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E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.
São Gabriel da Palha/ES
2021.2
2 DESENVOLVIMENTO .....................................................................................
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2.1- A BASE NACIONAL COMUM CUR RICULAR E AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS ...........
Quem é professor na sua essência, tem consciência de que o perfil dos alunos foi
mudando ao longo dos anos. Do aluno que dizia “amém” a tudo o que o professor
dizia ao “cliente” que está sempre com a razão, a realidade da educação foi se
alterando, mesmo que as instituições escolares (e, por conseguinte seus
profissionais) não tenham conseguido segui-la. No âmago dessas transformações
encontram-se as tendências pedagógicas.
Foerste (1996, p. 16) afirma que “uma tendência não elimina a outra, o surgimento
de uma nova corrente teórica não significa o desaparecimento de outra, a definição
de um perfil predominante em uma concepção não descarta a possibilidade de
outras formas de manifestação consideradas próximas entre si.” As tendências
pedagógicas se constituíram no decorrer da história baseadas em teorias de
diversos autores e intelectuais objetivando uma educação com qualidade e
equidade.
A BNCC não é o currículo, mas sim um documento que define o que os estudantes
têm direito a aprender nas instituições de ensino. Ela serve de referência para a
elaboração do currículo, que mostra como esses direitos de aprendizagem e
desenvolvimento podem ser garantidos, trazendo estratégias metodológicas
contextualizadas, práticas educativas inovadoras e especificidades locais.
A BNCC não apresenta a solução de todos os problemas e desafios do Brasil, mas
é um passo importante rumo a uma educação com equidade e qualidade. Ao
estabelecer o que cada estudante tem direito a aprender e desenvolver na Educação
Básica, a BNCC se torna um instrumento muito importante para minimizar a
desigualdade educacional entre os alunos. Vale enfatizar que muitas coisas trazidas
na BNCC já estão presentes nas práticas educativas dos professores em todo o
país, como a concepção de educação integral e o desenvolvimento de habilidades e
competências. Por isso, é imprescindível dar uma oportunidade à BNCC como norte
e linguagem comum da educação e compreender o que podemos aprender com ela.
Convém ressaltar que a BNCC não engessa a prática pedagógica, mas orienta o
que precisa ser desenvolvido com os alunos em relação aos componentes e
competências definidas pela base, uma vez que é parte constituinte do currículo e,
consequentemente, do PPP da escola e do trabalho na sala de aula. Isso tudo
implica que currículo, materiais didáticos, formação continuada, avaliação e outros
itens básicos precisam trabalhar de forma coerente entre si.
Partindo do que foi exposto até aqui é de grande importância que as escolas
promovam estudos sobre a BNCC, compreendendo os aspectos explícitos e
implícitos presentes no documento, buscando uma orientação para a elaboração dos
currículos e a implementação da BNCC nas salas de aula. É preciso discutir sobre
quais concepções pedagógicas estão baseadas as orientações da BNCC, qual a
tendência pedagógica que conseguirá responder aos objetivos da educação no
contexto atual. As tendências liberais ou progressistas?
As metodologias ativas têm como princípio teórico a autonomia. Autores como Freire
(1996) e Demo (1996) afirmam que a autonomia é fundamental no processo
pedagógico e a pesquisa é uma das formas de viabilizar o aprendizado e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e da consciência crítica. Através delas, o
estudante constrói seu conhecimento ao invés de recebê-lo pronto, de forma
passiva. O aluno que possui essas competências é capaz questionar e intervir na
realidade.
DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1991.