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Contribuições Econômicas:
1) Matéria-prima, ou seja, geração de produtos e subprodutos para a
construção civil, indústria de móveis, embalagens, setores químico, alimentício
e energético (resíduos florestais servem como biocombustíveis);
2) Atração de investimentos estrangeiros;
3) Recolhimento de impostos;
4) Geração de divisas (balança comercial/exportações);
5) Valorização da terra;
6) Exportação.
Contribuições Sociais:
1) G
eração de empregos e desenvolvimento regional;
2) Educação ambiental para a produção de consciência
conservacionista;
3) Pesquisa científica;
4) Aumento da renda de comunidades (manejo
florestal);
5) Elevação do Índice de Desenvolvimento Humano –
IDH;
6) Aumento da produtividade do trabalhador florestal.
Contribuições Ambientais:
1) Manutenção do equilíbrio dos ecossistemas naturais;
2) Fonte de biodiversidade e contribuição para sua
manutenção;
3) Regulação do clima global e regional;
4) Conservação dos recursos hídricos, por meio da
regularização do escoamento superficial e da infiltração, prevenindo
a ocorrência de erosão;
5) Proteção da biodiversidade e dos ecossistemas
florestais (conservação da fauna e flora).
Este estudo tem como objetivo contribuir com a difusão das técnicas e
dos modos de aplicação das diversas modalidades de certificação florestal
existentes no mercado brasileiro. Almeja-se mostrar a importância da
certificação florestal na construção de empresas mais humanas e
comprometidas com os aspectos ecológicos e sociais no Brasil.
O público-alvo são as empresas, associações, sindicatos, cooperativas,
pessoas e estudantes que trabalham com produtos florestais (madeireiros e não
madeireiros) e desejam conhecer mais sobre este tema.
CERTIFICAÇÃO FLORESTAL
Preços diferenciados;
Acesso facilitado a financiamentos – Segundo a FSC – Brasil,
recursos significativos têm sido aportados em fundos de investimento que
condicionam suas decisões de negócio ao desempenho ambiental e social do
empreendimento. Segundo a WWF – Brasil, a certificação FSC já é
reconhecida pelos financiadores do setor, como o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) e o Banco A2R (ex- Axial), que exigem
a certificação FSC para conceder os empréstimos dentro da nova linha de
crédito para operações florestais;
Melhoria da imagem institucional – empresas certificadas
melhoram sua comunicação e credibilidade com as comunidades locais e com
os consumidores, além de alcançarem visibilidade por meio de uma
ferramenta de diferenciação que tem credibilidade internacional, que é a
certificação. Segundo a WWF – Brasil, a melhoria da imagem institucional
afeta inclusive funcionários, aumentando o espírito de equipe, e também seus
familiares, as comunidades locais e as organizações não governamentais.
Para as comunidades e populações locais, a importância da certificação
é que terão preservadas as áreas necessárias para sua sobrevivência e aumento
em sua qualidade de vida, devido ao desenvolvimento regional impulsionado
pela atividade florestal certificada.
Para o consumidor, a certificação aumenta as opções de escolha entre
os produtos disponíveis no mercado, assim, pode-se optar por um produto em
função da sua origem garantida em termos de benefícios sociais, ambientais e
econômicos.
O poder público poderá se basear na certificação para traçar políticas
florestais locais e regionais, além de contar com o apoio das certificadoras no
controle do manejo florestal e na aplicação da legislação florestal. A Certificação
Florestal também aumenta a renda pública por meio do pagamento em dia dos
tributos e obrigações sociais, e facilita a fiscalização trabalhista e tributária do
setor florestal.
Para os trabalhadores, a certificação contribui para a redução de
acidentes de trabalho em decorrência da introdução das normas de segurança
e prevenção, contribuindo para a qualificação da mão de obra e para a melhoria
das condições de trabalho e bem-estar. Outro aspecto importante da certificação
é a legalização da atividade econômica e o aumento da transparência (pois a
fiscalização é facilitada), ajudando, assim, a eliminar o trabalho forçado e a mão
de obra infantil, gerando mais emprego, assegurando os direitos trabalhistas.
Para as gerações futuras, a certificação florestal é uma garantia de que
receberão um setor florestal ambientalmente mais adequado, socialmente mais
benéfico e, principalmente, o meio ambiente mais conservado.
Para o meio ambiente, a certificação é muito interessante, pois contribui
para a conservação da biodiversidade, dos recursos hídricos, dos solos, das
paisagens e dos ecossistemas, e também porque contribui para manter as
funções ecológicas e a integridade das florestas e proteger as espécies
ameaçadas (em perigo de extinção) e seus habitat. Assim, ao garantir a
integridade e a longevidade da floresta, a Certificação Florestal gera benefícios
econômicos, pois assegura a continuidade da atividade produtiva e aumenta o
rendimento da floresta em longo prazo. As florestas também prestam serviços
ambientais para o equilíbrio do clima regional e global, por meio da manutenção
do ciclo hidrológico e retenção e fixação do carbono (proporcionada pela
fotossíntese).
Segundo a WWF – Brasil, a Certificação Florestal não deve ser vista como
um milagre capaz de resolver todos os problemas relacionados ao manejo
florestal no Brasil e no mundo.
Mas sim como um instrumento poderoso, capaz de catalisar mudanças
significativas ao criar estímulos concretos para os produtores florestais que se
diferenciam dos demais ao implantarem sistemas de manejo socialmente
apropriados, ambientalmente saudáveis e economicamente viáveis.
TOTAL 295
Contato inicial
Estas primeiras consultas com a Certificadora são sigilosas e servem
para corrigir erros, diagnosticar pontos inadequados no manejo atual, que
possam atrapalhar a certificação, avaliar custos e benefícios, e entender os
padrões ambientais e sociais exigidos pela certificadora.
Pode-se negociar, também, uma pré-certificação (opcional) para
enquadrar a empresa nos padrões da Certificadora.
É importante saber que após optar pela certificação e contratar os
serviços da certificadora, o processo deixa de ser sigiloso e passa a ser público.
Por isto que o primeiro passo de avaliação prévia e interna do processo é
importante, para que a empresa esteja ciente dos compromissos assumidos, dos
seus deveres e dos custos que terá para manter a certificação.
Assinatura do contrato
A Certificadora, por meio de contrato, definirá custos, equipe de auditores,
e quais as fases que serão cumpridas pela auditoria. O contrato irá estabelecer
as responsabilidades das partes (empresa e certificadora) no processo de
certificação florestal, e determinar a data de início do processo de certificação
florestal.
A principal responsabilidade do certificador é a realização de um processo
independente e imparcial, e a responsabilidade da empresa a ser certificada é
cumprir os padrões de exigências para a certificação.
Consultas públicas
O objetivo da consulta pública é permitir a participação da sociedade no
processo de certificação e levantar informações importantes a cerca do manejo
florestal e operações da empresa. A partir desta etapa a certificação passa a ser
um processo público.
O processo de consulta pública avalia os grupos que possam ter interesse
no manejo florestal da operação candidata a certificação, e a esses possíveis
interessados são enviados os seguintes materiais:
a) Uma carta sobre o processo de certificação;
b) Um resumo da operação florestal;
c) Período de avaliação de campo;
d) Questionário.
Após a análise destes materiais, estes grupos devem enviar comentários,
reclamações e questionamentos sobre o manejo florestal da operação candidata
para o certificador.
Avaliação de campo
Esta etapa envolve visitas aos campos que serão certificados e aos
escritórios responsáveis por estas áreas. Nestas visitas serão observados todos
os aspectos sociais, econômicos e ambientais do manejo florestal. Ou seja, o
certificador irá conferir se os documentos apresentados são verídicos, e também
avaliar se na prática o manejo florestal está sendo conduzido conforme os
padrões de certificação utilizados.
É importante ue toda a visita realizada pela equipe de auditores seja
devidamente acompanhada pelo gestor do manejo florestal e a equipe
designada pela operação candidata.
Em caso de certificação em grupo, ou até mesmo individual, as visitas de
campo podem ser feitas por amostragem, dependendo do tipo de floresta,
sistemas e complexidade do manejo florestal.
Reuniões públicas
Durante a avaliação de campo, é feita uma ou mais reuniões públicas com
a comunidade local e os trabalhadores da área para explicar o objetivo do
processo de certificação e levantar informações acerca das operações e manejo
florestal da área. Todos os pontos levantados pela população devem ser
posteriormente avaliados pela equipe de auditoria.
Elaboração de relatórios
Após a avaliação de campo, a equipe de auditoria irá elaborar a primeira
versão do relatório de certificação, ou seja, o primeiro relatório. Este relatório de
certificação é preliminar e traz uma análise referente aos cumprimentos das
exigências de cada um dos padrões e critérios utilizados na avaliação.
De acordo com a situação encontrada no manejo florestal, este relatório
pode conter três categorias de condições para este manejo:
a) PRECONDIÇÕES: quando são notificados problemas graves no
manejo da operação candidata que devem ser corrigidos imediatamente para
a continuidade do processo de certificação. Após cumpridas as precondições,
a operação candidata deve ser submetida a uma nova avaliação de campo, ou
seja, praticamente tem reinício o processo de certificação.
b) CONDIÇÕES: quando são notificadas falhas menos graves que
não afetam diretamente o manejo florestal, mas que precisam ser corrigidas.
Estas falhas menores não paralisam o processo de certificação, desde que as
modificações sejam efetuadas dentro do prazo imposto pelo credenciador.
c) RECOMENDAÇÕES: são referentes a alguns aspectos do manejo
florestal, que apesar de já estarem adequados, podem melhorar se forem
adotadas as recomendações. Ao contrário das precondições e condições, as
recomendações não são obrigatórias, e não afetam ou paralisam o processo
de certificação.
Após finalizada, a primeira versão do relatório é enviada para a operação
candidata para a sua apreciação e comentários. A seguir, após a revisão da
operação candidata, a certificadora elabora a segunda versão e envia para a
revisão por no mínimo dois especialistas da área florestal; este processo é
conhecido como revisão de parceiros.Em geral, durante este período de
elaboração de relatórios, ocorre mais uma etapa de consulta pública, ou seja,
são realizadas novas reuniões com a comunidade local, nas quais o certificador
pode receber comentários acerca dos relatórios e do manejo da operação
florestal.
Relatório final
Após o cumprimento de todas as etapas da elaboração de relatórios, os
auditores emitem um relatório final com a recomendação de certificação, ou seja,
aprovando o manejo florestal da operação.
Decisão de certificação
Este relatório é analisado pelo conselho de certificação do organismo
certificador, responsável por tomar as decisões relativas à certificação.
Para tomada de decisão, o conselho leva em consideração uma série de
documentos e de fatores, como: o relatório final, a opinião dos parceiros
revisores, as consultas públicas e os comentários da população sobre as
operações manejo florestal.
Nos casos em que o conselho aprova a recomendação de certificação, ou
seja, determina que a operação receba o certificado, é elaborado um contrato de
certificação com validade definida (em geral, cinco anos).
Assinatura do contrato
O contrato é assinado entre as partes para estabelecer os direitos e
deveres de cada parte e as condições que devem ser cumpridas e seus
respectivos prazos.
Após assinatura de contrato é emitido o certificado e a operação recebe
o pacote de materiais de certificação, com as diretrizes e modelos para utilização
dos logotipos e para publicidade do processo.
Resumo público
Após assinatura do contrato e a emissão do certificado, o certificador
elabora um resumo público de todo o processo de certificação, que é
disponibilizado publicamente e enviado a todos os interessados e grupos
envolvidos na consulta pública.
Monitoramento
Após a conclusão da certificação, a empresa se compromete a responder
todos os questionamentos da certificadora e, também, a avaliar todas as
denúncias de irregularidades que possam surgir.
O monitoramento da certificação é anual e deve estar previsto no
orçamento da empresa, ou seja, incluso nos custos decorrentes da certificação.
O objetivo do monitoramento é avaliar se a operação está mantendo os padrões
estabelecidos pela certificadora. Visitas não agendadas (surpresas) podem ser
realizadas em caso de denúncia de irregularidades. Se o monitoramento detectar
falhas ou irregularidades no sistema de manejo florestal, é emitido um pedido de
ação corretiva, que deve ser cumprido pela operação dentro de um prazo
determinado.
É importante lembrar que o certificado tem um prazo de validade (em
geral de cinco anos), e que após este período é necessário que a operação se
submeta a um novo processo de avaliação completa para receber nova
certificação.
A seguir encontra-se um esquema mostrando a sequência de ações que
devem ser cumpridas para que uma operação candidata obtenha a certificação
do manejo florestal.
Esquematizando
CERTIFICAÇÃO DO MANEJO FLORESTAL: PASSO A PASSO
1) Decisão de obter a certificação;
2) Avaliação de possibilidades;
3) Carta consulta a certificadora;
4) Pré-avaliação;
5) Contato inicial;
6) Assinatura do contrato;
7) Consultas públicas;
8) Avaliação de campo;
9) Elaboração da primeira versão do relatório;
10) Correção dos erros;
11) Elaboração das outras versões do relatório;
12) Consulta pública e revisão pelos parceiros
13) Revisão final e elaboração da versão final
14) Emissão do certificado
15) Disponibilização pública do processo de certificação
16) Monitoramento atual.
RASTREABILIDADE
A importância da Certificação de Cadeia de Custódia é para assegurar
que o produto veio de florestas sustentáveis, e dar maior valor agregado ao
produto final. Portanto, para que esta certificação funcione, tudo o que é
produzido deve ser mapeado até o momento de chegar ao consumidor final, e aí
que entra o conceito de rastreabilidade.
A palavra-chave da certificação de cadeia de custódia é rastreabilidade,
como exemplifica a Figura .
FIGURA - RASTREAMENTO DA MATÉRIA-PRIMA PARA
CERTIFICAÇÃO DE CADEIA DE CUSTÓDIA
O objetivo da certificação de cadeia de custódia envolver a rastreabilidade
é manter a responsabilidade de todos os agentes do processo de produção, pois
a certificação passa a assumir um papel de controle de qualidade.
A origem da matéria-prima florestal é a Unidade de Manejo Florestal, ou
seja, as áreas onde se extraem as matérias-primas naturais.
O princípio de rastreabilidade desta certificação permite com que as
empresas que trabalham com produtos certificados deste o início, ou seja,
compram madeira de florestas certificadas, sejam beneficiadas com um
processo de certificação de cadeia de custódia bem mais simples, uma vez que
sua matéria-prima já tem origem em um manejo florestal certificado.
Quem processa:
INDIVIDUAL EM GRUPO
CERTIFICAÇÃO INDIVIDUAL:
São certificadas áreas de uma empresa ou de um indivíduo que maneja
a floresta e/ou participa da cadeia de processamento dos seus produtos.
CERTIFICAÇÃO EM GRUPO:
Na modalidade de certificação em grupo, a avaliação para fins de
certificação inclui mais de uma unidade de manejo e/ou de processamento de
produtos.
O processo de avaliação em grupo permite abaixar os custos e baratear
o processo de certificação, no entanto, continua semelhante ao utilizado para
certificar uma única área florestal. A principal diferença é que no processo de
avaliação de campo de uma certificação em grupo, os certificadores em geral
dão ênfase ao método de amostragem para visita a apenas algumas do total das
unidades de manejo a serem certificadas.
A certificação em grupo pode ser efetuada de dois modos, por meio de:
Neste caso, como a operação fabrica produtos que possuem uma mistura
de materiais certificados e não certificados, o produto final é rotulado por
porcentagem. O controle neste tipo de certificação deve ser rigoroso para que
se rotule corretamente a porcentagem de material que é proveniente de floresta
certificada e não certificada.
Este processo, a princípio, não apresenta dificuldades do ponto de vista
operacional, como pode ser evidenciado na Figura , e faz parte da rotina
operacional das indústrias fabris quando fabricam produtos com características
diferentes.
A Figura exemplifica um processo de produção que utiliza material
certificado e não certificado, em etapas diferentes na planta industrial, na
elaboração do produto final.
FIGURA - ESQUEMA DE SEPARAÇÃO TEMPORAL EM PLANTA
CONTÍNUA DE CELULOSE COM CADEIA DE CUSTÓDIDA NÃO EXCLUSIVA
ENTRADAS
A operação deve registrar e controlar todas as entradas de madeira
certificada e não certificada em sua unidade de processamento. Toda a madeira
(matéria-prima) que entra na empresa deve ser identificada, e ter sua quantidade
e o seu status de certificação ou não anotada. Caso a madeira seja certificada,
esta informação deverá constar na nota fiscal, e ela deve seguir o caminho
exclusivo para madeira certificada.
ARMAZENAMENTO E IDENTIFICAÇÃO
A madeira certificada não deve ser armazenada conjuntamente com a
madeira não certificada. Esta separação dos estoques em material certificado ou
não certificado e sua identificação devem ser bem visíveis e fáceis de manusear;
por exemplo, delimitação por cercas, postes, correntes e/ou identificação por
meio de placas, cores diferentes, etc.
Assim, as áreas de armazenamento dos diferentes tipos de materiais
devem estar devidamente identificadas (rotuladas) e separadas em:
• ÁREAS COM MATERIAL CERTIFICADO;
• ÁREAS COM MATERIAL NÃO CERTIFICADO.
CONTROLE DOCUMENTAL
Visando garantir o rastreamento do material certificado, deve ser
implementado um sistema de controle de produção. Em geral, este controle é
feito por meio de controles, planilhas e fichas de dados anotados manualmente
diariamente, e consolidados em relatórios mensais, semestrais e anuais. Nas
grandes operações, geralmente, há um setor responsável pelo controle de
produção, conhecido como PCP (Planejamento de Controle da Produção).
A Figura exemplifica uma planilha de controle de toras certificadas em
uma operação.
CONTROLE DA PRODUÇÃO
USO DA LOGOMARCA
O uso da logomarca (selo verde) (Figuras 30 e 31), que é a etiqueta que
identifica o produto como certificado, deve ser previamente aprovado pela
certificadora, pois este uso é restrito e controlado. Existem diretrizes e regras
específicas para a utilização da logomarca das certificadoras, tanto no produto,
como para divulgação na imprensa escrita ou falada. Todas as operações
certificadas recebem da sua instituição certificadora um guia de diretrizes
gráficas, para orientar como de ser confeccionada e adicionada a logomarca aos
seus produtos.
Quando o produto é resultado de uma cadeia de custódia não exclusiva
mista é necessário um selo específico que atesta a quantidade (em
porcentagem) de material certificado que foi utilizada em sua fabricação, como
está exemplificado no primeiro selo da Figura.
FIGURA - EXEMPLO DE LOGOMARCA EM UM PRODUTO
CERTIFICADO EM CADEIA DE CUSTÓDIA PELO FSC
Fórmula geral:
Porcentagem Permitida = PP
Substituindo:
𝟒. 𝟏 + 𝟑. 𝟎, 𝟓 + 𝟑. 𝟎, 𝟖
𝑷𝑷 = → 𝑷𝑷 = 𝟎, 𝟕𝟗 𝒐𝒖 𝟕𝟗%
𝟒+𝟑+𝟑
CONTRATAÇÃO:
A contratação segue os seguintes passos:
AVALIAÇÃO DE CAMPO:
Esta etapa é realizada pelo certificador e visa certificar o cumprimento dos
padrões de cadeia de custódia da certificadora no sistema operacional da operação a
ser certificada.
MONITORAMENTO:
Deve ser realizado anualmente, próximo da data inicial da certificação. O
monitoramento visa a verificar se os elementos exigidos na certificação de cadeia de
custódia estão sendo mantidos.
Visitas não programadas também podem acontecer.
No monitoramento, a certificadora deve verificar o cumprimento dos seguintes
itens:
a) Cumprimento das condições;
b) Cumprimento das ações corretivas: ações solicitadas a serem cumpridas
após as visitadas programadas e não programadas, com prazo definido para
cumprimento;
c) Treinamento de todos os funcionários e pessoal envolvido na operação;
d) Coerência nos dados da produção da empresa, ou seja, nas fichas de
controle e planilhas de produção;
e) Controle de separação física ou temporal e identificação dos materiais
certificados (caso de CoC não exclusiva).
O Quadro 5 detalha mais sobre a coerência nos dados da produção da empresa
(item d) por meio de generalizações de uma planilha coerente e uma incoerente.
QUADRO- GENERALIZAÇÕES DE UMA PLANILHA DE DADOS DE
PRODUÇÃO COERENTE E INCOERENTE
CERTIFICAÇÃO EM GRUPO
GERENCIADOR
O GRUPO
MEMBROS
OBSERVAÇÕES INICIAIS:
I) ESCOLHA DO CERTIFICADOR: deve ser baseada no custo da
certificação e nos princípios utilizados pela certificadora escolhida.
II) EFICIÊNCIA: o tempo que os certificadores levarão para iniciar e
finalizar a certificação.
AVALIAÇÃO PRINCIPAL:
I) Marcada com antecedência de pelo menos quatro semanas.
II) Possui as seguintes etapas:
a) Reunião de abertura;
b) Avaliação:
i. Revisão dos documentos;
i. Visita à floresta (os certificadores precisam entrar na floresta);
ii. Discussão e entrevistas com o pessoal do campo e a comunidade,
sem a presença do grupo administrativo.
Recebimento do certificado.
Monitoramento anual.
PRINCÍPIOS DO CERFLOR
• BVQI do Brasil
• IMAFLORA
• SGS ICS Certificadora
• TECPAR
<http://www.inmetro.gov.br/qualidade/cerflor_empresas.asp>.
ACREDITAÇÃO
PRINCÍPIOS DO FSC
Comprovação da Posse:
A comprovação da posse tem como objetivo definir o responsável legal pela
propriedade e seu manejo, que é quem irá responder pelas atividades realizadas
na área, visando à garantia da continuidade do manejo e assegurar a
salvaguarda para o uso da terra.
Este responsável legal deve possuir a documentação que comprove o seu direito
legal de uso ou posse da terra, como: título legítimo de propriedade, contratos
de arrendamento, concessão de uso, direitos tradicionais adquiridos, como
usucapião, entre outros. Os auditores da certificação irão rastrear estes
documentos a fim de verificar a sua idoneidade.
O empreendimento a ser certificado deve possuir seus limites e divisas bem
estabelecidas em documentos como: mapas ou croquis que identifiquem as
áreas de uso ou posse, bem como as áreas vizinhas.
Integridade:
O empreendimento deve adotar medidas que assegurem a integridade em longo
prazo da área, ou seja, protegê-la de ocupação ilegal, extrativismo predatório,
caça, pesca, fogo, e outras atividades não autorizadas que possam comprometer
o manejo da área.
Resumo do Princípio : responsabilidades e direitos de posse e uso da terra
por meio de:
➢ Comprovação do direito de uso da área a longo prazo;
➢ Garantia da integridade da área;
➢ Utilização de mecanismos apropriados para a resolução de
disputas sobre direitos de uso da terra e empenho na resolução dos conflitos
identificados;
Princípio : direitos dos Povos Indígenas.
Cumprimento da Legislação:
O primeiro passo é o cumprimento de toda a legislação trabalhista, como garantir
a aplicação da CLT, recolhimentos dos impostos (a Previdência Social - INSS, o
Fundo de Garantia - FGTS, o Programa de Integração Social - PIS, o Imposto de
Renda - IR e outros encargos), entregas de declarações, e obedecer a
regulamentações e convenções internacionais dos quais o Brasil é signatário,
relacionadas à saúde e segurança dos trabalhadores e de seus familiares.
Segurança no Trabalho:
O segundo passo é a promoção da segurança no trabalho, de acordo com a
legislação vigente, uma vez que a atividade florestal possui grande
periculosidade e alto índice de insalubridade. Todo o empreendimento florestal,
seja ele indústria ou atividade florestal, é legalmente obrigado a implementar os
seguintes itens:
• PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional,
conhecido como NR-7, que visa à prevenção da Saúde do Trabalhador.
• PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, conhecido
como NR-9, que objetiva levantar as condições do ambiente de trabalho e definir
os procedimentos preventivos.
• PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário, documento que resume
todas as informações relativas à fiscalização do gerenciamento de riscos e
existência de agentes nocivos no ambiente de trabalho, além de orientar o
processo de reconhecimento de aposentadoria especial.
CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, conhecida como NR-5,
que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho. O empreendimento deverá consultar previamente o CNAE -
Classificação Nacional de Atividades Econômicas que irá classificar o
empreendimento de acordo com o grau de risco da atividade e determinar o
número mínimo de funcionários, a partir do qual será exigido legalmente a
constituição da CIPA.
Treinamento:
Os trabalhadores florestais devem receber treinamento que contemplem seu
método de trabalho, como o corte direcionado das árvores, manuseio de
motosserras, utilização de máquinas pesadas e outros, a fim de garantir a
realização das atividades com eficiência e segurança. E também devem
receber treinamentos referentes à prevenção de acidentes, primeiros socorros,
saúde ocupacional e ergonomia.
Trabalhadores Terceirizados:
Em caso da necessidade de contratação de trabalhadores terceirizados, o
empreendimento florestal deve ser corresponsável por garantir direitos e
condições de trabalho iguais aos trabalhadores próprios, incluindo direitos legais,
salários e benefícios; uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) e
treinamento.
Relações Comunitárias:
O empreendimento deve criar um bom canal de comunicação com a comunidade
e adotar mecanismos eficientes para resolução de impasses e conflitos, e caso
exista algum conflito da operação com os direitos legais e tradicionais, a
propriedade, os recursos ou a subsistência da população local, o
empreendimento deve buscar de forma participativa uma compensação
adequada para a comunidade.
IMPORTANTE:
Princípio : plantações
As plantações devem ser planejadas e manejadas de acordo com os Princípios
e Critérios de 1 a 9, e o Princípio 10 e seus Critérios. Considerando que as
plantações podem proporcionar um leque de benefícios sociais e econômicos, e
contribuir para satisfazer às necessidades globais por produtos florestais, elas
devem completar o manejo, reduzir as pressões e promover a restauração e
conservação das florestas naturais
Este princípio é aplicável somente no manejo de plantações florestais. Ou seja,
não é utilizado em avaliações de certificação de florestas naturais (nativas).
O objetivo deste princípio é garantir que as plantações florestais sejam
implementadas de forma planejada, para contribuir para a conservação das
florestas nativas, ou seja, manejar as florestas usando técnicas de proteção
florestal, minimização dos impactos, diversificação, monitoramento e outras
práticas.
RECOMENDAÇÕES FINAIS
BENEFÍCIOS DA CERTIFICAÇÃO