Você está na página 1de 12

1

Índice
Introdução ..................................................................................................................... 2
PARTE I ....................................................................................................................... 4
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................. 4
1. Tema ......................................................................................................................... 4
2. Delimitação do tema ................................................................................................. 4
3. Objecto de estudo ...................................................................................................... 4
4. Justificativas.............................................................................................................. 4
5. Objectivos ................................................................................................................. 5
5.1. Geral ....................................................................................................................... 5
5.2. Específicos ............................................................................................................. 5
6. Problematização ........................................................................................................ 5
7. Hipóteses ................................................................................................................... 6
8. Relevância da pesquisa ............................................................................................. 6
8.1. Na esfera familiar ................................................................................................... 6
8.2. Na esfera comunitária ............................................................................................ 7
8.3. Na esfera do sector do trabalho .............................................................................. 7
9. Metodologia de pesquisa .......................................................................................... 7
PARTE II ...................................................................................................................... 8
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 8
1. SIDA ......................................................................................................................... 8
2. Comunidade .............................................................................................................. 9
3. Sector de trabalho ..................................................................................................... 9
4. O impacto da epidemia do SIDA nas famílias .......................................................... 9
5. O impacto da epidemia do SIDA nas comunidades................................................ 10
6. O impacto da epidemia do SIDA no sector do trabalho ......................................... 10
Conclusão.................................................................................................................... 11
Bibliografia ................................................................................................................. 12
2

Introdução

Estamos em pleno século XXI, um século com muito desenvolvimento científico e


tecnológico. Um século em que o ser humano cada vez mais está avançando nas suas
investigações e a vida humana possui muitos benefícios científicos que, anteriormente,
não eram possíveis. Por outro lado, enquanto o homem avança em novas descobertas,
descobrindo novas teorias que pelas quais várias doenças podem (ou são) curadas, ele (o
homem) próprio encontra-se muito desafiado para um outro problema, surgido a longas
datas, que parece não ter solução. Essa doença continua dizimando a vida dos seres
humanos. Além de eliminar a vida, ela quebra relações humanas, instala o clima de
diferença entre as pessoas nos seios familiar e social. É um problema que coloca nos
corações de muitas pessoas o espírito de não humanização aos outros, visto que quem o
possui é, directa ou indirectamente, tratado indiscriminadamente pelos outros. É um
problema que desafia, noites e dias, a mente de muitos intelectuais. Mas que problema é
esse que desafia o homem, um ser inteligente, um ser que inventou a máquina a vapor,
um ser que descobriu átomo, um ser que inventou aviões, um ser que descobriu DNA?
É o SIDA, uma doença que surge a partir do vírus HIV1 (ou VIH2). De facto, SIDA é
um problema, além de ser doença, que desafia a todos, que desafia o bem-estar social,
económico e cultural. É um problema que desafia o ensino, que desafia os alunos, que
desafia os professores. Ele desafia tudo aquilo que é humano, visto que os seus
impactos atingem a todas as esferas humanas, no caso da esfera económica, esfera
social, esfera política, esfera educacional entre outras nas quais homem ocupa o lugar de
destaque. Nessas circunstâncias, qual costuma ser a resposta e a interpretação que o
homem costuma a dar diante desse problema que causa terror na vida dos seres
humanos? Qual costuma ser a vivência e a convivência das pessoas que são portadoras
com aquelas que não são dentro das nossas sociedades? Finalmente, qual tem sido o
impacto desse problema para a sociedade humana?

Essas são as inquietações que fizeram com que nascesse esse nosso projecto intitulado
“O Impacto da Epidemia do SIDA nas Famílias, Comunidades e Sector de Trabalho”.
Ele visa, essencialmente, reflectir sobre as consequências que o SIDA traz nessas
convivências humanas partindo no seio familiar indo para a comunidade em geral e nos

1
Sigla inglesa que tem a ver com Human Immunodeficiency Virus
2
É a mesma sigla inglesa, porém traduzida para língua portuguesa significando Vírus da
Imunodeficiência Humana
3

lugares onde o homem se encontra com os outros partilhando a sua experiência para o
benefício de todos os membros da sociedade. É por isso que o presente projecto tem
como objectivo geral reflectir sobre o impacto do SIDA nas famílias, nas comunidades
e no sector de trabalho. Esse objectivo geral será buscado a partir dos seguintes
objectivos específicos: i) Descrever, na sua generalidade, sobre o SIDA; ii) Apresentar
as consequências que o SIDA traz nas comunidades, e iii) Analisar como é que SIDA
pode trazer os impactos para as famílias, as comunidades e o sector de trabalho.

Esses objectivos, para o trabalho que iremos elaborar, serão sempre contextualizados na
nossa dimensão moçambicana, isto é, as respostas não serão buscadas a partir doutro
mundo. Elas surgirão da nossa experiência que colhemos, diariamente, nas nossas
vivências e convivências diárias nas nossas comunidades.

Para esboçarmos com clareza os nossos objectivos, que pelos quais resultarão o trabalho
para a conclusão do curso, conforme nos referimos, achamos por bem estruturarmos o
nosso projecto em duas partes.

A primeira parte intitulamos de “Procedimentos metodológicos” onde buscamos


apresentar o tema do projecto (e que será o mesmo do trabalho final que dele resultará),
os objectivos (geral e específicos), a problematização, as hipóteses, a relevância da
pesquisa (na esfera familiar, comunitária e sector de trabalho) e a metodologia de
pesquisa. A segunda parte faz a descrição da fundamentação teórica onde procuramos
contextualizar os principais conceitos do nosso projecto e as possíveis reflexões que
nortearão o trabalho que dele vai nascer.

Finalmente, para a elaboração deste projecto seguimos as recomendações metodológicas


sobretudo aquelas que são sujeitas para a elaboração dos projectos científicos para a
produção de monografias. Sendo assim, este projecto resultou a partir de uma pesquisa
bibliográfica, visto que nos baseamos na leitura e interpretação daquilo que lemos nos
livros que também têm alguma coisa em comum com aquilo que nós pretendemos
desenvolver a partir desse projecto. Para garantirmos a fidedignidade daquilo que
abordamos, todas as fontes que consultamos citamos ao longo do trabalho e, por isso,
apresentamos as suas referências na bibliografia final.
4

PARTE I

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A nossa intenção principal, aqui, é a de apresentarmos os procedimentos metodológicos


que havemos de utilizar. Isso vai facilitar para que tenhamos uma abordagem ordenada.
Neste sentido, apresentamos, nesta parte, o tema (e a sua devida delimitação), o objecto
de estudo, as justificativas, os objectivos (geral e específicos), a problematização, as
hipóteses, a relevância da pesquisa (na esfera familiar, comunitária e sem fugirmos no
sector do trabalho) e a metodologia de pesquisa.

1. Tema

O Impacto da Epidemia do SIDA nas Famílias, Comunidades e Sector de Trabalho

2. Delimitação do tema

Segundo Cervo e Bebiam (2005:82), delimitar um tema significa seleccionar um tópico


ou parte a ser focalizada, significa focalizar aquilo que se pretende buscar. Isto evita que
o investigador não se perca quando estiver a buscar concretizar os seus objectivos.
Significa, finalmente, recortar a realidade que se pretenda estudar. Seguindo essa linha
de orientação, o trabalho de culminação do curso que pretendemos desenvolver a partir
desse projecto não vai falar do impacto do SIDA na sua generalidade. Ele vai reflectir
sobre esse impacto num âmbito muito específico, nomeadamente: no âmbito familiar
comunitário e no sector do trabalho.

3. Objecto de estudo

Objecto, do latim objectus, tem a ver com o acto de lançar a frente, significando, deste
modo, tudo aquilo que está diante do sujeito, a sua frente. Significa, geralmente, toda a
realidade material que está fora do sujeito captado a partir da percepção e capaz de ser
estudado (cf. Japiassú e Marcondes, 2001: 142). Partindo dessa concepção, o nosso
trabalho terá como objecto o impacto da epidemia do SIDA.

4. Justificativas

O tema que nos aventuramos em desenvolver não nasceu do nada. Ele possui os seus
motivos que merecem de ser justificados. De facto, ele surge como uma iniciativa de se
reflectir sobre essa epidemia que desafia a vida do seres humanos na sociedade. A partir
dele, pretendemos encontrar quais devem ser os posicionamentos diante desse problema
5

que muda completamente a vida e o modo de ser e de agir dos seres humanos, quando
ela se torna presente no meio deles. É a partir dele que buscaremos compreender como é
que os seres humanos respondem a esse problema nas suas vivências e convivências na
sociedade, onde há uma construção da intersubjectividade.

5. Objectivos

5.1. Geral

 Reflectir sobre o impacto do SIDA nas famílias, nas comunidades e no sector de


trabalho

5.2. Específicos

 Descrever, na sua generalidade, sobre o SIDA;


 Apresentar as consequências que o SIDA traz nas comunidades; e
 Analisar como é que SIDA pode trazer os impactos para as famílias, as
comunidades e o sector de trabalho.

6. Problematização

De acordo com Lakatos e Marconi (2003:161), problema “é uma dificuldade, teórica ou


prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para o qual se deve
encontrar uma solução”. Partindo nesse pressuposto, urge dizer que SIDA é uma
doença que pode atacar a qualquer pessoa seja na família, na comunidade, em geral, ou
mesmo no sector do trabalho, causando, deste modo, várias consequências negativas de
saúde para a pessoa.

A partir disso, qual tem sido o impacto (psicológico, emotivo, relacional, afectivo,
social, ou mesmo existencial) nas pessoas que são portadoras dessa epidemia nas
famílias e nas comunidades onde vivem incluindo nos seus sectores de trabalho, onde
estabelecem, diariamente, o contacto directo com outras pessoas? Por outro lado, como
tem sido a “recepção” e o julgamento dos outros no meio social para as pessoas que são
afectadas por essa epidemia (HIV/SIDA), uma vez que elas se encontram no meu social
composto por seres humanos que julgam, subjectivamente, as consequências das
doenças de formas diversificadas?
6

7. Hipóteses

Para o trabalho que vamos desenvolver, e olhando a profundidade do próprio tema,


muitas seriam as hipóteses. Porém, as importantes e aquelas que constituem como
necessárias de serem aqui apresentadas são as seguintes:

 SIDA, embora seja trágico nas suas manifestações e pelas consequências que
traz na pessoa, é uma doença como as outras. Por isso, nenhuma pessoa poderia
ser discriminada ao nível físico, emocional, psicológico e social só pelo facto de
ser portador desse problema;
 Todas as pessoas são chamadas a revolucionar a forma de pensar e avaliar os
outros. As pessoas portadoras do SIDA são seres humanos como outras e por
isso mesmo são sujeitas a todo o acompanhamento que uma pessoa “saudável”
possui;
 As famílias, as comunidades e os sectores de trabalho são chamados todos a
serem exemplo e o modelo a seguir. Eles devem mobilizar as pessoas a verem
que não deve ser SIDA a estragar as nossas relações humanas, aliás, todos os
portadores de SIDA deveriam se sentir humanizados a partir de todos os
membros da sociedade porque muitos deles sofrem não por causa da doença que
têm, mas sim por causa de falta de acompanhamento, por falta do amor, por falta
de carinho, por falta de amigos, por falta daquele que pode fazer com que a sua
vida tenha sentido, em fim, por falta daquele que pode fazer com que se pense
que a maior dor não é ser portador do SIDA, mas sim por alguém se sentir só no
meio de muita gente.

8. Relevância da pesquisa

O tema que pelo qual nos propomos a desenvolver possui uma enorme importância em
muitas esferas da sociedade. Porém, as mais necessárias que aqui poderíamos apresentar
são três: Esfera familiar, comunitária e no sector do trabalho. É nessas duas esferas que
se enquadra melhor o tema que nos propomos a desenvolver

8.1. Na esfera familiar

A nossa pesquisa possui uma relevância na esfera familiar porque é nela onde iremos
sensibilizar que ninguém deve ser afastado da sua família só por causa de contrair o
SIDA. Neste sentido, é a família que pode fazer com que as pessoas superem todas as
7

discriminações sociais que o mundo pode oferecer de várias formas. Portanto, a família
deve constituir o protótipo de tudo de bom que a sociedade pode dar quanto a essa
doença.

8.2. Na esfera comunitária

É na comunidade onde todos se devem se sentir engajados nessa luta, não somente
contra o SIDA, mas contra toda a discriminação das pessoas que o padecem. De facto, a
comunidade não deve ser um palco onde se devem excluir os outros, mas sim uma casa
comum onde cada um deve sentir a sua pertença. É por isso que dizemos que a nossa
pesquisa possui uma relevância na esfera comunitária porque a partir dele pretendemos
consciencializar as comunidades para que vejam o SIDA como um problema que pode
ser combatido por todos e não somente por aqueles que dele padecem.

8.3. Na esfera do sector do trabalho

As vezes, muitas discriminações psicológicas ou até físicas para as pessoas portadoras


de SIDA nascem nos sectores de trabalho, onde muitas pessoas, de carácter diferente, se
encontram diariamente partilhando a sua experiência profissional. Por isso, a nossa
relevância dessa investigação se estende ao campo do sector do trabalho. Queremos a
partir desse trabalho também fazer perceber que os sectores do trabalho devem ser o
espelho contra todas as discriminações para as pessoas portadores de SIDA.

9. Metodologia de pesquisa

Para elaboração do trabalho, será utilizado o método hermenêutico textual, que vai
consistir na leitura e interpretação de textos. Também vai se apoiar na técnica de
consultas bibliográficas a partir do material já publicado e que possui um carácter
científico.
8

PARTE II

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A partir desta parte, o nosso objectivo geral é o de fazer uma abordagem parcial dos
principais conceitos que corporizam o tema que havemos de desenvolver. Esses
conceitos são os seguintes: SIDA, Comunidade e Sector do trabalho. Por seu lado,
terminamos o capítulo apresentando, igualmente, os impactos que o SIDA pode trazer
na família, na comunidade e no sector do trabalho.

1. SIDA

Existem várias teorias que defendem sobre SIDA e, por isso, ele possui várias
definições. Mesmo com essa pluralidade, o SIDA não deixa de ser um acrónimo que, ao
traduzirmos as suas letras inicias, podemos ter o seguinte significado: Síndrome de
Imunodeficiência Adquirida. Isto significa que SIDA, em si, não é uma doença, mas sim
um conjunto de doenças que nós adquirimos e enfraquecem o nosso sistema
imunológico, aquele sistema que tem a função de defender o nosso organismo das
doenças (cf. PIKE, 1993: 5).

Por outro lado, quando dizemos que SIDA é uma doença adquirida significa que ela é
provocada. Por quem? Por um vírus chamado HIV (Human Immunodeficiency Virus).
Por questões linguísticas, esse vírus é também abreviado por VIH (Vírus da
Imunodeficiência Humana). Portanto, o HIV, conforme salientamos, é um vírus que
ataca e destrói, parcial ou totalmente, o nosso sistema imunitário do nosso organismo,
isto é, destrói os mecanismos de defesa que nos protegem das doenças (cf. ROBERTS e
EMERY, 1996: 10).

SIDA é uma doença transmissível. Neste sentido, existem várias formas que ele pode
ser transmitido de uma pessoa para outra. Dentre várias formas que ele pode ser
transmitido, as principais são as seguintes: transmissão sexual; transmissão sanguínea e
transmissão vertical (da mãe para o filho, durante a gestação, parto ou por aleitamento.
Portanto, o vírus VIH encontra-se principalmente no sangue, no esperma, no líquido
pré-ejaculatório e nas secreções vaginais de pessoas infectadas. Assim, a transmissão do
vírus só pode ocorrer se estes fluidos corporais entrarem directamente em contacto com
o corpo de uma pessoa, pela via sexual e/ou sanguínea (cf. PIKE, 1993: 34).
9

2. Comunidade

A palavra comunidade possui várias asserções e é encarada de diversas formas. Porém,


num sentido geral, e tomando o conceito na sua etimologia, pode se dizer que
comunidade significa uma qualidade do que é comum, denota uma participação em
comum. É por isso que ela é colocada como sinónimo de comunhão. Portanto, tem a ver
com o conjunto de pessoas que vivem em comum com recursos que não são da sua
propriedade pessoal (cf. COSTA e MELO, 1997: 44).

Num sentido geral, a comunidade, entendendo o termo num sentido essencialmente


humano, indica um conjunto de homens que vivem num determinado espaço geográfico
e que partilham alguma coisa em comum, seja língua, tradição, cultura, modo de ser e
de agir, caracterizando, deste modo, uma identidade própria.

3. Sector de trabalho

O sector do trabalho engloba todo o ambiente onde o homem desenvolve as suas


actividades que pelas quais ajudam, não somente o seu próprio desenvolvimento, mas
também o desenvolvimento da sociedade em geral. Tem a ver onde o homem
desenvolve qualquer actividade através da qual ele modifica o mundo, a natureza, de
forma consciente e voluntária, para satisfazer suas necessidades básicas (cf. JAPIASSÚ
e MARCONDES, 2001: 184).

Esse trabalho pode ser manual ou intelectual. Manual quando ele é mais físico, quando
se utiliza mais a energia física da pessoa a fim de modificar o ambiente natural e obter
alimentos para a sua própria sobrevivência. É, pelo contrário, intelectual quando se
utiliza mais a capacidade mental para desenvolver algumas actividades que pelas quais
o homem consegue também suprimir as suas necessidades. Entretanto, o sector do
trabalho é necessário porque é a partir dele que o homem consegue, não somente
afirmar a sua essência humana, mas também afirma a sua especificidade dos outros
animais (cf. FOUCOULT, 2000: 343).

4. O impacto da epidemia do SIDA nas famílias

O HIV/SIDA é uma doença que atinge também a família, tanto rica ou pobre, tanto rural
ou urbana. Porém, quem sofre mais as consequências é a família pobre ou rural do que
urbana. Quando o problema do SIDA atinge às famílias pobres as consequências são
mais drásticas. Eles têm que suportar o desaparecimento de membros activos na
10

produção, a descida de rendimentos, a diminuição das suas reservas alimentares e dos


seus bens (cf. PIKE, 1993: 34).

5. O impacto da epidemia do SIDA nas comunidades

Além da família, na sua particularidade, os impactos da epidemia do SIDA abrangem à


comunidade em geral. De facto, ao nível comunitário, quanto mais se acentua a
epidemia do HIV/SIDA, mais os impactos socioeconómicos afectam a comunidade no
seu conjunto. A longo prazo, provocam efeitos negativos na própria função e estrutura
comunitárias. As perdas em termos de recursos humanos afectam todas as instituições
(ONG, organizações de base comunitária) assim como as estruturas. A partir disso, a
comunidade fica enfraquecida quando muitas pessoas padecem essa epidemia porque a
mão-de-obra comunitária fica totalmente estagnada (cf. ROBERTS e EMERY, 1996:
10).

6. O impacto da epidemia do SIDA no sector do trabalho

O sector do trabalho é a outra esfera que não escapa dos impactos da epidemia do SIDA,
visto que ele é composto por homens e não de animais irracionais. São os homens que
são sujeitos à epidemia do SIDA. Mas quais tem sido os impactos desse problema para
esse sector? Tal como noutros, o sector do trabalho fica com muitos impactos devido a
essa problemática.

Entretanto, o SIDA quando atinge o sector do trabalho, este perde o pessoal capacitado
e bem preparado para levar acabo os objectivos do trabalho. Isso não acontece somente
em Moçambique, mas em todo o mundo e em todo o lugar onde se encontra o homem.
Além disso, esse problema faz com que haja o absentismo dos trabalhadores, visto que
muitos passam a assumir responsabilidades que comprometem o seu trabalho social. O
aumento dos custos de recrutamento e formação é outra consequência que se pode notar
no sector do trabalho como impacto do SIDA.
Por outro lado, aumento da rotação laboral, a produtividade é afectada durante o tempo
necessário para substituir os trabalhadores, especialmente os trabalhadores mais
experientes ou mais qualificados, além da baixa produtividade dos novos trabalhadores.
Esses impactos fazem com que em Moçambique se note a existência de poucos quadros,
poucos professores, poucos enfermeiros, porque esse problema dizimou a vida de
muitos trabalhadores no país.
11

Conclusão

Em termos gerais, a epidemia de HIV/SIDA atinge negativamente a economia do país,


enfraquecendo a capacidade institucional e interrompendo a funcionalidade normal das
instituições públicas e não só, através da perda de recursos humanos, alguns dos quais
podem constituir pontos cruciais do funcionamento efectivo destas instituições.
Também altera drasticamente o grupo alvo das políticas e programas de
desenvolvimento, uma vez que aumenta a atenção dada às crianças adolescentes e
idosos, e empobrece directamente as famílias e comunidades afectadas.

Entretanto, ao longo dos últimos trinta anos, o HIV/SIDA tornou-se um fenómeno cada
vez mais mundial. Nos países mais gravemente atingidos pela pandemia, a morbilidade
e a mortalidade cresceram e prevê-se que vão continuar a subir. O facto de a
morbilidade e a mortalidade aumentarem não só significa que o HIV/SIDA está a
modificar a estrutura demográfica dos agregados familiares como também que ele
atinge gravemente o bem-estar socioeconómico dos agregados familiares e das
comunidades. Investigações efectuadas sobretudo nos anos noventa mostraram que o
HIV/SIDA tem um efeito negativo nas pequenas explorações agrícolas e por
conseguinte, na vida dos agregados familiares rurais. Só por este motivo já não é
necessário prestar atenção ao nível das políticas. Os efeitos socioeconómicos são
duramente sentidos pelos indivíduos, pelos agregados familiares e pelas comunidades,
os quais recebem pouco apoio ou mesmo nenhum da comunidade encarregada das
mudanças tecnológicas e dos estrategas políticos.

Finalmente, para o nosso contexto, a epidemia de HIV/SIDA atinge negativamente a


economia de Moçambique, enfraquecendo, neste sentido, a capacidade institucional e
interrompendo a funcionalidade normal das instituições públicas, através da perda de
recursos humanos, e que muitos dos quais constituem pontos cruciais do funcionamento
efectivo destas instituições do Estado moçambicano. Também altera drasticamente o
grupo-alvo das políticas e programas de desenvolvimento, uma vez que aumenta a
atenção dada às crianças, adolescentes e idosos, e empobrece directamente as famílias e
comunidades afectadas. Para que esse problema seja minimizado, é preciso que haja um
trabalho de todos e não somente daqueles que por ele são directamente atingidos. Esse
engajamento colectivo deve partir da família, passando pela comunidade e alastrando
para os sectores do trabalho que se encontram no nosso Estado.
12

Bibliografia

COSTA, J., Almeida e MELO, Sampaio. Dicionário da Língua Portuguesa. 7.a ed.
Portugal, porto editora, 1997.

FOUCOULT, Michael. As Palavras e as Coisas. Uma Arqueologia das Ciências


Humanas. São Paulo, Martins Fontes, 2000.

JAPIASSU, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de Filosofia. São Paulo,


Jorge Zahar Editor, 2001.

MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de


Metodologia Científica. 5.a ed. São Paulo, editora atlas, 2003.

PIKE, E. C. We are all living with AIDS: How you can set policies and guidelines for
the work place. EUA, Minneapolis, Fairview Press, 1993.

Roberts M, Rau B e Emery A. Private sector AIDS Policy: Businesses managing


HlV/AIDS: a guide for managers. Arlington, VA., FHI/ AIDSCAP, 1996.

Você também pode gostar