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base nacional curricular

Paullyanna Lima Marques

resumo
A base nacional comum curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o
conjunto orgânico e progressivo de aprendizagem que todos os alunos devem desenvolver ao
longo das etapas e modalidades da educação básica, de modo a que tenham assegurados seus
direitos de aprendizagem e desenvolvimento, ao longo da educação básica as aprendizagens
essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o
desenvolvimento de dez competências gerais.

1 introdução
A história oficial da BNCC começa em 1988, com a promulgação da Constituição da República
Federativa do Brasil. Ela prevê, em seu artigo 210, a Base Nacional Comum Curricular:

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar
formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

Outro documento normativo que indicou a necessidade de construção de uma base nacional comum
foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996). Em seu Artigo 26, regulamenta uma
base nacional comum para a Educação Básica.

Art. 26. Os currículos da educação infantil do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base
nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento
escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da
cultura, da economia e dos educandos.

Em 25 de junho de 2014 é regulamentado o plano nacional de educação (PNE) do decênio de 2014-2024,


pela Lei nº 13.005. O Plano apresenta 20 metas visando a melhoria da qualidade da Educação Básica, sendo
que 4 destas metas falam sobre a BNCC.
7.1) estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa, diretrizes pedagógicas para a
educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem
e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para cada ano do ensino fundamental e médio, respeitada a
diversidade regional, estadual e local;

A Primeira versão da BNCC


Organizada pelo Fórum Nacional de Educação (FNE), em 19 e 23 de novembro de 2014 é realizada
a 2ª Conferência Nacional pela Educação (Conae). Ela resultou em um documento sobre as
propostas e reflexões para a Educação brasileira. Portanto, é considerada um importante referencial
para o processo de mobilização para a BNCC

Finalmente, entre 17 a 19 de junho, acontece o I Seminário Interinstitucional para elaboração da


BNC. “Este Seminário foi um marco importante no processo de elaboração da BNC, pois reuniu
todos os assessores e especialistas envolvidos na elaboração da Base. A Portaria n. 592, de 17 de
junho de 2015, Institui Comissão de Especialistas para a Elaboração de Proposta da Base Nacional
Comum Curricular” (fonte: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/historico) .

Somente em 16 de dezembro de 2015 foi disponibilizada a 1ª versão da BNCC. Este documento


ficou disponível para consulta pública, leitura e análise da população. Teve 302 páginas e está muito
diferente da versão atual da BNCC.

A segunda versão da BNCC


Em 3 de maio de 2016 a 2ª versão da BNCC é disponibilizada. O documento teve 652, com uma
estrutura mais semelhante ao documento

Entre 23 de junho a 10 de agosto de 2016 aconteceram 27 Seminários Estaduais, promovidos pelo


Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação (Undime). Estes encontros tiveram a presença de professores, gestores e
especialistas para debater a segunda versão da BNCC. E ainda em agosto começou a ser redigida a
3ª versão da BNCC em um processo colaborativo, tomando como base a 2ª versão do documento.

A 3ª e última versão da BNCC (a atual de 2018)


Após um ano, em abril de 2017, o MEC entregou a versão final da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Em 20 de dezembro de 2017 a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) foi homologada pelo ministro da Educação, Mendonça Filho. No entanto,
a parte homologada do documento correspondia somente as etapas da Educação Infantil e Ensino
Fundamental. Logo, a parte do Ensino Médio ainda não havia sido homologada, as discussões ainda
existiam.
Dois dias depois, em 22 de dezembro de 2017, o CNE apresentou a RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 2,
DE 22 DE DEZEMBRO DE 2017, a qual institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum
curricular . Esta resolução traz o coração da BNCC.

Somente em 02 de abril do ano de 2018 que o Ministério da Educação entregou ao CNE a 3ª


versãoda BNCC do Ensino Médio. A partir daí o CNE iniciou um processo de audiências públicas
para debatê-la.

Em 02 de agosto de 2018, escolas de todo o Brasil se mobilizaram para discutir e contribuir com a
BNCC desta etapa da educação básica. Foram criados comitês de debates com profissionais da
educação e formulários onlines foram preenchidos.

Finalmente, em 14 de dezembro de 2018, o ministro da Educação, Rossieli Soares, homologou o


documento da Base Nacional Comum Curricular para a etapa do Ensino Médio. A partir desta data, o
Brasil tem uma Base com as aprendizagens previstas para toda a Educação Básica

Aprendizagem e desenvolvimento são processos contínuos que se referem a mudanças que se dão
ao longo da vida, integrando aspectos físicos, emocionais, afetivos, sociais e cognitivos. Ao tratar do
direito de aprender e de se desenvolver, busca-se colocar em perspectiva as oportunidades de
desenvolvimento do/a estudante e os meios para garantir-lhe a formação comum, imprescindível ao
exercício da cidadania. Nesse sentido, no âmbito da BNCC, são definidos alguns direitos
fundamentais à aprendizagem e ao desenvolvimento com os quais o trabalho que se realiza em
todas as etapas da Educação Básica deve se comprometer.

Esses direitos se explicitam em relação aos princípios éticos, políticos e estéticos, nos quais se
fundamentam as Diretrizes Curriculares Nacionais, e que devem orientar uma Educação Básica que
vise à formação humana integral, à construção de uma sociedade mais justa, na qual todas as
formas de discriminação, preconceito e exclusão sejam combatidas

O desenvolvimento das habilidades, possibilitam que competências sejam adquiridas e


aperfeiçoadas, conforme descrito pelo documento oficial da BNCC:

“ para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada componente curricular


apresenta um conjunto de habilidades. Essas habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de
conhecimento - , que, por sua vez são organizadas em unidades temáticas”. ( BNCC, p. 30)

As habilidades são os pontos mais práticos e tangíveis. Elas indicam o'que aprendemos a fazer e
são sempre associadas a verbos de ação, seja, identificar, interpretar, descrever, planejar, e entre os
outros

As habilidades da BNCC são propostas com diretrizes diferente em cada umas das etapas da
educação básica, entre infantil, fundamental e ensino médio

*documentos citados anteriormente


1- Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): documentos elaborados pelo MEC em 1997 e não
obrigatório, para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Trouxe a organização do tempo escolar
em ciclos. São documento orientadores e foram apontados como referenciais de qualidade para a
educação brasileira. Foram feitos para auxiliar as equipes escolares na execução de seus trabalhos,
sobretudo no desenvolvimento do currículo.

2- Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI): documento elaborado em 1998
pelo Ministério da Educação e do Desporto, integrando a série de documentos dos Parâmetros
Curriculares Nacionais. Referia-se às creches, entidades equivalentes e pré-escolas, ou seja,
Educação Infantil. O Referencial é “um guia de orientação que deverá servir de base para
discussões entre profissionais de um mesmo sistema de ensino ou no interior da instituição, na
elaboração de projetos educativos singulares e diversos (BRASIL, 1998).
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNEB ou DCNs): são normas obrigatórias
para a Educação Básica que visaram orientar o planejamento curricular das escolas e dos sistemas
de ensino. As DCNs são um conjunto de definições doutrinárias sobre princípios, fundamentos e
procedimentos na Educação Básica que orientam as escolas na organização, articulação,
desenvolvimento e avaliação de suas propostas pedagógicas. Sua versão plena para todas as
etapas e modalidades da educação básica foi fixada em 30 de janeiro de 2012.

Também conhecida como ensino infantil , a educação infantil é a primeira etapa da educação básica.
Ela atende crianças de zero a cinco anos de idade, que estão tendo os primeiros contatos com a
escola, e por isso mesmo integra ensino e cuidado, funcionando como um complemento da
educação familiar. Mas qual a finalidade da educação infantil?

Seu principal objetivo é promover nos pequenos estudantes o desenvolvimento dos aspectos físico,
motor, cognitivo, social e emocional, além de fomentar a exploração, as descobertas e a
experimentação. É nesta fase também que as crianças começam a interagir com pessoas de fora do
seu círculo familiar e comunitário, principalmente através da realização de jogos e atividades que
envolvem a lucidade.

A Educação Infantil é considerada uma das mais importantes etapas da formação das crianças, pois
é onde elas começam a existir fora do convívio familiar, o que envolve lidar com diferenças, o
desenvolvimento personalidade e autonomia a criação de laços de amizade e as descobertas em
diferentes áreas do conhecimento. Ela funciona como uma base para as demais etapas da educação
formal, e o correto aproveitamento desta etapa permite que os pequenos cresçam com mais
autonomia e tenham mais sucesso em sua vida escolar e individual.

E como lidar com bebês e crianças exige cuidados muito tato, a proposta pedagógica da educação
infantil preve a realização de jogos , brincadeiras e atividades prazerosas que além de ensinar,
divertem, tornando o processo de construção do conhecimento muito mais assertivo e divertido.

É voltada para crianças de zero a cinco anos de idade. Entretanto, ela só é obrigatória, no Brasil,
para crianças de quatro e cinco anos, o que torna os grupos 1, 2 e 3 facultativos. E a depender da
idade dos pequenos, eles devem ser matriculados em creches ou escolas (pré-escolas): nas
primeiras caso tenham idade até três anos, e nas segundas entre quatro e cinco anos. No Brasil é
um direito da criança, sendo o estado obrigado a disponibilizar espaços e profissionais adequados
para atendê-la corretamente. Por isso encontramos em todas as regiões do País instituições de
ensino públicas que atuam como creches e pré-escolas, mas diversas escolas particulares também
oferecem educação infantil, o que dá aos pais e responsáveis a chance de optar por aquela que está
de acordo com as suas possibilidades financeiras.

E dividido em dois grupos: anos iniciais ou ensino fundamental I, e anos finais ou ensino fundamental
II. Com duração total de 9 anos e carga-horária mínima de 800 horas anuais (distribuídas em pelo
menos 200 dias letivos efetivos), ele é a etapa seguinte à educação infatil, e envolve o
desenvolvimento de crianças e pré-adolescentes.

O ensino fundamental I é até que série? Ele compreende do 1º ao 5º ano, e é regulamentado pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996, que organiza a educação brasileira de acordo
com os princípios de nossa Constituição.

Assim como a educação infantil, o ensino fundamental I funciona como uma base para as demais
etapas da formação educacional. Como o próprio nome já menciona, ele é fundamental para o
desenvolvimento das crianças tanto no quesito acadêmico quanto no pessoal e social. É nesta etapa
que os alunos começam a aprender os conceitos educacionais — assuntos que os guiarão durante
toda a educação básica —, e também aprendem a ler e escrever. no ensino fundamental anos
iniciais devem estudar crianças de 6 a 10 anos de idade, sendo que a alfabetização do aluno deve
ocorrer obrigatoriamente no 1º ano do ensino fundamental, ou seja, aos seis anos ele deve aprender
a ler e escrever.

O atual ensino fundamental de 9 anos (anos iniciais e finais) tem uma base nacional comum, que é
complementada pelas instituições de ensino de acordo com a sua proposta pedagógica e as
características regionais e sociais de onde ela se localiza. Nesta etapa da educação são difundidos
os valores sociais, os direitos e os deveres dos cidadãos, bem como a noção de respeito ao bem
comum e à ordem democrática. É no ensino fundamental também que os estudantes são
incentivados à ter iniciativa, a desenvolver sua autonomia e várias outras coisas.

Diferentemente do que acontece na educação infantil, no ensino fundamental I a criança já tem


acesso às tradicionais disciplinas da educação formal, como matemática, ciências, língua portuguesa
e outras, mas os assuntos apresentados em sala de aula variam de acordo com a série e a idade.
Última etapa da educação básica brasileira, o ensino médio tem duração de três anos e seu principal
objetivo é aprimorar os conhecimentos obtidos pelos estudantes no ensino fundamental I e II, além
de prepará-los para o mercado de trabalho, seja para ingressar imediatamente em uma profissão
(possível com auniao entre ensino medio e tecnico) ou conseguir uma vaga numa Universidade e
assim construir aos poucos uma carreira de nível superior.
Durante o ensino médio o adolescente já possui mais independência e está apto para tomar suas
próprias decisões. Sendo assim, todo o esforço envolvendo os estudos deve partir dele, e não dos
professores, que estão nas salas de aula prontos para ensinar e auxiliar no processo, mas só isso:
estudar nas horas vagas, desenvolver trabalhos e pesquisas e investir no futuro profissional só o
aluno pode fazer. Desde abril de 2013 o ensino médio é obrigatório no Brasil. Até esta data, a
constituição brasileira considerava obrigatório apenas o ensino fundamental, e os pais deveriam
matricular seus filhos na escola apenas aos seis anos. A partir de então, tornou-se necessário o
ingresso das crianças aos quatro anos de idade na chamada pré-escola (educação infantil), e a sua
permanência na escola até os 17 anos, quando devem finalizar o terceiro ano do ensino médio.
Ao contrário do ensino fundamental que tem duração total de nove anos, o ensino médio dura
apenas três. As suas séries são chamadas de 1º ano, 2º ano e 3º ano, e contam com várias
disciplinas voltadas para a preparação do estudante para processos seletivos, como os vestibulares,
por exemplo. No último ano esta característica se intensifica, com algumas escolas (principalmente
as particulares) unindo 3º ano e pré-vestibular.
Implementação Da Base Nacional Comum Curricular
A Base Nacional Comum Curricular é um documento de caráter normativo, ou seja, tem peso de lei.
Ela define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os estudantes
devem desenvolver ao longo da educação básica. Além disso, é referência obrigatória nacional na
construção dos currículos. Aplica-se à educação escolar pública e privada.

Ao definir aprendizagens essenciais, a BNCC traz a importância de se garantir como direito de


crianças, jovens e adultos, as mesmas condições de aprendizagem e desenvolvimento,
independente da região de cada escola. Pelo menos é este seu objetivo: ser balizadora da educação
ofertada aos estudantes de todo o Brasil.

“aprendizagem de qualidade é uma meta que o País deve perseguir incansavelmente, e a BNCC é
uma peça central nessa direção, […] a Base é um documento completo e contemporâneo, que
corresponde às demandas do estudante desta época, preparando-o para o futuro.” (BRASIL, 2018,
p. 5).

Na Resolução nº 2 de 22 de dezembro de 2017, a qual institui e orienta a implementação da Base


Nacional Comum Curricular, diz no artigo artigo 5º:

§1º A BNCC deve fundamentar a concepção, formulação, implementação, avaliação e revisão dos
currículos, e consequentemente das propostas pedagógicas das instituições escolares, contribuindo,
desse modo, para a articulação e coordenação de políticas e ações educacionais desenvolvidas em
âmbito federal, estadual, distrital e municipal, especialmente em relação à formação de professores,
à avaliação da aprendizagem, à definição de recursos didáticos e aos critérios definidores de
infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da oferta de educação de qualidade.

Nesse sentido, a BNCC desempenha papel fundamental no contexto da educação brasileira. Ela é
quem deve, agora, fundamentar a concepção, formulação, implementação, avaliação e revisão dos
currículos e propostas pedagógicas. Ela explicita as aprendizagens essenciais que todos os
estudantes devem desenvolver, visando a igualdade educacional. Igualdade esta em que as
singularidades dos estudantes devem ser consideradas e atendidas.

Hoje a BNCC é referência nacional obrigatória para adequação dos currículos da Educação básica
com função técnica/ instrumental homogeneizante, subsumindo as especificidades locais e regionais
e impondo os objetivos e as temáticas privilegiadas para o alcance do desenvolvimento das dez
competências gerais da educação básica dos alunos de todos os níveis e modalidades de Ensino.
Tendo o pressuposto de que a competências se define como a mobilização de conhecimentos ,
habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
exercício da cidadania e do mundo de trabalho
Referências
basenacionalcomum.mec.gov.br

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1998. Diário oficial da união, Brasília, DF,
6 out. 1998

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