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Diálogo sobre Currículo e BNCC: fazer e pensar o

cotidiano escolar
Dilcelene Cordeiro
Julho de 2020
A Base não é currículo

Os currículos A Base é
um ponto de
são percursos chegada
vividos na escola comum.
BNCC – O QUE É?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
é um documento de caráter normativo que
define o conjunto orgânico e progressivo
de aprendizagens essenciais que todos os
alunos devem desenvolver ao longo das
etapas e modalidades da Educação Básica,
de modo a que tenham assegurados seus
direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, em conformidade com o
que preceitua o Plano Nacional de
Educação (PNE).
BNCC – O QUE É?
... é um documento plural, contemporâneo,
e estabelece com clareza o conjunto de
aprendizagens essenciais e indispensáveis
a que todos os estudantes, crianças, jovens
e adultos, têm direito. Com ela, redes de
ensino e instituições escolares públicas e
particulares passam a ter uma referência
nacional obrigatória para a elaboração ou
adequação de seus currículos e propostas
pedagógicas. Essa referência é o ponto ao
qual se quer chegar em cada etapa da
Educação Básica, enquanto os currículos
traçam o caminho até lá.
Pela primeira vez, o
Brasil tem uma base
que define o
conjunto de
aprendizagens
essenciais a que
todos os estudantes
têm direito na
Educação Básica
BNCC – POR QUÊ? O art. 210 da Constituição
Está prevista na Constituição de Federal Brasileira, de 1988,
1988. determinou a fixação de
conteúdos mínimos para o
ensino fundamental, de
maneira a assegurar
formação básica comum e
respeito aos valores
culturais e artísticos,
nacionais e regionais...
BNCC – POR QUÊ?
Na LDB, diz o Art. 26. Os currículos
Está prevista na LDB de 1996.
do ensino fundamental e médio
devem ter uma base nacional
comum, a ser complementada, em
cada sistema de ensino e
estabelecimento escolar, por uma
parte diversificada, exigida pelas
características regionais e locais
da sociedade, da cultura, da
economia e da clientela.
BNCC – POR QUÊ? A LDB diz, no Art. 64. A
formação de profissionais de
Está prevista na LDB de 1996. educação para administração,
planejamento, inspeção,
supervisão e orientação
educacional para a educação
básica, será feita em cursos de
graduação em pedagogia ou
em nível de pós-graduação, a
critério da instituição de ensino,
garantida, nesta formação, a
base comum nacional.
Em 2014, a Lei nº 13.005/2014
BNCC – POR QUÊ? promulgou o Plano Nacional de
Educação (PNE), que reitera a
Está prevista no Plano
Nacional de Educação de necessidade de estabelecer e implantar,
2014. mediante pactuação interfederativa
[União, Estados, Distrito Federal e
Municípios], diretrizes pedagógicas
para a educação básica e a base
nacional comum dos currículos, com
direitos e objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento dos(as) alunos(as)
para cada ano do Ensino Fundamental e
Médio, respeitadas as diversidades
regional, estadual e local (BRASIL,
2014).
História da construção da Base

Setembro Maio Abril


2014 de 2015 de 2016 de 2017 17/12/17 –
aprovação do
CNE e
homologação
Versão 2:
pelo Ministro
Versão 1: Consed e Undime Versão 3: da Educação
Início da 12 milhões de reúnem 9 mil o MEC entrega
elaboração contribuições professores, a Base ao CNE
são recebidas gestores e
especialistas
A Base vale para escolas
públicas e particulares

formação de regime de matrizes de materiais


professores colaboração avaliação didáticos
Algumas das principais mudanças que a BNCC traz
• Desenvolvimento integral: as 10 competências gerais norteadoras contemplam aspectos
cognitivos, sociais e pessoais a serem desenvolvidos pelos alunos, como pensamento científico,
crítico e criativo, capacidade de argumentação, autonomia e resiliência. do Ensino Fundamental.
• Aprendizagem ativa: cada conhecimento está ligado a uma habilidade que permite ao aluno
aplicá-lo a um fim. Há habilidades envolvendo processos cognitivos mais sofisticados como
investigar, analisar e criar, em contraposição a outros mais passivos, como lembrar e identificar.
Isso favorece o protagonismo do aluno dentro e fora de sala de aula.
• Campo de Experiências: constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as
experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural.
• Progressão na aprendizagem: a progressão das aprendizagens organizada ano a ano deixa
mais claro o que se espera que o aluno aprenda e favorece o desenvolvimento de habilidades
mais complexas, especialmente nos anos finais do Ensino Fundamental.
A Base define 10 competências gerais que todo aluno
deve desenvolver na educação básica
1 Valorizar e utilizar os conhecimentos
historicamente construídos sobre o mundo
físico, social, cultural e digital para entender
e explicar a realidade, continuar aprendendo
e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.

1. Conhecimento

Conhecimento.
2 Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer
à abordagem própria das ciências, incluindo
a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar
causas, elaborar e testar hipóteses, formular
e resolver problemas e criar soluções
(inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.

Pensamento científico, crítico e criativo


3 Valorizar e fruir as diversas manifestações
artísticas e culturais, das locais às mundiais,
e também participar de práticas
diversificadas da produção artístico-cultural.

. Repertório Cultural
4 Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou
visual-motora, como Libras, e escrita), corporal,
visual, sonora e digital –, bem como
conhecimentos das linguagens artística,
matemática e científica, para se expressar e
partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Cultura Digital
5 Compreender, utilizar e criar tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares)
para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na
vida pessoal e coletiva.

Comunicação
Valorizar a diversidade de saberes e vivências
6 culturais e apropriar-se de conhecimentos e
experiências que lhe possibilitem entender as
relações próprias do mundo do trabalho e fazer
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e
ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.

Trabalho e Projeto de Vida


7 Argumentar com base em fatos, dados e
informações confiáveis, para formular, negociar
e defender ideias, pontos de vista e decisões
comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o
consumo responsável em âmbito local, regional
e global, com posicionamento ético em relação
ao cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta.
Argumentação
8 Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de
sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com
autocrítica e capacidade para lidar
com elas.
Autoconhecimento e
autocuidado
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução
9 de conflitos e a cooperação, fazendo-se
respeitar e promovendo o respeito ao outro
e aos direitos humanos, com acolhimento e
valorização da diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, seus saberes, identidades,
culturas e potencialidades, sem preconceitos
de qualquer natureza.
Empatia e Cooperação
10 Agir pessoal e coletivamente com
autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e
determinação, tomando decisões
com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis
e solidários. Responsabilidade e
Cidadania
Educação básica
Competências gerais da Base Nacional Comum Curricular
CÓDIGO ALFANUMÉRICO
No Ensino Fundamental, são 1.303
habilidades, agrupadas em 81 conjuntos
(nove componentes curriculares nos nove
anos dessa etapa).
É preciso ter esperança, mas ter esperança do
verbo esperançar; porque tem gente que tem
esperança do verbo esperar. E esperança do
verbo esperar não é esperança, é espera.
Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás,
esperançar é construir, esperançar é não desistir!
Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-
se com outros para fazer de outro modo...”
Paulo Freire

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