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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

CURSO SUPERIOR EM PEDAGOGIA

ROSA SIRLENE MAROCHI TECHIO


RA 29487097

A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.
São Gabriel da Palha/ES
2021.2

ROSA SIRLENE MAROCHI TECHIO


RA 29487097

A Base Nacional Comum Curricular e as práticas pedagógicas.

Trabalho de Produção textual apresentado à


Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como
requisito parcial para a obtenção de média
semestral nas disciplinas de: Didática,
Pensamento Científico, Funcionamento da
Educação Brasileira e Políticas Públicas, Práticas
Educativas Escolares e Psicologia da Educação e
da Aprendizagem.
São Gabriel da Palha/ES
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. ..5

2 DESENVOLVIMENTO .....................................................................................
6
2.1- A BASE NACIONAL COMUM CUR RICULAR E AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS ...........

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2.2- AS 10 COMPETÊNCIAS GERAIS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR :


POSTURAS E PROPOSTAS DE
TRABALHO ................................................................................ 9
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. .11

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................


132
1- INTRODUÇÃO

Quem é professor na sua essência, tem consciência de que o perfil dos alunos foi
mudando ao longo dos anos. Do aluno que dizia “amém” a tudo o que o professor
dizia ao “cliente” que está sempre com a razão, a realidade da educação foi se
alterando, mesmo que as instituições escolares (e, por conseguinte seus
profissionais) não tenham conseguido segui-la. No âmago dessas transformações
encontram-se as tendências pedagógicas.

Historicamente foram várias as tendências pedagógicas que se sucederam, desde a


tradicional até a crítico-social dos conteúdos. Todas objetivando a melhoria na
qualidade do ensino.

A complexidade de compreensão das tendências pedagógicas por parte dos


professores é perceptível, quando relacionadas às metodologias de ensino, pois,
observa-se que cada instituição tende a adotar métodos diversificados que melhor
se adequam a sua realidade, mas tal realidade não se refere com o lugar, mas sim,
com o perfil histórico, cultural e social do professor.

No entanto, depois da implantação da BNCC em 2018 as instituições de ensino


foram orientadas a trabalhar não mais os conteúdos e sim os objetivos de
conhecimento e/ou aprendizagem de modo mais assertivo e de acordo com a
realidade da comunidade escolar, levando em consideração o contexto social,
histórico e cultural, destacando o conceito de pertencimento da comunidade e
promovendo o protagonismo.

Diante desse contexto, percebemos a importância e necessidade de dialogar com a


obra de Libâneo e outros autores que retratam as tendências pedagógicas na prática
escolar, percebendo as relações destas com a BNCC e a importância de se adotar
concepções pedagógicas que caminham em direção ao desenvolvimento das 10
competências gerais da Base Nacional Comum Curricular, promovendo a formação
integral do ser humano com posturas e práticas inovadoras, como as metodologias
ativas, favorecendo o protagonismo do estudante.
2– DESENVOLVIMENTO

As tendências pedagógicas foram surgindo ao longo dos anos para melhor


direcionar a prática pedagógica e essa prática não se articula ao pedagógico
apenas, mas também aos movimentos sociais, políticos e filosóficos que são
potenciais norteadores dessas concepções. Cada concepção foi formulada com o
objetivo de interpretar o processo educativo e encontrar soluções que serão
refletidas no ato de ensinar e educar. As concepções pedagógicas ainda estão
intrínsecas mesmo com as novas competências da BNCC. Sendo assim, é
imprescindível analisar quais as relações das tendências pedagógicas com a BNCC
para a Educação Básica.

Uma tendência pedagógica origina-se no contexto social e exerce influência nas


práticas educativas, com vistas a contemplar determinadas expectativas, seja da
classe trabalhadora ou dominante.

Libâneo (1989) classifica as pedagogias em dois grandes grupos: Pedagogia Liberal


(tradicional; renovadora progressiva; renovadora não diretiva e tecnicista) e
Pedagogia Progressista (libertadora; libertária e crítico-social dos conteúdos). As
tendências pedagógicas são importantes, pois possibilita ao educador a articulação
e autodefinição teórica sobre decisões filosóficas e educacionais, sustentadoras de
suas práticas docentes.

Foerste (1996, p. 16) afirma que “uma tendência não elimina a outra, o surgimento
de uma nova corrente teórica não significa o desaparecimento de outra, a definição
de um perfil predominante em uma concepção não descarta a possibilidade de
outras formas de manifestação consideradas próximas entre si.” As tendências
pedagógicas se constituíram no decorrer da história baseadas em teorias de
diversos autores e intelectuais objetivando uma educação com qualidade e
equidade.

As Tendências Pedagógicas Liberais apesar do termo liberal não assume o sentido


de democrático e surgiu em favor do sistema capitalista. Segundo Libâneo (1989, p.
21), “a concepção pedagógica liberal sustenta a ideia de que a escola tem a função
de preparar o educando para o desempenho dos diversos papéis sociais, de acordo
com as aptidões dos sujeitos.”
As Tendências Progressistas constituem-se através das tendências Libertadora,
Libertária e Crítico-social dos conteúdos, surgidas no Brasil com o processo de
abertura política e efervescência cultural. São frutos da inquietação de educadores
que tornam visíveis seus anseios e angústias em relação à educação. Conforme
Libâneo (1989), o termo progressista é utilizado para designar as tendências que,
partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as
finalidades sociopolíticas da educação.

Partindo desses pressupostos tornam-se necessários debates, discussões,


reflexões, planejamentos e ações no contexto atual da BNCC.

A Base Nacional Comum Curricular tem como fundamento o desenvolvimento


integral dos estudantes. A educação integral deve promover o desenvolvimento de
crianças e jovens em suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural.
Isso implica que deixamos para trás um paradigma conteudista de aprendizagem e
passamos atentar para a capacidade dos alunos de conviver com seu corpo e bem-
estar, suas emoções e suas relações sociais, sua capacidade criativa e de
argumentação, sua atuação profissional e cidadã e sua identidade cultural, suas
competências de comunicar com as novas tecnologias de forma ética e adequada.
Na BNCC, o desenvolvimento integral ocorre através do estabelecimento de 10
competências gerais que os alunos devem desenvolver no decorrer da Educação
Básica. (BRASIL, 2017, p. 5)

A BNCC define as competências como a soma de conhecimentos (saberes),


habilidades (capacidade de aplicar esses saberes na vida cotidiana), atitudes (força
interna necessária para utilização desses conhecimentos e habilidades) e valores
(aptidão para utilizar esses conhecimentos e habilidades com base em valores
universais, como direitos humanos, ética, justiça social e consciência ambiental).
(BRASIL, 2017, p.8)

A BNCC não é o currículo, mas sim um documento que define o que os estudantes
têm direito a aprender nas instituições de ensino. Ela serve de referência para a
elaboração do currículo, que mostra como esses direitos de aprendizagem e
desenvolvimento podem ser garantidos, trazendo estratégias metodológicas
contextualizadas, práticas educativas inovadoras e especificidades locais.
A BNCC não apresenta a solução de todos os problemas e desafios do Brasil, mas
é um passo importante rumo a uma educação com equidade e qualidade. Ao
estabelecer o que cada estudante tem direito a aprender e desenvolver na Educação
Básica, a BNCC se torna um instrumento muito importante para minimizar a
desigualdade educacional entre os alunos. Vale enfatizar que muitas coisas trazidas
na BNCC já estão presentes nas práticas educativas dos professores em todo o
país, como a concepção de educação integral e o desenvolvimento de habilidades e
competências. Por isso, é imprescindível dar uma oportunidade à BNCC como norte
e linguagem comum da educação e compreender o que podemos aprender com ela.

Convém ressaltar que a BNCC não engessa a prática pedagógica, mas orienta o
que precisa ser desenvolvido com os alunos em relação aos componentes e
competências definidas pela base, uma vez que é parte constituinte do currículo e,
consequentemente, do PPP da escola e do trabalho na sala de aula. Isso tudo
implica que currículo, materiais didáticos, formação continuada, avaliação e outros
itens básicos precisam trabalhar de forma coerente entre si.

Partindo do que foi exposto até aqui é de grande importância que as escolas
promovam estudos sobre a BNCC, compreendendo os aspectos explícitos e
implícitos presentes no documento, buscando uma orientação para a elaboração dos
currículos e a implementação da BNCC nas salas de aula. É preciso discutir sobre
quais concepções pedagógicas estão baseadas as orientações da BNCC, qual a
tendência pedagógica que conseguirá responder aos objetivos da educação no
contexto atual. As tendências liberais ou progressistas?

Conforme Queiróz e Moita (2007) a função da escola é preparar o aluno para a


participação ativa na sociedade, sendo este um sujeito no mundo como ser social,
ativo. O professor é autoridade competente que direciona o processo educativo,
mediando conteúdos (culturais, universais, sempre reavaliados frente á realidade do
aluno ) e alunos. Neste processo o conhecimento é construído pela experiência
pessoal e subjetiva.

A prática pedagógica precisa ser pensada e executada de modo que a escola


prepare os alunos para se tornarem cidadãos com potencial transformador de suas
realidades, com conhecimento, criatividade e pensamento crítico. Tal fato implicar
em adotar concepções pedagógicas progressistas, deixando de lado algumas
práticas tradicionais que não tem mais espaço no contexto educacional atual.

O mundo se transformou e, com ele, o modo de nos relacionarmos com as outras


pessoas com o meio e conosco também. Não aprendemos como antigamente.
Nesse contexto, é necessário considerarmos o papel dos alunos e o quanto é
fundamental adotar práticas e posturas inovadoras na educação, com a utilização
de metodologias ativas, adotar metodologias que acompanhem as mudanças na
realidade dos estudantes e favoreçam seu protagonismo no processo de
aprendizagem.

Propor experiências inovadoras, por meio de metodologias ativas — como ações de


cidadania, solidariedade, transformação do ambiente escolar e sustentabilidade —
pode ser também uma forma incrível de despertar o perfil protagonista dos
estudantes. É crucial que eles compreendam que são parte fundamental em todo o
processo e incentivar a mobilização por causas, a colaboração, a interação, a
inovação e a proatividade dentro e fora do ambiente escolar.

As metodologias ativas têm como princípio teórico a autonomia. Autores como Freire
(1996) e Demo (1996) afirmam que a autonomia é fundamental no processo
pedagógico e a pesquisa é uma das formas de viabilizar o aprendizado e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e da consciência crítica. Através delas, o
estudante constrói seu conhecimento ao invés de recebê-lo pronto, de forma
passiva. O aluno que possui essas competências é capaz questionar e intervir na
realidade.

Propor experiências inovadoras — como ações de solidariedade, cidadania,


transformação do meio escolar e sustentabilidade — pode ser um meio incrível de
despertar o perfil protagonista nos alunos. É fundamental que eles compreendam
que são parte fundamental em todo o processo e sejam mobilizados por causas, a
colaborar, a interagir, a inovar com atitudes proativas dentro e fora da escola.
2.2 – AS 10 COMPETÊNCIAS DA BNNC: PROPOSTAS E POSTURAS DE
TRABALHO
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

As mudanças ocorridas no contexto atual exigem e necessitam de um novo


profissional, um sujeito que esteja apto para solucionar problemas e situações
complexas, muitas vezes imprevistas.

Assim sendo, à educação cabe desenvolver a capacidade (competência) de modo


que o sujeito mobilize, de modo concomitante na resolução de problemas,
experiências, conhecimentos, habilidades e atitudes de diversas naturezas.

A BNCC reitera seu compromisso com a educação integral, reconhecendo que o


desenvolvimento ocorre de forma complexa não linear, promovendo uma educação
voltada ao acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno em suas
singularidades e diversidades.

A BNCC vem para contribuir com orientações atuais na construção de um novo


paradigma de ensino. Nesse ínterim é preciso que se construam espaços dialógicos
em cada escola para que sejam estudadas e compreendidas as tendências
pedagógicas e como estas influenciam a prática educativa. E principalmente
compreender a que se fará necessária e adequada ao contexto educacional atual,
quando os currículos estão sendo reelaborados e a implementação das orientações
da BNCC estão sendo requeridas nas praticas educativas das salas de aula.

As práticas educativas estão impregnadas de concepções ideológicas e filosóficas


que influenciam no processo de ensino e aprendizagem. O conhecimento sobre as
tendências pedagógicas pode contribuir na compreensão de questões pertinentes à
prática educacional, sua relação com a vida e os movimentos sociais.

Por fim, é imprescindível definir na prática educativa os aspectos que merecem


destaque, o que é preciso conservar e o que necessita mudar como reflexão
fundamental para que a educação contribua para a transformação histórica, social,
cultural dos seres humanos, com a utilização de práticas pedagógicas inovadoras,
como as metodologias ativas que colocam os alunos como protagonistas do
processo de construção do conhecimento.
3 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino


Fundamental. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017. Disponível
em:http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofina
l_site.pdf.

DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1991.

FOERSTE, G. M. S. Arte-Educação: pressupostos teórico-metodológicos na


obra de Ana Mae Barbosa. 1996. 229 p. Dissertação (Mestrado em Educação
Escolar Brasileira)–Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1996.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 21.


ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 156 p. (Coleção Leitura)

LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítica-social


dos conteúdos. 8. ed. São Paulo: Loyola, 1989

QUEIROZ, C. T.; MOITA, F. M. G. S. C. Fundamentos sócio-filosóficos da


educação. Campina Grande: UEPB/UFRN, 2007

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