homens que ainda
lutam pela sobrevivência.
Qualquer ato de consumo aleatório é
condenado pelos serviços de saúde e policiais.
Os robôs contêm a informação sobre todos os
fugitivos implícitos, é uma questão de tempo a
sua eliminação para a conceção da futura
existência humana.
Os turistas-informadores contribuem assim
para a global informação dos robôs para o
futuro de novas gerações amorfas, primitivistas
e animais.
Serão todos inocentes, sem fisionomia de
caracter. Beberão apenas água e comerão carne
de porco, não terão qualquer vício e a
humanidade no local retro-perdido, escassa
sofrendo de obesidade, sobreviverá.

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