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BNCC: o que é e como levá-la para a sala de aula > 

Etapa 1

Boas-vindas!

Objetivo: Conhecer os propósitos do curso. 


Antes de planejar qualquer ação pedagógica, diretores, coordenadores pedagógicos e
professores precisam conhecer, em detalhes, o documento norteador da Educação no
Brasil, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O documento tem força de lei e
continua válido em qualquer contexto de ensino: presencial, parcialmente presencial ou
remoto.
Este curso vai apresentar a estrutura e os termos-chaves presentes no documento, trazer
informações sobre as dez competências gerais e discutir o papel de gestores, professores
e alunos na implementação da Base. Também será detalhado qual caminho a BNCC
percorre até chegar à sala de aula, ou seja, como deve ser contemplada no planejamento
do professor para possibilitar o desenvolvimento das aprendizagens dos alunos. A ideia
é a de que, por meio de exemplos práticos, o educador entenda como elaborar propostas
alinhadas ao documento.
Agora que você conhece os principais pontos a serem desenvolvidos neste curso, vamos
começar? 
O que é BNCC

Objetivo: Entender a diferença entre Base e currículo. 


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento que determina o conjunto
de aprendizagens essenciais que todos os alunos brasileiros têm o direito de
desenvolver a cada ano e etapa da Educação Básica. 
A discussão a respeito da necessidade de estabelecer conteúdos mínimos para o ensino é
antiga. Isso estava previsto em alguns marcos legais, como a Constituição de 1988 e a
Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996. Sancionado em 2014, o Plano Nacional de
Educação (PNE) também indica a BNCC como uma das estratégias para se atingir as
metas de qualidade para a Educação no período 2014-2024. 

Em 2015, começou a construção do documento, que teve o texto referente às etapas de


Educação Infantil e Ensino Fundamental homologado em dezembro de 2017. No fim do
ano seguinte, foi a vez da BNCC do Ensino Médio. Como diretriz nacional, a BNCC
é obrigatória. 
Vale ressaltar que a BNCC não é um currículo. Como o próprio nome diz, base é o
que sustenta. A BNCC é, portanto, o ponto de partida para a construção de um
currículo, ao organizar e articular as habilidades a serem construídas da Educação
Infantil ao Ensino Médio. Seu foco está em “o que ensinar”, em “que aprendizagens
oportunizar”. A parte do “como ensinar” (como promover aprendizagens essenciais),
que também compõe um currículo, não entra no documento. Isso fica a cargo de redes,
gestores escolares e professores. Pode-se dizer que os currículos são o caminho para
conquistar os objetivos que a BNCC exige.
A Base também não deve ser confundida com as Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica (DCNs) ou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Esses
documentos foram referências para sua construção. Como a Base, as DCNs têm força de
lei, ou seja, são obrigatórias. Mas elas são genéricas. As diretrizes definem, por
exemplo, as áreas de conhecimento que devem integrar um currículo, mas não chegam a
tratar do que deveria ser aprendido em cada uma delas. 
Os PCNs, por sua vez, não são obrigatórios, o que significa que a escola define se quer
ou não utilizar aquelas sugestões. Estes servem mais como uma referência pedagógica,
pois tratam de concepção, metodologia e sugestões didáticas, por exemplo. Outra
diferença é que os objetivos de aprendizagem sugeridos nos parâmetros são por ciclos e
não por ano, como a BNCC, que é, portanto, mais específica e com detalhamentos que
os outros documentos não têm. 
Na próxima etapa, você poderá acessar um infográfico que detalha qual é a estrutura da
BNCC. 
PARA SABER MAIS
- Base: agora é lei traz informações sobre a trajetória do documento até sua aprovação. 
- Base Nacional é aprovada pelo CNE apresenta as principais discussões a respeito do
documento.  
- Em MEC homologa Base Nacional do Ensino Médio, você encontra detalhes da
aprovação da Base do Ensino Médio.
- Conheça as novas diretrizes curriculares para o Ensino Médio traz reportagem
sobre os principais pontos abordados pelas diretrizes.  
- BNCC: como anda a implementação e quais são os próximos passos discute alguns
dos próximos desafios para a efetiva chegada do documento nas escolas. 

Como a BNCC se estrutura

Objetivo: Compreender como o documento está estruturado e quais as definições dos


termos-chaves utilizados nele.
Para avançar na compreensão sobre a BNCC, é necessário conhecer sua estrutura, ou
seja, saber como as informações estão organizadas e o que significam os termos-chaves.
É muita informação! Mas não desanime. Para ajudar, elaboramos um infográfico,
disponível aqui. Este funciona como um pôster, que pode ser impresso e afixado, por
exemplo, na sala dos professores para que a equipe possa recorrer a ele sempre que tiver
dúvida. 
O infográfico apresenta a estrutura, mas não detalha tudo. 
Educação Infantil
Nesta etapa, os direitos de aprendizagem, os campos de experiências e os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento giram em torno de dois eixos estruturantes para a
elaboração dos currículos locais: interações e brincadeiras. “A criança pequena
organiza as ideias e sentimentos, compreende o mundo por meio da brincadeira. Com
isso, não quero dizer que ela vai brincar para aprender. A criança já brinca e, porque faz
isso, ela aprende. De certa maneira, brincar é a linguagem da criança. É algo tão
importante que está na Base duas vezes: como eixo estruturante e como direito de
aprendizagem”, explica Silvana Augusto, formadora do Instituto Avisa Lá e
coordenadora da pós-graduação em Educação Infantil no Instituto Singularidades. 
Sobre as interações, Silvana afirma: “As interações estão presentes desde muito cedo,
inclusive entre os próprios bebês, que percebem e reagem às ações dos outros”. O texto
introdutório da BNCC completa o raciocínio: “Ao observar as interações e a brincadeira
entre as crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão
dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação de
emoções”. Há também o papel do objeto, com o qual os bebês também interagem.
Os trechos acima são excertos da reportagem Quais mudanças que a BNCC propõe
para a Educação Infantil e como colocá-las em prática?, que explica vários dos
conceitos por trás do documento e traz exemplos para ajudar no planejamento do
professor. 
Para saber em detalhes quais são os seis direitos de aprendizagem, leia: Entenda os seis
direitos de aprendizagem propostos pela BNCC. 
Se sua principal dúvida é sobre os cinco campos de experiências, você pode se
aprofundar no assunto realizando o curso gratuito Os campos de experiências na
Educação Infantil ou ler o texto O que são os campos de experiências da Educação
Infantil. 
Ensino Médio 
Entre as definições mais importantes da BNCC para o Ensino Médio, foi aprovado que
apenas Língua Portuguesa e Matemática serão as matérias obrigatórias nos três anos e
os demais conhecimentos poderão ser distribuídos ao longo da etapa, sejam
concentrados em um ano, ou em dois, ou mesmo distribuídos em três. Os currículos
estaduais também deverão ser adaptados e implementados e trarão as especificidades
locais ao documento.
A aprovação da BNCC segue as diretrizes estabelecidas na Reforma do Ensino Médio
de 2016, que estruturou o aprendizado em cinco itinerários formativos: linguagens e
suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias,
ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional. Com a reforma,
ficou estabelecido também que as escolas poderão escolher como vão ocupar 40% da
carga horária do Ensino Médio. Os demais 60% são definidos pela BNCC.
Os dois parágrafos foram retirados da reportagem BNCC do Ensino Médio: o que
especialistas pensam sobre o texto aprovado. Como o título sugere, nela você
encontra comentários sobre os pontos positivos e também críticas a respeito do
documento. 
A seguir, apresentamos informações sobre um ponto essencial da BNCC: as dez
competências gerais. São elas que orientam e estruturam o documento. 
PARA SABER MAIS 
Para conhecer melhor os itinerários formativos, acesse esta série de cursos
gratuitos sobre cada um deles. 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece cinco Campos de
Experiência para a Educação Infantil, que indicam quais são as experiências
fundamentais para que a criança aprenda e se desenvolva. Os Campos
enfatizam noções, habilidades, atitudes, valores e afetos que as crianças
devem desenvolver de 0 a 5 anos e buscam garantir os direitos de
aprendizagem dos bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas. Ou seja,
o conhecimento vem com a experiência que cada criança vai viver no
ambiente escolar.

Dessa forma, os Campos estão organizados de forma a apoiar o professor no


planejamento de sua prática intencional. “As atividades propostas à criança
devem ser bem planejadas, o próprio cuidar não pode ser algo mecânico. A
criança precisa ter tempo e espaço para se expressar e o professor tem de estar
aberto para acompanhar as reações dela, que serão sempre únicas e pessoais”,
explica a assessora pedagógica e formadora Silvana Augusto.

Em outras palavras, é importante que as práticas do professor estejam


diretamente comprometidas com as necessidades e os interesses da criança,
para que a vivência se transforme em uma experiência e tenha, de fato, um
propósito educativo.

“É preciso lembrar que a aprendizagem da criança se dá nas situações


cotidianas, sempre de forma integrada, em contextos lúdicos, próximos às
práticas sociais que lhes são significativas”, complementa Beatriz Ferraz,
consultora do Time de Autores de NOVA ESCOLA. Assim, mesmo quando o
objetivo é apresentar conhecimentos culturais e científicos às meninas e aos
meninos da creche, é preciso levar em conta os Campos, como núcleos
integradores das propostas a serem trabalhadas em sala de aula, além de
considerar as interações e a brincadeira como formas de viabilizar o
aprendizado das crianças.

Conheça os Campos de Experiência


Confira os principais objetivos e um exemplo na BNCC de cada um dos
cinco Campos
1. O eu, o outro e o nós
Destaca experiências relacionadas à construção da identidade e da
subjetividade, as aprendizagens e conquistas de desenvolvimento relacionadas
à ampliação das experiências de conhecimento de si mesmo e à construção de
relações, que devem ser, na medida do possível, permeadas por interações
positivas, apoiadas em vínculos profundos e estáveis com os professores e os
colegas. O Campo também ressalta o desenvolvimento do sentimento de
pertencimento a determinado grupo, o respeito e o valor atribuído às
diferentes tradições culturais.

Exemplo: (EI02EO02) Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua


capacidade para enfrentar dificuldades e desafios.

2. Corpo, gestos e movimentos 


Coloca ênfase nas experiências das crianças em situações de brincadeiras, nas
quais exploram o espaço com o corpo e as diferentes formas de movimentos.
A partir daí, elas constroem referenciais que as orientam em relação a
aproximar-se ou distanciar-se de determinados pontos, por exemplo. O Campo
também valoriza as brincadeiras de faz de conta, nas quais as crianças podem
representar o cotidiano ou o mundo da fantasia, interagindo com as narrativas
literárias ou teatrais. Traz, ainda, a importância de que as crianças vivam
experiências com as diferentes linguagens, como a dança e a música,
ressaltando seu valor nas diferentes culturas, ampliando as possibilidades
expressivas do corpo e valorizando os enredos e movimentos criados na
oportunidade de encenar situações fantasiosas ou narrativas e rituais
conhecidos.

Exemplo: (EI02CG02) Deslocar seu corpo no espaço, orientando-se por


noções como em frente, atrás, no alto, embaixo, dentro, fora etc., ao se
envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas.

3. Traços, sons, cores e formas


Ressalta as experiências das crianças com as diferentes manifestações
artísticas, culturais e científicas, incluindo o contato com a linguagem musical
e as linguagens visuais, com foco estético e crítico. Enfatiza as experiências
de escuta ativa, mas também de criação musical, com destaque nas
experiências corporais provocadas pela intensidade dos sons e pelo ritmo das
melodias. Valoriza a ampliação do repertório musical, o desenvolvimento de
preferências, a exploração de diferentes objetos sonoros ou instrumentos
musicais, a identificação da qualidade do som, bem como as apresentações
e/ou improvisações musicais e festas populares. Ao mesmo tempo, foca as
experiências que promovam a sensibilidade investigativa no campo visual,
valorizando a atividade produtiva das crianças, nas diferentes situações de que
participam, envolvendo desenho, pintura, escultura, modelagem, colagem,
gravura, fotografia etc.

Exemplo: (EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com


objetos do ambiente.

4. Escuta, fala, pensamento e imaginação


Realça as experiências com a linguagem oral que ampliam as diversas formas
sociais de comunicação presentes na cultura humana, como as conversas,
cantigas, brincadeiras de roda, jogos cantados etc. Dá destaque, também, às
experiências com a leitura de histórias que favoreçam aprendizagens
relacionadas à leitura, ao comportamento leitor, à imaginação e à
representação e, ainda, à linguagem escrita, convidando a criança a conhecer
os detalhes do texto e das imagens e a ter contato com os personagens, a
perceber no seu corpo as emoções geradas pela história, a imaginar cenários,
construir novos desfechos etc. O Campo compreende as experiências com as
práticas cotidianas de uso da escrita, sempre em contextos significativos e
plenos de significados, promovendo imitação de atos escritos em situações de
faz de conta, bem como situações em que as crianças se arriscam a ler e a
escrever de forma espontânea, apoiadas pelo professor, que as engajam em
reflexões que organizam suas ideias sobre o sistema de escrita.

Exemplo: (EI03EF06) Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita


espontânea), em situações com função social significativa.

5. Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações 


A ênfase está nas experiências que favorecem a construção de noções
espaciais relativas a uma situação estática (como a noção de longe e perto) ou
a uma situação dinâmica (para frente, para trás), potencializando a
organizacção do esquema corporal e a percepção espacial, a partir da
exploração do corpo e dos objetos no espaço. O Campo também destaca as
experiências em relação ao tempo, favorecendo a construção das noções de
tempo físico (dia e noite, estacões do ano, ritmos biológicos) e cronológico
(ontem, hoje, amanhã, semana, mês e ano), as noções de ordem temporal
(“Meu irmão nasceu antes de mim”, “Vou visitar meu avô depois da escola”)
e histórica (“No tempo antigo”, “Quando mudamos para nossa casa”, “Na
época do Natal”). Envolve experiências em relação à medida, favorecendo a
ideia de que, por meio de situações-problemas em contextos lúdicos, as
crianças possam ampliar, aprofundar e construir novos conhecimentos sobre
medidas de objetos, de pessoas e de espaços, compreender procedimentos de
contagem, aprender a adicionar ou subtrair quantidades aproximando-se das
noções de números e conhecendo a sequência numérica verbal e escrita. A
ideia é de que as crianças entendam que os números são recursos para
representar quantidades e aprender a contar objetos usando a correspondência
"um-a-um", comparando quantidade de grupos de objetos utilizando relações
como mais que, menos que, maior que e menor que. O Campo ressalta, ainda,
as experiências de relações e transformações favorecendo a construção de
conhecimentos e valores das crianças sobre os diferentes modos de viver de
pessoas em tempos passados ou em outras culturas. Da mesma forma, é
importante favorecer a construção de noções relacionadas à transformação de
materiais, objetos, e situações que aproximem as crianças da ideia de
causalidade.

Exemplo: (EI01ET05) Manipular materiais diversos e variados para comparar


as diferenças e semelhanças entre eles.

Divisão por idades


Dentro de cada Campo, em vez de habilidades, há objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento, que a BNCC vincula a três grupos
etários:
1. Bebês (de 0 a 1 ano e 6 meses)
2. Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)
3. Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses) 

A divisão em três grupos foi pautada pelas características e necessidades


diferentes dessas faixas etárias. Há especificidades que merecem ser tratadas
com mais atenção nos diferentes grupos etários que constituem a etapa da
Educação Infantil. Apenas um ano de diferença entre crianças pequenas
representa possibilidades muito distintas de interação com o mundo e com as
pessoas.

Por exemplo, uma criança de 1 ano e 6 meses já sabe andar, mas ainda não
tem muita destreza, fala algumas palavras e elabora frases curtas, usa fralda,
come com ajuda, morde os colegas quando algo acontece e lhe desagrada. Já
uma criança de 2 anos e 6 meses é capaz de construir frases mais longas, usa
formas verbais simples para resolver os conflitos, pode comer sozinha, sabe
correr, saltar, pode já ter aprendido a usar o banheiro ou começar a demonstrar
muito incômodo com a fralda, é capaz de se envolver com histórias curtas etc.
São competências básicas que transformam radicalmente e para sempre a
relação da criança com o mundo. O currículo deve ser pensado considerando
essas diferenças, para que o educador possa focar justamente no que é
necessário em cada faixa etária, de modo que a criança se desenvolva,
respeitando a individualidade de cada um.

“Essa divisão considera as principais conquistas de desenvolvimento na


primeira infância. Nessa etapa, o currículo deve estar voltado à promoção de
aprendizagens e conquistas de desenvolvimento, respeitando os diferentes
ritmos, interesses e necessidades que as crianças manifestarem”, explica
Beatriz Ferraz. 

É sempre bom lembrar: Base não é currículo


Para facilitar o entendimento da maneira como está estruturada a Educação
Infantil, hoje, podemos aproximar a construção dos conceitos que a orientam
na construção de uma casa. As Diretrizes Curriculares Nacionais
representaram o telhado, trazendo um referencial teórico importante para o
desenvolvimento da BNCC que, no exemplo citado, fez as vezes do solo – ou
a base estrutural, como o nome sugere. As paredes da casa, no entanto, ainda
precisam ser construídas, são os currículos a serem discutidos pelas redes
estaduais, municipais, pelos gestores e educadores de cada escola. A metáfora
é de Maria Thereza Marcilio, coordenadora da Avante, instituição voltada à
educação e à mobilização social.
Com isso, a educadora reforça a ideia que precisa ser disseminada e
compreendida pelos professores de todo o País, de que a Base não é um
documento de orientação didática/pedagógica. Seus objetivos específicos não
devem ser tratados como um checklist e simplesmente incorporados ao dia a
dia da escola. Os eixos de interação e brincadeira e os Campos de Experiência
criam novas estruturas para que essa concepção seja colocada em prática e, de
fato, os direitos de desenvolvimento e aprendizagem das crianças sejam
alcançados. Isso permite, inclusive, que os professores tenham autonomia para
planejar suas atividades, porém, tendo mais clareza das aprendizagens que
precisam ser favorecidas, a cada fase.
 As dez competências gerais da BNCC

Objetivo: Saber em detalhes quais são os principais elementos norteadores do


documento. 
A BNCC foi elaborada considerando como pilares dez competências gerais que vão
nortear o trabalho das escolas em todos os anos e componentes curriculares da
Educação Básica. Elas constituem o propósito final de tudo que os estudantes irão
vivenciar, aprender e desenvolver da Educação Infantil até o Ensino Médio. São direitos
essenciais. 
Vale lembrar que o documento considera competência como sendo a “mobilização de
conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e
socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, 2018, p.
8). 
Na prática, a BNCC aponta a necessidade de assegurar a aprendizagem dos alunos nos
componentes curriculares tradicionais, mas não só. Ela também indica que as escolas
promovam o desenvolvimento intelectual, social, físico, emocional e cultural,
compreendidos como dimensões fundamentais para a perspectiva de uma educação
integral. 
E quais são essas competências? Para facilitar o entendimento, estas ganharam um título
que sintetiza suas principais características: 
1 – Conhecimento
2 – Pensamento científico, crítico e criativo
3 – Repertório cultural
4 – Comunicação
5 – Cultura digital
6 – Trabalho e projeto de vida
7 – Argumentação
8 – Autoconhecimento e autocuidado
9 – Empatia e cooperação
10 – Responsabilidade e cidadania  
Neste especial, você encontra informações sobre cada uma das dez competências
gerais, com orientações de como abordá-las na prática. Há também reportagem sobre
quais são as mudanças necessárias em outros âmbitos da escola – além da sala de aula –
para que tudo esteja alinhado com os princípios da BNCC. O texto traz sugestões para
repensar gestão, formação de professores, processos de avaliação e o projeto político-
pedagógico (PPP). 
Este curso gratuito também traz explicações sobre as dez competências gerais e
apresenta sugestões de como preparar a escola para trabalhar as competências, incluindo
o planejamento da formação dos professores. 
Para os assinantes de NOVA ESCOLA BOX, 2PPPs alinhados às competências
gerais da BNCC traz exemplos reais de documentos adaptados para dialogar com o que
está previsto na Base.  
As descrições das dez competências também foram reunidas em formato de pôster.
Você pode baixar o arquivo aqui e imprimir. 
Na próxima etapa, vamos discutir qual o papel de gestores, professores e alunos para a
implementação da BNCC. Confira! 
PARA SABER MAIS
A reportagem Qual a diferença entre as competências gerais da BNCC e as
socioemocionais?, como o título sugere, debate semelhanças e diferenças entre
competências gerais e competências socioemocionais. 
A questão do projeto de vida está na competência geral número 6. Neste e-book, você
pode se aprofundar neste aspecto.  

Papel de gestores, professores e alunos na implementação da BNCC

Objetivo: Entender quais mudanças a BNCC indica para as posturas e as atitudes de


alunos e professores. 
Qual aluno, como sociedade, queremos formar? Para conseguir responder a esta
importante pergunta, a estratégia é ler o capítulo introdutório da BNCC, que define qual
concepção de educação norteará a Educação brasileira. 
Como comentamos na etapa anterior, o documento orienta-se por uma concepção de
Educação Integral, na qual o desenvolvimento de crianças e jovens deve ser promovido
em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural. Assim, o
documento aponta que a Educação Básica brasileira deve promover a formação dos
estudantes como pessoas, profissionais e cidadãos, para que eles sejam capazes de
construir uma sociedade mais justa, ética, democrática, responsável, inclusiva,
sustentável e solidária. 
Essa perspectiva de educação já estava presente em documentos referenciais anteriores,
como a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), as
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e o Plano Nacional de Educação (PNE).
O documento também coloca a necessidade de construir aprendizagens
relevantes, que façam sentido para os estudantes e transformem positivamente a
vida deles. É o rompimento com a lógica conteudista e fragmentada. Isso está explícito,
por exemplo, neste trecho da introdução: “A BNCC propõe a superação da
fragmentação radicalmente disciplinar do conhecimento, o estímulo à sua aplicação na
vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e
o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de
vida” (BRASIL, 2018, p. 15).
Crianças e jovens com participação ativa 
Do ponto de vista dos alunos, a Educação integral requer a participação reflexiva,
protagonista e colaborativa deles no cotidiano de suas escolas, na relação com seus
pares e na construção do próprio conhecimento. Nas decisões da instituição, essa
participação pode ser exercida por meio do grêmio estudantil ou de colocações em
assembleias, por exemplo. Nas práticas e nos projetos pedagógicos, ela se concretiza
quando a criança ou o jovem interage, opta, propõe e cria juntamente com o professor e
os colegas. E isso deve ser estimulado durante toda a Educação Básica. Não é à toa que
direitos de aprendizagem e desenvolvimento, no caso da Educação Infantil, são verbos.
E as habilidades, para os Ensinos Fundamental e Médio, também começam por verbos.
Eles indicam que experiências e aprendizagens vêm da ação, de um fazer que está
junto à cognição e aos sentimentos. 
Tornar crianças e jovens protagonistas exige quebrar a lógica de tratá-los somente como
receptores de conteúdos e com interesses previamente estabelecidos. Construir a
autonomia necessária para que eles possam participar ativamente do próprio processo de
aprendizagem demanda de professores e gestores a criação de espaços de diálogo. Só
assim a realidade, os questionamentos e as motivações dos estudantes poderão ser
utilizados para favorecer a aprendizagem. 
Professor orientador e incentivador
No planejamento, que passa a ser feito com base em habilidades e não em conteúdos,
a mediação pedagógica assume novo enfoque, no qual o professor é orientador e
incentivador – tornando-se parceiro do estudante e instigando-o a compartilhar e
refletir. “O papel do professor continua sendo o de alguém que acredita no potencial dos
alunos, que têm altas expectativas sobre a aprendizagem, que planeja bem a aula, que
conduz na sala um ambiente desafiador, mas estimulante. Hoje, há muitos estudos
mostrando aspectos do trabalho docente como um grande agente que articula e faz a
mediação da aprendizagem. Mas o professor também precisa estudar, precisa de apoio,
de incentivo e valorização, para que consiga fazer tudo que se espera dele”, diz Katia
Smole, diretora do Mathema e do Instituto Reúna, no texto O papel do professor é
acreditar no potencial dos alunos.   
A mudança de ensino por meio de memorização e transmissão de conhecimento para
uma proposta que entende o aluno como protagonista e agente de construção de saberes
também pressupõe a adoção de abordagens investigativas, em que os conhecimentos
prévios dos alunos se articulam com aqueles que são os objetivos da atividade
educativa. 
Essa articulação não deve ficar restrita a apenas uma área de conhecimento, por isso o
incentivo, no texto da BNCC, para a interdisciplinaridade – “forma de encontrar
conexões entre as disciplinas para se estudar um tema de interesse com o objetivo de
responder aos questionamentos suscitados por ele, criando um significado para a
aprendizagem. Para isso, as diferentes áreas do conhecimento ajudam a buscar as
respostas”, coloca Selene Coletti, no texto 7 dicas para trabalhar a
interdisciplinaridade no Fundamental 1. Professora com atuação na Educação
Infantil e nos primeiros anos do Fundamental, Selene foi uma das vencedoras do Prêmio
Educador Nota 10 em 2016. Como a coordenação pedagógica pode colaborar para
colocar em prática a interdisciplinaridade? A reportagem de capa de GESTÃO
ESCOLAR Interdisciplinaridade apresenta alguns caminhos. 
Escola democrática e acolhedora
Para formar os alunos, o professor também necessita desenvolver as dez competências
gerais colocadas na BNCC. Não basta ter conhecimento do componente curricular a ser
ensinado. É preciso também desenvolver atitudes, valores e habilidades que permitam a
ele ser o exemplo para o estudante. 
O mesmo raciocínio vale para os processos dentro da escola. Gestão, formação de
professores, avaliação e o próprio projeto político-pedagógico (PPP) são pontos que
deverão ser repensados para que tudo esteja alinhado com os princípios da BNCC. Para
contribuir com o desenvolvimento delas, as escolas precisam ser instigantes e
acolhedoras, tanto no que diz respeito à estrutura física, quanto ao clima escolar. Não
dá para desenvolver empatia, colaboração, valorização da diversidade, autoestima,
responsabilidade e cidadania, por exemplo, sem vivências práticas. 
Na próxima etapa, traçamos o percurso que a BNCC percorre até chegar à sala de aula.
Confira! 

PARA SABER MAIS 

A reportagem especial Professor do futuro, quem é você? explica a necessidade do


educador enxergar o aluno de forma integral, criar significados na aprendizagem e
preservar a diversidade. 
Que habilidades deve ter o professor 4.0 traz a discussão sobre as demandas para o
docente trabalhar com tecnologia e ferramentas digitais. 
Em 3 atitudes do gestor inovador, Cláudio Marques da Silva Neto, diretor da EMEF
Infante Dom Henrique, em São Paulo (SP), fala de estratégias importantes para garantir
que as escolas respondam às demandas dos estudantes e da sociedade. 
A reportagem Participação já! A escola aberta ao diálogo traz relatos de como seis
escolas fortaleceram os fóruns de discussão para efetivar uma gestão democrática. 
Ensino Médio: Como ampliar o engajamento dos estudantes? discute estratégias
para desenvolver a autonomia e o protagonismo dos jovens. 

O desenvolvimento de competências e habilidades

Objetivo: Compreender como a BNCC chega à sala de aula. 


Até aqui, estudamos como foi estruturada a BNCC e quais os termos-chaves presentes
no documento. Também conhecemos as competências gerais e debatemos o papel de
gestores, professores e alunos para a implementação das orientações presentes no
documento. Mas como planejar propostas alinhadas à BNCC? 
Convidamos a professora Eliane Siqueira, doutora em Ciências pela Universidade de
São Paulo (USP) e especialista em formação de professores, para elaborar uma
apresentação na qual ela demonstra o caminho que a Base percorre até se concretizar em
um plano de aula. Você pode acessar o material aqui. 
Como consta neste material, a BNCC orienta a elaboração dos currículos municipais e
estaduais. Nas escolas, deve ser feita a revisão do projeto político-pedagógico (PPP),
para que este se alinhe a esses referenciais. Depois, as propostas são concretizadas nos
planos de aula dos professores. Isso significa que, para a implementação efetiva da Base
nas instituições de ensino, é necessário o envolvimento de todos: secretarias, gestores,
docentes, funcionários, alunos e famílias. 
Para planejar, o professor deve ter condições para realizar um trabalho coletivo,
contando com o apoio de colegas docentes e também da coordenação pedagógica.
Afinal, é por meio de trocas e reflexões sobre práticas pedagógicas e experiências bem-
sucedidas que se constrói um bom planejamento. 
Ainda que ilustrativo, o exemplo citado por Eliane é hipotético e trata de apenas uma
das habilidades de Ciências. A seguir, fizemos uma curadoria de reportagens, vídeos e
cursos produzidos por NOVA ESCOLA em que são apresentados casos reais e
exemplos de todas as etapas e componentes curriculares para ajudá-lo a compreender
como planejar propostas para desenvolver competências e habilidades em sintonia com
as indicações da Base. 
Educação Infantil 
- Como trabalhar os campos de experiências com o desenho coletivo mostra como
uma professora desenvolveu uma atividade alinhada à BNCC com crianças pequenas (4
anos a 5 anos e 11 meses). O texto também traz links para vídeos com atividade no
tanque de areia (crianças bem pequenas) e uma leitura para bebês. 
Os assinantes do Nova Escola Box podem acessar Campos de experiências da BNCC:
Conheça melhor cada um deles e encontrar informações sobre cada campo, relatos de
experiência, com o passo a passo para a realização das atividades, e sugestões para o
trabalho durante a pandemia. 
Já o Nova Escola Box Garantindo os direitos de aprendizagem da BNCC na
pandemia, traz sugestões para planejar vivências que contribuem para desenvolver cada
um dos seis direitos de aprendizagem mesmo em período de distanciamento físico.   
- A Trilha BNCC da Educação Infantil reúne vários conteúdos sobre o tema,
incluindo um relato de Evandro Tortora, professor de Educação Infantil em uma escola
municipal de Campinas (SP) e colunista de NOVA ESCOLA, sobre como planeja as
atividades com sua turma. 
Ensino Fundamental 
Os assinantes de Nova Escola Box têm disponível o especial “BNCC na prática”, com
informações específicas sobre cada área do conhecimento do Ensino Fundamental (o
que mudou naquele componente curricular e exemplos práticos, entre outros pontos) e
também um guia específico para ajudar os gestores na implementação da Base. 
Já a série de vídeos BNCC na Prática leva você para dentro da sala de vários professores
para mostrar como eles estão trabalhando propostas que contemplem as indicações da
Base. Os temas são: 
- Escrita coletiva com alunos da alfabetização; 
- Textos multissemióticos na aula de Língua Portuguesa (turma de 4º ano); 
- Língua Portuguesa: Como ensinar gramática de forma contextualizada (turma de
9º ano);
- Matéria e Energia no Fundamental 1 (5º ano); 
- Matéria e Energia no Fundamental 2 (8º ano); 
- Astronomia no Fundamental 1 (5º ano); 
- Introdução ao pensamento algébrico (1º ano).

Ensino Médio 
Ensino Médio na BNCC: Como desenvolver propostas em sala apresenta uma série
de cursos gratuitos, que detalham as mudanças para este ciclo e debatem casos reais. 
A seguir, vamos discutir a necessidade de priorização dos currículos ocorrida no ano
passado, e que deve continuar neste ano. Acompanhe! 
LEITURA COMPLEMENTAR 
A reportagem Como alinhar o PPP da escola à Base Nacional Comum
Curricular traz informações para orientar a adaptação do documento que define a
identidade e as diretrizes da escola às indicações presentes na Base. 
O texto Hora de preparar os professores esclarece as sete principais dúvidas dos
gestores sobre a implementação da BNCC. 

2021: ano de priorização


Objetivo: Apresentar critérios para priorização do currículo.  
O ano de 2020 seria o da implementação da BNCC. Mas ninguém contava com uma
pandemia que transformaria o cenário educacional no mundo todo. As escolas foram
fechadas, o ensino remoto se impôs como alternativa e a realidade de desigualdade no
acesso à internet não pôde ser ignorada. Tudo isso colocou diretores, coordenadores
pedagógicos e professores com a necessidade de priorizar o que seria possível incluir
nos processos de ensino e aprendizagem. Ninguém conseguiu realizar tudo o que estava
previsto no início do ano. 
Para 2021, os desafios continuam. Afinal vai ser preciso planejar considerando também
o que foi feito em 2020 e o que não foi feito. Assim, novamente teremos um ano
atípico, em que a priorização deverá ser feita nas escolas. Mas como fazer isto? 
Antes de tudo vale enfatizar que as habilidades indicadas na BNCC devem ser
consideradas sob a perspectiva da continuidade das aprendizagens ao longo da
escolarização. Ou seja, elas se relacionam entre si e determinam uma progressão, “que
pode tanto estar relacionada aos processos cognitivos em jogo – sendo expressa por
verbos que indicam processos cada vez mais ativos ou exigentes – quanto aos objetos de
conhecimento – que podem apresentar crescente sofisticação ou complexidade –, ou,
ainda, aos modificadores – que, por exemplo, podem fazer referência a contextos mais
familiares aos alunos e, aos poucos, expandir-se para contextos mais amplos”, como
explica o texto de introdução da Base (BRASIL, 2018, p. 31). 
Um dos caminhos para priorizar é identificar, dentro do que é essencial (todas as
habilidades indicadas na BNCC), quais são as habilidades focais, ou seja, aquelas
inegociáveis, pois englobam aprendizagens que são pré-requisitos e garantem a
progressão ano a ano. 
Este trabalho de priorização não deve ser feito isoladamente pelo professor. Cabe às
redes de ensino, com base na BNCC e também nas características locais, estabelecer o
que deve ser priorizado no currículo. Com essas orientações, gestores e professores
poderão fazer o planejamento para 2021. 
Esse planejamento deve considerar que cada habilidade demanda um processo para ela
ser desenvolvida, o qual, por sua vez, é marcado por objetivos de aprendizagem
distintos. Assim, não dá para falar apenas em progressão ano a ano. Deve-se considerar
também a progressão de objetivos no mesmo ano. 
O Instituto Reúna, organização parceira de NOVA ESCOLA, fez justamente esse
trabalho de identificar quais são as habilidades focais, de acordo com a BNCC, e criou
os mapas de foco – documentos para orientar a flexibilização dos currículos. Você pode
acessá-los aqui. 
O curso de NOVA ESCOLA Fechamento e Planejamento – ideias para a transição
entre 2020 e 2021 traz uma entrevista com Fabiana Cabral, coordenadora de projetos
sociais do Reúna, na qual ela explica quais foram os critérios utilizados para elaborar
esses mapas. Ela fala, entre outros pontos, sobre a necessidade de o professor, ao pensar
na progressão e nas habilidades focais, não olhar apenas para o componente curricular
que ele está lecionando, mas também para a integração dessas habilidades priorizadas
com as outras áreas do conhecimento, prezando pela interdisciplinaridade.  
No mesmo curso, que é gratuito, Katia Chiaradia comenta a importância de adotar a
priorização este ano. Katia fez parte do Time de Autores de NOVA ESCOLA,
produzindo planos de aula de Língua Portuguesa e, em 2020, trabalhou com redes de
ensino para apoiar na priorização dos currículos neste contexto que estamos vivendo. 
O tema da priorização também aparece em outro curso gratuito A escola após a
pandemia: Como conduzir o retorno às aulas. Nele, Katia Smole, diretora do
Instituto Reúna e do Grupo Mathema, lembra que o próprio Conselho Nacional de
Educação (CNE) emitiu parecer favorável à priorização, considerando o caráter de
exceção do período em que vivemos. Nas aulas desse curso, há também discussões
sobre avaliação, planejamento, diálogo entre equipe gestora e docente e diálogo com as
famílias, entre outros pontos. 
Estamos nos aproximando do final do curso. A seguir, vamos relembrar os principais
pontos tratados ao longo deste percurso. 
Sistematização

Objetivo: Revisar as principais aprendizagens do curso.

Antes de irmos para a avaliação, vamos relembrar alguns dos tópicos que discutimos
nas etapas anteriores:
 A BNCC não é currículo, mas orienta a construção das propostas curriculares das
redes municipais e estaduais; 
 O documento é obrigatório e deve ser considerado em qualquer modalidade de
ensino: presencial, parcialmente presencial ou remoto; 
 Brincadeira e interação são os dois eixos estruturantes da BNCC de Educação
Infantil, que indica também seis direitos de aprendizagem e cinco campos de
experiências;
 A organização dos componentes curriculares no Ensino Fundamental é composta
de unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades; 
 No Ensino Médio, apenas Língua Portuguesa e Matemática são obrigatórias nos
três anos; 
 As dez competências gerais compõem os pilares da BNCC e norteiam todo o
trabalho de escolas e professores ao longo de toda a Educação Básica; 
 O documento aponta para a necessidade de trabalhar a educação integral de
crianças e jovens, promovendo o desenvolvimento intelectual, físico, social,
cultural e emocional; 
 A Base indica a necessidade de a escola construir aprendizagens relevantes, que
façam sentido para os estudantes e transformem positivamente a vida deles;
 A Educação integral demanda a participação reflexiva, protagonista e colaborativa
dos estudantes no cotidiano de suas escolas, na relação com seus pares e na
construção do próprio conhecimento;
 No planejamento, que passa a ser feito com base em habilidades e não em
conteúdos, a mediação pedagógica assume novo enfoque, no qual o professor é
orientador e incentivador;
 Gestão, formação de professores, avaliação e o próprio projeto político-
pedagógico (PPP) são pontos que deverão ser repensados para que tudo esteja
alinhado com os princípios da BNCC;
 A BNCC orienta a elaboração das propostas curriculares municipais e estaduais.
Nas escolas, deve ser feita a revisão do projeto político-pedagógico (PPP), para
que ele se alinhe a esses referenciais. Depois, as propostas são concretizadas nos
planos de aula dos professores; 
 Para priorizar o currículo, é necessário pensar nas habilidades focais, aquelas que
são inegociáveis, ou seja, são pré-requisitos para as aprendizagens do ano seguinte
e, assim, garantem a progressão ano a ano. 

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