Você está na página 1de 13

Ensaio Filosófico

As nossas emoções podem justificar os nossos atos?

Realizado por:
Gonçalo Costa, nº10
Luís Martins, nº14
Patrícia Ribeiro, nº17
Turma:10ºA

1
Índice:

Introdução:................................................................................................................................3
Clarificar conceitos:..................................................................................................................3
Competências pessoais:.............................................................................................................4
Autoconhecimento emocional/ autoconsciência:...........................................................................4
Autocontrolo /controlo emocional:................................................................................................5
Automotivação:..............................................................................................................................6
Empatia:..........................................................................................................................................7
Competências sociais:...............................................................................................................9
Gestão dos relacionamentos pessoal:.............................................................................................9
Argumentos a favor:...............................................................................................................10
Objeções:..................................................................................................................................11
Conclusão:................................................................................................................................11
Bibliografia:.............................................................................................................................12

2
Introdução:
O problema discutido neste ensaio filosófico é se as nossas emoções podem justificar
os nossos atos.
O objetivo deste trabalho é dar razões para acreditar numa determinada tese, que vise
a responder ao problema enunciado sendo importante para debater o que é eticamente e
moralmente quando se trata de usar as nossas emoções como argumento para justificar
os nossos atos. Com isso pretendemos abordar o tema das emoções e da importância
que pode vir a ter no controlo do nosso comportamento.
Apresentando claramente o problema e ainda clarificar e explicar conceitos essenciais.
Querendo também mostrar a proposição que nos queremos defender o facto que as
nossas emoções não podem justificar os nossos atos, oferecendo argumentos
convincentes para defender a nossa tese.
Considero importante discutir este tipo de problema filosófico pois, porque
conseguimos descobrir mais sobre o assunto falado, para nos por a pensar mais, a
desenvolver o nosso lado critico e ter a nossa própria opinião baseada nas nossas
próprias experiências/vivências da vida.
Os dilemas morais são um tipo específico de conflitos, os quais invocam emoções
muito forte visto que, geralmente, eles envolvem situações dramáticas que colocam o
agente moral em situações de demasiada complexidade deliberativa.
Na história da ética, as emoções sempre tiveram um lugar incerto e, muitas vezes,
foram consideradas um perigo racionalidade e moralidade. As pesquisas em psicologia
ou psicopatologia têm estudado e mostrado que as emoções não estão ligadas apenas
aos julgamentos morais, mas são elas que de certa alguma forma que precisamos dela.
Desse modo as nossas emoções podem condicionar muito as nossas ações, pois
quando decidimos agir de alguma certa forma e não da outra é porque julgamos estar a
fazer o melhor e depois julgamos que tavas a fazer o melhor, mas isso é o resultado
entre a deliberação e a emoção.

Clarificar conceitos:
Antes de começar temos que saber diferenciar as emoções. Existem 3 tipos de
emoções, as emoções primárias ou universais (A alegria, a tristeza, o medo, a raiva, a
surpresa e a aversão). As emoções secundárias ou sociais (a vergonha, o ciúme, a culpa
e o orgulho).
E as emoções de fundo (o bem-estar, o mal-estar, a calma e a tensão). As emoções
primárias definem as emoções que surgem cedo, no livro “O erro de Descartes", o
neurocientista António Damásio esclarece que este tipo de emoções surge desde a
infância (chama-lhes, por isso, de emoções primárias ou universais). Este tipo de
emoções é útil para uma reação rápida quando surgem determinados estímulos do meio
externo ou interno. Também está presente em todas as culturas, daí serem chamadas de

3
universais. Assentam-se numa base inata, o seu aparecimento não depende da
aprendizagem.
As emoções secundárias ou sociais foram-se constituindo sobre as emoções iniciais e
seriam as que se experimentam mais tarde. O António Damásio chama-lhes de emoções
adultas, pois implicam uma avaliação cognitiva das situações e o recurso a
aprendizagens feitas. Na obra de Damásio, este neurocientista usa a expressão de
“emoções de fundo” para definir os estados de ânimo que se exprimem, por exemplo,
em expressões do tipo “Ser feliz”, “Andar triste”, “Estar magoado”, “Estar deprimido”
etc. Estes 3 tipos formam a grande família que são as emoções. Com elas formam se
afetos, por exemplo, o amor e o ódio.
O afeto exprime-se através das emoções sendo organizados pelas experiências
emocionais que se repetem. Por exemplo se amamos alguém as emoções que sentimos
não vão ser as mesmas do que se a odiamos. Isto também pode levar ao facto que as
nossas ações dependem das nossas emoções. Imaginemos que amamos alguém e que
essa mesma pessoa nos abandona, iremos passar a odiá-la. No entanto, o nosso afeto
para essa pessoa mudou e criou-se uma má experiência. No entanto, se um dia
desenvolvemos o mesmo afeto para outra pessoa, as nossas ações vão depender dessa
má experiência passada pois não queremos que a mesma coisa ocorra. Sendo que o
afeto se exprime através das emoções, que um afeto pode criar uma má experiência e
que uma má experiência pode definir as nossas ações, as nossas ações dependem
indiretamente, nesta perspetiva, das emoções.
O raciocínio nos seres humanos, somos dotados da capacidade de refletir, questionar,
intuir, inferir proposições a partir de outras, predizer acontecimentos futuros com base
em acontecimentos passados, raciocinar, entre outras. O raciocínio é uma dessas
capacidades que nos permite adquirir novos conhecimentos a partir do que já sabemos
ou aprendemos, nos possibilitando um encadeamento de informações, seja através de
experiências, ou, seja através de abstrações. A atividade de raciocinar está ligada ao uso
da razão na busca do entendimento e compreensão das coisas, envolvendo ainda a
associação de ideias ou a correlação de juízos que justificam ou validam as conclusões a
que chegamos. Assim, partimos de certas informações ou questões e chegamos a
determinadas conclusões, avaliações, decisões ou novas informações a respeito do que
raciocinamos.
As vezes existe uma parte de nosso raciocínio que não encontra justificativas claras e
racionais para as conclusões a que chegamos, isso pode ser um indicativo de que
existem outros aspetos que podem compor o nosso raciocínio, além das razões, dentre
esses elementos podem estar envolvidos nossas intuições, sentimentos, emoções. Então
é possível que em nosso raciocínio exista uma parte conduzida por razões e uma outra
orientada por nossas intuições e emoções.

Competências pessoais:
Autoconhecimento emocional/ autoconsciência:
A autoconsciência diz respeito ao modo como distinguimos as nossas próprias
emoções e à forma como nos adaptamos às situações com que nos deparamos. A gestão

4
de emoções está relacionada com o autocontrolo e controlo de impulsos e emoções que
nos permitem alcançar a estabilidade pessoal.
Em sentido empírico (que se baseia num facto observado ou experimentado), a
consciência é sempre entendida por Kant como uma forma de consciência de objeto,
produto da representação de uma entidade, resultante da chamada síntese de apreensão
(de que se tomou posse). Existe três conceitos básicos da teoria da autoconsciência de
Kant, a saber, "objeto em geral", "objeto transcendental" e "sujeito transcendental", por
exemplo “eu”. A teoria de Kant defende que a autoconsciência é o núcleo do
conhecimento, em cuja origem está a identidade do “Eu”. Na autoconsciência, o saber
que o sujeito adquire de si consiste numa perceção e não num ato de conhecer pois esta
não elabora conhecimento embora esteja na base da estrutura cognitiva humana. O “eu
sou” pode ser considerado a autoconsciência, pois é um ato logico, que precisa valer
como juízo analítico.
A autoconsciência, considerada como a perceção originária ou pura, é a
autoconsciência lógica ou transcendental. O "eu penso" é produzido por esta, pois ela é
pura e espontânea. O "eu penso" é igualmente definido como ato lógico. Kant entende
que o conceito de autoconsciência permite ao sujeito tornar-se consciente de uma
espontaneidade.
Essa espontaneidade representa o simples “eu” que é a consciência transcendental, é
essa autoconsciência que unifica todas as consciências existentes. A pura aperceção é
uma condição formal do pensar, por isso queremos dizer que ela não pode ser
equiparada com um autoconhecimento empírico do sujeito cognitivo. Ela não significa,
portanto, o autoconhecimento de si ou de um sujeito pensante nem o conhecimento de
seus pensamentos empíricos e de seus estados mentais, pois ela apenas determina a
forma na qual um sujeito tem conhecimentos sem ser o saber de si próprio que este
sujeito tem e precisa.
O autoconhecimento emocional é a autoconsciência que o indivíduo tem de si próprio,
dos seus sentimentos, afetos e intuição. Ele é a base da inteligência emocional porque só
depois de uma pessoa ter consciência dos seus sentimentos e emoções é que pode
compreender o que acontece com os outros e com as situações vividas. Hoje em dia, o
que parece ser de relevância é obter uma compreensão adequada da natureza das
emoções e o que isto implica em facilidades ou dificuldades para a obtenção do
autoconhecimento emocional.
Que as emoções são um componente intrínseco da existência humana é algo inegável.
Ao longo da nossa vida, as emoções afetam-nos, nós vivemos com elas da forma mais
íntima possível. A tristeza, alegria, pesar, medo, coragem, ansiedade, angústia, etc.

Autocontrolo /controlo emocional:


O autocontrolo é a capacidade de gerirmos os nossos estados emocionais. Em vez de
reagirmos automaticamente com base na emoção que estamos a sentir, conseguirmos
agir de forma mais assertiva e adaptativa à situação. Este não é só sobre as emoções de
valor negativo, mas também sobre as de valor positivo, ou seja, todas as emoções que
nos levam a ter um certo impulso. Em vez de atuarmos por instinto, tal como animais

5
reativos, esta categoria trabalha a capacidade de resistir àquele impulso inicial de agir e
pensar antes nessa ação.
É necessário reagir prontamente, mas, em muitas situações sociais, convém termos a
capacidade de parar, pensar e saber gerir as nossas emoções. Mas como são as emoções
negativas, designadamente o stresse, a raiva, a ansiedade e a hostilidade, que maiores
danos causam à nossa saúde, vou dar-lhes maior foco.
Maioria da informação existente sobre a hostilidade e a raiva vem da pesquisa de
Redford Williams na Universidade de Duke. No decorrer das suas variadas pesquisas,
Williams descobriu que os estudantes que apresentavam resultados mais elevados em
testes de hostilidade, enquanto estavam ainda na universidade, tinham sete vezes mais
probabilidade de morrer na casa dos 50 anos do que aqueles que tinham resultados mais
baixos nos mesmos testes.
Uma das descobertas do trabalho desenvolvido por Williams foi comprovar que ter
sensibilidade à raiva era um dos maiores fatores de risco, sendo uma forte indicação de
uma morte prematura quando comparado com outros fatores de risco, como fumar,
pressão arterial ou colesterol elevados.
Seja no aspeto pessoal ou até mesmo no profissional, saber controlar as emoções é
uma habilidade muito importante para lidar com as diferentes situações que estamos
expostos no quotidiano. Alguém que saiba gerir as suas emoções é reconhecida pela sua
capacidade de ser transparente com os seus sentimentos, se adaptar e sabe se adaptar
sempre que for necessário. Para demonstrar a importância do controle emocional, é só
necessário imaginar o que acontece quando este não existe. Quantas decisões tomadas
apenas pelo seu lado emocional foram 100% corretas? Isso porque quando estamos no
calor da raiva ou animação, por exemplo, as decisões podem ser diferentes daquelas que
tomaríamos com um maior controle das emoções.
Além disso, as situações extremas exigem um controle e resistência emocional ainda
maior. No momento em que estamos a viver grandes pressões, por exemplo, é muito
importante saber lidar com as emoções, mantendo uma relação saudável consigo e com
as pessoas ao seu redor. Muitos associam alguém que tem controle emocional com
alguém frio e solitário.
Entretanto, é preciso desenvolver um olhar mais sobre este tipo de indivíduo, pois,
na verdade, trata-se de alguém que se conhece muito bem e tem plena consciência de
seus sentimentos, emoções e da forma como reage e pode reagir a determinadas
situações ao seu redor, principalmente aquelas que lhe trazem problemas.
Assim, é possível concluir, que uma pessoa emocionalmente equilibrada, ou seja
emocionalmente inteligente, é aquela que, ao invés de levar os problemas de casa para
o trabalho e ficar angustiada com tudo, a pensar neles o dia inteiro, deixando estes com
que isso atrapalhe seu desempenho, consegue separar bem as situações e respira fundo,
para continuar a exercer com excelência as suas atividades profissionais, pois sabe que
haverá o momento ideal para resolver o que precisa ser resolvido em casa.

6
Automotivação:
Automotivação é necessária para o equilíbrio das relações interpessoais e
intrapessoais, sendo a base da construção das interações sociais e da elaboração sendo
assim os impulsos ou motivos é que levam o ser humano a agir com entusiasmo,
felicidade ou até prazer. Como os seres humanos raramente ficam satisfeitos, vai sempre
aparecer outro motivo para fazer o individuo motivar-se, sendo assim a natureza da
motivação é instável.
A motivação é um impulso que se gera dentro de cada pessoa, isto é que cada
indivíduo tem cada uma das suas próprias energias interiores, sendo que essa motivação
pode ser natural ou provocada. Natural é uma necessidade e provocada é quando se
deseja algo.
É ela que promove o indivíduo a impulsionar-se a si próprio, a executar novos planos
para a sua própria vida pessoal, sendo que é importante direcionar as nossas emoções
para levar a alcançar novos objetivos determinados e as metas construídas, criando
expectativas para o futuro e sujeitar a novas experiências ou até mesmo novos desafios.
Para encontrarem uma razão ou até mesmo uma força necessária para agir, sem ter a
necessidade de se influenciar por outra pessoa ou por algo exterior.
Com isso conseguimos nos adaptar para cada uma das situações novas que nos
aparecem no dia a dia, e dos recursos internos para lidar com os contratempos e assim
mantendo as condições necessárias para a conservação do bem-estar-psicológico e tendo
um papel importante. Também é um agente facilitador da elaboração e da concretização
das metas futuras e mantendo o otimismo nas várias fases da vida.
As emoções dependendo da situação podem ajudar a alcançar os objetivos
estipulados, que podem ser alcançados através do empenho, da iniciativa e do otimismo
da pessoa.
Indivíduos auto motivados são pessoas que correm atrás daquilo que querem, mas
para lidarem com as fases mais complexas da sua vida descrevem que é preciso ter
elevada autoaceitação e um grande crescimento pessoal de resolver os seus próprios
problemas da vida e de controlar as suas emoções em cada umas das situações vidas.
A pessoa desafia-se a si mesma lutando para alcançar os objetivos que pretende
alcançar para o seu futuro, sendo é um sentimento que incentiva a agir para as
determinadas ações.
Sendo assim a motivação tem dois critérios sendo a motivação intrapessoal e
interpessoal. Na motivação intrapessoal a motivação gera-se por vários fatores que são
basicamente necessidades pessoais, ou seja, o desejo de realizar algo que é refletido nas
nossas ações. Assim se a motivação acontecer por um processo interno, é um exemplo
de automotivação.
Já na motivação interpessoal a motivação vem de fatores externos, sendo que são
controlados pelo o ambiente que a pessoa se relacionar tendo um bom relacionamento
dentro de um grupo, representando a motivação e a confiança.

7
Empatia:
A empatia é capaz de reconhecer as emoções, sentimentos, necessidades e
preocupações das pessoas que estão a nossa volta e capaz de se colocar no lugar da
pessoa. Assim permitindo compreender melhor as pessoas que nos rodeiam, para uma
melhor gestão das relações.
Mesmo assim a empatia pode varia de indivíduo para indivíduo, depende de vários
fatores, tais como, fatores sociais, educacionais e pessoais, mostrando-se nas relações
interpessoais.
De acordo com o Goleman (um jornalista científico que escreveu sobre os estudos do
cérebro e das ciências comportamentais) a empatia na sua base tem princípio na
autoconsciência, assim se quanto mais as pessoas forem compreensivas a perceber e a
expressar as suas próprias emoções, mais rapidamente entendem as emoções das
pessoas que estão a volta delas.
Mas para perceber os outros nos temos que ter uma capacidade a desempenhar que
tem um papel fundamental para o domínio das relações interpessoais, no domínio
laboral e também na esfera emocional e pessoal.
Muita das vezes não nos conseguimos expressar as emoções por palavras, mas sim por
gestos, tom de voz e das expressões faciais. Temos uma capacidade de “ler
sentimentos” através de pistas não verbais que permitem um maior acerto emocional,
maior sensibilidade e ser mais comunicativo.
Assim, a empatia é representada como uma condição essencial para o
desenvolvimento do crescimento, funcionamento e maior capacidade de encarar os
problemas do dia-a-dia, assim sendo uma vivência, como reconhecimento do outro
assim eticamente tem se uma compreensão da experiência do outro.
A empatia pode ser definida por uma resposta emocional que pode mudar a perceção
do estado ou condição de uma pessoa, consiste em partilhar uma emoção recebida de
outra pessoa, assim levando a sentir a mesma emoção que a pessoa pode estar a passar.
Logo é um sentimento distinto de simpatia e de angústia pessoal. Simpatia descreve
uma intensa preocupação com o sofrimento de outra pessoa, baseia-se em sentir os
sentimentos das outras pessoas que geralmente são de tristeza ou lamento.
No entanto já a angústia pessoal designa-se por a experiência de um estado
desagradável, tais como, ansiedade ou preocupação, que não é conforme com o estado
da outra pessoa levando a ter uma relação-orientada e egoísta.
O progresso da empatia pode estar relacionado com a expressividade emocional, logo
esta associada com a habilidade de expressar emoções positivas como podem ser
negativas. A socialização das emoções tem aspeto de central importância para a
expressividade emocional e empatia. A empatia pode ser uma experiência indireta de
uma emoção próxima vivida por uma pessoa que pode estar ao nosso redor ou até
mesmo um aspeto afetivo e cognitivo do desenvolvimento humano relacionado com a
moralidade.

8
Assim a empatia pode ser explicada com uma ação ou até mesmo uma reação adotada
diante um evento, podendo causar uma mobilização afetiva, compreensão e
interpretação cognitiva que direciona a pessoa a poder tomar atitude para as suas ações,
sendo atitude passiva ou ativa.
Bryant (1982) define empatia como "uma resposta emocional vicária às experiências
emocionais dos outros, percebidas pelo sujeito".

Competências sociais:
Gestão dos relacionamentos pessoal:
De acordo com a Psicologia e a Sociologia, pode-se definir um relacionamento
pessoal como uma conexão ou ligação entre duas ou mais pessoas dentro de um
determinado contexto. Este, pode ser por exemplo num ambiente religioso, amoroso ou
educacional. Neste sentido, segundo o psiquiatra austríaco Sigmund Freud, considerado
o pai da Psicanálise, o homem é, em sua essência, um ser relacional. Isso quer dizer que
eu, você e as pessoas ao nosso redor temos esta característica. Por isso mesmo, é da
natureza do ser humano se relacionar com outros.
Para isso, é importante sempre estar conectado a alguém e alimentar uma intensa
troca de energia, conhecimentos e emoções com outras pessoas. Portanto, quanto
melhores e mais positivos forem os nossos relacionamentos pessoais, maiores são as
chances de construirmos conexões verdadeiras com as pessoas com as quais
convivemos. Para isso, elementos como a empatia e o respeito são fundamentais.
Estes podem refletir nos nossos relacionamentos intrapessoais. Ou seja, é um reflexo
da forma como nos relacionamos com nós mesmos. Empresas são os resultados de
pessoas. Como tal, quanto melhor for à relação dos colaboradores de uma organização,
mais produtiva será. Profissionais que fazem parte de grupos de trabalho, trabalham em
maior sintonia também, pois conhecem-se e respeitam-se mutuamente, o que torna o
desempenho individual e o trabalho em equipe muito mais proveitoso.
Por outro lado, quando os colaboradores não se dão bem, os departamentos não se
comunicam com efetividade e os profissionais não cooperam para o alcance efetivo das
metas; a empresa acaba por perder muito da sua capacidade produtiva e,
consequentemente, os seus investimentos.
Isso acontece porque num ambiente onde as relações pessoais não são complicadas, a
organização perde a sua força máxima. Logo, por exemplo, o lema: “juntos somos mais
fortes”, não é apenas uma expressão. Na prática, isto realmente faz muita diferença. Se
internamente estamos satisfeitos com as nossas escolhas pessoais e profissionais, as
nossas relações exteriores têm tendência a ser melhorar também. Por outro lado, quando
algo, na nossa mente ou coração, não está bem, sofremos de algum tipo de dor
emocional e acabamos por refletir este mal-estar na forma como tratamos as outras
pessoas e a nós.
Na maioria das vezes, este desconforto pode revelar atitudes negativas, agressivas e
altamente sabotadoras. Portanto, não é por acaso que vemos líderes e colegas de
trabalho que, por conta de seus problemas pessoais, às vezes, acabam por tratar sem

9
respeito todos com quem se relacionam no seu dia a dia. No trânsito, nos locais públicos
ou mesmo no trabalho ninguém lhes escapa.
Em casa não é diferente, pois quando um dos membros da família não está satisfeito
ou feliz com algo, acaba por ter alguns comportamentos maldosos, que tanto podem
afastar como ferir e magoar profundamente os seus familiares. Portanto, para ter um
bom relacionamento interpessoal com outros, antes de tudo, a pessoa precisa estar em
paz consigo mesma. Claro, agredir alguém verbalmente não é a melhor forma de
resolver um problema. Contudo, este é um aprendizado que apenas a vida e o tempo
pode nos proporcionar.
O que podemos fazer quando isso acontecer connosco é praticar o não julgamento.
Não apressar em dar um diagnóstico para o que o outro sente, pois se nem ele mesmo
está convicto disso ou entende de fato pelo que está a passar naquele momento, não
cabe a ninguém julgar os seus motivos.

Argumentos a favor:
O livro de António Damásio “Erro de Descartes” fala sobre o facto que as emoções
são necessárias para o nosso comportamento racional. Assim as emoções é que nos
fazem únicos, é o nosso comportamento que nos faz diferentes uns dos outros.
O livro baseia-se nas suas experiências em doentes neurológicos que foram afetados
por lesões cerebrais, demonstrando que com a falta de emoções pode prejudicar a
expressão do comportamento.
No ponto de vista do Damásio, os sentimentos e as emoções são uma perceção direita
dos nossos estados corporais e que são importantes para o nosso elo entre o corpo e a
consciência. Logo uma pessoa que é incapaz de sentir até poderá ter o conhecimento
racional de alguma forma, mas é incapaz de tomar decisões com base na racionalidade.
Explicando que a emoção é que contribuí para a razão e para o comportamento social,
apresentando nos também uma nova perspetiva das emoções e dos sentimentos o que
eles realmente podem ser: uma perceção direta dos nossos próprios estados físicos, por
outro lado a consciência.
O livro contrapôs alguns mitos, como por exemplo, o de tomar decisões de cabeça
fria, ou seja, que a emoção não faz parte do raciocínio, do que é considera o pensamento
lógico e a razão. Damásio demonstra que é ao contrário que a emoção, os sentimentos
fazem parte do processo de raciocínio.
Erro de Descartes podem levar a concluir que os humanos estão dotados a fazerem
escolhas que a mente social utiliza para criar os comportamentos racionais.
Outro argumento que também pode ser é que embora sejam conhecidas intuitivamente
e experimentadas todos os dias por nós, elas estão longe de ser algo simples.
Mas qual é o papel das emoções no autoconhecimento emocional? Por exemplo, o
medo pode impedir a alguns indivíduos de aproveitar de situações ou algumas
oportunidades. Podemos afirmar então, alcançado este ponto, que o nosso universo
afetivo é bastante complexo: é como se fosse uma grande rede, funcionando em

10
conjunto, repetida de inter-relações, sem nunca deixar também de se relacionar com
aspetos racionais e preceptivos.
Depois de termos vivido uma situação difícil é que podemos compreender as pessoas
que estão na mesma situação. Por exemplo, alguém que viveu num período de guerra
compreende as pessoas que atualmente estão na Ucrânia.
A teoria de Maslow tem a ver com o autoconhecimento, os dois últimos níveis desta
teoria são importantes para este. No penúltimo nível fala se de estima/autoestima que
provoca uma valorização de si próprio, a sua não satisfação pode originar sentimentos
de inferioridade, de dependência o que é contra o autoconhecimento. Pois o
autoconhecimento consiste em perceber as situações vividas ora quando nos sentimos
inferior isso é completamente diferente do que nós somos verdadeiramente.
No entanto sabe-se que o autoconhecimento depende dos sentimentos e das situações
em que nos encontramos embora seja difícil desenvolvê-lo, o autoconhecimento é um
dos princípios fundamentais para perceber a relação entre as emoções e as decisões que
tomamos, pois, quando uma situação já vivida nos confronta os nossos sentimentos
anteriores vão ajudar-nos a decidir como agir.

Objeções:
As objeções mais fortes dos argumentos apresentando são para contribuir ao
fundamento da nossa tese decidimos falar sobre o livro “O erro de Descartes” de
António Damásio. Damásio defende que as emoções têm a ver com as ações, mas
Descartes contradiz a perspetiva de Damásio. Mas porquê? Descartes é um filósofo, um
pensador, que defende a racionalidade. Damásio é um neurocientista que defende a
emoção. Mas no livro “O erro de Descartes” o professor Damásio explica que a emoção
desenvolve um papel fundamental no comportamento racional humano enquanto
Descartes diz que a razão não tem ligação com a emoção.

Com base nas suas experiências em doentes neurológicos afetados por lesões
cerebrais, António Damásio demonstra como a ausência de emoções pode prejudicar a
racionalidade. No entanto, sendo que na perspetiva de Damásio a emoção contribui para
a razão e para o comportamento social adaptativo, isso explica-nos que as emoções são
uma perceção direta dos nossos estados físicos e a nossa consciência. O erro de
Descartes leva-nos a concluir que todo ser humano é dotado, desde a infância, de uma
inclinação para fazerem escolhas que a mente social utiliza para criar comportamentos
racionais. Ou seja, sendo que desde a infância temos acesso às emoções primárias, a
nossa razão depende destas mesmas.

Conclusão:
Por conseguinte, podemos concluir que com este ensaio filosófico que no início deste
trabalho pretendia-se desenvolver a questão “As nossas emoções podem justificar os
nossos atos”. Com pesquisa conseguimos alcançar o nosso objetivo.
O nosso objetivo era de dar razões para acreditar numa determinada tese, que vise a
responder ao problema enunciado sendo importante para debater o que é eticamente e
moralmente quando se trata de usar as nossas emoções como argumento para não
justificar os nossos atos.

11
Todos os elementos do grupo concordam para dizer que embora alguns pensadores
como Descartes classificam a nossa perspetiva como errada ou falsa, ela é apoiada por
vários temas como o autoconhecimento emocional/ autoconsciência, o autocontrolo, a
automotivação, a empatia e mais. Além disso, António Damásio também apoia a nossa
tese com a sua obra “O erro de Descartes”. Ou seja, a nossa tese esta classificada como
certa ou verdadeira a vista do Damásio.
Sendo assim, os elementos do grupo apoiam o facto que as emoções têm
relacionamento com os nossos atos e que eles dependem delas.

Bibliografia:
Psicologia: ensino profissional: módulos 3, 4 / Manuela Matos Monteiro. - Porto: Porto
Editora
PSI para SI: psicologia B: 12º ano / Manuela Matos Monteiro, Pedro Tavares Ferreira,
Cândida Moreno. - Porto: Porto Editora.
https://www.researchgate.net/profile/Roberto-Horacio-De-Sa-Pereira/publication/
265979439_Consciencia_e_Autoconsciencia_em_Kant/links/
55b8d97d08aed621de07b5d2/Consciencia-e-Autoconsciencia-em-Kant.pdf 29/04/2022
https://www.scielo.br/j/trans/a/GWZhJJFzYJFsZTsZ8mNJLTR/?lang=pt 29/04/2022
http://revistas-old.fapas.edu.br/index.php/litterarius/article/view/914/pdf 29/04/2022
Microsoft Word - HYPERLINK
"https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/54995/2/29525.pdf"AnaRitaDomingue
stese HYPERLINK
"https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/54995/2/29525.pdf" Mestrado
MTP.doc (up.pt) 28/04/2022
A empatia como vivência | Memorandum: Memória e História em Psicologia (ufmg.br)
28/04/2022
07-Artigo4_v5n1 (scielo.br)28/04/2022
A0639.pdf (psicologia.pt)28/04/2022
04_adaptação.pmd (scielo.br) 28/04/2022
SciELO HYPERLINK
"https://www.scielo.br/j/pcp/a/NKFMxtzhbKtMbYHWnW63pPc/abstract/?lang=pt" -
Brasil - Revisão de HYPERLINK
"https://www.scielo.br/j/pcp/a/NKFMxtzhbKtMbYHWnW63pPc/abstract/?
lang=pt"aspectos HYPERLINK
"https://www.scielo.br/j/pcp/a/NKFMxtzhbKtMbYHWnW63pPc/abstract/?lang=pt"
conceituais, teóricos e metodológicos da empatia Revisão de HYPERLINK
"https://www.scielo.br/j/pcp/a/NKFMxtzhbKtMbYHWnW63pPc/abstract/?
lang=pt"aspectos HYPERLINK
"https://www.scielo.br/j/pcp/a/NKFMxtzhbKtMbYHWnW63pPc/abstract/?lang=pt"
conceituais, teóricos e metodológicos da empatia 28/04/2022

12
untitled HYPERLINK
"https://www.scielo.br/j/rbem/a/DXLm4sxwdBNtjGcvBCSZrSJ/?format=pdf&lang=pt"
(scielo.br) 28/04/2022
SciELO HYPERLINK "https://www.scielo.br/j/prc/a/SSdsRVDSSVQGWfZgyKtrQfh/?
lang=pt&format=html&stop=next" - Brasil - Bem-estar psicológico e inteligência
emocional entre homens e mulheres na meia-idade e na velhice Bem-estar psicológico e
inteligência emocional entre homens e mulheres na meia-idade e na velhice 29/04/2022
UNESC: Relacionamento interpessoal e formação de equipes como ferramenta da
manutenção da auto motivação em um escritório de advocacia 29/04/2022
Tamila HYPERLINK "http://siaibib01.univali.br/pdf/Tamila%20Josiane%20Borba.pdf"
Josiane Borba.pdf (univali.br)29/04/2022
Biblioteca Digital do IPB: Auto-motivação29/04/2022
Diapositivo 1 (cfaeatb.org)29/04/2022
TL0296.pdf (psicologia.pt)29/04/2022
Redford Williams - Member Emotional Intelligence Consortium
(eiconsortium.org)02/04/2022
Emotional Intelligence in Leadership - from MindTools.com02/04/2022
O que é inteligência emocional? HYPERLINK "https://www.verywellmind.com/what-
is-emotional-intelligence-2795423"(verywellmind.com) 02/04/2022
Why Are Personal Relationships Important? - Eugene Therapy02/04/2022
What Do We Mean by Personal Relationships? | Taking Charge of Your Health &
Wellbeing
(umn.edu) 02/04/2022

13

Você também pode gostar