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Curso FIC em Agente de Sustentabilidade e Inovação

Módulo 3 – Semana 14 - Pág. 1

MÓDULO 3/4 – ÉTICA, QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS


AULA 4/4 - SEMANA 14
14. Políticas Brasileiras no Contexto Ambiental
14.1. Política Ambiental Brasileira
14.2. Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
14.3. O Papel da Sociedade na busca pela Sustentabilidade

A política ambiental em nosso país foi sendo formada continuamente por leis, normas e ações
públicas e avançando conforme o despertar da preocupação ambiental no mundo. De defensor da
poluição nos anos 60 a uma das mais avançadas políticas ambientais do mundo a partir dos anos 80,
o discurso político foi sofrendo adaptações conforme a gestão e a responsabilidade do governo em
fazer cumprir os direitos dos cidadãos, indicar políticas, programas e ações a serem desenvolvidos
para fundamentar o bem de todos. Nos últimos anos, críticas à atuação federal na área ambiental são
recorrentes e as ações e resultados alcançados apontam um verdadeiro colapso na área onde a agenda
perdeu todo o seu pregresso protagonismo passando a ser encarada como obstáculo para o
desenvolvimento econômico.

Nesta semana 14 (S14) vamos encerrar nosso 3º módulo – Ética, Questões Socioambientais e
Políticas Públicas, analisando a Política Ambiental Brasileira, a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) e o papel da sociedade na busca pela sustentabilidade. Boa Semana!

14.1. Política Ambiental Brasileira


A política ambiental brasileira teve suas origens a partir da década de 30 com os primeiros passos
na elaboração de normativos pioneiros afetos à gestão dos recursos naturais como o Código de
Caça, Florestal e de Minas, em 1934 e o Código de Águas, em 1937, ainda durante o governo de
Getúlio Vargas.

https://pp.nexojornal.com.br/linha-do-tempo/2020/A-pol%C3%ADtica-ambiental-brasileira-e-sua-hist%C3%B3ria
A Política Ambiental Brasileira e sua história (LINHA DO TEMPO)
Segundo PENA (2022) as primeiras ações governamentais para proteção do meio ambiente foram
baseadas na criação de parques nacionais, localizados em pontos onde ocorriam desmatamento
e expansões agrícolas. A criação do Parque Nacional de Itatiaia (divisa Rio de Janeiro – Minas
Gerais), do Parque do Iguaçu (entre Paraná e Argentina) e do Parque da Serra dos órgãos
(Teresópolis - RJ).

Já o debate acerca da necessidade de proteção ambiental surge a partir da década de 60, com a
rápida industrialização e suas consequências relacionadas à poluição e quantidade de resíduos.
Em 1967 o Código Florestal é reformulado e é criado o Código de Proteção à Fauna Silvestre.
Nesta época, segundo Campos (2019) poluição era sinônimo de desenvolvimento e o governo
brasileiro não via com bons olhos pessoas ou organizações que contestassem isso.

A Política Nacional de Meio Ambiente surge em 1981 e institui o SISNAMA (Sistema Nacional de
Meio Ambiente) que é a junção de órgãos e entidades das três esferas federativas, com

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participação da sociedade civil, sistema responsável pela preservação ambiental com base no
conceito de responsabilidades compartilhadas e controle social.

O SISNAMA é composto por um Órgão Superior (Conselho de Governo – CG), Órgão Consultivo
e Deliberativo (CONAMA), Órgão Executor (IBAMA), Órgão Central (MMA), Órgãos Seccionais
(Órgãos dos Estados) e Órgãos Locais (Órgãos Municipais).

Organização do SISNAMA

Imagem: LIMA (2013)

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), colegiado representativo de cinco setores:


órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil foi criado com a
função de assessorar o governo sobre as políticas governamentais para o meio ambiente e
deliberar sobre normas e padrões para o meio ambiente.

Desde 1981 quando da sua criação o órgão era composto por 96 membros titulares, tendo seu
número reduzido para 23 em maio de 2019. A redução foi vista por alguns autores como
desmonte enquanto que pelos gestores como otimização para deliberações. Em 30 de março de
2022 o número de representantes aumentou para 36, menos da metade da composição original
do órgão (MENEGASSI, 2022).

https://oeco.org.br/noticias/governo-da-um-passo-pra-frente-e-dois-para-tras-na-composicao-do-conama/

Composição do CONAMA
Em 1986 uma resolução do CONAMA instituiu o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório
de Impacto no Meio Ambiente (RIMA), como requisitos para o Licenciamento Ambiental de
atividades ou empreendimentos potencialmente causadores de significativo impacto ambiental.

Em 1988 temos a criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) como órgão executivo
da política ambiental. O órgão tem a missão de proteger o meio ambiente, garantir a qualidade
ambiental e assegurar a sustentabilidade no uso dos recursos naturais, executando ações de
competência federal, como a fiscalização ambiental.

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Em 2007 é criado o Instituto de Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade


(ICMBio) a quem compete cuidar das 334 unidades de conservação em todo o país e espécies
ameaçadas. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é o conjunto de unidades
de conservação federais, estaduais e municipais, que tem como principais objetivos proteger e
preservar a riqueza ambiental de determinadas áreas do Brasil por meio de conservação e sob
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

Desde outubro de 2020, o MMA criou um grupo de trabalho para avaliar a fusão entre o IBAMA
e o ICMBio. Segundo Adams (2022) atualmente o desmonte geral das políticas públicas
ambientais no Brasil tem impressionado a todos os envolvidos na busca de soluções para os
graves problemas ambientais enfrentados nas mais diferentes esferas.

ICMBio e IBAMA

Imagem: ClimaInfo (2019)

A fusão da estrutura das duas entidades é criticada por entidades ambientais que temem o
enfraquecimento dos dois órgãos e denunciam que o grupo de trabalho responsável por tal
estudo não tem competência técnica para tal, enquanto que o governo defende uma possível
eficiência administrativa com a fusão. O ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação
solicitando maior participação da sociedade civil e transparência no processo que, por enquanto,
permanece suspenso.

As intervenções realizadas pelo governo podem acontecer na forma de indicar ações a serem
desenvolvidas, ou a partir de instrumentos a serem utilizados pelas organizações. Os gestores
podem determinar padrões de emissões, qualidade, padrões de desempenho, etc., além de indicar
tributação ou isenção fiscal para melhorar o desempenho das organizações e priorizar em
licitações aquelas com responsabilidade socioambiental reconhecida.

Em 1988 com a nova Constituição Federal, ficou estipulado no capítulo VI que trata
exclusivamente do meio ambiente. Em 1991 temos uma legislação sobre Política Agrícola, 1995
sobre Engenharia Genética, 1997 sobre Utilização dos Recursos Hídricos e Crimes Ambientais em
1998. A política Nacional de Educação Ambiental em 1999 prevendo o ensino de educação
ambiental em instituições formar e não formais. Em 2000 é criado o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e em 2001 o Estatuto das Cidades. Em 2010 sai
do papel a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS (Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010)
que trouxe ao país uma série de orientações e inovações no gerenciamento de resíduos.

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14.2. Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)


A Política Nacional de Resíduos Sólidos orienta os entes federativos, pessoas físicas e jurídicas,
quanto à gestão de resíduos. O debate sobre resíduos sólidos no Brasil surgiu da década de 80,
mais precisamente em 1989, com o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 35 sobre acondicionamento,
coleta, tratamento e transporte e destinação final de resíduos de serviços de saúde. O projeto foi
então tramitado como Projeto de Lei (PL) nº 203 de 1991 e, durante os anos seguintes e debates
constituídos por várias comissões especiais do Ministério do Meio Ambiente (MMA), as
discussões avançaram até que em 2010 a Política Nacional para Gestão dos Resíduos fosse
aprovada (YURA, 2014).

Em 2008, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE) confirmou que em
4.472 (80,4%) dos 5.564 municípios então existentes no País, os resíduos sólidos gerados eram
reciclagem, recuperação e tratamento
descartados inadequadamente, como por exemplo em lixões a céu aberto (IBGE, 2008).

Após 21 anos de tramitação no congresso nacional, foi publicada então a Lei nº 12.305 de 02 de
agosto de 2010, conhecida como Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e em seguida, o
decreto nº 7.404 de 23 de dezembro de 2010 que a regulamentou.

A PNRS contém os princípios, objetivos e instrumentos para gestão eficiente dos resíduos sólidos
no País. O decreto regulamentador criou ainda o Comitê Interministerial da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (CI) e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística
Reversa (CORI).

Dentre as leis relacionadas à PNRS podemos citar: i) A Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
que impõe as penalidades em caso de não cumprimento das diretivas legais; ii) A Política Nacional
de Meio Ambiente - PNMA (Lei 6938/81) que criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente
(SISNAMA) e o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), entidades para regulação das
questões ambientais; iii) A Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA (Lei 9795/99) como
uma das ferramentas para conscientização da atividade humana para a sustentabilidade; iv) A
Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei 12.187/09) com o objetivo de criar condições para
mitigar os impactos antrópicos sobre o clima, e; v) A Política Nacional de Saneamento Básico (Lei
11445/07) que aborda o manejo adequado de resíduos sólidos como parte de um conjunto de
serviços imprescindíveis ao saneamento básico e bem estar da população.

Segundo Xavier et al. (2012), embora seja um referencial regulatório extremamente importante
para a gestão de resíduos sólidos em todo o país, a PNRS apresenta conceitos, diretrizes e
condições altamente generalizadas a respeito.

São apresentados abaixo, alguns parâmetros importantes da PNRS:

1. O ciclo de vida do produto elenca as fases de criação, fabricação, comercialização e destinação


final até ser recolocado na cadeia produtiva. A PNRS define o ciclo de vida do produto como:
Uma série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-
primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final (art. 3º, inciso IV e art.
6º, inciso XIII).
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2. Estabelece como objetivos e prioridade nas aquisições e contratações governamentais, os


produtos reciclados e recicláveis e para bens, serviços e obras que considerem critérios
compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis (art. 7º, Inciso XI).
Isto significa que as empresas que seguem critérios de sustentabilidade, podem ter
preferências na aquisição de contratos com órgãos governamentais.

3. Define que a gestão dos resíduos sólidos seja responsabilidade dos municípios e do distrito
federal sendo a responsabilidade compartilhada, onde compete ao gerador acondicionar,
disponibilizar para coleta, coletar, dar tratamento e disposição final ambientalmente adequada
aos rejeitos (art. 10 e art. 12). Empresas que geram resíduos devem se responsabilizar por eles.

4. Proíbe o descarte dos resíduos sólidos nos corpos hídricos e no solo e proíbe a queima a céu
aberto ou em recipientes. Desta forma, proíbe também os “lixões”, que devem deixar de existir
(art. 47 e art. 54).

https://www.youtube.com/watch?v=0-quXRgzcVg
PNRS completa 10 anos sem cumprir a meta principal: acabar com os lixões

A PNRS completou 10 anos sem acabar com o descarte inadequado do lixo (rejeitos) em aterros
irregulares. A lei ratificou o fim dos lixões controlados e fomentou a reciclagem de resíduos
sólidos para a produção industrial. Em julho de 2020 o prazo foi prorrogado para 2024 onde,
todas as capitais e regiões metropolitanas tem até agosto de 2021, municípios com mais de
100 mil habitantes até agosto de 2022 e municípios com menos de 100 mil habitantes até 2024.

5. Define como parte primordial os catadores de material reciclável nas ações que envolvam o
fluxo de resíduos (art. 8 e art. 57). Parcerias com cooperativas devem estar presentes no Plano
de Gestão Ambiental das empresas.
Visando aumentar a consciência da importância no tratamento dos resíduos, a palavra “lixo” não
possui ocorrências no texto da legislação e dentre as definições da PNRS no art. 3º, os parágrafos
XV e XVI merecem destaque por definirem os termos resíduos sólidos e rejeitos.

O país passou a classificar de “resíduos sólidos” aqueles que podem ser objeto de reciclagem,
recuperação e tratamento, e de “rejeitos”, aqueles resíduos que ao serem descartados, não
apresentam nenhuma das opções de destinação anteriores, ou tiverem essas possibilidades
esgotadas restando apenas a disposição final ambientalmente adequada (aterros sanitários).

Portanto, se não houver possibilidades de destinação dos resíduos, por quaisquer motivos,
inclusive ausência de incentivos governamentais, muitos materiais que poderiam ser destinados
para reciclagem ou reaproveitamento, podem ser considerados rejeitos e os próprios rejeitos, de
acordo com o texto da lei, podem também ser referenciados como resíduos, o que, de certa forma,
ratifica uma possível “legalidade” na destinação inadequada.

Pelo seu caráter generalista, Xavier et al. (2014) indica que faltam instrumentos normativos para
apoiar a execução da PNRS, isto é, para que se cumpra a lei e a sociedade terá muito trabalho para
que ela seja cumprida.

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14.3. O Papel da Sociedade na busca pela Sustentabilidade


Todos os elementos da sociedade têm por sua própria opção mudar a realidade. Com dizia o
político Teotônio Vilela “Temos todos por ação ou omissão, estímulo ou incompreensão
responsabilidades dos fatos da história”. Cabendo a nós lutarmos pela melhoria de sua própria
condição de vida (Campos, 2018). A reconstrução das políticas é um processo a médio e longo
prazo e são necessários mecanismos de resistência também a médio e longo prazos. Cidadãos,
cidadãs e instituições são o que compõem uma pressão para que mudança política aconteça.

As empresas, entidades compostas por conjuntos de pessoas, também possuem grande potencial
de transformação da sociedade, visto que segundo o Pacto Global (2022) se incluíssemos o setor
privado entre os 200 maiores PIBs mundiais, 157 (78,5%) seriam empresas e a receita das 10
maiores empresas do mundo atualmente, equivale aos 180 menores países, tornando-se
simplório portanto, implementarmos agendas socioambientais sem o apoio deste setor. Cada
profissional em sua área de atuação pode ser um agente de sustentabilidade e inovação em
potencial, aplicando os ODS na prática, na busca pela transformação da sociedade.
A sociedade civil pode e deve se comprometer com a busca de um mundo melhor onde todos
tenham oportunidade em desenvolver seu potencial de forma a contribuir, por exemplo, para a
melhoria da qualidade de vida e em respeitar o meio ambiente. Nossa contribuição pode ser feita
por uma denúncia, por não aceitar uma situação, por defender os mais necessitados ou contribuir
para que ONGs auxiliem as pessoas, o meio ambiente ou em nossa própria organização.

As organizações do terceiro setor auxiliam a sociedade, contribuindo para que cidadãos se


mobilizem e busquem seus direitos de forma a melhorar as condições existentes. Essas
organizações são aquelas que não fazem parte do setor público (governo) e nem do setor privado
(empresas), mas de um terceiro setor. Elas geram impacto social não somente para seus
integrantes, mas para toda a sociedade. São instituições sem fins lucrativos que geram bens e
serviços de caráter público, como ONGs, instituições religiosas, cooperativas, associações,
fundações privadas, clubes de serviços, entidades beneficentes, centros sociais e de voluntariado.

As organizações do terceiro setor também pode ser chamadas de OSC (Organização da Sociedade
Civil), denominação criada pelo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil
(MROSC), lei nº 13.019/2014.

ONG (Organização Não Governamental) é um nome genérico para se referir a associações ou


fundações, as duas entidades sem fins lucrativos do Código Civil Brasileiro. Legalmente o termo
ONG não está previsto na legislação brasileira, mas é utilizado pela população, imprensa e
governo. No Brasil as ONGs surgiram na década de 60 durante o regime militar, lutando pela
redemocratização do país. Atualmente o IPEA (2020) identificou a existência de 815.676 ONGs
no país. Elas buscam promover os direitos humanos, verificando se governos e organizações não
praticam abusos ou violações, procuram incluir a participação feminina na política e buscam
proteger e incluir as mulheres em decisões políticas e nas questões econômicas.

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A Rio-92 foi a primeira conferência da ONU marcada pela intensa participação da sociedade civil,
por meio das ONGs que se reuniram em eventos paralelos e também tiveram voz no palco
principal da conferência.

OSCIP (Organização Social Civil de Interesse Público) é um título que o Ministério da Justiça
Brasileiro atribui à uma ONG (Lei nº 9.790/99). As OSCIPs permitem que doações sejam
realizadas por empresas e que estas possam ser descontadas no imposto de renda. É uma forma
de facilitar parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos. Se uma ONG
solicita a qualificação como OSCIP ela passa a ser ONG e OSCIP. Se tem negada sua qualificação
como OSCIP, ela continua sendo somente uma ONG. O reconhecimento oficial como exigência
legal para que a ONG receba recursos públicos do governo federal, estadual ou municipal, deve
ser como OSCIP. Toda OSCIP é uma ONG, mas nem toda ONG é OSCIP.

São exemplos de ONGs o Greenpeace e a WWF. Existem ONGs supranacionais que recebem
doações de pessoas de todo mundo e atuam também em todo o mundo, por ex. Cruz Vermelha,
Médicos Sem Fronteiras, Pacto Global e Anistia Internacional. No Brasil, podemos citar o IBASE
(Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), Instituto Ethos, IDEC (Instituto Brasileiro
de Defesa do Consumidor) e o CEBDS (Centro Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável). Pesquisas do IBGE concluíram que 15 milhões de brasileiros doaram recursos para
essas entidades. Há também cerca de 2 milhões de voluntários trabalhando nesse setor. Mas
apenas 7% dos jovens brasileiros participam de alguma atividade voluntária, enquanto que nos
Estados Unidos, essa porcentagem chega a 62% (IBGE, 2018).

Previstos no artigo 8 da PNRS outro instrumento de pressão da sociedade civil são os conselhos.
Eles existem a nível federal (CONAMA), estadual (Conselho Estadual de Meio Ambiente -
CONEMA) e municipal (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – CONDEMA). Os
conselhos incentivam a criação de políticas públicas de conservação ambiental e melhoria na
gestão de áreas municipais protegidas e unidades de conservação. Promovem a educação
ambiental e fiscalizam o cumprimento das políticas públicas ambientais. Nos conselhos
municipais participam representantes políticos, entidades ambientais, associações de bairros,
grupos de mulheres, jovens e pessoas da terceira idade, entidades de classe, entidades
representativas das empresas, instituições de pesquisa e extensão, movimentos sociais e
minorias e demais instituições.

RESUMO DA SEMANA
A política ambiental brasileira estreou incentivando a poluição na década de 60, passou por
um período de reconhecimento e valorização como uma das mais avançadas do mundo a partir da
década de 80, adentrando um período de descrédito nos últimos anos. Dentre as políticas ambientais
mais importantes está a Política Nacional de resíduos Sólidos (PNRS), com o arcabouço legal à
inovação e gestão de resíduos. Neste contexto, a sociedade tem papel fundamental como agente de
sustentabilidade e inovação, em empresas, ONGs, conselhos, etc. Na próxima semana começamos o
módulo 4 – Sustentabilidade Empresarial com ESG. Contamos com você!

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