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Boletim técnico do Tribunal de Contas do Município do

Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 05 de setembro de 2017 N.o 1

Documentação de Auditoria
Res. TCMRJ n.º 976, de 05 de setembro de 2017

Secretaria-Geral de Controle Externo


Produção de Conteúdo Técnico:
Marta Varela Silva – Coordenação
Agamenon de Queiroz Caldas Sobrinho
Fábio Flores Tessinari Júnior
Flávio Luiz Assis de Almeida
Ivo Hochleitner Junior
Karina de Almeida Valente
Marcelo Fernandes
Marcelo Monjardim Abramovic
Marcelo Simas Ribeiro
Marcos Gomide da Silva
Marcos Thadeu Alvarenga Leite
Paulo Sérgio Estrella Sarmento
Wanderson Marques dos Santos

FICHA CATALOGRÁFICA
__________________________________________________

Boletim interno do Tribunal de Contas do Município do Rio de


Janeiro – n.1 (2017) – Rio de Janeiro: TCMRJ, 2017

Documentação de Auditoria / Tribunal de Contas do


Município do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: TCMRJ, 2017.

20 pg.

1. Auditoria. 2. Tribunal de Contas 3. Documentação


4. Papéis de trabalho

__________________________________________________

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TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Boletim técnico do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro

THIERS VIANNA MONTEBELLO NESTOR GUIMARÃES MARTINS


Presidente DA ROCHA
Vice-Presidente

IVAN MOREIRA DOS SANTOS


Corregedor

Conselheiros
ANTONIO CARLOS FLORES DE MORAES
FELIPE GALVÃO PUCCIONI
JOSÉ DE MORAES CORREIA NETO
LUIZ ANTÔNIO CHRISPIM GUARANÁ
Conselheiros Substitutos
DICLER FORESTIERI FERREIRA
EMIL LEITE IBRAHIM
IGOR DOS REIS FERNANDES

Procuradores
Procurador-Chefe CARLOS HENRIQUE AMORIM COSTA
ANTONIO AUGUSTO TEIXEIRA NETO
JORGE MAFFRA OTTONI
JOSÉ AMÉRICO DA COSTA JÚNIOR
JOSÉ RICARDO PARREIRA DE CASTRO
JULIANA AMARAL COGNAC
PEDRO DE HOLLANDA DIONISIO
PIERRE OLIVEIRA BATISTA
SAMUEL RICARDO SILVA GOMES

Secretário-Geral de Controle Externo FABIO FURTADO DE AZEVEDO


Sub Secretária-Geral de Controle Externo JAQUELINE DIAS DE MELLO

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SUMÁRIO

RESOLUÇÃO TCMRJ...................................................................................................5

O QUE É DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA ....................................................................7


OBJETIVO ..................................................................................................................................9
ATRIBUTOS BÁSICOS ............................................................................................................9
PROPRIEDADE E CONFIDENCIALIDADE DA DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA 10
CONTEÚDO E TIPOS DE DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA ................................... 10
ELABORAÇÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO................................................................. 11
CLASSIFICAÇÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO ............................................................ 12
SIMBOLOGIA DOS PAPÉIS DE TRABALHO ................................................................... 15
REVISÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO .......................................................................... 17
ORGANIZAÇÃO FINAL DOS PAPÉIS DE TRABALHO .................................................. 17
REFERÊNCIAS NORMATIVAS ........................................................................................... 18

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RESOLUÇÃO TCM N.º 976, DE 05 DE SETEMBRO DE 2017.
Aprova o documento técnico DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE


JANEIRO - TCMRJ, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 3º, XX, da
Lei n.º 289, de 25 de novembro de 1981, o art. 1º, XX, do Regimento Interno
aprovado pela Deliberação n.º 183, de 12 de setembro de 2011 e o art. 1º da
Deliberação n.º 203, de 29 de setembro de 2014;

Considerando que o Plano Estratégico deste Tribunal PET 2014-2018,


aprovado pela Deliberação n.º 202/2014, definiu dentre seus objetivos
estratégicos “Aprimorar instrumentos de controle”; e

Considerando as Ações definidas no Plano de Diretrizes Anual – PDA,


aprovado pela Resolução n.º 968/2017, bem como da etapa 2 da Meta 04
estabelecida no Anexo I da Deliberação n.º 233/2017;

RESOLVE:

Art. 1º Fica aprovado o documento técnico “Documentação de Auditoria”, na


forma do Anexo Único.

Art. 2º Compete à Secretaria Geral de Controle Externo (SGCE) manter


atualizado o documento de que trata o artigo anterior, cabendo-lhe, ainda, o
esclarecimento de dúvidas e o recebimento de sugestões para o seu
aperfeiçoamento, bem como o acompanhamento de sua implementação por
parte das unidades técnico-executivas responsáveis pela realização dos
trabalhos de auditoria.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

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O QUE É DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA

A documentação de auditoria, também conhecida como papéis de trabalho,


compreende todos os documentos e anotações, em papel ou mídia eletrônica,
elaborados no curso dos trabalhos ou obtidos de qualquer outra fonte, que
registram as evidências dos trabalhos executados pelo auditor e fundamentam
sua opinião e comentários, não podendo ser confundida com simples cópias de
documentos. Nesse sentido, qualquer cópia recebida pelo auditor deve ser
tratada de modo a integrar a documentação de auditoria.

A documentação deve obedecer às técnicas de auditoria governamental e


registrar as informações obtidas e os exames, os procedimentos executados,
as análises e as avaliações efetuadas, evidenciando as bases das constatações
do auditor, suas conclusões, opiniões e recomendações. Esta documentação é
a base de sustentação do relatório de auditoria.

Os auditores devem preparar documentação de auditoria que seja


suficientemente detalhada para fornecer uma compreensão clara do trabalho
realizado, da evidência obtida e das conclusões alcançadas, que possibilite a
um auditor experiente, sem nenhum conhecimento prévio da auditoria,
entender:

a. a natureza, a época e a extensão dos procedimentos executados;


b. os resultados dos procedimentos de auditoria executados e a
evidência de auditoria obtida; e
c. os assuntos significativos identificados durante a auditoria, as
conclusões obtidas a respeito deles e os julgamentos profissionais
exercidos para chegar a essas conclusões.
Ao documentar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de
auditoria executados, o auditor deve registrar:

a. as características que identificam os itens ou assuntos específicos


testados;
b. quem executou o trabalho de auditoria e a data em que foi concluído;
e
c. quem revisou o trabalho de auditoria executado e a data e extensão
de tal revisão, quando a materialidade e/ou relevância do assunto
exigir (a critério do supervisor).
Temas relevantes

O auditor deve documentar as discussões de temas relevantes mantidas com


a gestão, demais representantes do órgão/entidade auditada, incluindo a
natureza dos assuntos discutidos, a data e o(s) interlocutor(es) de tais
discussões.

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Não atendimento de exigência relevante

Se, em circunstâncias excepcionais, o auditor julgar necessário não atender a


um requisito relevante de uma norma de auditoria, ele deve documentar como
os procedimentos alternativos de auditoria executados cumprem a finalidade
desse requisito, e as razões para o não atendimento.

Assuntos surgidos após a data do relatório do auditor

Se, em circunstâncias excepcionais, o auditor executar procedimentos novos


ou adicionais ou chegar a outras conclusões após a data do relatório, deverá
documentar:

a. as circunstâncias identificadas;
b. os procedimentos novos ou adicionais executados, a evidência de
auditoria obtida e as novas conclusões alcançadas, e seu efeito sobre
o relatório do auditor; e
c. quando e por quem os procedimentos foram executados e revisados.
Exemplos de circunstâncias excepcionais incluem fatos que chegaram ao
conhecimento do auditor após a data do seu relatório, mas que existiam
naquela data e que, se conhecidos tempestivamente, poderiam ter levado o
auditor a modificar o seu relatório.

Requisitos

A documentação de auditoria deve atender aos seguintes requisitos:

a. incluir as conclusões obtidas nos exames de cada área auditada,


guardando conformidade com os procedimentos e critérios utilizados;
b. evidenciar os procedimentos de auditoria governamental adotados, na
sua extensão e profundidade;
c. não incluir dados e informações desnecessários à emissão da opinião
ou de comentários do auditor;
d. conter todos os dados e elementos que amparem as informações
apresentadas nos relatórios;
e. incluir, quando elaborada pelo auditor, dados para fácil identificação
de: logomarca do TCMRJ, data de elaboração, período examinado,
responsáveis pela sua elaboração, responsáveis pela revisão ou
supervisão, nome do órgão/entidade, tipo de exame realizado, título e
código ou referência que esclareçam a natureza do exame;
f. ser codificada de maneira a possibilitar que as informações nela
contida sejam facilmente localizadas e entendidas.

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OBJETIVO

São objetivos da documentação de auditoria:

a. registrar de forma ordenada, sistemática e detalhada os


procedimentos de trabalho realizados pelo auditor e seus resultados,
demonstrando se foram executados conforme o planejado;
b. dar suporte necessário à opinião do auditor e respaldar o relatório de
auditoria;
c. indicar os níveis de confiança depositada no sistema de controles
internos;
d. assegurar a qualidade dos exames;
e. facilitar a revisão e a supervisão dos trabalhos executados,
registrando que as atividades da equipe de auditoria foram
corretamente supervisionadas;
f. servir de fonte de informações para outros profissionais de controle
externo que não participaram dos trabalhos, servindo de guia para as
auditorias subsequentes;
g. servir como base para a avaliação de desempenho dos auditores; e
h. servir de provas por ocasião de processos administrativos e judiciais
que envolvam os profissionais de auditoria.

ATRIBUTOS BÁSICOS
A documentação de cada auditoria realizada deve ser elaborada, organizada e
arquivada de forma sistemática, lógica e racional e sua elaboração deve
observar os seguintes atributos básicos (NAG 4408.4 e 4408.9):

a. escorreitos: as evidências devem ser registradas sem rasuras ou


emendas que possam prejudicar o seu correto entendimento e
credibilidade;
b. objetivos: as evidências devem ser registradas em correspondência
direta ao objeto dos trabalhos, sem distorções, com imparcialidade e
isenção, focando os fatos como constatados. Não devem registrar
dúvidas, obscuridades ou incertezas que possam causar várias
interpretações. Devem ainda ser de fácil entendimento, permitindo que
qualquer pessoa prudente seja conduzida às mesmas conclusões a que
chegou o auditor;
c. concisos: as informações devem ser registradas de forma precisa e de
fácil entendimento, sem a necessidade de explicações adicionais e sem
detalhes desnecessários;

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d. claros: as evidências devem ser registradas de forma lógica,
cronológica, bem ordenada e que possibilitem claro entendimento;
e. completos: devem incluir todos os dados e informações suficientes,
relevantes, materiais, fidedignos, úteis ou necessários. As evidências
devem ser descritas de forma acabada, terminativa, sem faltar nenhum
conteúdo ou significado;
f. exatos: as evidências devem possuir informações precisas e detalhes
importantes e cálculos matemáticos corretos, sem erros ou omissões;
e
g. conclusivos: as informações registradas devem permitir a formação de
opinião sobre os trabalhos realizados.
Independentemente do meio de sua elaboração, a documentação de auditoria
deve ser organizada e agrupada segundo sua finalidade, em pastas e arquivos
físicos ou mídia digital, apropriados, conforme a natureza do conteúdo.
(NAG 4408.7)

PROPRIEDADE E CONFIDENCIALIDADE DA DOCUMENTAÇÃO DE


AUDITORIA

A documentação de auditoria é de propriedade exclusiva do TCMRJ e deverá


ser arquivada pelo prazo mínimo de cinco anos, contado a partir da data da
decisão definitiva da auditoria relacionada, independentemente de ter sido
realizada pela equipe de servidores ou por contratados para atividades de
apoio.

O auditor deve manter, respeitar e assegurar o sigilo relativo às informações


obtidas em razão do seu trabalho, não divulgando para terceiros, salvo quando
houver obrigação legal ou judicial de fazê-lo.

Uma vez que contêm informações confidenciais, a utilização e a consulta dos


papéis de trabalho serão proibidas pelo sigilo profissional a pessoas fora os
auditores, a menos que solicitado ou impostas por uma autoridade competente.

CONTEÚDO E TIPOS DE DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA

Todo o trabalho realizado deve ser documentado tempestivamente e, após


completar os procedimentos de auditoria, o auditor revisará a documentação de
auditoria para determinar se o objeto foi suficiente e adequadamente auditado.

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A documentação de auditoria pode ser tipificada, quanto à sua origem/fonte, da
seguinte forma:

a. elaborada pelo auditor: documentação de auditoria que registra as


evidências obtidas e que é preparada pelo próprio profissional, à medida
que analisa os diversos eventos e transações do ente, programa ou
sistema auditado, com o objetivo de ter um registro do serviço por ele
executado;
b. elaborada por terceiros: documentação de auditoria que registra as
evidências obtidas e que é preparada pelo órgão/entidade ou por outros
que não sejam ligados aos trabalhos de auditoria, a qual pode ser
subdividida em:
b.1. elaborada por solicitação direta do auditor: é a documentação de
auditoria preparada pelo órgão/entidade a pedido do auditor e de
uso específico para atender a um determinado procedimento de
auditoria (ex.: cartas de confirmação de terceiros ou
circularização, resumo de movimentação de bens permanentes e
de dívidas de longo prazo).
b.2. elaborada no exercício das atividades do órgão/entidade: as
demais documentações de auditoria solicitadas ao
órgão/entidade, que também são utilizadas para registrar ou
evidenciar o trabalho executado, suportar as conclusões e
fundamentar a opinião.
Nos casos em que forem utilizadas cópias de documentos, ou quando se tratar
de documentação elaborada por terceiros, deverão ser feitas observações,
anotações, demonstrações, vistos e o que mais couber para sua correlação
com o relatório/matriz de achados e pronta localização nos arquivos.

ELABORAÇÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO

Os diferentes tipos, fases e tarefas de auditoria podem dar origem a papéis de


trabalho variados, devendo refletir as situações concretas examinadas, as
peculiaridades do objeto e a necessidade de evidenciação do trabalho
desenvolvido. Por existirem diversas transações e órgãos/entidades a serem
examinados, há uma extensa gama de modelos e tipos.

Regra geral, os papéis de trabalho devem conter:

a. referência à etapa correspondente do programa de auditoria ou


esclarecimentos quanto ao objetivo da análise;
b. descrição concisa do trabalho realizado e de seus resultados;
c. fonte da informação (nome e cargo do servidor do órgão/entidade que
forneceu a informação);
d. referências cruzadas - os papéis de trabalho podem conter referências
cruzadas. A informação em um papel pode estar relacionada com outra,
em outro papel.
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e. conclusão, se for o caso;
f. visto do auditor e data de preparação;
g. evidência da revisão, se for o caso.

CLASSIFICAÇÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO

Os papéis de trabalho podem ser classificados sob dois aspectos: seu uso e
seu conteúdo.

a. uso: conforme a utilização que tenham os papéis de trabalho, no período


examinado ou em vários períodos, são classificados em arquivo
permanente ou arquivo corrente.
b. conteúdo: conforme o conteúdo de cada papel de trabalho, estes se
classificarão em Mestres, Auxiliares ou Complementares.
ARQUIVO PERMANENTE
Abrange informações de caráter contínuo, utilizados por período de tempo
superior a um exercício, para uso atual ou futuro.

Na auditoria financeira os papéis permanentes contêm informações que se


relacionam com fatos que perduram por mais de um exercício contábil.

Normalmente, seu conteúdo é composto de:

 estatuto em vigor;
 lei de criação do órgão/entidade;
 decreto dispondo sobre a estrutura organizacional;
 legislação e negócios do órgão/entidade;
 planos e metas de longo prazo;
 contratos e ajustes importantes;
 atas de reunião dos últimos cinco anos, desde que relevantes;
 planos de contas;
 manuais;
 normas e rotinas;
 outros.
Os papéis permanentes devem ser constantemente atualizados, substituindo-
se as informações ultrapassadas e eliminando-se aquelas já consideradas
desnecessárias, uma vez que estas informações servirão como instrumento de
referência e consulta em várias auditorias.

O arquivo permanente deverá ser, preferencialmente, digital.

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Ex.: sugestão de organização de uma pasta permanente na rede da inspetoria.

ARQUIVO CORRENTE

Envolve documentação relativa à execução de cada auditoria. Integram os


papéis de trabalho correntes, dentre outros:

 o programa de auditoria, a matriz de planejamento e suas possíveis


modificações;
 o Termo de Não Impedimento;
 documentos utilizados no planejamento dos trabalhos;

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 requerimentos ao órgão/entidade e respectivas respostas
devidamente assinadas e datadas;
 sumários de entrevistas;
 questionários;
 testes de auditoria elaborados pelo auditores, relacionando cálculos ou
documentos selecionados por amostragem para análise e validação de
registros;
 papéis que se relacionam ao exame das contas que deverão figurar nas
demonstrações contábeis, objeto da auditoria;
 papéis que se referem à avaliação e ao exame do sistema de controles
internos;
 checklists;
 planilhas;
 cartas de circularização com data de recebimento e assinatura do
destinatário, bem como sua respectiva resposta contendo as
informações solicitadas, quando encaminhadas aos auditores;
 cópia de processos administrativos e demais documentos requeridos
para subsidiar uma análise (incluindo correio eletrônico);
 cartas de advogados ou procuradores jurídicos;
 demonstrativos financeiros e orçamentários do período auditado (diários,
razões, balancetes, balanços, execução orçamentária da receita e
despesa) e outros extraídos do sistema de informação do
órgão/entidade;
 cópia de demonstrativos fiscais obrigatórios, planilhas de cálculo de
tributos, comprovantes de pagamentos e retenções tributárias;
 cópia de processos de prestação de contas;
 planilhas de controle da receita, da dívida pública, do impacto financeiro
das renúncias de receitas, planilhas de abertura das metas bimestrais de
arrecadação e das metas fiscais, de análise das contas contábeis, de
cálculo do 13º salário e de férias, planilhas de
depreciação/amortização/exaustão de bens móveis e outras julgadas
necessárias pela equipe de auditoria;
 cópia de extratos e conciliações bancárias do período, se necessário
para subsidiar um achado de auditoria;
 folhas de pagamento do período analisado, se necessário para subsidiar
um achado de auditoria;
 cópia, se necessário, de inventário físico de bens móveis e do
almoxarifado, relatórios de sistema de controle operacional de bens e do
contas a receber e a pagar do órgão/entidade;
 matriz de achados com referência cruzada para os papéis de trabalho
que subsidiam a respectiva conclusão.

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PAPÉIS MESTRES

Resumem os saldos, procedimentos e conclusões da área, do programa ou da


categoria sujeitos a exame, bem como as referências cruzadas para os testes
de auditoria realizados. Na auditoria financeira podem resumir os saldos a
serem auditados bem como os achados de auditoria com as referências
cruzadas para os respectivos testes realizados.

PAPÉIS AUXILIARES

Reproduzem os procedimentos de auditoria realizados, os testes/análises, as


referências cruzadas necessárias, bem como as conclusões obtidas pela
equipe de auditoria com indicação de impropriedades, se detectadas.

PAPÉIS COMPLEMENTARES

Referem-se a documentos obtidos pelo auditor no curso de seus exames, e que


não foram por ele elaborados. Deve-se procurar obter esses papéis
preferencialmente em formato digital.

SIMBOLOGIA DOS PAPÉIS DE TRABALHO

Todos os passos executados devem ser anotados nos papéis de trabalho. Por
exemplo, se uma soma de determinado registro foi conferida, o fato deve ser
registrado nos papéis de trabalho, bem como, observações se foram ou não
encontradas impropriedades/irregularidades. Esta anotação deve ser
conservada como prova de que o auditor fez efetivamente o trabalho.

O mais importante na sua elaboração é que eles atendam aos objetivos de


auditoria e sejam autoexplicativos.

CODIFICAÇÃO

Os papéis de trabalho devem ser codificados e identificados objetivando


localizar facilmente a informação neles contida e permitir uma busca eficiente
de qualquer parte do exame de auditoria.
Existem diversas formas de se codificar os papéis de trabalho: numeração
sequencial, letras, combinação de letras e números, etc. Esta codificação deve
ser seguida inclusive para arquivamento dos papéis de trabalho.
Ex.:
papel Mestre: A
papéis Auxiliares de nível 1: A1 A2
papéis Auxiliares de nível 2, desdobramentos de A1.1 A1.2 A2.1 A2.2
papéis Complementares: AA1 AA2

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SÍMBOLOS

Para simplificar o processo de anotação nos papéis de trabalho, o auditor deve


utilizar símbolos para identificar procedimentos adotados durante as
verificações por ele conduzidas. Normalmente, os símbolos evidenciam a
natureza e a amplitude das verificações e evitam a repetição desnecessária da
descrição do procedimento adotado.
Tais sinais devem ser padronizados, ou seja, devem possuir sempre o mesmo
significado.
Os tiques não podem ser iguais para explicações diferentes, pois perderiam a
função de agilidade e clareza da informação.
Os símbolos ou tiques mais usados nos papéis de trabalho (PT) pelos auditores,
de maneira geral são os seguintes:

 Cálculo conferido (somente para PT físico)

 Conferido com ......... (especificar a documentação suporte, ex.: extrato,


contrato, ...)

# Diferença

∑ Soma

AA Conferido com o ano anterior

BC Conferido com o Balancete

RZ Conferido com o Razão

F Dados extraídos do sistema FINCON

AR Conferido com Ata de Reunião da Diretoria ou da Administração

NF Conferido com nota fiscal/documentação fiscal

PG Verificado o pagamento / recolhimento

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REVISÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO

Os trabalhos de auditoria devem ser supervisionados em todas as suas fases.


A supervisão abrange o acompanhamento, dentre outros: (i) da confecção dos
documentos de auditoria; e (ii) da avaliação da consistência das informações
levantadas e das conclusões. Tal supervisão será exercida pelo titular da
inspetoria/coordenadoria ou por alguém por ele indicado.

Todavia, o requisito de documentar quem revisou o trabalho de auditoria


executado não implica na necessidade de que cada documento de trabalho
inclua evidência de revisão. O requisito, porém, significa documentar que o
trabalho de auditoria foi revisado, quem revisou e quando foi feita a revisão.

ORGANIZAÇÃO FINAL DOS PAPÉIS DE TRABALHO


A documentação deve estar organizada e em condições de ser arquivada na
data do encerramento dos trabalhos.

Após a montagem do arquivo final de auditoria ter sido completada, o auditor


não deve apagar nem descartar documentação de auditoria de qualquer
natureza antes do fim do seu período de guarda dessa documentação.

Ao fim da auditoria os papéis de trabalho devem ser guardados, devidamente


organizados, contendo a seguinte identificação mínima:

Nome do órgão/entidade
Auditoria de conformidade
(ou operacional/financeira/
visita técnica)

mês/ano
n.º processo da auditoria

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REFERÊNCIAS NORMATIVAS
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC n.º 1.206/2009.
Aprova a NBC TA 230 – Documentação de Auditoria. 2009. Disponível em
http://www.portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2012/12/
NBC_TA_05112012.pdf. Acesso em 24/5/2017.
IFAC. International Federation of Accountants. ISA 230: Audit
Documentation. International Standards on Auditing. April, 2009. Disponível
em <http://www.intosai.org/es/issai-executive-summaries/4-directrices-de-
auditoria/directrices-generales-de-auditoria.html >. Acesso em 23/5/2017.
INTOSAI. International Organization of Supreme Audit Institutions. ISSAI 40:
Control de Calidad para la EFS. 2010. Disponível em < http://es.issai.org/
media/14507/issai_40_s_.pdf>. Acesso em 16/5/2016.
________. ISSAI 100:Princípios Fundamentais de Auditoria do Setor
Público. 2010. Disponível em <http://www.intosai.org/fileadmin/
downloads/downloads/4_documents/ISSAI_400_Portugues.pdf>. Acesso em
16/5/2016.
________. ISSAI 1230: Documentación de auditoría. Disponível em
<http://www.intosai.org/es/issai-executive-summaries/4-directrices-de-
auditoria/directrices-generales-de-auditoria.html >. Acesso em 23/5/2017.
IRB – Instituto Rui Barbosa. Normas Brasileiras de Auditoria do Setor
Público NBASP; nível 1 – princípios basilares e pré-requisitos para o
funcionamento dos tribunais de contas brasileiros. Belo Horizonte: IRB,
2015.
________. Normas de Auditoria Governamental (NAG)./ Instituto Rui
Barbosa. Tocantins: IRB, 2011

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