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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO - CCSE


CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA - CAMPUS I
DISCIPLINA: GEOGRAFIA DO BRASIL E SEU ENSINO

FERNANDA GABRIELE DE SOUZA FENDER


JULIANA MARIA ARAUJO WANZELER
KASSIA KAUANY COSTA DA SILVA
LARYSSA REGO DE SOUZA
THAÍS ANDRESSA GAVINHO COUTINHO

1ª AVALIAÇÃO - SEMINÁRIO: A REGIONALIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO


PROPOSTA POR PEDRO PINCHAS GEIGER: as macro-regiões geoeconômicas (Centro-Sul,
Nordeste e Amazônia)

Belém-PA
2022

FERNANDA GABRIELE DE SOUZA FENDER


JULIANA MARIA ARAUJO WANZELER
KASSIA KAUANY COSTA DA SILVA
LARYSSA REGO DE SOUZA
THAÍS ANDRESSA GAVINHO COUTINHO

1ª AVALIAÇÃO - SEMINÁRIO: A REGIONALIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO


PROPOSTA POR PEDRO PINCHAS GEIGER: as macro-regiões geoeconômicas (Centro-Sul,
Nordeste e Amazônia)

Trabalho escrito do componente curricular Geografia


do Brasil e seu Ensino do 4º semestre - Noturno do
Curso de Pedagogia da Universidade do Estado do
Pará, ministrada pela Prof. GEISA BETHANIA
NOGUEIRA DE SOUZA. Esta atividade é parte
integrante da 1ª avaliação do Segundo Semestre
letivo de 2022.

Belém-PA
2022
INTRODUÇÃO

Cada uma das partes de um território tem necessidades distintas quanto a sua gestão, pois as
atividades exercidas em cada uma delas dependem de infraestruturas e investimentos diferentes. O
mesmo ocorre com a população que habita esses lugares – ela também depende de uma atuação
atenta dos gestores para ter suas distintas necessidades atendidas.
Segundo, Santos (2003) para aperfeiçoar a gestão do território, é possível regionalizá-lo de
acordo com determinado(s) critério(s), isto é, delimitar áreas que reúnem características
semelhantes em relação ao critério adotado. Cada uma dessas áreas é denominada região. Os
critérios que definem a regionalização podem ser escolhidos de acordo com os objetivos ou os
interesses de quem a propõe. Podem ser naturais, históricos, culturais, políticos, sociais,
econômicos ou, ainda, uma composição de vários desses aspectos.
Além disso, a regionalização é usada para descentralizar a administração e, assim, planejar
melhor as ações governamentais, e ainda para coletar dados e realizar estudos sobre determinado
território.
No Brasil, as propostas de regionalização visando o levantamento de informações do território
para fins de planejamento tiveram início na década de 1940, com o IBGE. No ano de 1941, o IBGE
elaborou proposta de regionalização baseada nas características fisiográficas do território nacional e
respeitando as fronteiras administrativas estaduais. A qual, de acordo com Santos (2001), sofreu
várias críticas com diz respeito ao seu deslocamento da realidade.
Dadas estes impasses, outras propostas de regionalização visaram corrigir estas distorções.
Uma delas é a divisão do Brasil em “complexos regionais” ou “regiões geoeconômicas”, de Pedro
Pinchas Geiger, proposta no final da década de 1960. Geiger baseia sua proposta na formação
histórica do país, retratando três complexos regionais que se articulariam, por meio da economia
industrial. É nessa que iremos nos deter neste presente texto.
Nessa direção, um primeiro aspecto a ser ressaltado é o território de vida e intelectual do
autor, entender sua importância no campo da geografia. Sendo assim, o contexto e as influências as
quais contribuíram para a construção da divisão regional.
Outra questão fundamental consiste em expor os critérios que essa nova regionalização
inseriu na divisão do país, bem como suas características e críticas. Ainda, descreveremos cada
complexo regional presente na divisão geoeconômica.

1. TRAJETÓRIA DE VIDA E ACADÊMICA


Pedro Pinchas Geiger nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 18 de Fevereiro de 1923,
mas por motivações religiosas, seu pai israelita, o registrou no dia 1 de Março. Desde cedo Geiger
desenvolveu conhecimentos sobre a Geografia da cidade, pois acompanhava o itinerário de trabalho
do seu pai como prestamista, em bairros periféricos.

“Portanto, a "variável espacial" participou desde cedo na minha


problemática existencial. Não era apenas o registro de uma configuração
geométrica de ruas, construções, redes de transporte, energia, e
comunicações. Desde cedo começou a se desenhar, na minha cabeça, uma
geografia social, inclusive a da comunidade judaica”. (GEIGER, 1994, p.
127).

Geiger aos 17 anos ingressou no curso de Geografia e História, na Faculdade de Filosofia,


Ciências e Letras, da Universidade do Brasil, hoje a Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), a qual posteriormente finalizou seu doudorado. Ainda foi convidado a ingressar no
Conselho Nacional de Geografia (CNG), do o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
assim, um ano antes de concluir sua graduação foi contratado pelo IBGE.
Aposentou-se pelo IBGE em 1984. Porém a sua saída não o fez desviar dos temas da
Geografia brasileira. Pedro Geiger construiu novos vínculos acadêmicos, com o apoio de
Instituições de fomento à pesquisa, possibilitando a continuidade das atividades profissionais e
intelectuais.

2. ORGANIZAÇÃO REGIONAL DO BRASIL SEGUNDO PEDRO PINCHAS GEIGER

Ainda na década de 60, diante da vigente divisão regional do Brasil realizada pelo IBGE,
Geiger define o país como uma gigantesca unidade, onde se encontravam características do
subdesenvolvimento, que ilustravam relações externas de um país agrário com países
industrializados ou relações existentes entre as regiões mais atrasadas com regiões mais evoluídas
do país, e características do desenvolvimento, marcadas pela expansão de um mercado próprio e da
industrialização. Dessa maneira, novas diferenciações regionais se formaram no decorrer da
evolução econômica e social do Brasil. (SANTOS, 2001, p. 45)
Em decorrência das transformações ocorridas no espaço nacional, foram retomados os estudos
para a revisão da divisão regional. Uma importante alteração para o Brasil foi a mudança da capital
para Brasília. Ponderando sobre os possíveis impactos, o geógrafo Pedro Geiger publica em 1964 o
artigo intitulado "Organização Regional do Brasil", que propunha uma nova metodologia de
regionalização, ou seja, uma divisão do país baseada em aspectos geoeconômicos. Em consonância
com Corrêa (1988), a partir de uma discussão metodológica sobre o reaparecimento dos temas de
Geografia Regional, à luz de uma nova Geografia que também surgia chamada de "Geografia
Moderna" o autor baseou suas ideias.

A regional do Brasil é representada fundamentalmente por três grandes complexos


geoeconômicos: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul . Esclarecendo que a divisão realizada não
ocorreu em regiões, mas sim em unidades econômicas. Diferentes das outras divisões regionais,
essa divisão não acompanha os limites regionais entre os estados. Ou seja, O Norte de Minas Gerais
por apresentar características naturais e socioeconômicas semelhantes às do Nordeste aparece
integrada nessa região, assim como o Leste do Maranhão. O Norte do Mato Grosso e Oeste do
Maranhão integram a Amazônia e o extremo Sul de Tocantins, pertence ao Centro-Sul, por
exemplo.
Essa característica deriva de sua visão sobre o conceito de região. Para Geiger podemos
definir a partir de múltiplas relações que criam fluxos de mercadorias, informações, pessoas,
decisões, idéias etc., articulando um espaço que é internamente diferenciado. Nesse tipo de
abordagem, a cidade assume um importante papel como centro da organização espacial.

“Em primeiro lugar, é necessário lembrar que a palavra região tem um


largo sentido, mesmo popular, significando a porção de um todo. Mesmo
em geografia, emprega- se muitas vezes o termo num sentido vulgar, como
referência a um trecho qualquer da superfície terrestre. Outras vezes,
queremos dar ao termo região um sentido preciso, que definisse um objeto
de determinados atributos. De qualquer forma, parece-nos importante
chamar atenção para o significado dado ao popular: a parte de um todo.
Pois, a primeira observação relativa ao conceito científico de região é de
que esta não pode ser entendida como uma unidade completamente
independente ou isolada, mas que ela é uma parte integrada dinamicamente
num conjunto maior”. (GEIGER, 1964, p.25).

Nesse sentido, seu foco é no processo histórico de formação do território brasileiro e a


integração nacional a partir da industrialização, buscando ao mesmo tempo as inter-relações
regionais que se dão a partir da articulação do país ao seu centro econômico e o foco nas
características históricas e naturais que caracterizam estas regiões. Passamos em sua formulação,
portanto, da "região homogênea" para a "região funcional". (CORRÊA, 1988, p. 30)
Segundo Andrade (2007), o espaço, e consequentemente a ação de regionalizar, é permeado
pela organização do homem, o que leva em consideração variáveis como recursos naturais e sua
utilização ou escassez, concentração e especificação da produção, estrutura social, pagamentos
inter- regionais.
Assim, Pedro Pinchas Geiger propunha a regionalização a partir de sua funcionalidade, pois
foi elaborada a partir das variáveis da divisão territorial do trabalho, especialização dos setores
produtivos brasileiros que, nos anos de 1970, eram fortemente acentuados pelo modelo industrial.
Tendo como base características histórico-econômicas do Brasil, ou seja, os aspectos da economia e
da formação histórica e regional.
Segundo Corrêa (2007) na época em que essa proposta foi formulada, o Centro-Sul despontava
como núcleo dinâmico da economia brasileira, tanto na agricultura como na indústria e nos serviços
urbanos. O complexo regional nordestino destacava-se pela grande pobreza e pelas correntes
migratórias que deixavam a região. A Amazônia, por sua vez, era uma região fracamente povoada,
que apenas começava a ser incorporada ao conjunto da economia nacional.
Além disso, apesar da busca por maior precisão nos limites regionais ao se desconsiderar os
limites administrativos dos estados, há grande generalização das relações socioeconômicas nas
regiões Sul e Amazônia, por exemplo. O autor incluir os estados do Mato Grosso do Sul, Goiás e
sul do Mato Grosso juntamente com os estados da região Sul e Sudeste, pois, se é fato que há uma
grande correlação socioeconômica entre estas regiões, a realidade dos primeiros não se resume à
influência dos segundos. Da mesma forma, não podemos entender as áreas de fronteira agrícola de
Mato Grosso, Tocantins e Pará a não ser de forma relacionada com a dinâmica do centro-sul.

3. DIVISÃO GEOECONÔMICA DO BRASIL DE PEDRO PINCHAS GEIGER


3.1. AMAZÔNIA
O Complexo Regional da Amazônia é uma das três regiões geoeconômicas do Brasil. É a
maior entre essas regiões, com uma área de aproximadamente 4,9 milhões de km² isso representa
60% do território do Brasil, apesar disso, é a menos populosa, com apenas 7% de toda a população
nacional, e abrangendo integral ou parcialmente nove estados: Amazonas, Acre, Amapá, Mato
Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Apesar de ser o maior complexo regional brasileiro, a Amazônia apresenta os menores
índices de povoamento, com densidades demográficas em níveis muito baixos. Isso se deve pela
predominância dos elementos naturais nessa região, por um lado, e pela ocupação histórica do
território brasileiro, que privilegiou as demais regiões do país. No entanto, é importante ressaltar
que está atualmente em curso o processo de ocupação do complexo amazônico, que vem elevando
sua população cada vez mais a cada ano.

3.1.1 Contexto histórico

Até a década de 1970, a Região Amazônica, em função dos vazios demográficos existentes,
era economicamente pautada no extrativismo vegetal, principalmente na extração de látex nos
seringais e na coleta de castanha-do-pará, dentre outras especiarias locais. No entanto, essa
atividade econômica foi sendo relegada a um segundo plano ao longo das últimas décadas, apesar
de ainda ser considerada importante.

3.2. NORDESTE

......

3.3. CENTRO-SUL

A região Centro-Sul é a mais desenvolvida, economicamente, do Brasil, uma vez que é a


principal responsável pelo Produto Interno Bruto (PIB) nacional: cerca de 75% do PIB brasileiro.
Sua economia é dinâmica, apresentando um elevado grau de industrialização. As principais
atividades econômicas são: agropecuária moderna, variados segmentos industriais dotados de um
efetivo aparato tecnológico, bancos, desenvolvimento de pesquisas científicas, e serviços diversos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
......

REFERÊNCIAS

SANTOS, M. Espaço e Método. São Paulo: Edusp, 2003.

SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. Território e sociedade no início do século XXI. São Paulo:
Record, 2001.

CORRÊA, Roberto Lobato, “A Organização Regional do Espaço Brasileiro”. Departamento de


Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, GFOSUL, n9 8 - Ano IV -
1989.

ANDRADE, M. C. Geografia, região e desenvolvimento. Recife, S/Ed., 2007

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