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Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Rodrigo Diaz De Vivar Y Soler
S685h
ISBN 978-65-5663-139-4
ISBN Digital 978-65-5663-140-0
CDD 150.9
Impresso por:
Apresentação
Apresentamos a você, leitor, este livro sobre os aspectos relacionados
à disciplina de História da Psicologia. Neste material, você poderá encontrar
elementos que subsidiarão os seus estudos e a sua formação.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
IV
V
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
VI
Sumário
UNIDADE 1 – CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA
FILOSOFIA À CIÊNCIA................................................................................................1
VII
6 PSICANÁLISE E A CURA PELA PALAVRA...................................................................................93
7 A PSICANÁLISE E A SEXUALIDADE INFANTIL.........................................................................93
8 OS PRINCIPAIS CONCEITOS DA PSICANÁLISE.......................................................................94
9 A PSICANÁLISE DEPOIS DE FREUD..............................................................................................95
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................96
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................97
VIII
4 GÊNERO, SUBJETIVIDADE E BIOPOLÍTICA.............................................................................173
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................178
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................179
IX
X
UNIDADE 1
CONTEXTO HISTÓRICO DO
APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA
FILOSOFIA À CIÊNCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em dois tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Meus parabéns pela sua escolha. Você optou por uma
profissão em constante expansão no Brasil. Atualmente, segundo dados do
Conselho Federal de Psicologia (LHULLIER, 2013), somos 359.101 profissionais
atuando nas mais variadas áreas de intervenção. Desde a clínica, passando pelas
áreas da educação, das organizações, da saúde pública e da assistência social,
até as consideradas áreas emergentes como as ligadas ao judiciário, a prática
hospitalar e, mesmo a área ambiental.
NOTA
4
TÓPICO 1 | AS ORIGENS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
NOTA
5
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
própria afirmação já que ele é o único responsável por afirmar quem ele mesmo
é. Dessa forma, Parmênides inaugura uma reflexão muito aprofundada sobre a
natureza ontológica do ser.
6
TÓPICO 1 | AS ORIGENS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
NOTA
Poucos estudados nos dias de hoje, os sofistas foram alvo de muitas críticas
por conta do aparecimento da figura de Sócrates (469 - 399 a.C.), considerado o pai
da filosofia. Pouco se sabe sobre a figura histórica de Sócrates até suas primeiras
atividades filosóficas, mas muito se sabe sobre a figura simbólica de Sócrates
devido ao seu legado registrado pelos seus discípulos, dentre os quais destaca-se
Platão (428 – 347 a.C.).
7
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
8
TÓPICO 1 | AS ORIGENS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
9
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
NOTA
Em uma tradução livre, podemos dizer que o “helenismo “significa algo como
“viver como os gregos.” Esse período da história compreende desde a morte de Alexandre,
O Grande – 323 a.C. até a anexação da península grega e suas ilhas por Roma em 146
a.C. O helenismo registrou um grande impacto e influência no encontro entre as culturas
ocidentais e orientais desde a filosofia, passando pelas artes, pela ciência e, até mesmo,
pela religião.
NOTA
Nesse sentido, Epicuro formulou nas suas escolas, o que ele mesmo
chamou de jardins, espaços clínicos onde seus discípulos poderiam, antes de
tudo, aplicar o ensino fundamental das experiências do prazer a partir de uma
condição terapêutica.
11
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
Por fim, outra escola que merece destaque dentro do helenismo foi o
estoicismo. Criada por Zenão (495 a. C. – 425 a.C.) essa escola foi, a que mais
encontrou adeptos dentro o que via a ser conhecido mais tarde como Império
Romano. Basicamente, o estoicismo defendia a tese de que os sujeitos deveriam
abster-se de todas as formas de vícios e prazeres, por meio da aplicação de
exercícios espirituais.
12
TÓPICO 1 | AS ORIGENS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
NOTA
13
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
14
TÓPICO 1 | AS ORIGENS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
4 A PSICOLOGIA E O CRISTIANISMO
O cristianismo é uma doutrina espiritual criada por Jesus e seus discípulos
para anunciar, por um lado, a iminência do fim do mundo e, por outro lado,
o advento do Reino de Deus. Trata-se de uma mensagem radicalmente oposta
às culturas gregas e romanas. Essas duas últimas, jamais preocuparam-se em
estabelecer um vínculo entre a existência dos sujeitos e a revelação escatológica
dos fins dos tempos.
15
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
NTE
INTERESSA
Por meio dos seus terapeutas de Alexandria, Fílon criou todo um estilo,
ou melhor, uma exegese capaz de estabelecer a relação entre o inefável e o logos.
Para Fílon, o logos designava não somente o discurso, mas a possibilidade de
criação do mundo e de todas as coisas.
16
TÓPICO 1 | AS ORIGENS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
NOTA
FONTE: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/cristianismo-primitivo.htm>.
Acesso em: 28 abr. 2020.
Todo esse conjunto de ensinamentos deve ser observado como uma como
uma introdução para a vida espiritual em consonância com o desenvolvimento
espiritual do sujeito. Isso quer dizer que, o estudo sistemático das escrituras,
constituiu a base para a formação da subjetividade cristã.
Isso significa que, a partir dessa perspectiva, a filosofia grega será o alicerce
sob o qual toda arquitetura cristã foi construída. Ocorre que a estratificação do
cristianismo como filosofia precisa ser observada não somente como uma cultura
exegética, mas também como um estilo de vida, um modo de ser. Em outras
palavras, não devemos conceber o cristianismo como um dogma religioso tão
somente, mas sim uma sabedoria de vida e uma maneira de se viver de acordo
com a razão divina.
18
TÓPICO 1 | AS ORIGENS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
Nesse sentido, a filosofia cristã ganhará, cada vez mais, o tom de uma luta
travada pelo cristão contra si mesmo, a tal ponto que, a partir do século IV muitos
filósofos ligados ao cristianismo desenvolveram a ideia de que, para o sujeito
ser um bom cristão, era necessário ser um herói e, esse heroísmo, consistia em
produzir um estilo de vida próximo a de Jesus.
19
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
Nesse sentido, essa prática de acordo com Foucault (2013) possui dois
contextos muitos específicos: em primeiro lugar, essa é a inscrição de um processo
de subjetivação dos primeiros cristãos. E, ao mesmo tempo essa inscrição não é
da ordem verbal, mas manifestada a partir da confiança do sujeito em relação a
Deus.
Por conta desses aspectos, a prece ou a vontade do sujeito nada mais era
do que uma remissão a Deus da sua própria vontade. Isso significa que a relação
de confiança e de segurança presente na parresía cristã circula pelo princípio de
obediência e, dentro dessa circularidade, encontra-se a crença na vida eterna e o
pedido sincero para que seja feita sempre a vontade de Deus.
Existia, portanto, nesse estilo de vida uma atitude voltada para a confiança
do sujeito em relação ao seu destino. Por exemplo, a biografia de João Crisóstomo
(347 – 407), retratada no livro Tratado das Providências relata que, no momento
de perseguição aos cristãos por forças políticas muitos, não hesitaram em se
tornarem almas invencíveis, cuja sabedoria não se deixava subjulgar por meio da
audácia e da coragem.
21
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
NOTA
Assim como São Bento, outro intelectual muito importante para esse
período foi São Francisco de Sales (1567 – 1622), responsável pela publicação do
livro Introdução a Vida Devota, na qual Sales desenvolve, por meio de um conjunto
de epístolas, os elementos voltados para a vocação religiosa e para a devoção.
22
TÓPICO 1 | AS ORIGENS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
23
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
NOTA
Ainda com relação a esse aspecto, acreditava que a existência de Deus era
possível de demonstração a partir de um conceito muito importante, no caso, o de
causa primeira. Deus, para ele é movimento a partir de uma elaboração, segundo
a qual todas as finalidades residem na vontade de Deus.
25
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
NOTA
26
TÓPICO 1 | AS ORIGENS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
27
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
para Descartes o sujeito não possuía qualquer estatuto. É somente a partir de suas
reflexões que serão estabelecidas as bases de um racionalismo intrínseco ao sujeito.
Isso significa que somente pode pensar aquele que duvida, mas esta
dúvida se encontra no horizonte de racionalidade a qual é inata ao sujeito.
NOTA
Nesse sentido, podemos entender que Hobbes propõe uma aliança entre
os sujeitos e o Estado na qual, os primeiros abrem mão da sua liberdade, em troca
da segurança prometida nos mais variados níveis – saúde, educação, transporte,
moradia etc.
28
TÓPICO 1 | AS ORIGENS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
Por conta das reflexões elaboradas tanto por Descartes, quanto pelos
empiristas ingleses é que uma ciência psicológica se tornará possível no século
XIX. Entretanto, o debate sobre as origens do conhecimento humano quase
ocasionou o fim da filosofia e das ciências do homem, propriamente ditas até o
aparecimento da filosofia crítica de Kant.
E
IMPORTANT
30
RESUMO DO TÓPICO 1
31
AUTOATIVIDADE
32
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Dando continuidade aos estudos sobre os saberes psicológicos, passamos
a destacar o conjunto desses mesmos conhecimentos reunidos em uma realidade
metodológica, verificada sistematicamente e controlada, que reúne hipóteses
na tentativa de possibilitar maior entendimento ao objeto de estudo da ciência
do comportamento, qual seja, o ser humano. Na esteira dos acontecimentos
produzidos pelo Renascimento e pelo Iluminismo, as ciências humanas
colocaram-se a favor de um projeto voltado para o progresso tecnológico da
civilização ocidental.
33
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
NOTA
34
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
35
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
36
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
37
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
39
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
NOTA
Outro campo em que Wundt concentrou seu considerável talento tinha sido
esboçado nas Contribuições em 1862: a criação de uma psicologia social. Perto do final do
século, ele voltou a esse projeto, que culminou nos dez volumes de sua Volkerpsychologie
(Psicologia Cultural), publicados entre 1900 e 1920; o título é com frequência traduzido de
modo impreciso como “Psicologia dos Povos”.
Segundo Wundt (1916), nossa mente era uma síntese de fluxos químicos
que efetuavam sua associação a partir de três categorias básicas: a primeira delas,
era a fusão. Nela, os elementos de combinação eram agrupados em conjuntos de
complementação. A segunda delas, era à assimilação em que a mente poderia
combinar os elementos presentes nas categorias alegóricas da consciência. Por
fim, havia também a complicação responsável por agrupar e reunir os elementos
de diferentes modalidades e sentidos.
41
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
Diante desse quadro, podemos afirmar que Wundt pode ser considerado
o pai da psicologia por se dedicar a explorar os seus contornos a partir de uma
prática cientificamente comprovada. Entretanto, essa constatação limitou a
psicologia a partir de uma dinâmica voltada apenas para os estudos experimentais
relacionando o estudo da psicologia como ciência dos aspectos objetivos da mente,
deixando de lado toda uma implicação subjetiva necessária aos estudos desse
saber. Muito embora, a obra de Wundt, seja até hoje de difícil acesso, pois existem
poucas traduções para a língua portuguesa, pode-se constatar que ele lançou
as bases dessa área do conhecimento intimamente relacionada à perspectiva
positivista.
4 O FUNCIONALISMO
Após o desenvolvimento dos estudos da psicologia científica iniciados
com Wundt, muitos de seus discípulos deram prosseguimento as suas ideias,
seja para concordar com suas teses, seja para refutá-las. É na esteira dessas
perspectivas, que um de seus principais seguidores acaba levando a psicologia
para as universidades americanas dando início à primeira escola do pensamento
psicológico, no caso, o funcionalismo.
42
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
NOTA
O pragmatismo foi uma corrente filosófica fundada nos Estados Unidos que
procurava pensar, em seus estudos, os elementos voltados para a utilidade das práticas
sociais. Desse modo, essa corrente procura enfatizar a causalidade como um elemento
fundamental da ação humana, principalmente, a partir da linguagem.
James era um sujeito eclético. Dedicou grande parte de sua vida ao estudo
dos fenômenos religiosos, a antropologia – inclusive esteve no Brasil em 1865 –
a filosofia e a medicina. Desse modo, é correto afirmar que o funcionalismo foi
fortemente influenciado por essas experiências interdisciplinares.
43
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
Isto é, para além de uma mera categoria fisiológica, nossa mente é capaz de
distribuir os elementos e encadeamentos da relação entre racionalidade e emoção
a partir de uma lógica não linear, mas que faz todo o sentido para o sujeito.
44
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
Como vimos, James irá propor o funcionalismo como uma leitura possível
sobre as emoções a partir das dinâmicas subjetivas a partir do reconhecimento
do cérebro e das reações fisiológicas e comportamentais desencadeadas a partir
de determinado acontecimento ambiental. Logo, o ambiente o qual o sujeito está
inserido é um componente fundamental em que o sujeito recebe e, ao mesmo
tempo, liga-se a determinadas experiências, pois de acordo com Araujo e
Honorato (2017, p. 11):
NOTA
46
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
5 O ESTRUTURALISMO
47
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
NOTA
48
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
NOTA
49
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
FONTE: <http://pulchro.blogspot.com/2007/03/ser-que-aqui-cabe-tudo-o-que-vo-me.html>
Acesso: 28 abr. 2020.
6 O ASSOCIACIONISMO
O associacionismo foi outra escola muito importante no nascimento da
psicologia científica. Essa teoria baseava suas considerações a partir de uma
forte influência do darwinismo social, sobretudo a partir das contribuições do
sociólogo Herbert Spencer (1820 – 1903).
50
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
NOTA
51
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
52
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
NOTA
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UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
54
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
55
UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
56
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
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UNIDADE 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA PSICOLOGIA: DA FILOSOFIA À CIÊNCIA
58
TÓPICO 2 | O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E AS PRIMEIRAS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
na busca de uma compreensão das leis gerais da vida psíquica (Wundt, 1888b).
Nos últimos 20 anos de sua vida (1900-1920), Wundt dedicou-se principalmente
a esse empreendimento – baseando-se sempre em estudos e relatos linguísticos,
históricos e etnológicos - que teve como resultado dez extensos volumes, além de
ensaios isolados.
59
RESUMO DO TÓPICO 2
CHAMADA
60
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://sites.google.com/site/jphylosophya/os-tipos-de-conhecimento-o-senso-
comum>. Acesso em: 4 maio 2020.
c) Você já parou para pensar o que crenças, dizeres e pontos de vista são
replicadas por gerações? Conhece algum?
61
62
UNIDADE 2
AS PRINCIPAIS ESCOLAS
PSICOLÓGICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
63
64
UNIDADE 2
TÓPICO 1
A PSICOLOGIA BEHAVIORISTA
1 INTRODUÇÃO
A psicologia behaviorista é, uma das maiores forças no que se refere aos
saberes psicológicos. Sua proveniência remete ao início do século XX, desde a
emergência dos primeiros trabalhos desenvolvidos por Ivan Pavlov no âmbito da
reflexologia.
65
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
66
TÓPICO 1 | A PSICOLOGIA BEHAVIORISTA
NOTA
67
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
UNI
Pavlov (1849 – 1936): formulou a Teoria do Reflexo (PAVLOV, 1978), na qual sua
hipótese fundamental possui três aspectos indissociáveis a partir das seguintes estruturas:
• a espécie animal responde aos estímulos do ambiente de forma incondicionada;
• é possível condicionar a resposta a partir de estímulos neutros, modificando o
comportamento incondicionado;
• os estímulos neutros passam a ser estímulos condicionados.
NOTA
FONTE: <http://opiniaoenoticia.com.br/vida/comportamento/os-porques-das-reacoes-
involuntarias-do-corpo/>. Acesso em: 10 jan. 2020.
68
TÓPICO 1 | A PSICOLOGIA BEHAVIORISTA
FONTE: <https://motivacaoeaprendizagem.wordpress.com/2013/06/19/condicionamento-
classico-e-operante-e-suas-diferencas/>. Acesso em: 29 abr. 2020.
69
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
70
TÓPICO 1 | A PSICOLOGIA BEHAVIORISTA
E
IMPORTANT
72
TÓPICO 1 | A PSICOLOGIA BEHAVIORISTA
73
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
74
TÓPICO 1 | A PSICOLOGIA BEHAVIORISTA
É nesse campo que os trabalhos desenvolvidos por Skinner serão uma forte
referência para o desenvolvimento das políticas de atenção à saúde mental como
tratamento baseados, sobretudo, na sua ideia de condicionamento operante.
75
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
Auto-falante
Armazenador
Luzes
de grãos
sinalizadoras
Pedal
Tubo do
armazenador
Fio até o
gerador de
Copo para comida Grade eletrificada choques
FONTE: <http://motivacaopsicoece.blogspot.com/2013/05/modelagem-de-comportamento.
html>. Acesso em: 29 abr. 2020.
FONTE: <http://www.treinodecaes.pt/2016/02/18/condicionamento-classico-vs-
condicionamento-operante/>. Acesso em: 29 abr. 2020.
76
TÓPICO 1 | A PSICOLOGIA BEHAVIORISTA
77
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
Para Calvin, a ideia de receber dinheiro por suas notas mais altas seria o
ideal para reforçá-lo. O que o pai justifica como suborno seria visto como reforço
negativo, pois permite a retirada de algo negativo, mas não necessariamente
produziria respostas diferentes daquelas justificadas no último quadrinho.
NTE
INTERESSA
78
TÓPICO 1 | A PSICOLOGIA BEHAVIORISTA
79
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
E
IMPORTANT
John Watson
De maneira geral, tem sido mantido por seus seguidores que a psicologia é um estudo da
ciência do fenômeno da consciência. Por um lado, ela tomou como seu problema a análise
de estados (ou processos) mentais complexos por meio de seus simples constituintes
elementares; por outro lado, a construção de estados complexos quando os constituintes
elementares são dados. O mundo de objetos físicos (estímulos, incluindo aqui qualquer
coisa que possa excitar atividade em um receptor) que constitui o fenômeno total do
cientista natural é visto meramente como meio para um fim. Esse fim é a produção de
estados mentais que possam ser "inspecionados" ou "observados". O objeto psicológico
de observação, no caso de uma emoção, por exemplo, é o próprio estado mental. O
problema na emoção é a determinação do número e do tipo de constituintes elementares
presentes, intensidade, ordem de aparição etc. É de comum acordo que a introspecção é,
par excellence, o método por meio do qual os estados mentais podem ser manipulados
para os propósitos da psicologia. Partindo dessa afirmação, os dados comportamentais
(incluindo sob este termo tudo que é abarcado pelo nome de psicologia comparada) não
têm valor per se. Eles possuem significância apenas na medida em que possam lançar luz
sobre estados conscientes. Tais dados devem ter pelo menos uma referência analógica ou
indireta para pertencer ao reino da psicologia.
80
TÓPICO 1 | A PSICOLOGIA BEHAVIORISTA
FONTE: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X20080002
00011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 10 jan. 2020.
81
RESUMO DO TÓPICO 1
82
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://wordsofleisure.com/2012/05/20/tirinha-do-dia-calvin-e-haroldo-em-eu-
adoro-sabados/>. Acesso em: 2 maio 2020.
83
84
UNIDADE 2 TÓPICO 2
FREUD E A EMERGÊNCIA DA PSICANÁLISE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apontaremos os principais aspectos da psicanálise, a partir
do seu criador, Sigmund Freud. Desse modo, apresentaremos os aspectos que
envolvem desde as bases biográficas até as diretrizes metodológicas e os aspectos
conceituais da psicanálise.
85
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
Na Idade Média, a loucura era vista como algo demoníaco, cabendo aquele
que apresentava tal postura de anormalidade a identidade de possessão. Desse
modo, desenvolviam-se práticas voltadas para a punição e o isolamento social.
Na Renascença, Jacob Sprenger e Heinrich Kramer, no ano de 1489, aproveitam
a invenção da imprensa para distribuir junto a Igreja, o Malleus Meleficarum
(KRAMER; SPRENDER, 2015), uma enciclopédia que serviria de manual para
expurgo da loucura, nomeada na época como bruxaria. Desta forma durante 300
anos a igreja utilizou seus modos de punição e absolvição de almas justificando
que bruxas e loucos tinham pactos com forças malignas e neste intento os doentes
mentais seriam contemplados com as mais variadas formas de cárcere, tortura e
morte.
86
TÓPICO 2 | FREUD E A EMERGÊNCIA DA PSICANÁLISE
FONTE: <https://aminoapps.com/c/wiccaebruxaria/page/blog/malleus-maleficarum/X0d2_
BzeFgu58rQzDEPgWDeNwbJxedobEdX>. Acesso em: 2 maio 2020.
87
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
NTE
INTERESSA
A falta de condição financeira fez com que Freud não pudesse continuar
seus estudos no ambiente acadêmico, sendo assim, decidiu-se pela pesquisa
fisiológica no treinamento hospitalar, especializando-se em anatomia e por fim
praticando a neurologia clínica (GAY, 1989).
88
TÓPICO 2 | FREUD E A EMERGÊNCIA DA PSICANÁLISE
FONTE: <https://pt.sainte-anastasie.org/articles/biografas/josef-breuer-biografa-de-este-pionero-
del-psicoanlisis.html>. Acesso em: 2 maio 2020.
Durante o trabalho de análise onírica que durou dois anos, Freud catalogou
e organizou sua experiência que foram transmitidas em A interpretação dos Sonhos
(FREUD, 2019). Nesse trabalho também está contido a natureza do complexo de
édipo, assim Freud incorpora a técnica de análise dos sonhos à psicanálise.
89
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
O sujeito moderno, para Freud (1993) não é apenas um ente racional, mas
também é perfilado pelos elementos instintivos que se reproduzem na maneira
pelas quais são constituídos todos os sistemas de símbolos, sentidos e significados.
90
TÓPICO 2 | FREUD E A EMERGÊNCIA DA PSICANÁLISE
5 A EMERGÊNCIA DO INCONSCIENTE
O inconsciente antes de Freud, era aplicado de forma adjetivada sem uma
organização sobre as estruturas psíquicas ou alguma contribuição real para a
compreensão da subjetividade (GARCIA-ROZA,1996).
91
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
FONTE: <https://classconnection.s3.amazonaws.com/209/flashcards/1892209/png/
freud1351814399405.png>. Acesso em: 25 maio 2020.
Por fim, ao fundo dessa estrutura encontra-se o id. Movido totalmente pela
pulsão, o id é representado pela figura do inconsciente a partir das necessidades e
desejos produzidos pelo sujeito ao longo da sua existência.
92
TÓPICO 2 | FREUD E A EMERGÊNCIA DA PSICANÁLISE
E
IMPORTANT
Para esta condição, o manejo clínico promovido pela psicanálise define o inconsciente
como característica substancial de apropriação terapêutica, é metodologicamente
reafirmado por meio da livre associação dado a condição de resistência apresentada na
análise.
93
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
A vida sexual inclui a função de obter prazer das zonas do corpo — função
mais tarde posta a serviço da reprodução. As duas funções muitas vezes deixam
de coincidir completamente. Portanto, as descobertas acima descritas tiveram
grande repercussão social, haja visto que para a criança, na época de Freud, era
dado o lugar da inocência e, no entanto, as mesmas só as eram até os cinco anos,
pois a sociedade da época não tinha o entendimento do desenvolvimento previsto
a infância e o puritanismo da época reforçado pela igreja propunha a relação sexo
exclusivamente dedicada a reprodução.
Por conta desses aspectos Freud (1969) aponta que a fase oral teria como
zona de erotização a boca. Já a fase anal opera como zona de erotização por meio
do controle dos esfíncteres, do ânus e das fezes. Em terceiro lugar, têm-se a fase
fálica compreendida por Freud (1969) como a zona de erotização tendo como vetor
o órgão sexual. Por fim Freud (1969) defende que a fase genital, que é posterior
ao período de latência findando o mesmo na puberdade. Nesta fase o objeto de
desejo não está mais no próprio corpo, está no outro externo ao indivíduo.
94
TÓPICO 2 | FREUD E A EMERGÊNCIA DA PSICANÁLISE
95
RESUMO DO TÓPICO 2
96
AUTOATIVIDADE
97
98
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
A psicologia da Gestalt foi um importante movimento marcado por
um forte influência da fenomenologia. Uma das principais tarefas da Gestalt é
busca pela possibilidade de o sujeito empreender um retorno às coisas mesmas,
tornando explícito aquilo que é implícito.
2 O QUE É GESTALT?
As palavras que designam uma abordagem são uma síntese do
entendimento inicial de uma escola de pensamento. Neste sentido, temos o
behaviorismo como escola voltada ao entendimento do comportamento, como
também a psicanálise responsável por investigar os contornos do inconsciente.
E a palavra Gestalt? Para ela, temos dois significados diferentes: a forma ou uma
entidade concreta que possui vários atributos à forma.
99
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
Outro ponto que merece destaque em relação à Gestalt é que ela procura
enfatizar o papel subjetivo da percepção na compreensão da nossa realidade.
Toda Gestalt, portanto, será uma busca na maneira pela qual o sujeito enxerga a
sua realidade, desse modo, ela será um componente efetivo na busca por auxiliar
esse indivíduo em proceder a uma vida voltada para a boa forma.
NOTA
100
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA DA GESTALT E A EXPERIÊNCIA DA PERCEPÇÃO
Esse recurso fora utilizado nas artes durante muito tempo e, a psicologia
da Gestalt estabelece uma apropriação criativa desse modelo no âmbito da ciência.
Como exemplo disse que acabamos de falar, temos o caso da literatura e, mais
especificamente, a literatura francesa do início do século XX. Nomes como Marcel
Proust (1871 – 1922). Ele escrevera uma obra extensa e complexa intitulada Em
Busca do Tempo Perdido, na qual ele tenta reencontrar elementos do seu próprio
passado em uma tentativa de estabelecer uma genealogia sobre ele mesmo.
101
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
102
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA DA GESTALT E A EXPERIÊNCIA DA PERCEPÇÃO
Por conta de todos esses aspectos, podemos afirmar que a Gestalt é uma
teoria psicológica baseada no holismo, isto é, tenta integrar vários elementos
ao componente da subjetividade a partir da busca pela boa forma. Desde as
compreensões biológicas sobre o processo de evolução até os aspectos psicológicos
mais elementares e os superiores.
103
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
104
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA DA GESTALT E A EXPERIÊNCIA DA PERCEPÇÃO
105
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
FONTE: <https://designculture.com.br/leis-da-gestalt-semelhanca-e-pregnancia-da-forma>.
Acesso em: 2 maio 2020.
106
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA DA GESTALT E A EXPERIÊNCIA DA PERCEPÇÃO
FONTE: <http://www.immaginare.com.br/pt/simplicidade-simetria-e-mais-teoria-gestalt-e-os-
principios-de-design-a-que-deu-nascimento/>. Acesso em: 2 maio 2020.
NOTA
108
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA DA GESTALT E A EXPERIÊNCIA DA PERCEPÇÃO
FIGURA 24 – KURT
NOTA
Nesse sentido, sua hipótese seria, de que todo estímulo externo acaba por
produzir uma ressonância nos estados de consciência. A partir dessa característica,
cada evento similar passará pelo mesmo processo de reminiscência, condicionada
aos efeitos sociais e culturais.
109
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
A Gestalt deveria dar conta das vivências provocadas pelo isomorfismo. Isto é,
interessava a essa escola psicológica dar conta da correspondência entre os múltiplos
elementos constitutivos da experiência preservando a sua continuidade. Nesse sentido,
esse isomorfismo consistia na revelação da identidade das coisas em si.
NOTA
Foi a partir dos anos 1930 que Lewin se interessou pela psicologia social,
tendo notável representação em seus estudos sobre a dinâmica de grupo e conceitos
relativos ao comportamento individual e grupal. Por meio de experimentos que
determinaram os tipos de liderança autoritária, democrática e liberal Lewin fez
111
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
Por fim, a zona fronteiriça em que certas partes do mundo físico e social
acabam por inferir sobre a vida do sujeito, grupo ou mesmo instituições. Esse
conceito é de fundamental importância para uma os horizontes e as condições
de possibilidades pelas quais determinadas experiências podem potencializar as
interações entre os sujeitos e os grupos.
112
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
113
AUTOATIVIDADE
114
UNIDADE 2
TÓPICO 4
A PSICOLOGIA HUMANISTA
1 INTRODUÇÃO
A psicologia em seu surgimento como disciplina independente, teve como
objeto de estudo a experiência consciente a partir dos estudos Wunditinianos.
Logo, a base teórica que se propunha introspectiva especulativa é sucedida pelo
funcionalismo que integrou as técnicas introspectivas com técnicas extrospectivas.
Anos mais tarde, houve a difusão de duas escolas do pensamento: o behaviorismo
e a psicanálise, responsáveis por apurar o interesse dos psicólogos da época para
o inconsciente e a observação direta do comportamento.
115
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
NOTA
116
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA HUMANISTA
118
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA HUMANISTA
119
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
Em sua obra máxima, intitulada Tornar-se Pessoa, Rogers (1990) acaba por
apontar os elementos-chave da sua própria teoria. Escrito na primeira pessoa,
esse livro trabalha as experiências do próprio Rogers na constituição como
terapeuta. De um modo geral, Rogers acaba por ilustrar que, diferentemente das
outras escolas psicológicas as quais o psicólogo é dependente de uma técnica a
priori, na Abordagem Centrada na Pessoa, os elementos vivenciais de cada sujeito
são fundamentais para um encontro que é sempre singular.
Outro fato interessante descrito por Rogers é que sua teoria é um convite
para a abertura do sujeito em relação aos seus processos de coletividade. Por
isso, é que muitos trabalhos desenvolvidos por ele foram chamados de imersão.
Quando, por meio da formação de grandes grupos, o terapeuta não era mais do
que um facilitador das experiências coletivas do próprio grupo.
120
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA HUMANISTA
NOTA
121
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
NOTA
122
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA HUMANISTA
123
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
NOTA
124
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA HUMANISTA
Como resultado dessa terrível realidade, Frankl gravou durante nove dias
ininterruptos a primeira versão do livro Um Psicólogo no Campo de Concentração. Nos
anos que se seguiram, Frankl não parou de produzir artigos. Em 1952, salientou a
possibilidade da noogênese da neurose. Ele postula em Indicações da Logoterapia
Analítico Existencial a neurose como um conflito ético-existencial- espiritual, além
de organizar seu patrimônio intelectual formado nos anos anteriores ao holocausto.
Viktor Frankl falece em 1997, após uma vida que justifica sua teoria do sentido a
partir da existência que permanece para outros indivíduos.
125
RESUMO DO TÓPICO 4
126
AUTOATIVIDADE
127
128
UNIDADE 2 TÓPICO 5
A PSICOLOGIA DESDE A AMÉRICA LATINA
1 INTRODUÇÃO
A história da psicologia na América Latina é permeada por diversos
desafios e possibilidades. Certamente, desde o início do seu processo de
colonização, esse continente foi marcado por um forte clima de instabilidade
política, econômica, social e cultural.
129
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
FIGURA 31 – MARTIN-BARÓ
FONTE: <https://averdade.org.br/2020/02/ignacio-martin-baro-e-a-psicologia-da-libertacao/>.
Acesso em: 2 maio 2020.
E
IMPORTANT
psicologia que priorizam esse saber como uma mera aplicabilidade da previsão
do comportamento, a psicologia da libertação procurar analisar como se efetivam
as práticas ideológicas responsáveis pela produção da alienação do indivíduo.
131
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
FONTE: <https://www.hypeness.com.br/2020/01/paulo-freire-17-livros-em-pdf-para-baixar-e-
conhecer-a-importancia-do-educador/>. Acesso em: 2 maio 2020.
132
TÓPICO 5 | A PSICOLOGIA DESDE A AMÉRICA LATINA
FIGURA 33 - PICHON-RIVIÈRE
133
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
134
TÓPICO 5 | A PSICOLOGIA DESDE A AMÉRICA LATINA
Desse modo, ao promover esse exercício, por muitas vezes o sujeito sente-
se impelido a vivenciar aspectos de uma ansiedade considerada por ele um
entrave ao seu próprio crescimento e satisfação pessoal.
135
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
e, como tal, constitui-se a partir da relação. Tal relação, por sua vez compreende a
interatividade entre tempo e espaço a partir dos vínculos firmados entre o sujeito
e a sociedade. O reconhecimento desse vínculo favorece o pertencimento e as
dinâmicas de interação social necessárias à existência.
136
TÓPICO 5 | A PSICOLOGIA DESDE A AMÉRICA LATINA
137
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
É com base nessa crítica que Silvia Lane (2012) e outros profissionais
de psicologia procurarão estabelecer as críticas necessárias em relação ao
desenvolvimento procurando por novos rumos em relação a constituição da
psicologia social crítica.
E
IMPORTANT
138
TÓPICO 5 | A PSICOLOGIA DESDE A AMÉRICA LATINA
139
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
As representações sociais, por sua vez, são pensadas por Lane a partir
da perspectiva pensada pela intelectual francesa Denise Jodelet (2012). Essa
experiência pensada pela escola francesa de psicologia social compreendia as
representações sociais como arquétipos presentes nos sistemas ideológicos da
nossa sociedade.
140
TÓPICO 5 | A PSICOLOGIA DESDE A AMÉRICA LATINA
FONTE: <http://revistapress.com.br/jornal-da-capital/associacao-que-busca-a-preservacao-do-
hospital-psiquiatrico-sao-pedro-lanca-livro/>. Acesso em: 4 maio 2020.
141
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
142
TÓPICO 5 | A PSICOLOGIA DESDE A AMÉRICA LATINA
FONTE: <https://capspontadocoral.wordpress.com/2019/09/27/associacao-de-usuarios/>.
Acesso em: 4 maio 2020
143
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
Essa lei passa a instituir que todos os municípios brasileiros com mais de
20.000 habitantes deverá possuir um Centro de Atenção Psicossocial financiado
quase que, na sua totalidade, pelo Sistema Único de Saúde.
144
TÓPICO 5 | A PSICOLOGIA DESDE A AMÉRICA LATINA
LEITURA COMPLEMENTAR
Contudo, muitos dos que, como eu, convivemos com Sílvia Lane, podemos
aceitar uma outra certeza, a certeza de que nascemos para começar e não de que
nascemos para morrer pois, como diz Hanna Arendt, há "um começo que vem ao
mundo quando nascemos . . . começando algo novo, por nossa própria iniciativa"
(" A condição humana" , 1983, p. 190). O sentido que essa autora atribui ao agir
retrata como Sílvia Lane agia durante toda sua vida: tomar iniciativa, iniciar,
imprimir movimento a algo.
Sílvia Lane e Hanna Arendt, cada uma a seu modo, falaram do homem
em movimento, preocupadas com a existência de homens concretos não de um
abstrato Homem (com maiúscula) mas de homens que, dentro da história, vivem
em sociedade e habitam o mundo, reconhecendo e enfatizando que essa existência
sempre tem relação com a política.
Sempre vi a Sílvia começando algo, algo que ela sempre concluía de forma
que o final fosse um novo começo.
Não me parece que aqui seja lugar para falar de suas valiosas e numerosas
realizações, pois muito haveria que falar, mesmo porque meu primeiro contato
com ela foi em 1965. Durante mais de quatro décadas tive o privilégio de, com
ternura e carinho, fruir de sua amizade e camaradagem, enquanto, com admiração
e respeito, muito aprendia com ela, primeiro como aluno, depois como orientando
e, finalmente, como colega.
145
UNIDADE 2 | AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS
Já que, infelizmente, a Sílvia não está mais entre nós, se queremos manter
vivo seu verdadeiro espírito o que seria uma forma de imortalidade devemos
enfrentar esse desafio de continuarmos a buscar novas respostas à questão de
como desenvolver uma psicologia voltada para os problemas concretos de nossa
realidade atual.
Sua recusa a qualquer forma de dogma fica evidente numa frase que
sempre valorizou e gostava de repetir: porque não? Entendo que a maior
homenagem que podemos prestar à Sílvia Lane é agir como ela agiu durante toda
sua vida: tomar iniciativa, iniciar, imprimir movimento a algo, sempre com o foco
no homem em movimento, que ela sempre encarnou de forma emblemática.
146
RESUMO DO TÓPICO 5
CHAMADA
147
AUTOATIVIDADE
148
UNIDADE 3
HISTÓRIA POLÍTICA DA
SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM
O CONTEMPORÂNEO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
149
150
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A subjetividade não faz parte da nossa essência (SOLER, 2008). O que
significa essa afirmação? Significa, antes de tudo que a subjetividade é marcada
por uma condição histórica e política. Para Michel Foucault (2014), a subjetividade
é um processo permeado pelas relações entre saber, poder e subjetivação.
151
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
NOTA
152
TÓPICO 1 | SUBJETIVIDADE, RELIGIÃO E POLÍTICA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
FONTE: <https://templariodemaria.com.br/padre-e-pastor-recebe-oracao-de-mae-de-santo-
durante-missa-afro/>. Acesso em: 2 maio 2020.
A psicologia, por sua vez, deve ser uma importante interlocutora nesse
debate. Por meio de seus órgãos reguladores como os conselhos de classe, percebe-
se uma maior aproximação dos psicólogos no debate em torno das problemáticas
religiosas. Esse efeito é compreendido pelo diálogo das comissões de direitos
humanos e minorias formadas nesses órgãos para debater a formação de profissionais,
a organização de atividades e demais práticas que estimulem o senso crítico na
formação do profissional de psicologia e sua constante relação com tal problemática.
154
TÓPICO 1 | SUBJETIVIDADE, RELIGIÃO E POLÍTICA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
155
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
156
TÓPICO 1 | SUBJETIVIDADE, RELIGIÃO E POLÍTICA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
157
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
158
TÓPICO 1 | SUBJETIVIDADE, RELIGIÃO E POLÍTICA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
Desse modo, uma leitura sobre esses conceitos compreende uma dupla
relação. A primeira delas refere-se à dimensão pessoal, ou seja, o fato de que
a religiosidade é um acontecimento voltado para a liberdade pessoal, em que
o sujeito é impelido a escolher as suas crenças de acordo com suas próprias
especificidades. Nesse contexto, a religiosidade opera a partir do paradigma da
liberdade religiosa com fundamento e exercício da vida cívica.
159
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
FONTE: <https://noticias.r7.com/internacional/por-que-o-controle-do-vale-do-jordao-e-chave-
para-o-conflito-entre-israel-e-palestina-15092019>. Acesso em: 2 maio 2020.
Esse efeito pode se traduzir no esforço cada vez mais presente pelas
prerrogativas dos trabalhos desenvolvidos por psicólogos e psicólogas no
sentido de se promover o diálogo entre as experiências que envolvem sujeitos e
subjetividades no campo da religiosidade.
160
TÓPICO 1 | SUBJETIVIDADE, RELIGIÃO E POLÍTICA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
NOTA
161
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
162
RESUMO DO TÓPICO 1
163
AUTOATIVIDADE
164
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Este tópico é dedicado a pensar as relações políticas, históricas e sociais das
questões de gênero e da subjetividade. Quais são as implicações da perspectiva
dos estudos de gênero sobre a Psicologia? Tal questionamento é de fundamental
importância para situarmos as perspectivas que envolvem a dimensão afetiva
em torno do qual nos constituímos como sujeitos para além dos horizontes da
racionalidade.
165
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
FIGURA 6 - OS PAPÉIS SOCIAIS SÃO MUITO IMPORTANTES PARA A DEFINIÇÃO DOS ESTUDOS
DE GÊNERO
FONTE: <https://diadeaprenderbrincando.org.br/2017/04/27/9-inspiracoes-para-meninos-e-
meninas-brincarem-com-bola/>. Acesso em: 2 maio 2020.
166
TÓPICO 2 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES DE GÊNERO
167
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
FONTE: <http://jornalmulier.com.br/entenda-como-os-meios-de-comunicacao-retratam-a-
violencia-contra-a-mulher/>. Acesso em: 2 maio 2020.
169
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Inc%C3%AAndio_na_f%C3%A1brica_da_Triangle_
Shirtwaist>. Acesso em: 2 maio 2020.
NOTA
170
TÓPICO 2 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES DE GÊNERO
Uma resposta não conclusiva e geral, nos leva a crer que ela representa
o caráter de sujeição de gênero pela condição patriarcal a partir do fato de que
todas as experiências, ao longo da história fizeram do feminino, uma simples
diferenciação hierárquica a partir do masculino. Desse modo, no contexto da
sociedade burguesa e das relações de classe, por exemplo, a mulher sempre foi
compreendida a partir de uma dinâmica voltada para a produção de uma moral
fortemente instituída por valores limitantes da sua própria condição. Temos,
nesse caso, uma representação muito clara do feminino a partir da dinâmica de
administração do lar, do cuidado com as crianças e da subserviência aos seus
maridos.
171
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
172
TÓPICO 2 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES DE GÊNERO
173
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
Para autores como Foucault (1977), a sexualidade não é algo natural, mas
um dispositivo de poder. O que significa essa afirmação? Em primeiro lugar,
ela se refere ao fato de que a correlação entre biopolítica e gênero compreende
as formações e as razões históricas, pelas quais houve uma aproximação entre
o sexo biológico, com os elementos culturais e o desenvolvimento de saberes
prescritivos e reguladores da norma como a psiquiatria, a psicologia, a pedagogia
e a própria biologia.
FONTE: <https://veja.abril.com.br/saude/anticoncepcional-mitos-e-verdades-sobre-o-uso-e-os-
efeitos-do-remedio/>. Acesso em: 3 maio 2020.
176
TÓPICO 2 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES DE GÊNERO
Em seu livro Problemas de Gênero, Butler (2014) aponta que uma das
questões fundamentais da biopolítica no contexto da sexualidade refere-
se à formação do que ela chama de performatividade de gênero, ou seja, o
processo de formação histórica e política pelas quais são delimitados os marcos
regulatórios que atribuem significados e sentidos ao corpo. A partir dos
horizontes da biopolítica, os corpos ganham uma materialidade que são sempre
reguladas por dispositivos normativos de captura de sujeitos e pela produção
de subjetividades.
177
RESUMO DO TÓPICO 2
178
AUTOATIVIDADE
179
180
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos as questões relativas aos tensionamentos entre
a produção de subjetividades e as relações etnicorracionais. O debate sobre essa
relação é de fundamental importância porque sinaliza um dos aspectos mais
relevantes da sociedade latino-americana, desde o seu processo de colonização
até os dias atuais: no caso, a constituição de práticas voltadas para a escravidão e
extermínio tanto dos povos originários, como também de negros e negras.
181
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
NOTA
Ocorre que tal dispositivo não leva em conta os elementos difundidos pelas
dinâmicas das práticas sociais, pois negros e negras são comumente retratados a
partir de experiências ligadas à condescendência de um Brasil que se efetiva pelo
entrecruzamento dos colonizadores, dos indígenas e dos negros.
182
TÓPICO 3 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
183
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
184
TÓPICO 3 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
185
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
186
TÓPICO 3 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
Por conta desses aspectos é que passam a se configurar que mesmo, diante
da presença de negros e indígenas, na constituição do nosso país, esses povos
deveriam ser orientados pela matriz originária branca.
187
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
188
TÓPICO 3 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
189
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
190
TÓPICO 3 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
FONTE: <https://veja.abril.com.br/brasil/marielle-franco-a-quem-interessava-seu-assassinato/>.
Acesso em: 7 maio 2020.
191
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
192
TÓPICO 3 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
193
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
olhe o preto, estou com medo!" Medo! Medo! E começavam a me temer. Quis
gargalhar até sufocar, mas isso tornou-se impossível. Eu não aguentava [sic] mais,
já sabia que existiam lendas, histórias, a história e, sobretudo, a historicidade que
Jaspers havia me ensinado. Então o esquema corporal, atacado em vários pontos,
desmoronou, cedendo lugar a um esquema epidérmico racial (FANON, 2008, p.
104-105).
Fanon divide seu livro em oito capítulos, nos quais aprofunda diversos
temas até hoje pertinentes como sexualidade, relações afetivas interétnicas e
relações de poder inter-raciais. Ele inicia sua exposição falando da importância
da linguagem na constituição dos sujeitos negros colonizados. Segundo Fanon,
a mesma linguagem que os produz equivocadamente precisa ser rechaçada
para que o negro se liberte de uma negritude tipicamente representativa e
estereotipada. Falar a língua, agir e experienciar a cultura negra significa abrir
mão e recusar uma ideologia produzida pelos brancos. Nesse sentido, Fanon se
mostra atual, afinal, ainda hoje, apesar de pensadores como Rita Segato, Stuart
Hall e Boaventura Souza Santos apontarem a urgência de novas epistemologias
relacionadas com realidades sociais e locais, a produção de saber e mesmo as
agendas temáticas das instituições de pesquisa, com raras exceções, passam longe
de temas como as relações raciais.
194
TÓPICO 3 | SUBJETIVIDADE E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
Nos dois capítulos seguintes, "A Mulher de Cor e o Branco" e "O Homem
de Cor e a Branca", Fanon aborda os aspectos subjetivos e políticos das relações
interétnicas. Apontando para um ideal de embranquecimento como a mola
propulsora desse desejo, que não é metafísico, mas construído nas relações
sociais e políticas, ele entende que o racismo desencadeia no negro o desejo de
embranquecer através de seus descendentes. Sendo assim, as mulheres negras irão
buscar relacionar-se com homens brancos para que seus filhos sejam mais claros.
Da mesma forma, o homem negro vê na mulher branca o seu passaporte para o
mundo civilizado. Para tanto, esse se torna um objeto novamente submetido à
selvageria e ao primitivismo. Mais de que desejo e afetividade, o encontro com o
homem ou a mulher branca será, antes de qualquer coisa, uma fuga da miséria e
da exclusão. Isso é uma ilusão, aponta Fanon, pois tanto o negro quanto o branco,
ao se relacionarem a partir desta hierarquia de raças, não poderão vivenciar um
relacionamento efetivo verdadeiro, e o fantasma do racismo irá sempre interpor-
se a eles.
Nesse sentido, Fanon faz uma crítica a Mannoni, quando esse afirma
que o racismo seria um fenômeno de subalternos, e não da elite francesa. Para o
autor, não é possível que somente uma parcela da população seja racista sem que
essa elite não legitime determinadas práticas. O que Mannoni faz não é diferente
do que vemos hoje na contemporaneidade; nega-se o racismo para que ele seja
invisibilizado e, assim, permaneça ativo, embora camuflado e recoberto por uma
economia de poder praticamente imperceptível, mas que é muito eficaz. Hoje,
um dos principais argumentos daqueles que se posicionam contra as políticas
de ações afirmativas é que o Brasil não é um país racista e, portanto, todas as
políticas de discriminação positiva só irão racializar uma nação na qual convivem
195
UNIDADE 3 | HISTÓRIA POLÍTICA DA SUBJETIVIDADE: UM DIÁLOGO COM O CONTEMPORÂNEO
FONTE: KAWAHALA, Edelu; SOLER, Rodrigo Diaz de Vivar y. Por uma psicologia social
antirracista: contribuições de Frantz Fanon. Psicologia e Sociedade.22 (2), 408-410,2010.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
71822010000200023&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 2 maio 2020.
196
RESUMO DO TÓPICO 3
CHAMADA
197
AUTOATIVIDADE
2 O que é a branquitude?
3 O que é a necropolítica?
198
REFERÊNCIAS
ADES, César. Freud, as enguias e a ruptura epistemológica. Psicologia USP. 12
(2), 125-135, 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
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