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E COMPLEXIDADE
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Cláudia Regina Pinto Michelli
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
371.9
R598s Goes, Ricardo Schers
Subjetividade, cultura e complexidade / Ricardo Schers
Goes. Indaial : UNIASSELVI, 2017.
107 p. : il.
ISBN 978-85-69910-33-6
1. Educação Especial.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Ricardo Schers de Goes
APRESENTAÇÃO.......................................................................7
CAPÍTULO 1
Teorias Psicológicas e a Subjetividade ...............................9
CAPÍTULO 2
Psicologia, Educação e Sociedade......................................35
CAPÍTULO 3
Psicologia Escolar e Educacional
e Fracasso Escolar...............................................................61
CAPÍTULO 4
Educação Especial e Educação Inclusiva:
Fundamentos e Debates.........................................................85
APRESENTAÇÃO
A psicologia escolar e educacional é um campo amplo que abrange a
intersecção entre a psicologia na escola e a psicologia da educação, assim sendo,
ela possui uma atuação prática, e, também, teórica. E podemos destacar como
objetivo da psicologia escolar e educacional o desenvolvimento global do aluno.
Desse modo, o psicólogo escolar e educacional deve tratar e atuar numa teia
complexa de relações, que envolvem subjetividades, culturas, personalidades,
elementos internos e externos diversos, enfim, uma complexidade que exige
fazer parte de uma equipe multiprofissional, que envolve o processo ensino
e aprendizagem e desenvolvimento de todos, ou seja, deve levar em conta o
desenvolvimento global dos estudantes e de toda comunidade educativa.
Cordialmente!
O autor.
C APÍTULO 1
Teorias Psicológicas
e a Subjetividade
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
ConteXtualiZação
Neste capítulo, vamos conhecer um breve panorama histórico de como
a subjetividade é tratada como objeto de estudo, principalmente para as várias
correntes da psicologia ao longo do século XX.
O Conceito de Subjetividade
De acordo com o dicionário subjetividade é:
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
Contudo, isso não é apenas um evento interno, mas também uma construção
social. Portanto, o conceito de subjetividade é variável para cada indivíduo, ou
seja, podemos falar de “subjetividades”, no plural.
• Sócrates (469-399 a.C.): preocupa-se com o limite que separa o homem dos
animais. A razão era concebida como principal característica humana.
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
Segundo Moreira e Silveira (2011), a filosofia foi responsável pelas A filosofia foi
primeiras noções sobre subjetividade, isto porque tratava o tema da responsável pelas
consciência e a considerava a produtora da verdade, desde a Grécia primeiras noções
antiga. Porém a filosofia humanista leva isso adiante: sobre subjetividade.
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
Sob esta perspectiva, Husserl considera que Descartes falhou ao tratar o ego
como algo vago e que deveria ter avançado na compreensão. E foi na psicologia
que esse ponto foi tratado de modo mais aprofundado.
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
E foi somente no século XIX que a psicologia moderna surgiu. O nome ainda
era psicofísica em 1860. E a lei de Fechner-Weber estabelecia a relação estímulo
e sensação. Com isso, nasce a psicologia moderna.
Wundt é considerado o pai da psicologia moderna. Ele criou o que mais tarde
seria chamado, por Edward Titchener, de estruturalismo, cujo objeto de estudo
era a estrutura consciente da mente (sensações). Segundo essa perspectiva, o
objetivo da psicologia seria o estudo científico da experiência consciente por meio
do método da introspecção (relatos das experiências conscientes).
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
Por fim, talvez, você tenha estranhado o uso do termo psicologia escolar/
educacional e esteja se perguntado: por que não psicologia escolar ou psicologia
educacional? Enfim, nós vamos discutir sobre isso no próximo capítulo, buscando
não uma resposta definitiva, mas uma compreensão desse fenômeno e seus
sentidos e significados.
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
Filho e Martins (2007, p. 18) têm uma contribuição importante para nos
oferecer:
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
E mais:
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
Algumas ConsideraçÕes
Caro(a) pós-graduando(a), neste capítulo, tratamos do conceito de
subjetividade, das correntes psicológicas, e, principalmente, do entendimento
de que subjetividade é um conceito amplo e complexo, que aceita, inclusive, o
plural “subjetividades”, mas que, no entanto, uma coisa é fato: trata-se de uma
construção interna e externa na formação dos indivíduos.
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
ReFerÊncias
BRANDÃO, H. H. N. Subjetividade, representação e sentido. In: BRANDÃO, H.
H. N. Subjetividade, argumentação, polifonia: a propaganda da Petrobrás. São
Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998.
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Capítulo 1 TEORIAS PSICOLÓGICAS E A SUBJETIVIDADE
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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C APÍTULO 2
Psicologia, Educação e Sociedade
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Capítulo 2 PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
ConteXtualiZação
Neste capítulo, apresentaremos uma revisão bibliográfica sobre a história
da psicologia escolar e educacional, destacando o contexto brasileiro, buscando
debater a relação estabelecida entre psicologia, educação e sociedade.
Terminologias, Sentidos e
Possibilidades da Psicologia
Escolar e Educacional
Barbosa e Souza (2012, p. 164-165) debatem estas questões terminológicas,
e, também, buscam compreender os sentidos, bem como o que podemos criar
como possibilidade de esclarecimento e atuação nesta área, afirmando que:
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Capítulo 2 PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Portanto, Barbosa e Souza (2012) deixam claro que com esta enorme
variedade terminológica, não é estranho verificar que a consequência é uma
indefinição identitária do campo. Concorda?
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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Capítulo 2 PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
Por outro lado, para Barbosa e Souza (2012), o termo “área” tem uma
tradição que deve ser respeitada, desde que se compreenda esta não apenas
como prática separada da teoria (ou área de atuação), mas com facetas teórico-
práticas numa perspectiva práxica e dialética da chamada pedagogia terapêutica,
higiene escolar ou higiene mental escolar, quando se enfatizavam os métodos
de intervenção médico-curativos e clínicos para resolver os chamados
Também foram “problemas das crianças”.
influências iniciais
a expansão
do movimento Essas referências iniciais da psicologia educacional tinham
psicométrico, da relação com a crescente onda do movimento de higiene mental ou
psicanálise e da higienista, que se tornou expressivo no país no início e meados do
psicologia infantil século XX. Também foram influências iniciais a expansão do movimento
(puericultura) psicométrico, da psicanálise e da psicologia infantil (puericultura) ou
ou pedagogia
pedagogia terapêutica, como era chamada.
terapêutica, como
era chamada.
A psicologia educacional no Brasil, em seus primórdios, abarcava
teoria e prática e estava relacionada, sobretudo, à disciplina “psicologia
educacional” dos cursos normais, que utilizava trabalhos empíricos realizados
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Capítulo 2 PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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Capítulo 2 PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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Capítulo 2 PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
E foi apenas a partir da crítica a esse tipo de pensamento que foi possível
construir outro conhecimento e outra prática que pudessem tirar o foco da
“criança-problema”, que “não aprende”, e das finalidades de trabalho junto aos
“problemas de aprendizagem” com objetivos ajustatórios ou discriminatórios,
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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Capítulo 2 PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Por outro lado, mesmo que haja uma identificação com esse novo
pensamento, ainda encontramos trabalhos de psicologia educacional e Apesar de
encontrarmos muitos
escolar que expressam a influência do modelo clínico de atendimento,
relatos teóricos e
cujo foco é individualizante, sobre a “criança que não aprende”. Apesar práticos de cunho
de encontrarmos muitos relatos teóricos e práticos de cunho crítico, crítico, ainda
ainda se faz presente o pensamento tradicional. Um exemplo é o se faz presente
crescimento da chamada psicopedagogia que, em termos gerais, revive o pensamento
o movimento psicanalítico e clínico-médico de atenção à criança no tradicional.
contexto educacional e sua família. Também a onda medicalizante tem
possibilitado a entrada de diagnósticos médicos para explicações de fenômenos
no campo educacional, retomando a visão biologicista. (COLLARES; MOYSÉS,
1994).
A partir dos anos 2000, de acordo com Barbosa e Souza (2012), A medicalização
cresceram vertiginosamente os trabalhos de atendimento clínico e patologização
às crianças, assim como o encaminhamento para diagnosticá- têm sido cada vez
mais frequentes
las e medicá-las a partir de “supostos” transtornos neurológicos. A
no discurso
medicalização e patologização têm sido cada vez mais frequentes no educacional.
discurso educacional.
Contudo, para Barbosa e Souza (2012), é preciso tomar cuidado com essa
polarização pura e simples, já que, a nosso ver, é importante que possamos
não esquecer a contribuição histórica de certas teorias e práticas que deram
sustentação inicial e contribuíram para erigir esse campo de conhecimento. Em
outras palavras, exige-se um “dialetizar” dessas dicotomizações, de modo a
melhor compreendê-las.
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Capítulo 2 PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
PERÍODOS CARACTERÍSTICAS
Fase essencialmente ligada às escolas normais. O ensino normal brasilei-
ro foi o primeiro foco de irradiação de concepções, pesquisas e aplicações
práticas do que hoje denominamos psicologia escolar e/ou psicologia edu-
cacional. Através dos professores da área, abriu-se o contato com as fon-
tes europeias e americanas. Esta fase, denominada normalista, ofereceu
Primórdios: de
grande evolução ao estudo, padronização, aplicação e aperfeiçoamento
1830 a 1940
dos testes psicológicos destinados aos escolares. Na prática normalista o
que mais se assemelha à efetiva psicologia escolar no Brasil é a atividade
desenvolvida por serviços especializados para o atendimento de escola-
res, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em 1938, foi realizado o primeiro
congresso de psicologia do país, em São Paulo.
Anterior à criação dos cursos de psicologia no país. Este início no Brasil foi
marcado por dois tipos de influência: a) professores provenientes da área
de pedagogia: na falta de psicólogos formados, pedagogos assumiam as
disciplinas de psicologia escolar e problemas de aprendizagem, bem como
os estágios nesta área. Em geral, eram docentes cujos interesses esta-
Fase universitá-
vam mais ligados às funções do orientador educacional, não diferenciando
ria do ensino da
entre as atividades destes e as que deveriam ser desenvolvidas por um
psicologia: de 1940
psicólogo escolar; b) professores estrangeiros ou brasileiros que fizeram
a 1962
sua pós-graduação no exterior: Nessa época as práticas ora se limitavam
às observações de comportamento com algumas intervenções ora se con-
vertiam em orientação educacional ou vocacional, utilizando-se dos pou-
cos testes psicológicos existentes, traduzidos para o português, ou, ainda,
sustentados no modelo clínico.
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
Atividades:
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Algumas ConsideraçÕes
Podemos até discutir a psicologia escolar e educacional de um modo mais
amplo ao considerar algumas propostas educacionais antigas. Por exemplo, para
Antunes (2008, p. 469), desde a Grécia antiga e tantas outras civilizações há uma
“[...] rica fonte de estudos, por sintetizar, em sua produção filosófica, a teoria do
conhecimento, as ideias psicológicas e as propostas sistemáticas de educação da
juventude e sua correspondente ação pedagógica”.
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
ReFerÊncias
ANTUNES, M. A. M. Psicologia e Educação no Brasil: uma análise histórica. In:
AZZI, R. G.; GIANFALDONI, M. H. T. (Org.). Psicologia e educação. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2011.
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Capítulo 2 PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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C APÍTULO 3
Psicologia Escolar e Educacional e
Fracasso Escolar
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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
ConteXtualiZação
Como vimos no capítulo anterior, a psicologia escolar da França e dos
Estados Unidos da América eram as grandes fontes de influência no mundo,
obviamente, a psicologia escolar e educacional brasileira não escapou delas.
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
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Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
Atividade de Estudos:
Algumas ConsideraçÕes
Neste capítulo, verificamos que a psicologia, ao se estabelecer como um
campo de conhecimento científico, por meio da área da psicologia educacional e
escolar, buscou enfrentar questões como a do fracasso escolar, em especial, os
problemas e as dificuldades de aprendizagem.
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
Um ponto de partida para buscar essas respostas é entender que, mesmo que
ideias e práticas antigas ainda existam, não há mais possibilidade de admitir uma
atuação na remediação das dificuldades de aprendizagem, pois são fundamentais
uma reflexão e uma concepção política emancipatória, ética e crítica.
ReFerÊncias
ALMEIDA, S. F. C. O. Psicólogo escolar e os impasses da educação: implicações
da(s) teoria(s) na atuação profissional. In: DEL PRETTE, Z. A. P. (Org.).
Psicologia escolar e educacional, saúde e qualidade de vida: explorando
fronteiras. Campinas: Alínea, 2001.
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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
Capítulo 3 E FRACASSO ESCOLAR
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C APÍTULO 4
Educação Especial e Educação
Inclusiva: Fundamentos e Debates
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EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
Capítulo 4 FUNDAMENTOS E DEBATES
ConteXtualiZação
A política nacional de educação especial, na perspectiva da educação
inclusiva, tem como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/
superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para
promover respostas às necessidades educacionais especiais, garantindo, dessa
forma:
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
Então, quais são as barreiras que você enfrenta no seu dia a dia? E ainda
mais relevante: Quais são as barreiras que você impõe aos outros?
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EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
Capítulo 4 FUNDAMENTOS E DEBATES
Tecnologia Assistiva
Tecnologia assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo
o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais das pessoas com deficiência e, consequentemente,
promover vida independente e inclusão.
RECURSOS
SERVIÇOS
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
Os objetivos da
tecnologia assistiva Os objetivos da tecnologia assistiva são proporcionar à pessoa com
são proporcionar deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social,
à pessoa com por meio da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de
deficiência maior seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração
independência, com a família, amigos e sociedade.
qualidade de
vida e inclusão
social, por meio CATEGORIAS
da ampliação de
sua comunicação, A importância das classificações no âmbito da tecnologia assistiva
mobilidade, controle se dá pela promoção da organização desta área do conhecimento para
de seu ambiente, estudo, pesquisa, desenvolvimento, promoção de políticas públicas,
habilidades de
organização de serviços, catalogação e formação do banco de dados
seu aprendizado,
trabalho e para identificação dos recursos mais apropriados ao atendimento de
integração com a uma necessidade funcional do usuário final.
família, amigos e
sociedade. ATUAÇÃO
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
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EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
Capítulo 4 FUNDAMENTOS E DEBATES
Atendimento Educacional
EspecialiZado (AEE)
O atendimento
O atendimento educacional especializado (AEE) é um serviço educacional
da educação especial que identifica, elabora e organiza recursos especializado
pedagógicos e de acessibilidade os quais eliminam as barreiras para (AEE) é um serviço
a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades da educação
especial que
específicas. (BRASIL, 2008).
identifica, elabora e
organiza recursos
O ensino oferecido no atendimento educacional especializado é pedagógicos e de
necessariamente diferente do ensino escolar e não pode caracterizar- acessibilidade os
se como um espaço de reforço escolar ou complementação das quais eliminam as
atividades escolares. barreiras para a
plena participação
dos alunos,
São exemplos práticos de atendimento educacional especializado considerando suas
o ensino da língua brasileira de sinais (LIBRAS) e do código BRAILLE. necessidades
específicas.
SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS - SRMF
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EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
Capítulo 4 FUNDAMENTOS E DEBATES
ClassiFicação Internacional de
Funcionalidade (CIF)
Caro(a) pós-graduando(a), a Classificação Internacional de Funcionalidade
(CIF) é uma publicação fundamental para problematizar todas as questões
tratadas nesta disciplina, pois amplia o entendimento sobre o indivíduo para
um campo biopsicossocial, ou seja, entende a formação do indivíduo dentro da
complexidade biológica, subjetiva e social, considerando aspectos econômicos,
culturais e tudo que pode influenciar na formação e na vida deste, buscando,
assim, uma análise mais profunda para o enfrentamento dos problemas.
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
TIMIDEZ
O que é timidez?
Timidez é doença?
A timidez não é uma doença, por isso não se pode falar em cura.
Para alguns autores, seria também um erro considerar a timidez
como uma deficiência a ser superada. É, antes disso, uma condição
humana que, em sua fragilidade e vulnerabilidade, configura-se
enquanto fator importante na sobrevivência em sociedade. Outros
autores defendem que a timidez está associada a um repertório
escasso de habilidades sociais, que estaria relacionado às reações
da pessoa tímida, como apatia, inatividade, passividade e indecisão.
IMITAÇÃO
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
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EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
Capítulo 4 FUNDAMENTOS E DEBATES
Portanto, podemos verificar que a timidez e a imitação não são Portanto, podemos
problemas ou limitadoras no processo de ensino e aprendizagem, verificar que a
no desenvolvimento da subjetividade ou em qualquer outro quesito, timidez e a imitação
desde que exista uma atenção para oferecer atividades livres, como a não são problemas
brincadeira, respeitando o espaço, o tempo e a personalidade de cada ou limitadoras no
processo de ensino
indivíduo.
e aprendizagem, no
desenvolvimento
Segundo Pedroza (2005), Freud valoriza a brincadeira e o jogo da subjetividade ou
por reconhecer o caráter da ficção. As atividades lúdicas teriam, antes em qualquer outro
de tudo, um papel catártico, possibilitando momentos de manifestações quesito, desde que
e expressões da libido reprimida. Dessa forma, há um processo exista uma atenção
para oferecer
de transferência da realidade à sua imagem através de figurações.
atividades livres,
Do ponto de vista intelectual, a transposição favorecida pelo jogo como a brincadeira,
desempenha uma função primordial, uma vez que ações simuladas respeitando o
para experiência (simulacros) fazem a passagem entre a circunstância espaço, o tempo e
factual e o símbolo, elemento essencial das funções mentais. a personalidade de
cada indivíduo.
Pedroza (2005) destaca que jogo emerge como uma contradição no
desenvolvimento da criança: por um lado favorece a libertação das ações habituais
do sujeito, mas necessita para sua própria manutenção da imposição de regras
fixas. Assim, as dificuldades que as regras do jogo envolvem são uma função em
si mesma, não circunstanciais, são elaboradas e direcionadas especificamente
para manter o caráter do jogo e o interesse de quem os executa. No jogo, a
criança pode reproduzir algumas experiências que acaba de ter, imita e repete
impressões, percepções e emoções. Contudo, as crianças alternam a ficção com
a observação e, assim, são capazes de transformarem-se nos personagens que
criam e imitam.
- Falta de orientação dos pais - Dinâmicas de resgate da - Maior abertura para discus-
e educadores; sexualidade sadia; são do tema tanto em casa
- Desinformação social; - Dinâmicas que permitam quanto no ambiente escolar;
- Preconceitos. a análise de preconceitos e - Mais saúde sexual e psico-
tabus; lógica.
- Palestras informativas;
- Grupos de discussões;
- Grupos de pais: trazer os
pais para vivenciar a rotina,
tornando-os mais comprome-
tidos e esclarecidos quanto à
orientação de seus filhos.
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EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
Capítulo 4 FUNDAMENTOS E DEBATES
Quadro 5 - Problemas relacionados com a aprendizagem
Possíveis causas Sugestões de estratégias Resultados esperados
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EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
Capítulo 4 FUNDAMENTOS E DEBATES
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
- Permissividade por parte de - Normas e regras bem estabe- - Aluno melhor adaptado ao
pais e/ou professores (escola); lecidas e aplicadas adequada- convívio social;
- Mensagens conflitantes mente pela escola; - Solidariedade;
(dupla mensagem) ou incon- - Orientação aos pais; - Redução dos casos e de-
sistentes por parte da escola, - Treinamento de professores; linquência (marginalidade).
ou dos pais; - Encaminhamento para espe-
- Busca de identidade; cialistas (psicólogos);
- Modelos sociais inadequa- - Construção de valores sociais
dos; (coletividade, cidadania, respei-
- Reforçamento de comporta- to, urbanidade);
mento negativo; - Estudo e discussão da legis-
- Mudança significativa na vida lação LDB e da Constituição;
da criança (presença de um - Em casos extremos, acompa-
novo irmão, separação, abuso nhamento do caso pela escola
infantil, violência doméstica, e Conselho Tutelar.
etc.).
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EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
Capítulo 4 FUNDAMENTOS E DEBATES
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Subjetividade, Cultura e Complexidade
Algumas ConsideraçÕes
A psicologia educacional e escolar, apesar de sua grande importância, ainda
enfrenta circunstâncias limitantes internas e externas.
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EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
Capítulo 4 FUNDAMENTOS E DEBATES
ReFerÊncias
BRASIL. Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Diário Oficial da União,
Poder Executivo, Brasília, DF, 3 dez. 2004, p. 5.
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