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2023.
NAVIRAÍ-MS
2023
MÓDULO 1
ELABORAÇÃO DA BNCC:
A elaboração da BNCC não foi feita do dia para a noite! Veja como ocorreu todo o
processo de construção da Base ao longo dos últimos trinta anos!
Conteúdo dividido em abas
.1988
Promulgada a Constituição Federal: a criação de uma Base Nacional
Comum, com a fixação de conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental,
é prevista no artigo 210.
.1996
A Lei das Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Básica é aprovada e
reforça a necessidade de uma base nacional comum.
.1997 a 2000
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foram consolidados em
partes: 1º ao 5º ano em 1997; 6º ao 9º ano em 1998; e, em 2000, foram
lançados os PCNs para o Ensino Médio.
.2010 a 2012
Novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) orientadas para o
planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino, as resoluções
valiam para a Educação Infantil e os Ensinos Fundamental e Médio.
.2014
Plano Nacional de Educação (PNE) – A Lei n. 13.005, de 2014, instituiu o
PNE com vigência de dez anos. São vinte metas para melhorar a qualidade
da Educação Básica, sendo que quatro delas tratam da Base Nacional
Comum Curricular.
.2015
A Portaria nº 592 de 17 de junho de 2015 institui a Comissão de
Especialistas para a Elaboração de Proposta da BNCC. Em outubro, tem
início a consulta pública para a construção da primeira versão da BNCC
com contribuições da sociedade civil, de organizações e entidades
científicas.
.2016
Em março, após 12 milhões de contribuições, a primeira versão do
documento é finalizada. Em junho, seminários com professores, gestores e
especialistas abertos à participação pública são realizados por todo o Brasil
para debater a segunda versão da BNCC. Em agosto, começa a ser redigida
a terceira versão, em um processo colaborativo com base na versão 2.
.2017
Em abril, o MEC entregou a terceira versão da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE). O CNE
elaborou parecer e projeto de resolução sobre a BNCC e homologou as
etapas da educação infantil e do Ensino Fundamental.
.2018
Foi promulgada a Portaria nº 331, de 5 de abril de 2018 que institui o
Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular
– ProBNCC e estabelece diretrizes, parâmetros e critérios para sua
implementação.
Em 8 de novembro, o Conselho Nacional de Educação (CNE) elaborou o
parecer CNE/CEB nº 3/2018 com a aprovação da atualização das novas
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o Ensino Médio.
BASE E CURRÍCULO.
Deve ficar claro, portanto, que a BNCC não é currículo. Mas há uma relação de
complementaridade entre BNCC e currículo. Como se vê a seguir:
" Os currículos devem adequar as proposições da BNCC à realidade local,
considerando a autonomia dos sistemas ou das redes de ensino e das instituições
escolares, como também o contexto e as características dos alunos. " (BNCC, 2017, p.
16)
1
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo
físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva.
2
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a
criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.
3
Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às
mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-
cultural.
4
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na
vida pessoal e coletiva.
6
Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias
do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao
seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.
7
Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as
dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-
se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza.
10
Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
A BNCC apresenta competências gerais que devem ser desenvolvidas por todos os
alunos ao longo da Educação Básica. Ela também define competências específicas para
as áreas e os componentes curriculares do Ensino Fundamental. Além delas, há
habilidades descritas para os componentes ao longo dos nove anos. Você sabe qual a
relação entre competências e habilidades?
COMO A BASE ESTÁ ORGANIZADA?
Ainda que essa estrutura não represente um modelo único de arranjo curricular que
obrigatoriamente deve ser adotado nos currículos e propostas pedagógicas de todo o
país, ela pretende ser clara e precisa na explicitação do que se espera que todos os
alunos aprendam nos diferentes momentos de sua escolarização, de modo a subsidiar
sistemas, redes e escolas.
ENSINO INFANTIL:
ENSINO FUNDAMENTAL:
ENSINO MÉDIO:
ATIVIDADES
FALSO
VERDADEIRO
FALSO
MÓDULO II
Qualidade e equidade
A promoção da equidade, por sua vez, depende de um esforço na ponta para, antes de
mais nada, reconhecer a individualidade de cada aluno e, então, fornecer as condições
necessárias às aprendizagens, considerando essas demandas diferenciadas do público
atendido em cada rede de ensino, escola e sala de aula.
O ensino de História deve proporcionar aos estudantes dos anos finais do Ensino
Fundamental a capacidade de interpretar o mundo, compreendendo processos e
fenômenos sociais, políticos e culturais que lhes permitam atuar de forma ética,
responsável e autônoma diante da sociedade em que vivem, no seu tempo e no seu
espaço.
Os temas que você, professor(a) dos anos finais, deve abordar se relacionam à
interculturalidade, à valorização das diferenças, ao movimento das populações e aos
direitos civis.
1
Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e
mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas,
econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar,
posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo.
2
Compreender a historicidade no tempo e no espaço, relacionando
acontecimentos e processos de transformação e manutenção das estruturas
sociais, políticas, econômicas e culturais, bem como problematizar os
significados das lógicas de organização cronológica.
3
Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e proposições em relação a
documentos, interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a
diferentes linguagens e mídias, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de
conflitos, a cooperação e o respeito.
4
Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e
povos com relação a um mesmo contexto histórico e posicionar-se criticamente,
com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.
5
Analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e
no espaço e seus significados históricos, levando em conta o respeito e a
solidariedade com as diferentes populações.
6
Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da
produção historiográfica.
7
Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de
modo crítico, ético e responsável, compreendendo seus significados para os
diferentes grupos ou estratos sociais.
Aspectos de transição (dos anos iniciais para os anos finais e dos anos finais para o
Ensino Médio)
A transição dos anos iniciais para os anos finais da etapa Ensino Fundamental
deve ser cuidadosa, pois os estudantes se deparam com novos professores, com
transferências para outras escolas e ambientes diferentes do que costumavam
encontrar.
Para o componente História, além dos cuidados para todos os estudantes nessa
transição, também é necessário considerar que a sistematização dos novos
conhecimentos supõe a esperada aquisição das habilidades e competências
essenciais do segmento anterior.
Componente História
Componente Geografia
Componente Matemática
A interdisciplinaridade sempre é possível, mas exige que você, professor(a) dos anos
finais do Ensino Fundamental, tenha um planejamento conjunto com outro componente,
articulação e comprometimento na sua prática pedagógica. O trabalho isolado do
componente curricular pode ser mais fácil de ser desenvolvido, mas certamente os
resultados da prática interdisciplinar são mais eficazes.
ATIVIDADES
01
Atividade de múltipla escolha com resposta única
Com relação ao componente curricular de História do Ensino Fundamental – anos
finais, tendo como referencial a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), pode-se
dizer que:
I. Os temas abordados nessa etapa do Ensino Fundamental se relacionam à
interculturalidade, à valorização das diferenças, ao movimento das populações,
aos direitos civis.
II. Nos anos finais do Ensino Fundamental, os estudantes devem ser capazes
apenas de reproduzir a memória histórica.
III. A definição de competências específicas para a área de Humanas na BNCC
facilita o desenvolvimento do trabalho interdisciplinar entre Geografia e
História, componentes curriculares da área, mas inviabiliza o diálogo com as
demais áreas do currículo.
IV. As habilidades nesses anos finais visam identificar, classificar, comparar e
organizar em contexto local e global, com foco numa melhor compreensão de si
e do outro, da escola e da comunidade, do Estado, do país e do mundo.
V. Tempo e espaço são os eixos conceituais em torno dos quais o ensino de
História se estrutura nos anos finais do Ensino Fundamental.Considerando as
afirmações sobre o componente curricular de História do Ensino
Fundamental, assinale a alternativa correta:
Estão corretas as afirmativas I, III e V.
V
As memórias individuais e coletivas se inter-relacionam, possibilitando
aos estudantes a compreensão das relações entre indivíduo e sociedade,
nas questões dos patrimônios culturais, materiais e imateriais.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê uma metodologia de ensino, porém
os princípios, os conceitos, as unidades temáticas, os objetos de conhecimento e as
competências e as habilidades específicas indicam que o ensino de História no Ensino
Fundamental deve se apoiar no que a Base chama de “atitude historiadora”, o que
implica considerar as experiências (vivências e saberes) de alunos e professores, além
do o trabalho com os diversos documentos históricos. Isso indica que o trabalho com as
diversas fontes históricas é central na construção da identidade individual e coletiva,
sendo fundamental para estabelecer relações de alteridade e de modo de vida em
diferentes tempos. Portanto, apenas as afirmações 1 e 4 são falsas.
MÓDULO III
Ao longo dessa formação, já foi dito que a BNCC não é um currículo, tampouco
substitui os currículos já existentes. Pelo contrário, a BNCC, ao definir as aprendizagens
essenciais às quais os estudantes têm direito, propõe uma questão: “Meu currículo
promove essas aprendizagens?” O que se apresenta, portanto, é a necessidade de análise
e eventual revisão dos currículos já existentes.
Em relação às etapas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental Educação Infantil e
do Ensino Fundamental, que tiveram seus textos da BNCC homologados em 2017,
diferentes redes de ensino já iniciaram a revisão dos seus currículos. Veja, na imagem a
seguir:
No que diz respeito à implementação da Etapa do Ensino Médio, cujo texto foi
aprovado apenas em dezembro de 2018, algumas redes de ensino iniciaram a
implementação por meio do processo de escuta dos estudantes e da comunidade escolar
a fim de delinear os melhores caminhos para a oferta dos Itinerários formativos. Outras
redes estão em processo de implementação de projetos piloto para distribuição da carga-
horária docente, uso de tecnologias no apoio à implementação do Novo Ensino Médio e
definição coletiva de “unidades curriculares” a serem ofertadas (Guia de implementação
do novo ensino médio, 2018).
Até este ponto da formação, deve ter ficado claro que a garantia das aprendizagens com
qualidade e equidade demanda planejamento e um conjunto de ações coordenadas,
intencionalmente dirigidas para este fim. A seguir, estão elencadas algumas dessas
ações e, também, dicas de como promovê-las.
Clima escolar, práticas docentes e práticas de gestão
O clima escolar pode ser entendido como o conjunto de percepções subjetivas que
docentes, discentes, a equipe gestora, funcionários e famílias têm da escola, em
diferentes âmbitos: suas normas e valores, e as relações humanas que se estabelecem
nela, além das estruturas física, pedagógica e administrativa, entre outros aspectos.
O diagrama representa algumas das dimensões que compõem o clima escolar: as
relações com o ensino e com a aprendizagem; as relações sociais e os conflitos na
escola; as regras, as sanções e a segurança na escola; as situações de intimidação entre
alunos; família, escola e comunidade; a infraestrutura e a rede física da escola; as
relações com o trabalho; e a gestão e a participação.
O clima escolar tem influência na dinâmica escolar e, por sua vez, é influenciado por
ela. Pesquisas recentes têm se dedicado a encontrar relações entre o clima escolar e o
processo de ensino e aprendizagem.
Até este ponto, deve ter ficado claro que a BNCC, ao definir as aprendizagens
essenciais, cria um patamar de qualidade para a educação básica. Também deve ter
ficado claro que, para formar o aluno que se deseja – descrito nas competências gerais
da educação básica –, são necessárias múltiplas ações, ou seja, práticas pedagógicas e de
gestão voltadas às aprendizagens e à melhoria do clima escolar.
Todo esse esforço só fará sentido se a comunidade escolar estiver preocupada, também,
em verificar se as aprendizagens estão sendo garantidas: trata-se do acompanhamento e
da avaliação das aprendizagem.
A formação continuada é outro aspecto sobre o qual a BNCC tem um impacto indireto.
Observe o trecho a seguir
" Referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes
escolares dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das propostas
pedagógicas das instituições escolares, a BNCC integra a política nacional da
Educação Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas e ações, em
âmbito federal, estadual e municipal, referentes à formação de professores, à
avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de
infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação. " (BNCC, 2017,
p. 10, grifo nosso).
Para isso, é importante que toda a equipe escolar (professores, gestores e demais
profissionais da escola), assim como os estudantes, estejam engajados, motivados e
dispostos a aprender a aprender, constituindo uma comunidade de aprendizagem em
que todos ensinam e aprendem.
ATIVIDADES
Clima escolar
Percepção positiva
Percepção intermediária
Percepção negativa
Percepção positiva
Percepção intermediária
Percepção negativa
Percepção positiva
Percepção intermediária
Percepção negativa
Percepção positiva
Percepção intermediária
Percepção negativa
Percepção positiva
Percepção intermediária
Percepção negativa
Percepção positiva
Percepção intermediária
Percepção negativa
Percepção positiva
Percepção intermediária
Percepção negativa
Percepção positiva
Percepção intermediária
Percepção negativa
I
As estratégias metodológicas utilizadas nas situações de avaliação devem ser
coerentes com as propostas nas situações de ensino e aprendizagem.
II
Os instrumentos de avaliação devem avaliar detalhadamente o desenvolvimento
de cada uma das habilidades trabalhadas nas situações de aprendizagem.
III
A avaliação de cada componente curricular deve priorizar a verificação dos
conhecimentos específicos adquiridos pelos alunos.
IV
Os resultados da avaliação devem ser utilizados como referência para melhorar o
desempenho dos alunos, dos professores e da escola.
Está correta apenas a afirmativa I.