NO PENSAMENTO GEOGRÁFICO1
INTRODUÇÃO
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O presente trabalho é resultado de parte da pesquisa de doutorado realizadoem 2013 pela Universidade
Estadual de Maringá, na qual foi analisada e discutida a questão a Geografia da População e suas
diferentes abordagens no pensamento geográfico brasileiro.
ou seja, para a fase científica de uma disciplina envolve o reconhecimento por parte dos
pesquisadoresque defina de maneira mais ou menos clara os principais pontos de
divergência dessa fase. Kuhn (1970) entende a ciência como uma atividade de resolução
de problemas já que ela se desenvolve segundo regras relativamente bem definidas.
Assim, quando um novo paradigma vem substituir o antigo, ocorre aquilo que Kuhn
chama de revolução científica. Grande parte das teses filosóficas desse autor se tornou
alvo de polêmicas entre os especialistas sobre o que ele assevera acerca das revoluções
científicas.
As argumentações de Kuhn (1970) nos faz refletir que a produção acadêmica
seja ela em âmbito político, acadêmico ou científico/disciplinar, refletem e se referem a
um contexto histórico. Por isso não são puras ou simples manifestações do pensamento
humano, porém formas de pensamentos criadas, engendradas ou forjadas de acordo com
dos interesses dominantes ou, até mesmo, da própria necessidade de consolidação e
manutenção da ciência moderna ou pós-moderna.
Sabemos que durante o processo de constituição e consolidação da ciência
geográfica, muitas e variadas foram às tendências geográficas, cada qual influenciada
por autores e linhas teórico-epistemológicas distintas. Essas concepçõesintroduziram na
Geografiae também na Geografia da População abordagens pertinente aos interesses do
momento histórico em que foram mais difundidas.
Portanto, nosso propósito com esse trabalho foi analisar como as concepções
teóricas e metodológicas dominantes em cada contexto histórico na Geografia se
manifestaram na Geografia da População. Para isso, organizamos o trabalho da seguinte
forma: inicialmente apresentamos uma breve discussão sobre as concepções geográficas
e a questão da Geografia da População, na sequencia houve um esforço em apresentar
um diálogo entre os professores-pesquisadores de temas afetos a Geografia da
População objetivando analisar se os estudos populacionais são área de interesse na
ciência geográfica e como vem sendo abordados.
Diante do que foi exposto podemos perceber que trabalhar com a questão da
Geografia da População é um desafio para os geógrafos, além derepresentar ainda mais
uma compartimentação dentro da Geografia. Todavia, os temas a ela atribuídos podem
muito bem ser trabalhados por outras ciências e não só a Geografia como é o caso da
migração que ocupa um lugar de interesse na produção geográfica atual. Para Póvoa
Neto:
Os estudos sobre migração no Brasil de modo geral acabou sendo um
processo importante desde o final da Segunda Guerra Mundial e a
partir de 1908 e 1990 o Brasil começa a receber novos imigrantes
como os latinos americanos, asiáticos e africanos, e ao mesmo tempo
o Brasil passa também a ser um país de emigração. No qual a questão
dos brasileiros no exterior começa a aparecer, inclusive, torna-se
preocupação da Associação Brasileira de Estudos da População. Por
conta da grande inserção do Brasil na migração internacional, hoje há
um grande interesse sobre isso, basta analisar revistas como a
Travessia. Percebo que o tema da migração é central, no entanto, a
subárea geografia da População está no segundo time, dentro das
diversas áreas da Geografia (entrevista concedida a pesquisadora em
abril de 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS
DAMIANI, A. L. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 1991.