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Profissional Documentos
Cultura Documentos
DA GESTÃO
ESCOLAR
PARA
Um guia para fortalecer
os marcos de promoção
da equidade racial no
EQUIDADE
contexto escolar
Abril de 2022
APRESENTAÇÃO 7
4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 31
Diversidade religiosa 76
Estímulo à leitura de livros paradidáticos sobre a
temática racial 79
Oficina de Turbantes – Embaraço 81
Etnomatemática: a matemática dos penteados
trançados ou saberes fazeres de matrizes africanas 83
Racismo e colorismo 85
Teia de conhecimento 86
Oficina de break 90
Festival multicultural 92
Jornada Pedagógica 95
Alunos articuladores 97
Jovens líderes para equidade racial 101
Espetáculo Lei 10.639/03 e Gestão para Equidade 104
Pesquisa sobre racismo em livros didáticos 107
Concurso de redação e histórias em quadrinhos 110
Entre jovens 113
Oficina de grafite 115
Sarau 117
Caminhada etnográfica: mapeando a comunidade 119
Central de mídia 122
Resgate de alunos evadidos 127
Redesenho curricular 129
Etnociências e a farmácia viva: as plantas medicinais 131
Indicadores de desenvolvimento 134
Criação de GT para monitorar e avaliar o programa e
ampliar o modelo de gestão escolar para as relações
étnico-raciais 139
Oficina de informação e formação com educadores,
funcionários e direção da escola 142
Encontros de aprendizagem 145
Com 19 anos da lei 10.639/03, temos uma geração de pessoas que passou
pela escola da educação infantil até o ensino médio sob um novo para-
digma que, embora existente, ainda enfrenta muitos desafios para con-
cretizar-se. A baixa institucionalidade da lei 10.639/03 e suas respectivas
diretrizes ainda é um nó enfrentado pelas escolas hoje.
Boa leitura!
Estes dois eixos são fundamentais para que a temática seja enraizada
nas políticas educacionais. Discutir educação para as relações étnico-
-raciais é possibilitar que pessoas envolvidas no processo educativo re-
flitam sobre: 1) como cidadãos negros, brancos, indígenas, asiáticos – e
provenientes de diferentes grupos étnicos – se relacionam no cotidiano,
2) como produzem desigualdades, 3) a importância do respeito às dife-
renças2 e 4) o exercício alteridade. Esta reflexão ajuda os cidadãos a com-
preender e situar os fenômenos ao longo da história e a se reposicionar
na construção de uma sociedade que respeite e valorize todas e todos. O
ensino de história e cultura africana e afro-brasileira é uma chave para a
valorização e reconhecimento da participação e contribuições dos povos
africanos e afrodescendentes para a humanidade, deslocando-os para o
lugar de sujeitos.
Após quase 20 anos da lei 10.639/03, é cada vez mais presente na narra-
tiva de movimentos sociais e pesquisadores que atuam com essa temá-
tica o argumento de que não basta apenas reconhecer a existência do
racismo e realizar atividades pontuais e isoladas sobre cultura africana e
afro-brasileira. O compromisso com a superação do racismo passa, princi-
palmente, por uma disputa e mudança de imaginário social.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Percentual de jovens (%)
100
100
90 87,8%
83,6% 90
80
80
70
70
60 60
50 50
40 40
30
30
20
20 8,6% 10,3%
10
10
0
Brancos Negros
0
Brancos Negros
90
80
70
50
40
30
20
10
9,0%
5,5%
0
Brancos Negros
30
O que temos observado, a partir das nos- 21,2%
20
sas experiências com formação para gesto-
11,2%
res escolares e secretarias, e também com 10
a implementação de dois Editais Gestão
0
Escolar para Equidade: Juventude Negra, Brancos Negros
é que os processos de avaliação da imple-
mentação da Educação para as Relações
étnico-raciais apontam que os projetos desenvolvidos são encabeçados
por iniciativa individual de profissionais da educação, os quais dificil-
mente conseguem articulá-los com outras disciplinas, além de enfrentar,
em muitos casos, o isolamento por parte dos colegas que personificam
o debate.
• conhecer e divulgar o conteúdo das diretrizes que orientam a implementação dessas leis;
• responder em tempo hábil às pesquisas e levantamentos sobre a temática;
• estudar e difundir os conteúdos da Resolução 01/2004 e do Parecer 03/2004, que instituem as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
1 6
temática de forma contínua e transversal. Para isso, se faz necessária a
implementação de programas de formação dos profissionais da educa-
ção. Para avançar neste campo a gestão escolar tem o papel de:
2
ções necessárias para os professores – materiais, tempo e
estrutura; Nacionais para a Educação
• garantir a inclusão da temática no PPP e nos planejamen- das Relações Étnico-
tos de cursos/matérias/disciplinas, considerando os níveis
e modalidades de ensino; -Raciais e para o Ensino de
• estimular a interdisciplinaridade para o fortalecimento da História e Cultura Afro-
inclusão da temática na escola, por meio de projetos colabo-
rativos que envolvam professores de diferentes áreas e que
-Brasileira e Africana
garantam momentos de culminância para apresentação
3
dos resultados;
4
• realizar orientações durante as reuniões pedagógicas sobre
a importância de se combater práticas racistas, preconcei-
tuosas e discriminatórias presentes no cotidiano escolar.
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO
Para aprimorar a política de promoção da equidade racial na edu-
cação, as escolas precisam responder pesquisas e levantamentos
realizados por órgãos superiores sobre o processo de implementação
dos marcos legais em educação para as relações étnico-raciais, bem
6
como preencher o quesito raça-cor que nos possibilita visualizar as
desigualdades raciais na educação. A resposta sincera não prejudica
as unidades de ensino, mas possibilita identificar suas demandas e
assim avançar em estratégias de implementação da temática e de
programas de combate às desigualdades.
https://www.gestaoparaequidaderacial.
institutounibanco.org.br/
EIXO 1 –
FORTALECIMENTO DO MARCO LEGAL
EIXO 2 –
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO PARA
GESTORES E PROFISSIONAIS DA
EDUCAÇÃO
• Diversidade Religiosa
• Racismo Institucional
• Oficina de Formação em Relações
Étnico-raciais
• Encontros de aprendizagem
• Inserção da Equipe Gestora da Institui-
ção Escolar nos espaços de debates e
‘trocas’ sobre educação étnico-racial
• Redesenho Curricular
• Jornada Pedagógica
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG1
EMCG2
EMCG7 EM13CHS101
Língua Portuguesa EMCG10 EM13CHS102
História
Específicas EM13CHS501
Sociologia
EMCCHSA3 EM13CHS503
EMCCHSA5
EMCLT6
EMCLT2
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
http://acaoeducativa.org.br/wp-content/uplo-
Os resultados trazidos pelos alunos podem ser ads/2016/10/Guia-To%CC%82-no-Rumo.pdf
trabalhados nas aulas de Matemática, com os da-
dos estatísticos; nas aulas de História, com a for- Esse material sugere algumas atividades para tra-
mação e constituição das desigualdades; na Geo- balhar o projeto de vida.
grafia, ao considerar as desigualdades regionais;
na aula de Português, ao provocar os estudantes Ideias para o roteiro:
para desenvolver textos sobre a temática etc.
• O que você queria ser quando tinha cinco anos?
Cada professor irá demandar da turma pela qual • O que você queria ser quando tinha doze anos?
ficou responsável a elaboração de um trabalho • O que você quer ser hoje?
sobre a temática, com apresentação e exposição • O que fez ou não você mudar ao longo desses
nos murais da escola. Esse trabalho deve compor anos? O que influenciou essas escolhas?
os critérios de avaliação dos estudantes. • O que você gosta de fazer?
• O que você faz bem?
• De tudo o que você já fez, do que mais se or-
gulha?
• Quais são suas principais dificuldades?
• Quais são seus sonhos?
• O que você pretende fazer para realizá-los?
ETAPA 5
• O que você acha que irá realizar?
Visita monitorada à universidade
• O que a realização dos seus sonhos proporcio-
naria para sua vida pessoal e para as pessoas
A escola leva os estudantes à universidade, onde
que estão ao seu redor?
serão recebidos pelo grupo com o qual foi estabe-
lecida a parceria. Os estudantes terão a possibili-
• Como você se vê daqui a 15 anos?
dade de conhecer o espaço da instituição e suas
• Como você pode contribuir para o desenvolvi-
mento da sociedade?
áreas de ensino por meio de visita monitorada, a
qual será sucedida por um debate sobre ações afir-
mativas, políticas de acesso e permanência e áreas
de atuação. É importante garantir espaço para
que os estudantes possam colocar suas reflexões
e dúvidas.
Condições materiais:
sala com cadeiras em formato semicírculo; aparelho de
Resumo: DVD ou computador com acesso à internet; televisão
ou projetor.
A equipe pedagógica
realiza um estudo para
selecionar material audio- Atores:
visual e/ou convida um gestão escolar, professores e alunos do Ensino Médio.
profissional especialista
na temática para desen- Habilidades desenvolvidas:
volver atividade forma- identificar como os conceitos apresentados no vídeo
tiva a fim de sensibilizar estão presentes nas relações cotidianas e desenvolver
a comunidade escolar o potencial crítico sobre os embates teóricos, políticos
sobre a forma como são
e estruturais presentes no processo de implementação
estabelecidas as relações
étnico-raciais e a produção da Lei 10.639/03 e no combate ao racismo na escola.
de desigualdades e o pa-
pel da Lei 10.639/03 e suas Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4, 5, 10
respectivas diretrizes.
Base Nacional Comum (BNCC):
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG1
EMCG2
EMCG7 EM13CHS101
Língua Portuguesa EMCG10 EM13CHS102
Sociologia Específicas EM13CHS501
EMCCHSA3 EM13CHS503
EMCCHSA5
EMCLT6
EMCLT2
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Atores:
Resumo: direção, coordenação pedagógica, professores, funcio-
nários e alunos do Ensino Médio.
Com o apoio de institui-
ção/movimento social/
pesquisador, a escola Tempo: semestral
discute a elaboração de
um material didático a fim Condições materiais:
de formar os alunos para livros; revistas; laboratório de informática ou compu-
a educação das relações tador com acesso à internet; recursos para impressão.
étnico-raciais. Os partici-
pantes definem os temas Habilidades desenvolvidas:
prioritários, elaboram os pesquisa temática; escrita; olhar crítico sobre as desi-
conteúdos e planejam as
gualdades étnico-raciais; conhecimento sobre promo-
oficinas que serão realiza-
das com os alunos. ção da equidade racial.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG5
EMCG8 EM13CNT310
História EMCG10 EM13MAT102
Língua Portuguesa EMCG4 EM13CHS504
Matemática Específicas EM13CHS601
Sociologia EMCLT2 EM13LGG301
EMCLT3
EMCMT1
EMCCHSA5
ETAPA 1 –
Planejamento
A gestão escolar deve iniciar o diálogo com algum um módulo formativo, no qual serão trabalhados
grupo ou especialista em educação para as rela- os movimentos, bandeiras, lutas e conquistas para
ções étnico-raciais da escola, comunidade, rede a promoção da equidade racial; e um módulo atitu-
de ensino ou instituição do entorno. O objetivo é dinal, focado em como se dão as relações étnico-ra-
constituir uma parceria para a elaboração de um ciais no cotidiano, como produzimos desigualdades,
material didático em educação para as relações o impacto na trajetória dos cidadãos e o que pode ser
étnico-raciais a ser aplicado em processo formati- feito para combater o racismo.
vo com alunos do Ensino Médio durante as aulas.
Para elencar os tópicos que irão compor o material
Após a constituição da parceria, apresente o pro- didático, a gestão e o parceiro podem fazer uma escu-
jeto em reunião pedagógica para o grupo de do- ta ativa da comunidade docente sobre como o tema
centes. A ideia é contar com o apoio da comunida- aparece na comunidade escolar e quais conceitos e
de docente para definir os conteúdos do material experiências poderiam contribuir para a formação.
a ser elaborado e para a implementação em sala Para disparar os tópicos fundamentais, os professo-
de aula. res podem fazer uma atividade em sala de aula sobre
como os alunos veem essa problemática.
O material deve contemplar um módulo diagnós-
tico, que possibilite compreender o histórico, da- Quando definidos os temas, as tarefas devem ser di-
dos e contextos que definem a forma como foram vididas pela equipe pedagógica, que contará com o
construídas as relações étnico-raciais no Brasil; apoio do parceiro na pesquisa e edição dos conteúdos.
Abaixo tópicos inspirados na prática de uma das escolas do edital Gestão Escolar para Equidade: Juven-
tude Negra.
Cada professor deve trabalhar em um texto sobre a Cada material produzido pelos professores e que
temática escolhida. Pode resumir e deixar mais di- compõe o livro deve ser trabalhado com os alunos
dático um artigo ou livro de algum pesquisador so- em horário de aula para garantir que a temática
bre a temática, escrever uma biografia importante, integre, de fato, o currículo e os instrumentos de
elaborar um conteúdo autoral, fazer entrevista ou acompanhamento e avaliação dos discentes. As au-
até mesmo um glossário de palavras que compõe las podem ter caráter interdisciplinar. Por exemplo,
o repertório da educação para as relações étnico- se a professora de história trabalha uma biografia
-raciais. Cada material deve apresentar o passo-a- da luta antirracista, a professora de língua portu-
-passo de/e como deve ser utilizado com os alunos. guesa pode solicitar uma redação sobre o percurso
A metodologia pode incluir dinâmicas de grupos, apresentado; se o professor de sociologia apresen-
brincadeiras, vídeos, debates etc. ta as desigualdades raciais, a professora de mate-
mática pode desenvolver uma aula sobre os dados
O parceiro deve auxiliar a equipe docente na pesqui- apresentados.
sa, seleção de referencial e elaboração do trabalho,
além de, junto à gestão, unir os materiais e dar for- A metodologia de aplicação dos conteúdos pode
mato ao livro produzido pela escola. romper com o modelo tradicional de ensino a partir
do passo-a-passo apresentado pelo professor autor.
A partir da formação, a equipe pedagógica pode
pensar em desdobramentos em que os jovens do
Ensino Médio assumem a responsabilidade de reali-
zar ações de culminância, como Festival, Exposição,
debates temáticos e etc. O objetivo é sensibilizar a
comunidade escolar para a temática. A gestão fica
responsável por garantir condições institucionais
e viabilizar a logística dos eventos e atividades pre-
paradas pelos alunos.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Resumo:
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG5
EMCG8 EM13CNT310
Língua Portuguesa EMCG10 EM13MAT102
Matemática EMCG4 EM13CHS504
Filosofia
Específicas EM13CHS601
Sociologia
EMCLT2 EM13LGG301
História
EMCLT3
EMCMT1
EMCCHSA5
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Atores:
Resumo: educadores; alunos.
Os alunos são convidados
a refletir sobre as desi- Tempo: duas horas.
gualdades raciais em gran-
des instituições, como Condições materiais:
empresas, hospitais e sala de aula organizada em semicírculo; projetor.
universidades. A partir da
compreensão de como o Habilidades desenvolvidas:
racismo estrutura práticas leitura crítica das relações raciais; análise de contexto.
que reproduzem as desi-
gualdades nesses espaços,
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4, 10
busca-se fundamentar a
importância de políticas
de inclusão institucionais Base Nacional Comum (BNCC):
como as cotas raciais.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG4
EMCG7
EMCG8 EM13CNT310
Língua Portuguesa EMCG10 EM13LGG102
Matemática
Específicas EM13CHS102
Sociologia
EMCLT2 EM13CHS204
EMCCHSA1
EMCCHSA5
EMCCHSA3
ETAPA 1 –
Planejamento
O racismo institucional acontece quando institui- nas escolas hoje atuarão como operadores de
ções, públicas ou privadas, mantêm uma estrutu- serviços diversos em grandes e pequenas insti-
ra pautada nas hierarquias raciais que favorecem tuições. O fato de refletir sobre a temática pode
alguns grupos em detrimento de outros. Veja a impactar sobre sua futura atuação.
seguir alguns exemplos.
Dessa forma, o grupo autor da atividade estabe-
• Em uma empresa internacional, não há negros leceu uma parceria com uma instituição históri-
em cargos de chefia, mas apenas atuando no ca de combate ao racismo, o Movimento Negro
chão da fábrica. Unificado, para falar sobre a temática na escola.
• As abordagens da Polícia Militar são mais recor- Além de ativistas da área, a escola pode convidar
rentes e agressivas com jovens negros, indepen- pesquisadores especialistas ou preparar seu pró-
dente do contexto. prio material formativo.
• Pessoas negras, com o mesmo grau de formação
e exercendo a mesma função que pessoas bran- Sugestão de Leitura:
cas, chegam a ganhar 2 vezes menos.
• As mulheres negras têm as maiores taxas de • Racismo Institucional: uma abordagem concei-
mortalidade materna. Pesquisadores apontam tual – Geledés Instituto da Mulher Negra
que, conforme registros das unidades hospita- https://www.geledes.org.br/wp-content/
lares, elas recebem menos atenção durante o uploads/2013/05/FINAL-WEB-Racismo-Insti-
pré-natal e o parto por carregar o estereótipo de tucional-
“mais fortes”, o que tem implicações sobre seu uma-abordagem-conceitual.pdf
direito à vida.
• Os currículos das escolas e das universidades • Guia de Enfrentamento ao Racismo Institucio-
priorizam a história do homem branco e euro- nal – Geledés Instituto da Mulher Negra
peu e dão pouco espaço para a história dos po- https://www.geledes.org.br/wp-content/
vos africanos e indígenas, por exemplo. uploads/2013/05/FINAL-WEB-Guia-de-enfren-
• Embora os negros representem mais de 50% da tamento-ao-racismo-institucional.pdf
população brasileira, não chegam a 20% dos es-
tudantes das grandes universidades. É importante que o planejamento da atividade
leve em consideração os efeitos do racismo ins-
A forma como o racismo é gerador de exclusão titucional e a importância de políticas de promo-
impacta sobre como os direitos, serviços e opor- ção da igualdade racial. A equipe pode selecionar
tunidades são colocados para diferentes grupos casos de racismo institucional para distribuir em
raciais. Uma das estratégias para reverter esse grupos como método disparador da reflexão.
quadro é investir em formação para a educação
das relações étnico-raciais. Os alunos que estão
Formação
A formação deve explorar a leitura dos alunos
sobre o racismo. A partir dela, explicar que esse
fenômeno aparece nas esferas pessoal, inter-
pessoal e institucional. No caso desta atividade,
busca-se entender como funciona o racismo ins-
titucional, ou seja, como se estrutura e mantém
desigualdades pautadas na identidade étnico-ra-
cial dos sujeitos. Além de apresentar casos con-
cretos, dados estatísticos ajudam a compreender
o conceito.
Atores:
direção; coordenação pedagógica; professores; estu-
Resumo:
dantes; comunidade escolar.
O projeto realiza um
percurso formativo com Tempo: dois meses (oficinas quinzenais).
a sensibilização dos
educadores, funcionários Condições materiais:
e direção sobre a impor- livros; jornais; revistas; aparelho de DVD e TV ou proje-
tância de incorporar o tor e computador; caixa de som.
debate racial no Projeto
Político Pedagógico como
Habilidades desenvolvidas:
um caminho efetivo de en-
frentamento do racismo e
conhecimento da questão racial no Brasil; leitura crítica
outras formas de violência de contexto; percepções sobre a situação de violação de
no ambiente escolar. No direitos humanos.
momento seguinte, de-
senvolvem-se três oficinas Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4, 10
com os estudantes a partir
da discussão de conceitos Base Nacional Comum (BNCC):
(racismo, discriminação,
preconceito), passando
para a reflexão sobre Componentes
Competências Habilidades
experiências concretas de curriculares
racismo, bullying, sexismo, Gerais:
etc., culminando na elabo- EMCG4
ração coletiva de estraté- EMCG7
EMCG8 EM13CNT310
gias de enfrentamento do Língua Portuguesa EMCG10 EM13LGG102
racismo e de valorização Sociologia
Específicas EM13CHS102
da diversidade. História
EMCLT2 EM13CHS204
EMCCHSA1
EMCCHSA5
EMCCHSA3
Atores:
Resumo: gestão escolar; professores; mães e pais; alunos; rede
de proteção do território (segurança, saúde, conselho
A escola busca consolidar
um grupo com as insti- tutelar, CRAS); movimentos sociais locais; associações
tuições, os atores e os comunitárias etc.
movimentos do território,
com os quais pode buscar Tempo: contínuo
dados, informações gerais
e realizar ações integradas Condições materiais:
que fortaleçam a garantia espaço para reunião; telefone; computador; impresso-
dos direitos dos morado- ra; transporte.
res da comunidade.
Habilidades desenvolvidas:
articulação institucional; parcerias; trabalho colabora-
tivo; combate às desigualdades.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais: EM13LGG102
EMCG7 EM13LGG202
EMCG8 EM13CHS502
EMCG10 EM13CHS503
Língua Portuguesa
Sociologia Específicas
EMCLT2
EMCLT5
EMCCHSA3
EMCCHSA6
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Para esse mapeamento, devem ser considerados: Por exemplo, a evasão escolar pode estar associa-
da ao trabalho infantil; então, como a assistência
• lideranças comunitárias; social, o conselho tutelar e o sistema de Justiça
• instituições públicas que atendem a população; podem trazer esses alunos de volta à escola? A vio-
• empresas; lência na comunidade pode ser fruto da falta de
• quilombos ou territórios indígenas do entorno; direitos básicos, de segurança ou mesmo da trucu-
• sistema de Justiça; lência de representantes do Estado; então, como
• conselhos; isso impacta no número de jovens que deixam de
• associações comunitárias; estar na escola porque foram presos ou assassi-
• movimentos sociais; nados? Como essas instituições podem dialogar
• ONGs; sobre as pessoas que atendem no cotidiano de
• instituições de ensino (escolas e universidades); trabalho?
• diretoria de ensino.
Após apresentar a proposta que visa melhorar os
Finalizado o mapeamento, identificar no quadro indicadores do território, o grupo condutor da reu-
abaixo o nome da instituição, a área de atuação e nião deve sugerir a articulação institucional por
seus contatos estratégicos: meio de formação de uma rede para o desenvol-
vimento comunitário. Os participantes devem ter
Contatos espaço para compartilhar suas opiniões e expec-
Instituição/ Área de
liderança atuação
Responsável (telefone e tativas e aderir livremente à rede em formação.
e-mail)
Fórum de Justi- Acesso à Renato Nogueira rn88@gmail. continua na próxima página
ça Restaurativa justiça e com (11) 0000-
conciliação 0000
Funcionamento da rede
A articulação institucional deve acontecer de for-
ma contínua, com reuniões quinzenais ou men-
sais, em que os participantes possam dialogar
sobre o que está acontecendo no território, quais
são os direitos da população que não estão sendo
atendidos e como podem atuar de forma organi-
zada para avançar nos pontos abordados. Além
disso, podem dialogar sobre possíveis casos indi-
viduais. Exemplos:
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG7
EMCG8
EMCG10 Não tem habilidades
Língua Portuguesa porque é realizada
Sociologia Específicas com profissionais da
escola
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Pesquisa Participação
Você já buscou saber se seu município, estado Após o mapeamento e a identificação desses
ou região tem Fórum Permanente de Educação e espaços, a gestão deve apresentá-los à equipe
Diversidade Étnico-Racial? Esses fóruns surgiram pedagógica e definir estratégias de participação
em 2006 a partir do diálogo entre a sociedade ci- (representação e socialização das informações)
vil e a Secretaria de Educação Continuada, Alfa- para que a escola esteja integrada à agenda pró-
betização, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC). -equidade racial na educação e obtenha um fluxo
Constituem-se como grupos regionais, estaduais contínuo de informações sobre eventos, forma-
e municipais e são formados por representantes ção continuada e materiais didáticos e paradidá-
da sociedade civil e do poder público, tendo como ticos, garanta subsídios para intervenção frente
papel principal discutir, analisar, propor e moni- às situações de racismo e possa incidir sobre as
torar as políticas públicas de educação para as políticas públicas educacionais para a promoção
relações étnico-raciais. da equidade racial a partir das demandas das uni-
dades escolares.
Nesses fóruns, além de compartilhar as experiên-
cias e demandas das escolas para a efetiva imple-
mentação da temática na educação, você pode
encontrar importantes parceiros para fortalecer
seu trabalho local: ativistas, pesquisadores, orga-
nizações não governamentais e representantes de
órgãos públicos para a promoção da diversidade.
Atores:
gestão escolar; professores; funcionários da escola;
Resumo:
alunos.
A escola forma um grupo
responsável por elaborar Tempo:
instrumentos de pesquisa dois meses.
e coletar os dados do per-
fil étnico-racial dos seus Condições materiais:
estudantes. Após a coleta, computador; excel; impressora; papel; pranchetas; ca-
o grupo sistematiza os netas.
resultados, apresenta à
comunidade e estabelece
Habilidades desenvolvidas:
metas de equalização para
o próximo período. coleta de informações demográficas; análise de dados;
leitura crítica das desigualdades; construção de metas
de equalização.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG1
EMCG2
EMCG7 EM13LGG302
Língua Portuguesa EMCG6 EM13LGG305
Matemática
Específicas EM13MAT102
Sociologia
EMCLT2 EM13CHS601
EMCMT2
EMCMT4
EMCCHSA6
Na sua opinião, as pessoas definem sua raça ou cor Antes de aplicar o questionário, os professores de
por: diferentes disciplinas podem se envolver com a
( ) cultura, tradição ( ) traços físicos (cabelo, boca, na- iniciativa e desenvolver projetos em sala de aula
riz etc.) ( ) origem familiar, antepassados ( ) cor da pele que incluam a construção da autoestima, a com-
( ) opção política/ideológica ( ) origem socioeconômi- preensão das relações raciais, a formação do Bra-
ca ou de classe social ( ) outra, qual?______________ sil, a noção de proporcionalidade e conceitos rela-
cionados à renda familiar.
Você define sua raça ou cor por:
( ) cultura, tradição ( ) traços físicos (cabelo, boca, na- Definido o formulário, as pessoas que irão aplicá-
riz etc.) ( ) origem familiar, antepassados ( ) cor da pele -lo devem ser preparadas para trabalhar com cada
( ) opção política/ideológica ( ) origem socioeconômi- uma das categorias definidas e estabelecer um
ca ou de classe social ( ) outra, qual?________________ período para a coleta de dados. Outro grupo deve
ser preparado para digitar os dados coletados em
Dentre as seguintes alternativas, identifique sua uma planilha dinâmica do excel.
origem familiar:
( ) africana ( ) asiática ( ) europeia ( ) indígena ( ) judaica
( ) norte-americana ( ) oriente médio ( ) sudeste asiá
tico ( ) latino-americana ( ) sul-americana ( ) norte-a-
mericana ( ) outra, especifique: ___________________
Renda familiar:
( ) até meio salário mínimo per capita ( ) até um sa-
lário mínimo per capita ( ) até 1,5 salário mínimo per
capita ( ) dois ou mais salários mínimos per capita
cola. Um coordenador deve ficar responsável por Nome Raça/cor Gênero Idade Turma
receber e organizar os formulários diariamente.
Além dos recenseadores, o grupo de trabalho deve
ter o suporte de professores para o registro dos
dados nos formulários do excel.
ETAPA 3 –
ETAPA 4 –
Média Aritmética
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Resumo:
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Exibição do filme
Pode-se, antes de iniciar a sessão, fazer combina-
dos com o público participante para que a ativida-
de não seja interrompida por conversas, ligações
de celular etc. Lembre que todos terão a oportu-
nidade de falar quando o filme acabar. O grupo
responsável pelo filme pode fazer uma breve apre-
sentação do(a) diretor(a) e suas produções antes
de iniciar a sessão.
ETAPA 4 –
Desdobramento
Após a exibição de cada uma das sessões, o GT
pode trabalhar com produção de redações sobre
a temática, montagem de mural etc. É importan-
te que as atividades façam parte do repertório de
avaliação dos alunos.
Atores:
alunos; professores; gestores; comunidade escolar.
Resumo: Tempo: dois dias.
Esta oficina convida a
comunidade escolar a Condições materiais:
conhecer saberes tradicio- computadores com acesso à internet; projetor; másca-
nais e ritos de passagem ras de madeira; telha; balões; durepox; pincéis; tintas;
de grupos culturais africa- miçangas; tesoura; cola; aparelho de som.
nos por meio da confecção
de máscaras. Para isso, é Habilidades desenvolvidas:
realizada uma introdução conhecimento das histórias dos povos africanos; co-
sobre diferentes máscaras nhecimento das artes africanas; construção conceitual
e seus papéis em socieda-
e simbólica; pintura; montagem.
des africanas. Os alunos
são convidados a construir
sua própria máscara e, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4, 10
posteriormente, apresen-
tar o que ela representa Base Nacional Comum (BNCC):
para os membros do gru-
po. Para finalizar, realizam Componentes
um Baile das Máscaras. Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EFCG1
EFCG4
EFCG6 EF15LP09
Artes EFCG8 EF15AR25
Língua Portuguesa
Específicas EF69AR31
História
EFCLP2 EF07HI03
EFCLP4
EFCH2
EFCA1
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Livros
Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Es-
cravidão, de Emanoel Araújo.
África em Artes, de Juliana Bevilacqua e Renato A máscara acima é utilizada pela Geledes, uma so-
Silva. ciedade secreta feminina religiosa da tradição Yoru-
http://www.museuafrobrasil.org.br/docs/default- bá que expressa a fertilidade feminina, a continui-
-source/publica%C3%A7%C3%B5es/africa_em_ar- dade humana, o bem-estar e o poder sobre a terra.
tes.pdf Essa máscara é usada por homens para cobrir o ros-
to em um ritual que acontece uma vez por ano em
Definido o material e a referência a ser utilizados homenagem às anciãs, às mães. Observe bem seus
no processo formativo, as oficinas podem ser ini- traços e cortes. Tudo é esculpido em um tronco de
ciadas. árvore, sem montagem. Se uma pessoa faz um tipo
de arte como essa, não seria fácil fazer uma ferra-
menta de trabalho como a da imagem abaixo?
ETAPA 3 –
Compartilhamento de Objetivo:
fotografias possibilitar a identificação e o reconhecimento dos es-
paços de negritude no território.
Atores:
coordenação pedagógica; professores; alunos.
Atores:
educadores; alunos; especialista parceiro da escola.
Resumo: Tempo: duas horas.
A escola convida um
profissional especialista Condições materiais:
em diversidade religiosa filmes; livros; computador e projetor ou televisão e apa-
e intolerâncias correlatas relho de DVD; matérias de jornal impressas.
para ministrar uma oficina
para os alunos. Nesse mo- Habilidades desenvolvidas:
mento, os discentes têm alteridade; valorização da diversidade religiosa; respei-
possibilidade de conhecer to às diferenças.
a diversidade religiosa pre-
sente no Brasil e o impacto
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4 e 10
da intolerância sobre as
crenças de grupos histori-
camente discriminados. Base Nacional Comum (BNCC):
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EFCG1
EFCG6
EFCG8 EF02ER05
Ensino Religioso ECG10 EF09ER06
Língua Portuguesa
Específicas EF15LP19
História
EFCLP1 EF08HI20
EFCH3
EFCEER1
EFCEER5
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Oficina diversidade religiosa
Preparação da ação
Iniciar a oficina perguntando aos alunos quais são
No Brasil, há diversos casos de crianças e adoles-
as religiões que eles conhecem. A partir da visão do
centes que acabam deixando as unidades escolares
grupo, o especialista deve explorar a diversidade
como consequência da perseguição sofrida por sua
religiosa existente no Brasil e os fenômenos relacio-
escolha religiosa. Mais do que a escola, esse assun-
nados a cada uma das religiões que estão presentes
to atinge toda a sociedade e tem gerado cada dia
em nossos hábitos cotidianos (pular sete ondas;
mais casos de violência.
ajoelhar; pedir benção; usar crucifixo; benzer-se; ir
à curandeira; fazer simpatias; usar plantas como es-
A diversidade está presente no ambiente escolar,
pada de São Jorge etc.). Ao enfatizar a contribuição
considerando que a escola pública é uma institui-
de cada uma delas para a formação da sociedade
ção laica que deve atender todos os cidadãos. As
brasileira, pode explorar como o fundamentalismo
pessoas têm crenças diversas, com a diferença de
e a intolerância religiosa se configuram como obstá-
que umas podem se expressar livremente e outras
culo para a liberdade de crença de todas as pessoas
passam a vida a esconder sua fé com medo de repre-
e como têm gerado violência, apresentando os ca-
sálias e exclusão.
sos levantados no planejamento da atividade.
Dessa forma, mesmo a escola sendo uma instituição
EXEMPLO DE CASO:
laica, conflitos relativos à religião sempre aparecem,
Kayllane Campos, de 11 anos, foi apedrejada en-
e o silêncio dos profissionais da educação pode au-
quanto caminhava com seu grupo, que acabava
mentar seus desdobramentos. Intervenções que le-
de sair de uma cerimônia do candomblé. Estavam
vem à reflexão coletiva podem ser a melhor resposta.
vestidos de branco e com turbantes na cabeça,
quando dois jovens os agrediram com pedradas
Por esse motivo, o grupo proponente deve dialogar
enquanto gritavam: “É o diabo, vai para o inferno,
com a equipe pedagógica para apresentar a propos-
Jesus está voltando”.
ta e ao que ela responde – a forma como a proble-
mática da intolerância religiosa vem aparecendo na
“Achei que ia morrer. Eu sei que vai ser difícil. Toda
escola. Com a adesão dos profissionais da unidade,
vez que fecho o olho eu vejo tudo de novo. Isso
deve preparar a oficina considerando:
vai ser difícil de tirar da memória”, disse a garota
em entrevista para o portal G1.
1. parceria com especialista sobre a temática para
realizar uma oficina que dialogue com a realida-
Os casos podem ser distribuídos por grupos de es-
de e a linguagem dos alunos;
tudantes para que discutam o ocorrido e apresen-
2. levantamento de casos de intolerância religio-
tem suas impressões para todos os participantes.
sa para sensibilizar a comunidade discente;
É importante fazê-los relacionar a temática traba-
3. seleção de curtas/documentários sobre diversi-
lhada com o que vivenciam no cotidiano escolar e
dade religiosa e intolerância religiosa;
em suas comunidades. A equipe pedagógica e o
4. organização do roteiro da oficina, indicando os
especialista devem organizar uma reflexão final e
materiais a ser utilizados;
oferecer esclarecimentos sobre a temática a partir
5. seleção das turmas/anos que irão participar do
das abordagens dos alunos.
projeto;
6. preparação de espaço para a realização da ofici-
continua na próxima página
na, onde as cadeiras sejam dispostas em círculo
para que todos possam se ver ao longo do pro-
cesso formativo.
Questões orientadoras:
Questões orientadoras
SUGESTÃO DE LEITURA
SUGESTÃO DE VÍDEOS
Racismo Religioso
https://www.youtube.com/watch?v=nkkRoSyptdY
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Tempo: semestral.
Resumo:
Condições materiais:
A equipe pedagógica reali-
za uma pesquisa de livros acervo de livros sobre a temática.
literários que abordam a
temática étnico-racial, a Habilidades desenvolvidas:
partir da qual é elaborada leitura; escrita; análise de contexto.
uma lista de compras que
deve ser viabilizada pela Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4 e 10
gestão escolar, respon-
sável por criar condições Base Nacional Comum (BNCC):
para a aquisição dos livros.
Os professores desenvol-
vem um projeto de leitura Componentes
Competências Habilidades
dirigida a partir de um curriculares
tomo existente no acervo Gerais:
construído. A iniciativa EFCG1
busca sensibilizar a co- EFCG3
munidade discente, por EFCG6 EF67LP02
Língua Portuguesa EFCG7 EF12LP05
meio da leitura, sobre um
assunto presente e pouco História Específicas EF08HI19
EFCLP2 EF08HI20
refletido no cotidiano
escolar. EFCLP4
EFCH1
EFCH3
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Aquisição dos acervo temático
Pesquisa literária
A gestão escolar tem o papel de pensar estraté-
Os proponentes mobilizam a equipe pedagógica
gias para a aquisição do acervo temático. No caso
para fazer um levantamento de livros literários
da escola proponente, houve o fomento de um
que abordam a questão étnico-racial. As sugestões
projeto pelo edital Juventude Negra, do Instituto
devem ser levadas e discutidas na hora-atividade
Unibanco. A unidade pode buscar outros editais
com todos os professores e a gestão da unidade,
de instituições públicas e privadas, realizar fes-
momento no qual irão fechar uma lista dos livros
tas na escola, solicitar à secretaria de Educação,
a ser trabalhados pela escola no próximo período.
tentar parceria com as editoras dos livros selecio-
nados etc.
É importante pensar em títulos para os diferentes
grupos de idade.
Dependendo do contexto, os próprios alunos po-
dem adquirir seu material de leitura. Se a comuni-
A escola autora desta atividade desenvolveu o pro-
dade estiver habituada ao uso do celular, compar-
jeto literário com os seguintes livros:
tilhar e-books é uma opção.
Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre.
Quando me descobri Negra, de Bianca Santana.
ETAPA 3 –
ETAPA 4 –
Mural
A escola deve disponibilizar um mural para que os
alunos compartilhem suas impressões sobre o livro
trabalhado ao longo do semestre. Após finalização
do projeto, podem ser chamados para leitura e re-
flexão coletiva.
Condições materiais:
projetor; computador ligado à internet; cartazes com
Resumo:
imagens fotográficas; tecidos coloridos.
Essa é uma oficina teó-
rico-vivencial em que os Atores:
estudantes aprendem a direção; coordenação pedagógica; professores; funcio-
fazer turbantes, indu- nários; alunos.
mentária importante em
diversas sociedades africa- Habilidades desenvolvidas:
nas e também em muitas conhecimento da história e cultura africana e afro-bra-
comunidades afro-brasilei-
sileira; olhar crítico sobre estereótipos; autoestima;
ras. Para tanto, a equipe
formadora discute com os uso de turbante.
estudantes a história dos
turbantes, os significados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4 e 10
simbólicos e religiosos da
peça, bem como temas Base Nacional Comum (BNCC):
recentes, como apropria-
ção cultural e intolerância Componentes
religiosa. Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EFCG2
EFCG3
EFCG6 EF15AR25
Artes EFCG9 EF69AR12
Língua Portuguesa Específicas EF15LP09
EFCLP3 EF69AR02
EFCLP9
EFCA1
EFCA5
ETAPA 1 – ETAPA 4–
Etnomatemática: Objetivo:
a matemática dos trabalhar conceitos de matemática, etnomatemática
penteados trançados e sua aplicação no cotidiano e na prática das tranças.
ou saberes fazeres de
matrizes africanas
Condições materiais:
textos; computador com acesso à internet; projetor; lã
e fibra para tranças.
Resumo: Atores:
equipe pedagógica; funcionários da escola; alunos
A presente atividade visa
dar destaque aos conheci-
mentos etnomatemáticos Tempo: um dia (turnos matutino e vespertino).
utilizados nos penteados
e tranças afros ao apresen- Habilidades desenvolvidas:
tar o trabalho das tran- cálculo, espaço e proporcionalidade; associação entre
çadeiras como práticas conteúdos escolares e prática cotidiana; reconheci-
detentoras de saberes e mento de saberes tradicionais.
fazeres matemáticos que
nem sempre são reconhe-
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4, 5, 10
cidos.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EFCG2
EFCG3
EFCG6 EF01MA1
Artes EFCG9 EF01MA13
História
Específicas EF08HI20
Matemática
EFCH1 EF69AR14
EFCH3
EFCA1
EFCA5
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Exibição de vídeos
Planejamento
Apresentar a atividade aos estudantes, introduzir
Elementos importantes de geometria, por exem-
conceitos básicos da etnomatemática e apontar
plo, podem ser ensinados com base nos penteados
a relação com o debate sobre a valorização dos
afros. Os fundamentos da etnomatemática pos-
conhecimentos tradicionais. Em seguida, os pro-
sibilitam uma aproximação dos conhecimentos
ponentes exibem os documentários A história dos
matemáticos da realidade cotidiana, além de des-
cabelos crespos em 60 segundos e Simbologia da
construir falácias ainda presentes no imaginário
trança nagô e outros penteados, com o objetivo de
social de que o conhecimento matemático é um
mostrar a importância dos penteados para a cultu-
saber ocidental.
ra africana e afro-brasileira e a relação dessas prá-
ticas culturais com o conhecimento matemático.
Para a elaboração dessa atividade, o grupo propo-
nente pode estabelecer parceria com trançadeiras
para a realização da oficina prática e preparar os
seguintes tópicos para apresentação: ETAPA 3 –
Atores:
direção; coordenação pedagógica; professores; funcio-
nários; alunos.
Resumo:
Tempo: dois meses (bimestral).
Com o auxílio de um
mediador, a escola propõe Condições materiais:
aos estudantes um espaço projetor ou TV; sala de exibição de filme; revistas; sala
de reflexão sobre a cons- de informática.
trução de uma identidade
racial e a relação com Habilidades desenvolvidas:
a família. Por meio da autoconhecimento; fortalecimento da autoestima;
produção de materiais, leitura crítica das relações raciais; análise de contexto;
como fanzines e vídeos, os
produção de conteúdo.
estudantes reconstroem o
próprio histórico familiar,
com destaque a questões Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4, 5 e 10
como miscigenação, racis-
mo e resgate histórico-cul- Base Nacional Comum (BNCC):
tural. O projeto tem como
eixo norteador a recente Componentes
discussão sobre colorismo, Competências Habilidades
curriculares
que põe em evidência a es-
Gerais:
pecificidade da dinâmica
EMCG1
racial brasileira, que tem EMCG1
na cor da pele o principal EMCG3
Artes EM13LP42
fator de diferenciação. Língua Portuguesa EMCG7 EM13LGG101
História Específicas EM13CHS204
Sociologia EMCLT2 EM13CHS401
EMCLT7
EMCCHSA1
EMCCHSA6
ETAPA 1 – ETAPA 3 –
Atores:
gestão escolar; professores; alunos; lideranças comuni-
Resumo:
tárias.
A comunidade é convidada
a apresentar sua história, Tempo: um bimestre.
costumes, crenças e coti-
diano no território para Condições materiais:
que todos reconheçam material de papelaria; computador com acesso à inter-
como se estabeleceram, net; impressora com scanner; gravador de voz; máquina
quais seus direitos e a fotográfica; filmadora; sala de reuniões; pátio/auditório.
importância de estar em
determinado espaço. No
Habilidades desenvolvidas:
caso de escola quilombo-
la/rural, a mesma pode conhecer o território; ter acesso às diferentes histó-
realizar a atividade dentro rias locais (especialmente de grupos historicamente
do território em interação discriminados); reconhecer sujeitos e direitos de
com outros segmentos comunidades tradicionais; valorizar a diversidade.
da cidade (como ocorreu
com a escola autora). Já Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4 e 10
para escolas em contextos
urbanos, pode-se estabe- Base Nacional Comum (BNCC):
lecer parceria com grupos
tradicionais da região a
fim de dialogar sobre o Componentes
Competências Habilidades
tema identidade e territo- curriculares
rialidade. Gerais:
EMCG1
EMCG2
EMCG3 EM13CHS101
Geografia EMCG7 EM13CHS102
História
Específicas EM13CHS103
Sociologia
EMCCHSA1 EM13CHS201
EMCCHSA3
EMCCHSA5
EMCCHSA6
ETAPA 1 –
ETAPA 3 –
Viabilização das condições materiais
O grupo proponente, em parceria com a gestão Fazendo a Teia de Conhecimento
escolar, deve garantir o espaço e os materiais No primeiro encontro, para o qual os grupos fo-
necessários para a realização da Teia de Conheci- ram mobilizados, cada um deve se apresentar
mento. Conforme informado, serão necessários falando seu nome, o objeto que trouxe e o que
os seguintes itens: ele representa. Posteriormente, deve-se conduzir
um diálogo com pessoas de diferentes gerações
• papelaria (cartolina, sulfite, cola, tesoura, lá- sobre a história da comunidade e seus costumes,
pis e lápis de cor/giz de cera); bem como a forma como vêm mantendo suas tra-
• computador e impressora com scanner; dições hoje. Segue um roteiro de perguntas:
• máquina fotográfica;
• filmadora; • Quantos anos tem essa comunidade? Como
• gravador de voz; ela surgiu?
• espaço amplo, como pátio ou auditório; • Como ela é conhecida fora do seu espaço (por
• sala de reunião. nome, pelo que produz, por alguma tradição
etc.)?
• Como as pessoas vivem? No que elas acredi-
ETAPA 2 – tam? O que elas produzem nesse lugar?
• O que, nesse espaço, seria uma representação
Mobilização e/ou articulação com a comunidade do que é a comunidade (uma comida, um mo-
No caso de escola inserida em comunidade tradi- numento, uma paisagem, uma pessoa etc.)?
cional, o grupo proponente deve mobilizar ato- • Quais são as datas importantes nessa comu-
res de diferentes segmentos para ir até a escola: nidade? O que acontece nesses dias?
idosos, jovens, crianças, lideranças políticas e re- • Quais foram os episódios mais marcantes da
ligiosas, associações, grupos culturais etc. Essas comunidade (positivos e negativos)?
pessoas devem ser convidadas para um encontro • Quais são os espaços de convivência coletiva
de culminância no qual serão compartilhadas in- na comunidade? O que se faz neles?
formações sobre a comunidade. • Por quais motivos pessoas de fora visitam
essa comunidade?
Quando a escola não estiver situada em território • Como essa comunidade se relaciona com os
tradicional e quiser realizar essa atividade, deve grupos de fora?
procurar uma comunidade existente na cidade • O que existe de registro sobre a comunidade?
e/ou estado e propor uma parceria para que pos- • O que os moradores têm feito para a continui-
sam conhecer a história e tradições do território. dade da sua existência? Existem desafios? Se
sim, quais?
Todos os convidados devem levar um objeto que •
represente uma memória sobre o território (uma O importante é explorar elementos para que as pes-
fotografia, um artefato, um símbolo religioso, um soas compreendam como chegaram até ali, sua im-
fruto etc.). O objetivo é colocar diferentes gerações portância no território, o futuro da comunidade e
e grupos em diálogo para reconhecer a história lo- os desafios que demandam sua atenção.
cal e a importância das comunidades tradicionais.
continua na próxima página
Registrando o encontro
Os participantes são convidados para um segundo
momento, em que devem sistematizar a memória
de tudo o que foi trabalhado ao longo do encontro
para expor na escola da comunidade ou em espaço
externo. Podem desenhar, escrever frases, digitali-
zar e copiar fotografias etc.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos; dançarinos de break.
Resumo:
Tempo:
A escola realiza parceria
com grupo de break exis- um bimestre.
tente no território para
a realização de oficinas Condições materiais:
de dança na escola. Nas sala ou espaço amplo com chão liso; rádio; televisão e
oficinas, os alunos têm aparelho reprodutor de filme.
contato com a história do
break, praticam a dança e Habilidades desenvolvidas:
preparam uma batalha a cuidados com o corpo; disciplina; trabalho em grupo;
ser realizada em momento
compartilhamento de experiências; noção de espaço;
de culminância na escola.
conhecimento sobre a história do hip-hop.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EFCG1
EFCG4
EFCG6 EF07HI02
Artes EFCG9 EF69AR31
História Específicas EF69AR12
EFCH2 EF69AR14
EFCH3
EFCA1
EFCA5
ETAPA 3 –
Culminância
Em espaço comum e momento de encontro dos
alunos da escola (intervalo, feiras temáticas, fes-
tas etc.), os educadores, em conjunto com a gestão
da escola, preparam uma batalha de break para
que os alunos possam demonstrar as habilidades
que desenvolveram ao longo das oficinas.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Resumo:
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG1
EMCG3
Geografia EMCG5 EM13CHS106
Artes EMCG7 EM13CHS205
História Específicas EM13LGG102
Sociologia EMCLT2 EM13LP42
EMCLT3
EMCCHSA4
EMCCHSA5
ETAPA 1 – ETAPA 2–
Atores:
técnicos da secretaria de Educação; técnicos da direto-
ria regional de ensino; professores; comunidade esco-
lar.
Resumo:
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EFCG1
EFCG6
EFCG7 Essa atividade é reali-
EFCG9 zada como formação
pedagógica por isso
Específicas inclui apenas as com-
petências gerais
ETAPA 1 –
A ideia é que uma jornada pedagógica com esse
Elaborando a proposta tema faça com que os participantes percebam que a
A jornada pedagógica é um evento construído temática está mais próxima deles do que imaginam
pela equipe educacional e costuma acontecer en- e não se configura como um “trabalho a mais”. Em
tre um dia e uma semana para tratar de diversos outras palavras, está no saber local e no cotidiano:
assuntos relativos à educação. As atividades têm na forma de conhecer, pensar e agir.
formato de palestras com especialistas, oficinas,
rodas de leitura, grupos de trabalho, cine-debate Nesse encontro, é preciso que o grupo proponente
etc. A partir dos assuntos abordados, os partici- se junte a um número maior de pessoas para formar
pantes apresentam projetos e estabelecem me- uma comissão responsável pela realização da jorna-
tas para a melhoria de determinados campos edu- da pedagógica.
cativos. Em muitas escolas, todo o percurso do
trabalho é traçado durante a jornada pedagógica.
ETAPA 2–
Para assuntos tão polêmicos e que ainda não têm
o espaço necessário nas formações iniciais, como Viabilizar a proposta
a educação das relações étnico-raciais e o ensino A partir do encontro coletivo para apresentar a pro-
de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a posta, o grupo de trabalho irá retirar suas tarefas,
jornada pedagógica pode ser um espaço para di- como elaborar a programação, solicitar apoio às ins-
vulgar trabalhos bem-sucedidos, construir con- tâncias superiores, convidar os parceiros da comu-
sensos e elaborar um programa de ação coletiva nidade e os especialistas sobre a temática, preparar
que contribua para a efetiva implementação da os espaços, inscrever as experiências a ser compar-
temática. tilhadas pelos profissionais da educação e atores
do território, viabilizar lanche etc.
Dessa forma, os proponentes devem apresentar
a ideia para o grupo da unidade escolar e funda-
mentar sua importância conforme orientam os
ETAPA 3–
marcos legais. Esse momento deve ser convida-
tivo, estimulando que os participantes tragam Jornada pedagógica
ideias para a construção da jornada com base em Ao longo da jornada pedagógica, a comissão res-
suas experiências em sala de aula, em formações ponsável por sua realização deve garantir que haja
externas e nas referências que tenham na comu- espaço de fala e estímulo à participação em todas
nidade: quilombo, movimento social negro, cur- as atividades da programação, a fim de que o even-
sinho comunitário, slam de rimas, grupo de rap, to estabeleça trocas e reflita de fato as vozes da co-
capoeira, terreiro, benzedeiras, pastorais etc. munidade escolar. Todas as ações da programação
Nesse encontro, no qual a participação e o com- precisam de uma pessoa responsável por registrar
promisso da gestão escolar é fundamental, os desafios, anseios e propostas trazidos pelos par-
devem pensar datas, formatos e potenciais co- ticipantes a fim de subsidiar o trabalho da escola e
laboradores. A escola pode construir a jornada da gestão escolar. Os registros devem ser sistema-
pedagógica em parceria com outras unidades e tizados e retomados nas próximas reuniões com a
até mesmo com a Secretaria de Educação, que equipe pedagógica.
costuma ter técnicos responsáveis por desenvol-
ver essa temática.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos; movimento social
Resumo:
antirracista.
A partir de uma parceria
com uma organização Tempo: um semestre.
que atua no combate ao
racismo, a escola realiza Condições materiais:
uma atividade formativa computador com acesso à internet; sala para projeção
que, como desdobramen- de filmes e documentários; salas para realização de ofi-
to, convida os alunos a cinas temáticas; livros.
participar do concurso de
redação “A educação como
Habilidades desenvolvidas:
ferramenta de combate ao
racismo”. Os vencedores leitura crítica; argumentação; mobilização da comuni-
do concurso terão a opor- dade escolar; conhecimento sobre relações raciais e his-
tunidade de participar de tória e cultura africana e afro-brasileira; conhecimento
um processo formativo de instrumentos normativos de combate ao racismo na
e visitar espaços sobre educação; valorização da diversidade; reconhecimento
a história da resistência da identidade negra.
negra na região. A partir
de então, terão o papel de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4 e 10
atuar como articuladores
da temática na escola,
mobilizando os colegas Base Nacional Comum (BNCC):
para oficinas e provocando
a comunidade escolar para Componentes
Competências Habilidades
a mudança de compor- curriculares
tamento em relação ao Gerais:
racismo. EMCG4
EMCG7
EMCG8 EM13LGG102
Língua Portuguesa EMCG10 EM13LGG202
História
Específicas EM13CHS502
Sociologia
EMCLT2 EM13CHS503
EMCLT5
EMCCHSA3
EMCCHSA6
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Atividade formativa
Construção de parceria
O elemento disparador da conversa pode ser a
A escola deve estabelecer parceria com alguma
exibição de um filme ou uma roda de diálogo no
instituição que atua na agenda antirracista na
pátio na escola. Tanto a escolha do filme como a
cidade. Pode ser o movimento negro local, o Con-
roda de conversa devem ter como tema central
selho Municipal da Comunidade Negra, o Fórum
o racismo e devem provocar os alunos a refle-
de Educação e Diversidade Étnico-Racial, o grupo
tir sobre como esse fenômeno está presente no
de capoeira, a casa de cultura etc. Caso não haja
cotidiano escolar. É importante que o filme ou a
possibilidade, pode ser algum ator comprometido
exposição não sejam longos para que os alunos
com a temática. O objetivo é que o parceiro realize
tenham espaço para falar.
uma atividade formativa de sensibilização sobre o
racismo na comunidade escolar, participe do con-
Ao finalizar a atividade, os alunos devem ser con-
curso de redação com o tema “A educação como
vidados a participar do concurso de redação “A
ferramenta de combate ao racismo” e elabore em
educação como ferramenta de combate ao racis-
conjunto com a equipe pedagógica um projeto de
mo”. Os selecionados – número a depender do ta-
capacitação dos discentes selecionados que os
manho da escola – irão participar de um processo
instrumentalize para construir ações de supera-
formativo com visitas a diferentes espaços de cul-
ção das desigualdades raciais na escola.
tura afro-brasileira e africana da região, receberão
livros e terão aulas com especialistas da área.
Atores:
gestão escolar; professores; técnicos; alunos do Ensino
Médio.
Resumo:
Tempo: seis meses.
A gestão escolar, com o
apoio da equipe pedagó- Condições materiais:
gica, realiza uma pesquisa computador com acesso à internet; impressora; sala
sobre desigualdades para formação; projetor ou TV e aparelho de DVD; li-
raciais e produz materiais vros; revistas.
a ser dispostos na escola
para sensibilizar a comuni- Habilidades desenvolvidas:
dade discente. Posterior- pesquisa temática; leitura crítica sobre as desigualda-
mente, mobiliza os alunos
des raciais; conhecimento sobre o impacto do racismo
para ações pró-equidade
racial e os convida para na formação do Brasil; protagonismo juvenil compro-
um processo formativo metido com as questões étnico-raciais na escola e so-
sobre a temática. A forma- ciabilidades comunitárias refletidas em seu interior.
ção prepara o grupo para
intervir sobre os efeitos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4, 10
do racismo.
Base Nacional Comum (BNCC):
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG4
EMCG7
EMCG8 EM13LGG102
Língua Portuguesa EMCG10 EM13LGG202
História
Específicas EM13CHS502
Sociologia
EMCLT2 EM13CHS503
EMCLT5
EMCCHSA3
EMCCHSA6
ETAPA 3 –
ETAPA 1 –
Pesquisa Convocação
A gestão escolar deve realizar uma pesquisa de Concluída a semana de sensibilização, a gestão
dados, manchetes e capas de revistas sobre desi- deve abrir inscrições e convocar os alunos para um
gualdades raciais. Em conjunto com a equipe pe- projeto de formação de jovens líderes pró-equida-
dagógica, busca selecionar dados que indicam o de racial na educação. É importante comunicar a
impacto do racismo na garantia de direitos, como importância e o objetivo do projeto em todo o es-
trabalho e renda, acesso à educação, moradia, vio- paço da escola. Além da colagem de cartazes cha-
lência etc. A partir do material selecionado, serão mando para a iniciativa, pode-se passar de sala em
preparados cartazes a ser expostos em espaços co- sala explicando o projeto e convocando os alunos.
muns da escola.
Se houver um número de inscritos superior ao que
o projeto desenhado pela escola pode atender, po-
de-se fazer um processo de seleção que considere
a diversidade existente na escola: identidade de
ETAPA 2 – gênero, identidade étnico-racial, séries etc.
Sensibilização
Os materiais com os dados que evidenciam as
desigualdades raciais devem ser expostos em ETAPA 4 –
ambiente comum e frequentados pelos alunos
durante uma semana. É importante que tenham Formação
destaque no espaço. Nos três primeiros dias, ape- A partir dos dados selecionados para a sensibili-
nas os dados são expostos. A partir do quarto dia, zação da comunidade discente, a gestão deve ela-
devem ser colocados novos cartazes com o cha- borar em conjunto com os professores e/ou par-
mado “Você pode mudar esta realidade!”. ceiros externos da área que aderiram ao projeto
um percurso formativo dos jovens considerando:
RESPONSÁVEIS PERÍODO
AÇÃO DE RECURSOS
PROBLEMA PESSOAS INÍCIO TÉRMINO
INTERVENÇÃO NECESSÁRIOS DIRETO
ENVOLVIDAS PREVISTO PREVISTO
Evasão escolar de Articulação com Recurso humano Diretor Aluno X 10/03/2018 10/12/2018
alunos negros as instituições de para articulação Rafael Silva Funcionário X
garantia de direi- territorial, telefo-
tos fundamentais ne, computador
do território com acesso à in-
ternet, espaço fí-
sico para reunião
Atores:
Resumo:
gestão escolar; professores; alunos.
Com o apoio da equipe pe-
dagógica, os alunos prota- Tempo: um semestre.
gonizam uma peça teatral
sobre as leis 10.639/03 e Condições materiais:
11.645/08, trazendo as computador com acesso à internet para pesquisa; es-
problemáticas, riquezas e paço físico para ensaios; espaços para apresentação;
fraquezas que identificam roupas e fantasias; materiais de papelaria; câmera fo-
em suas experiências com tográfica.
a temática. São respon-
sáveis por escrever o
roteiro, construir objetos Habilidades desenvolvidas:
e cenários e realizar apre- conhecimento dos marcos legais e currículo; constru-
sentações nas escolas do ção de roteiro; interpretação teatral/artes cênicas; va-
território. lorização da diversidade.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EFCG1
EFCG4
EFCG6 EF07HI02
Artes EFCG9 EF69AR31
História Específicas EF69AR12
EFCH2 EF69AR14
EFCH3
EFCA1
EFCA5
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Formação dos alunos e elaboração da peça teatral
Preparação dos materiais
Identificar como os alunos veem a implementa-
A equipe proponente deve conhecer e elaborar a
ção da temática na escola com as seguintes per-
apresentação dos materiais que normatizam a
guntas:
educação para as relações étnico-raciais e o ensino
de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e In-
1. O que você sabe sobre história e cultura africa-
dígena nos currículos para a comunidade discente.
na, afro-brasileira e indígena?
2. O que a escola ensina sobre essa temática?
Documentos referenciais
3. Como o tema aparece nos materiais didáticos?
• Lei 10.639/03
4. Como o racismo aparece na escola? Dê exem-
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Edu-
plos.
cação das Relações Étnico-Raciais e para o
5. Qual importância da história e cultura africana,
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
afro-brasileira e indígena para a valorização da
Africana
população negra e indígena?
• Lei 11.645/08
• Plano Nacional de Implementação das Dire-
A partir das respostas dos estudantes, montar um
trizes Curriculares Nacionais para a Educação
painel dividido em aspectos positivos e negativos
das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de
presentes no diálogo. Esse mural deve ser sistema-
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
tizado para orientar a elaboração da peça pelos es-
tudantes.
Além da elaboração do material conceitual, deve
apresentar a proposta e mobilizar atores da equi-
Posteriormente, introduzir os marcos legais que
pe pedagógica da escola para conseguir materiais
orientam a apresentação da temática, sobretudo
que sirvam de suporte para os alunos criarem o
as discussões propostas nas Diretrizes Curriculares
cenário necessário para a realização da apresenta-
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Ra-
ção teatral.
ciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Bra-
sileira e Africana.
Caso o profissional da disciplina de Artes da esco-
la não tenha conhecimento de artes cênicas e/ou
Orientar o grupo que sua percepção inicial, prove-
não possa colaborar, estabelecer parceria com al-
niente de como a temática aparece no cotidiano
gum grupo de teatro do território que possa orien-
escolar, somada às orientações dos marcos legais,
tar a atuação dos estudantes.
deve pautar a elaboração do roteiro da peça teatral
a ser construída.
Outro passo importante é comunicar a escola so-
bre o projeto e abrir inscrições para que os alunos
Com o auxílio do profissional com conhecimento
possam aderir livremente à iniciativa. Caso o nú-
em artes cênicas, os estudantes devem receber
mero de inscritos ultrapasse o esperado, a equipe
orientação sobre elaboração de roteiro e constru-
pode fazer entrevistas e uma seleção consideran-
ção de personagens e cenários. O objetivo do grupo
do a diversidade que compõe a comunidade esco-
deve ser sensibilizar todos os atores da escola para
lar (gênero, grupos de idade, identidade étnico-ra-
a implementação das leis 10.639/03 e 11.645/08.
cial etc.).
continua na próxima página
Atores:
Resumo: gestão escolar; professores; funcionários; alunos.
O projeto propõe uma
Tempo: dois meses (bimestral).
avaliação que estimula a
reflexão sobre questões
raciais e diversidade nos Condições materiais:
livros didáticos. Partindo livros; laboratório de informática com computadores
do acervo existente e com acesso à internet; material de papelaria.
utilizado pela escola, cada
professor deve escolher Habilidades desenvolvidas:
alguns materiais como conhecimento aplicado dos marcos legais para a educa-
referência e apresentar na ção das relações étnico-raciais e para o ensino de Histó-
reunião pedagógica a fim
ria e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena; leitura
de discutir a implemen-
tação da temática. Esses
crítica de livros.
livros serão trabalhados
em sala de aula com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4, 10
alunos para que identi-
fiquem como o racismo Base Nacional Comum (BNCC):
aparece em seus mate-
riais didáticos e realizem Componentes
pesquisa para construir Competências Habilidades
curriculares
um repertório antirracista
dos fenômenos apresen- Gerais:
EMCG5
tados. Essa atividade dará
EMCG8
subsídios para a escola EMCG10 EM13CNT310
História
repensar os instrumentos Língua Portuguesa EMCG4 EM13MAT102
didáticos e paradidáticos EM13CHS504
Matemática Específicas
utilizados em sala de aula. EM13CHS601
Sociologia EMCLT2 EM13LGG301
EMCLT3
EMCMT1
EMCCHSA5
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Envio de relatório à Secretaria de Educação Exposição Educação Antirracista nos Livros Didá-
A partir da leitura crítica dos livros, a equipe peda- ticos
gógica, em parceria com os alunos, pode elaborar A última etapa do projeto é a exposição com os
um documento com observações sobre conteúdos trabalhos desenvolvidos pelos estudantes em es-
inadequados e ausentes dos materiais didáticos paços comuns da escola. É um momento impor-
a ser remetido para a Secretaria de Educação – e tante de socialização da leitura crítica dos mate-
outros órgãos superiores responsáveis pelo envio riais, bem como da forma como reescreveram e/ou
desses materiais – com o objetivo de influenciar a incluíram os tópicos apresentados.
escolha dos livros usados nas escolas.
https://www.youtube.com/watch?v=ONMqIROJ9pI
Atores:
Resumo: gestão escolar; professores; alunos.
A escola estabelece par- Tempo: dois meses.
ceria com instituições do
território – lojas; ONGs;
órgãos públicos – para Condições materiais:
obter apoio na aquisição computador; impressora; material de papelaria; carta-
dos prêmios direcionados zes.
ao concurso. Lança edital
público convocando a Habilidades desenvolvidas:
comunidade discente para leitura; escrita; conhecimento sobre gêneros textuais;
participar do concurso valorização da identidade negra.
de redação e histórias
em quadrinhos. A equipe
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4 e 10
docente deve abordar a
temática na sala de aula
como forma de instru- Base Nacional Comum (BNCC):
mentalizar a produção
dos alunos. Forma-se uma Componentes
Competências Habilidades
comissão com repre- curriculares
sentantes de todos os Gerais:
segmentos da escola, que EFCG1
irá selecionar as redações EFCG3
e a história em quadrinhos EFCG6 EF69AR31
premiadas. Artes EFCG7 EF05LP14
Língua Portuguesa
Específicas EF07HI02
História
EFCA3 EF06HI16
EFCLP3
EFCLP7
EFCH7
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
A escola autora inscreveu o projeto no edital do • objeto – o que ela pretende realizar;
Instituto Unibanco, o que possibilitou recursos • tema;
para premiar as doze melhores redações (uma de • definição da redação e da história em quadri-
cada ano dos níveis de ensino) com um celular para nhos;
cada autor e a melhor história em quadrinhos com • critérios, local e período para inscrição;
um tablet. • critérios de análise para a comissão julgadora;
• premiação;
Centros comerciais do território, editais públicos e • contato/central de dúvidas.
de institutos empresariais, ONGs, empresas e ou-
tras instituições podem atuar como parceiros para Após a definição da comissão julgadora e da chama-
a aquisição dos prêmios. da pública, deve elaborar material de comunicação
(cartazes; folders etc.) a ser divulgado na escola.
ETAPA 3 –
Divulgação do concurso
Além de espalhar o material de divulgação pelos
espaços comuns da escola, a comissão deve visi-
tar cada uma das salas de aula para falar sobre
a importância da temática e convidar os alunos
para participar. Os docentes parceiros podem re-
servar uma ou mais aulas para abordar a temática
e incentivar os alunos a enviar suas produções.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Tempo: contínuo.
Resumo:
ETAPA 1 – ETAPA 2–
https://educacaoemnumeros.observatoriodeeduca-
cao.org.br
Atores:
gestão escolar; professores; alunos; grafiteiros do ter-
Resumo:
ritório.
Por meio de parceria com
grafiteiros do território, Tempo: um bimestre.
a escola passa a disponi-
bilizar oficinas de grafite Condições materiais:
para os alunos. Durante sala de aula; televisão e aparelho reprodutor de filme;
o processo de desenvol- folhas de sulfite; lápis; lápis de cor; latas de spray de
vimento das técnicas, os diferentes cores; tinta branca; parede disponíveis para
participantes têm contato intervenção artística na escola.
com a história e os dife-
rentes estilos do grafite.
Para finalizar o projeto, Habilidades desenvolvidas:
discutem uma temática trabalho em equipe; conceituação de obra em murais;
a ser trabalhada – de pre- técnicas de pintura em parede; domínio dos efeitos das
ferências afro-brasileira e cores; conhecimento sobre a história do hip-hop.
africana – e realizam uma
grafitagem nos muros dis- Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4 e 10
ponibilizados pela escola.
Base Nacional Comum (BNCC):
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG1
EMCG5
EMCG7 EM13CHS102
Artes EMCG10 EM13CHS104
Língua Portuguesa
Específicas EM13LGG104
Sociologia
EMCLT1 EM13LGG201
EMCLT6
EMCCHSA5
EMCCHSA7
ETAPA 1 – ETAPA 2–
ETAPA 3 –
Grafitagem
Os alunos irão grafitar seus projetos rascunhados
nas oficinas nos muros da unidade educacional
disponibilizados pela gestão escolar. É importante
que seja um espaço visível e de convivência entre
os alunos. Após a finalização do projeto, professo-
res de diferentes disciplinas podem realizar uma
visita à galeria a céu aberto protagonizada pelos
estudantes da escola.
Sarau Objetivo:
mobilizar a comunidade docente para a seleção de pro-
dução literária africana, afro-brasileira e local para as
disciplinas de Língua-Portuguesa e Literatura a fim de
estimular a produção e a participação dos estudantes.
Atores:
Resumo: gestão escolar; professores; funcionários; alunos.
Os docentes, com suporte
Tempo: bimestral.
da gestão escolar, sele-
cionam livros de contos
e poesias africanos, afro- Condições materiais:
-brasileiros e de escritores espaço físico (pátio, auditório, sala etc.); livros de li-
independente locais para teratura africana e afro-brasileira; microfone; caixa de
estimular a visibilidade e a som; papel; canetas.
participação dos estu-
dantes a partir da aproxi- Habilidades desenvolvidas:
mação com temas de seu leitura; produção literária; escrita; protagonismo juve-
cotidiano.
nil; integração da comunidade escolar; valorização da
diversidade; comunicação oral.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG1
EMCG5
EMCG7 EM13LGG204
Artes EMCG10 EM13LGG305
Língua Portuguesa
Específicas EM13CHS103
Filosofia
EMCLT3 EM13LGG105
EMCLT6
EMCCHSA5
EMCCHSA6
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
O livro Letramentos de reexistência. Poesia, gra- A apresentação de escritores comuns, que saem
fite, música, dança: hip-hop, de Ana Lúcia Silva das periferias e espalham os saberes locais pelo
Souza, ajuda a formar a equipe pedagógica sobre mundo, estimula o interesse literário dos estu-
a importância e a potência de trabalhos com essa dantes. A partir das linguagens e gêneros apre-
temática e método. sentados, os docentes devem provocar os alunos
a produzir suas próprias narrativas do cotidiano
Para desenvolver o trabalho, é importante conhe- e apresentá-las no microfone aberto que estará
cer a vasta produção existente nesse campo que disponível no sarau da escola.
servirá como disparadora do trabalho com os alu-
nos. Seguem abaixo algumas sugestões:
ETAPA 3 –
• Punga, de Elizandra Souza e Akins Kintê.
• Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus. Sarau da escola
• Teoria Geral do Fracasso, de Hamilton Borges. A partir da identificação dos alunos engajados no
• O Hip Hop está Morto, de Toni C. projeto, a equipe pedagógica deve estimulá-los
• Coleção Sambas Escritos, de Carmem Faustino, a assumir o protagonismo e a apresentação do
Maitê Freitas e Patrícia Vaz. sarau da escola, onde terão espaço para comparti-
• Perifeminas, da Frente Nacional de Mulheres lhar suas produções literárias. A participação nos
no Hip-Hop. saraus deve compor o repertório de avaliação das
• Álbum Sobrevivendo no Inferno, do grupo disciplinas, sendo uma das estratégias de partici-
Racionais MC’s10 pação e produção dos alunos.
• Becos da Memória, de Conceição Evaristo.
• Luuanda, de José Luandino Vieira.
• O canto dos escravos, de Paulina Chiziane.
Atores:
alunos; profissionais da educação; atores/instituições
Resumo: do território.
Os alunos são estimulados
a fazer um mapeamento Tempo: dois meses (bimestral).
do território, reconhecer
lideranças e/ou grupos e Condições materiais:
desvendar histórias sobre mapa; caderno de campo; máquina fotográfica; grava-
o desenvolvimento e par- dor.
ticularidades da comuni-
dade. A partir da identi- Habilidades desenvolvidas:
ficação de uma liderança desenvolvimento das noções de espaço, tempo e siste-
local, contam com o apoio
matização de informações; compreensão da diversida-
para contatar pessoas,
grupos e instituições que de que compõe o território em que vivem; identificação
conhecem e vivenciaram e valorização do território.
diferentes momentos da
história do bairro. Com Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4, 5 e 10
eles, irão gravar entrevis-
tas, levantar materiais e Base Nacional Comum (BNCC):
fazer registro fotográfico
que visam compor um tra-
Componentes
balho sobre a diversidade Competências Habilidades
curriculares
existente na comunidade
em que vivem. Os resulta- Gerais:
dos podem ser expostos EMCG1
EMCG5
em programas de rádio,
EMCG7 EM13LGG105
fanzine, jornal, blog, Sociologia EMCG10 EM13CHS504
mural etc. Geografia
Específicas EM13CHS601
História
EMCCHSA2 EM13CHS605
EMCCHSA3
EMCCHSA5
EMCCHSA6
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
ETAPA 6–
ETAPA 4–
Apresentação de resultados
Realização da etnografia na comunidade
Todo o material coletado durante e após a etno-
A visita etnográfica, previamente combinada com
grafia deverá ser organizado e apresentado à co-
a liderança/referência comunitária, deve ser reali-
munidade escolar, com o objetivo de valorizar a
zada com todo o grupo de alunos que participam
história do local onde está instalada. Como forma
do projeto.
de expor os resultados, os alunos podem dese-
nhar e personalizar mapas identificando espaços
A equipe pedagógica deve orientá-los a ficar aten-
e pessoas, escrever histórias, editar e exibir víde-
tos aos detalhes dos espaços, aos fatos narrados
os e áudios, expor fotografias, elaborar mural etc.
pelos moradores, aos nomes citados e aos locais
Para compor a exposição dos resultados, também
indicados. Os participantes devem, a partir desse
podem propor palestras a ser realizadas por mora-
evento, definir quais serão as pessoas da comuni-
dores. Os estudantes devem aproveitar o momen-
dade que irão entrevistar.
to para fazer um relato à comunidade escolar de
como foi a experiência e o que isso acrescentou
O professor de Português deve solicitar um relato
para seu processo de aprendizado e construção
de observação de cada um dos alunos como resul-
de identidade.
tado da atividade.
Atores:
Resumo:
alunos do Ensino Médio.
São realizados encon-
tros temáticos a fim de Tempo: oito meses.
mobilizar a comunidade
escolar para aderir a um Condições materiais:
projeto de comunicação laboratório de informática com computadores conec-
local. Esses encontros tados à internet; impressora; espaço físico para ofici-
visam fazer refletir sobre nas; livros; gravador; máquina fotográfica.
o papel da comunicação
como instrumento de
intervenção social. A Habilidades desenvolvidas:
comunidade discente é leitura crítica de contexto; fotografia; escrita; expres-
estimulada a se inscrever são oral; produção editorial; construção de notícias;
no projeto central de mí- entrevista; conhecimentos sobre desigualdades de gê-
dia, que oferecerá oficinas nero, raça e classe.
de jornalismo. A partir de
oficinas que contemplam Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4, 5 e 10
as diferentes linguagens
da comunicação, os alunos
Base Nacional Comum (BNCC):
recebem formação técnica
e contextual para a cria-
ção da central de mídia. Componentes
Competências Habilidades
Em cada oficina, produ- curriculares
zem materiais que irão Gerais:
compor o instrumento de EMCG5
comunicação escolhido EMCG8
para movimentar a central EMCG10 EM13LGG104
da escola. Língua Portuguesa EMCG4 EM13LGG303
Sociologia Específicas EM13CHS103
EMCCHSA3 EM13CHS605
EMCCHSA4
EMCLT2
EMCLT7
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Difusão
Todos os materiais produzidos pelos alunos de-
vem ser organizados e difundidos a partir do ins-
trumento escolhido: blog, canal do YouTube, jor-
nal, fanzine, rádio etc. Podem ser utilizados mais
de um desses instrumentos, a depender a estrutu-
ra a ser oferecida pela escola.
Atores:
gestão escolar; rede de proteção; alunos.
Resumo:
Tempo: contínuo.
A gestão escolar estabe-
lece uma parceria com a Condições materiais:
rede de proteção e garan- sala de reunião com rede de proteção; telefone.
tia de direitos presente
no território da escola: Habilidades desenvolvidas:
Centro de Referência de articulação territorial; operacionalização dos direitos
Assistência Social (CRAS), fundamentais; parcerias.
conselho tutelar, Saúde
da Família, Secretaria de
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 4 e 10
Educação, ONGs etc. Esse
grupo realiza reuniões
periódicas para tratar Base Nacional Comum (BNCC):
de cada um dos casos de
alunos evadidos, tendo Componentes
Competências Habilidades
como objetivo seu retorno curriculares
à escola e a garantia de Gerais:
outros direitos fundamen- EMCG5
tais, quando necessário. EMCG8
Essa atividade é reali- EMCG10 Essa atividade é reali-
zada como formação EMCG4 zada como formação
pedagógica por isso pedagógica por isso
inclui apenas as com- Específicas inclui apenas as com-
petência gerais petência gerais
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Atores:
direção; coordenação pedagógica; professores; funcio-
Resumo:
nários; alunos.
A atividade consiste na
sensibilização dos educa- Tempo: um ano.
dores para a importância
do ensino de História e Condições materiais:
Cultura Afro-Brasileira e livros; revistas; computador; datashow; filmes e docu-
Africana, na capacitação mentários que abordam a história e a contribuição dos
desses profissionais para povos africanos para a humanidade nas diversas áreas
a implementação da Lei
do conhecimento.
10.639/03 de forma inter-
disciplinar na instituição
de ensino e na mobili- Habilidades desenvolvidas:
zação da comunidade conhecimento sobre história e cultura africana e afro-
escolar para a importância -brasileira; leitura crítica sobre as relações étnico-ra-
da temática. ciais no Brasil; conhecimento sobre a legislação que
torna obrigatório o ensino para as relações étnico-ra-
ciais; elaboração de propostas pedagógicas.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG5
EMCG8
EMCG10 EM13CNT310
História
EMCG4 EM13MAT102
Língua Portuguesa
EM13CHS504
Matemática Específicas EM13CHS601
Sociologia EMCLT2 EM13LGG301
EMCLT3
EMCMT1
EMCCHSA5
ETAPA 1 – ETAPA 3 –
Sugestão de leitura:
Gênios da Humanidade: Ciência, Tecnologia e Inova-
ção Africana e Afrodescendente, de Carlos Eduardo
Dias Machado.
Resumo: Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Os alunos fazem o levan-
tamento e a sistemati-
zação de saberes locais, Tempo:
com recorte específico um bimestre.
nas plantas medicinais
utilizadas no dia a dia Condições materiais:
da comunidade. A partir livros; computador com acesso à internet; gravador de
da pesquisa, elaboram voz; plantas; terra.
um catálogo das mudas
identificadas e realizam a
Habilidades desenvolvidas:
plantação no território da
escola.
relação do conhecimento cotidiano com o conhecimen-
to científico; reconhecimento dos saberes tradicionais;
valorização da contribuição de diferentes povos para
o desenvolvimento da humanidade; deslocamento de
povos não ocidentais do lugar de objetos para o lugar
de sujeitos produtores de conhecimento.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG1
EMCG3
EMCG4 EM13CHS606
Biologia EMCG7 EM13CNT309
História
Específicas EM13CHS601
Sociologia
EMCCNT1 EM13CHS605
EMCCNT2
EMCCHSA2
EMCCHSA6
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Indicadores de Objetivo:
desenvolimento produzir mapa de gestão escolar para a promoção da
equidade racial.
Atores:
Secretaria de Educação; secretaria da escola; gestão es-
colar; docentes; alunos; famílias.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG4
EMCG7
EMCG8 EM13LGG102
Língua Portuguesa EMCG10 EM13LGG202
História
Específicas EM13CHS502
Sociologia
EMCLT2 EM13CHS503
EMCLT5
EMCCHSA3
EMCCHSA6
Plano de trabalho
Após o desenho das instituições e atores, a co-
missão deve preparar um plano de trabalho para
levantar as informações e elaborar uma apresen-
tação dos resultados para a comunidade escolar.
Contexto:
TEMA DIAGNÓSTICO PROBLEMA A SER ENFRENTADO
Este segmento apresenta
Trabalho infantil e acesso aos direitos
Comunidade maior número de evasão esco-
fundamentais (como a escola se articu-
escolar negra lar a partir do 5o ano do Ensino
la junto à rede de proteção)
Fundamental
Potenciais
TESOURO (PESSOAS, O QUE PODE TRAZER
ORGANIZAÇÕES, ACÚMULOS POTENCIAS PARA O NOSSO
PROJETOS) PROJETO
Atua no combate Trabalho Pode atender os alunos
Associação comunitária
à violência no articulado com evadidos e ajudar a
do bairro
território a família mantê-los na escola
Planejar e agir
A comissão deve preparar uma apresentação com
a fotografia dos dados coletados sobre a escola
no que se refere a fluxo, desempenho e desigual-
dades, considerando as possíveis disparidades de
gênero e raça, além das problemáticas que envol-
vem estrutura, incidência, avaliações externas,
avaliações internas etc. Para facilitar a apresen-
tação, pode elaborar painéis a ser expostos na
escola. A partir da apresentação, a comunidade
escolar deve ser convidada a construir colaborati-
vamente um plano de trabalho para a superação
dos desafios apresentados pelos dados do diag-
nóstico.
Resumo: Atores:
gestão escolar; professores; funcionários; alunos; con-
A unidade escolar conso-
selho; comunidade escolar.
lida um grupo de diversos
atores que têm como
papel monitorar e avaliar Tempo: contínuo.
as ações da gestão escolar
para a promoção da equi- Condições materiais:
dade racial, tendo como espaço para reuniões; computador; impressora; papel.
foco central a garantia
do direito à educação de Habilidades desenvolvidas:
todas as pessoas. gestão escolar para a equidade; controle social; parti-
cipação.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG4
EMCG5
EMCG8 EM13LGG102
Língua Portuguesa EMCG10 EM13LGG202
História
Específicas EM13CHS502
Sociologia
EMCLT2 EM13CHS503
EMCLT5
EMCCHSA3
EMCCHSA6
ETAPA 1 –
Chamada para a composição do GT Gestão Esco- que ’atrapalhem o bom andamento do proces-
lar para Equidade Racial so’. Muitas vezes, o processo participativo já
Atores de todos os segmentos da escola devem nasce de um mapeamento de quem é ‘aliado’ e
ser convocados para uma reunião, que terá como de quem é ’adversário’.”
objetivo construir um grupo de trabalho (GT) res- • “A participação colaborativa – Nessa perspec-
ponsável por incidir nas decisões e nos projetos tiva, um dos verbos mais utilizados é o ‘ajudar’
da gestão escolar para promover a equidade ra- e se esvazia a dimensão política dos processos.
cial na escola. Essa reunião pode ser conduzida Entende-se que a participação deve ser mobili-
pelo conselho da escola, pelo grêmio estudantil, zada para que a sociedade colabore com o Esta-
pela APM etc. Além de elaborar recomendações e do na implementação de políticas e prioridades
fazer a interlocução com a gestão escolar sobre já definidas previamente, ou seja, que não estão
as problemáticas que envolvem a educação das em questão nos processos participativos. Mui-
relações étnico-raciais, o GT deve monitorar e tas vezes, tal perspectiva é associada a propos-
avaliar as ações tomadas por diretores e coorde- tas que defendem o enxugamento do Estado e
nadores pedagógicos para fortalecer a temática e o repasse da execução de políticas públicas para
superar as desigualdades educacionais. Para en- determinados setores sociais.”
gajar o grupo, os responsáveis pela convocação • “A participação consultiva – Diferentemente
da reunião podem fazer a dinâmica “Que parti- da participação figurativa, aqui estão abertos
cipação é essa?”, do guia A Construção e Revisão canais e espaços de diálogo entre Estado e so-
Participativas dos Planos de Educação, da coleção ciedade civil a partir do reconhecimento da di-
De Olho nos Planos. mensão política dos processos participativos. O
discurso é bastante assertivo com relação aos
Divida os presentes em cinco grupos e distribua princípios democráticos, mas há uma imensa di-
tarjetas com os tipos de participação: ficuldade de traduzir as deliberações e resulta-
• “A participação figurativa – A partir dela, os dos dos processos participativos em influência
processos participativos acontecem, é esti- na tomada de decisão e em operacionalidade
mulada a mobilização da sociedade, acon- para dentro das políticas públicas. Em decorrên-
tecem eventos e atividades, mas pouco ou cia disso, muitas vezes, tais processos e espaços
nenhuma atenção é dada às propostas e aos funcionam como ’colchões’ de amortecimento
resultados dos processos. Tal participação de conflitos sociais.”
pouco ou nada impacta o processo de tomada • “A participação burocrática – A partir dessa no-
de decisão das metas e de outras ações, mas é ção, realizam-se e cumprem-se os rituais parti-
exibida como grande fato político.” cipativos de forma burocrática, ’como exige a
• “A participação controlada – A preocupação lei’, sem sentido político ou consequência práti-
aqui reside em controlar ao máximo a escolha ca na tomada de decisão. A abertura é mínima
de quem pode participar e os conteúdos que para dialogar com os resultados do processo e
podem ser abordados no processo participati- incorporá-los ao diagnóstico ou traduzi-los em
vo, incidindo explícita ou implicitamente para mudanças nas políticas públicas. Também não
excluir grupos ou pessoas ou coletivos que há compromisso com a continuidade e nem com
possam trazer críticas ou expor divergências a articulação de tais processos com o fortaleci-
mento de instâncias participativas.”
Finalizada a roda de diálogo, deve-se compor o GT Para ter uma atuação reconhecida na unidade,
voluntariamente com representantes de todos o GT deve: 1) realizar consultas periódicas sobre
os segmentos: gestão, docentes, alunos, mães e o tema à comunidade escolar; 2) realizar escuta
pais, funcionários etc. Caso haja um número gran- específica de atores envolvidos em conflitos étni-
de de voluntários, pode-se partir para a eleição de co-raciais; 3) dialogar com professores que enfren-
representantes por segmento. tam dificuldades ou são resistentes à implemen-
tação das leis 10.639/03 e 11.645/08; 4) registrar
boas práticas existentes na unidade; e 5) elaborar
relatórios com recomendações para a gestão.
Atores:
gestão escolar; professores; funcionários da escola.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EFCG1
Atividade desenvolvi- EFCG6 Atividade desenvolvi-
da pela gestão escolar, EFCG7 da pela gestão escolar,
por isso não tem EFCG9 por isso não tem
componente, compe- Específicas componente, compe-
tências específicas e tências específicas e
habilidades habilidades
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Sensibilização Formação
Os proponentes da atividade de sensibilização Na segunda etapa, os participantes são convidados
convidam os educadores participantes para a ofi- a avaliar coletivamente a dimensão 4 – Acesso, per-
cina Origem do nome. Nessa atividade, cada um manência e sucesso na escola, dos Indicadores da
terá cinco minutos para relembrar como se deu a Qualidade na Educação: Relações Raciais na Escola,
escolha, qual a origem e o significado do seu nome. a fim de refletir sobre como o racismo impacta a tra-
Após a organização das ideias, devem apresentar jetória educacional dos estudantes e a importância
essas informações ao grupo. de saber o contexto de vida e as expectativas do pú-
blico atendido como estratégia de fortalecimento
Durante as apresentações, os condutores da ofici- dos resultados de aprendizagem.
na devem fazer anotações e, posteriormente, bus-
car refletir sobre como nossas escolhas remetem Os Indicadores da Qualidade na Educação: Rela-
a referências, memórias e significados e a impor- ções Raciais na Escola é uma produção da ONG
tância desses elementos para o desenvolvimento Ação Educativa em parceria com UNICEF, MEC e
da sociedade. Essa atividade ajuda a criar vínculo União Europeia. Pode ser acessado no link:
e maior envolvimento entre o grupo, abrindo pos-
sibilidades para debater temas polêmicos. http://www.acaoeducativa.org.br/relacoesra-
ciais/wp-content/uploads/2013/12/Indicadores_
Após a atividade que envolve história e memória, RR_vf.pdf
provocá-los a pensar como o apagamento das con-
tribuições de povos historicamente discriminados É importante que, durante a discussão de cada um
para o desenvolvimento do Brasil se reflete sobre a dos indicadores propostos na dimensão 4, os pro-
subjetividade e a memória de seus descendentes, fissionais possam dialogar sobre a realidade local e
buscando abertura para a integração da temática construir consensos.
ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Afri-
continua na próxima página
cana e educação das relações étnico-raciais no cur-
rículo como prática permanente e fundamental.
https://www.youtube.com/watch?v=cXN9tdyDuVw
Encontros de Objetivo:
aprendizagem oportunizar acesso a conteúdos, produção e debates
para reflexão sobre as relações étnico-raciais na escola
e na sociedade e acesso a ferramentas de intervenção
social com vistas à mobilização e transformação de re-
alidades complexas.
Resumo: Atores:
gestão escolar; educadores; técnicos da Secretaria de
Realização de encontros Educação; alunos.
formativos que subsidiam
a atuação com a educação
Tempo: contínuo (encontros de um dia).
das relações étnico-raciais
e o ensino de História e
Cultura Afro-Brasileira, Condições materiais:
Africana e Indígena. espaço físico; cartazes; livros; computador; projetor;
bloco de notas.
Habilidades desenvolvidas:
leitura crítica das relações étnico-raciais; intervenção
frente a situações de racismo; pesquisa e ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena.
Componentes
Competências Habilidades
curriculares
Gerais:
EMCG4
EMCG7
EMCG8 EM13LGG102
Língua Portuguesa EMCG10 EM13LGG202
História
Específicas EM13CHS502
Sociologia
EMCLT2 EM13CHS503
EMCLT5
EMCCHSA3
EMCCHSA6
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Segundo Henrique Cunha Júnior (2003), entre 1937 e 1970, além da FNB e
do TEN, existiram inúmeros movimentos de consciência negra no Brasil.
São lembrados grupos e personalidades negras como a poetisa Madale-
na de Sousa, da Associação Cultural do Negro de São Paulo (1954-1965),
o Teatro de Solano Trindade e o Congresso da Juventude Negra, que, em
1949, discutiu pela primeira vez o acesso do negro à universidade. Cunha
Júnior (2003) também registra o movimento artístico e cultural no cen-
tro de São Paulo (1968-1980), o Grupo Cultural Palmares (1971-1978), os
blocos afros – por exemplo, o Ilê Aiyê (1974), de valorização da estética
negra e circulação de conhecimento sobre a cultura africana –, o Institu-
to da Cultura Negra (IPCN) (1975), o Grupo de Trabalho André Rebouças
(GTAR) e o Centro de Arte e Cultura Negra (CECAN).
A década de 1990, embora mais tímida, também foi marcada pela conti-
nuidade das lutas em defesa da democracia, das ações afirmativas e pela
construção de uma sociedade antirracista. Nesse contexto, a Marcha
Zumbi dos Palmares, que ocorreu em 1995, em Brasília, foi um importan-
te marco de mobilização social. Outro evento importante que, nos anos
2000, indicou importantes avanços na agenda de equidade racial foi a III
Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia
e Intolerância Correlata, realizada em Durban, África do Sul, em 2001,
quando o estado brasileiro assumiu compromissos para a promoção de
políticas e ações antirracistas.
1920 Imprensa negra – Jornal O Clarim da Alvo- Nacionais para a Educação das Relações
rada: O jornal da resistência. Étnico-Raciais e para o Ensino de História
1931 Frente Negra Brasileira. e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
2003 Lei no 10.639/03 – Altera a Lei no 9.394, de 2015 Parecer CNE/CEB no 14/2015 – Estabele-
20 de dezembro de 1996, que estabelece ce diretrizes operacionais para a imple-
as diretrizes e bases da educação nacio- mentação da história e das culturas dos
nal, para incluir no currículo oficial da povos indígenas na Educação Básica, em
rede de ensino a obrigatoriedade da te- decorrência da Lei no 11.645/2008.
mática história e cultura afro-brasileira. 2016 Portaria normativa no 13, de 11 de maio
2004 Parecer CNE/CP n 3, de 10 de março de
o de 2016 – Dispõe sobre a indução de
2004 – Institui as Diretrizes Curriculares ações afirmativas na pós-graduação
Fonte: Revista Vida Capixaba 625, set. 1945 – APE. Disponível em:
<https://www.geledes.org.br/insurreicao-do-queimado-um-marco-da-
luta-pela-liberdade/>.
• Congo
• Ticumbi
• Jongo
• Caxambu
• Folia de Reis
• Alardo
Século 20
XAVIER, G.; FARIAS, J.; GOMES, F. (orgs.). Mulheres negras no Brasil escra-
vista e do pós-emancipação. São Paulo: Selo Negro, 2012.