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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância - IED

TEMA: Abordagem Histórica do ensino de Geografia em Moçambique

Estudante: João Pius

Código: 708206997

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Cadeira: Didactica de Geografia
Ano de Frequencia: 2º Ano

Tutor:

Pemba, Maio de 2021


Folha de Feedback

Classificações
Pontuação Nota Subtotal
Categoria Indicadores Padrões
máxima do
Tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
 Introdução 0.5
Estrutura organizacionai
 Discussão 0.5
s
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização 1.0
(indicação clara do
problema)
Introdução  Discrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia adequada 2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação do domínio 2.0
do discurso académico
(expressão escrita
Conteúdos
cuidada,
coerência/coesão
Analise e
textual)
Discussão
 Revisão bibliográfica 2.0
nacional e internacional
relevantes na área de
estudo
 Exploração de dados 2.0
 Contributo teóricos 2.0
Conclusão
práticos
 Paginação, tipo e 1.0
Aspectos tamanho de letras,
Formatação
Gerais parágrafos espaçamento
entre linhas
Normas APA  Rigor e coerência das 4.0
Referencias
6ª edição em citações/ referências
Bibliográfic
citação e bibliográficas
as
Bibliografia

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3
Abordagem Histórica do ensino de Geografia em Moçambique ............................................... 4
Princípios e objectivos gerais do ensino de Geografia: .............................................................. 6
Ensino de Geografia no Período Colonial: ................................................................................. 6
Alguns aspectos positivos: ......................................................................................................... 7
Estrutura dos conteúdos: ............................................................................................................. 7
Ensino de Geografia Pós – Independência ................................................................................. 7
Conclusão. .................................................................................................................................. 9
Referencias Bibliográficas. ....................................................................................................... 10

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1. Introdução

O presente trabalho tem como tema: Abordagem Histórica do Ensino de Geografia em


Moçambique.

O trabalho ira desenvolver sobre Princípios e objectivos gerais do ensino de Geografia,


Ensino de Geografia no Período Colonial, Alguns aspectos positivos; Estrutura dos
conteúdos e Ensino de Geografia Pós – Independência.

Para Moreira (1981), em sua lembrança mais remota, a Geografia “nasceu” entre os gregos,
junto com a Filosofia, a História e o teatro, apoiando a expansão comercial grega na forma de
relatos de povos, terras e mapas feitos para servir ao comércio e ao Estado.
A geografia em Moçambique como objecto de ensino e formação tem menos de 50 anos, logo
é muito recente. Segundo Manuel G. M. de Araújo1 a formação de geógrafos iniciou em 1969
com a abertura do Bacharelato2 em geografia na então Universidade Lourenço Marques na
Faculdade de Letras.
Sob um olhar meramente histórico, pode se assumir que a geografia em Moçambique nasce da
geografia portuguesa, esta conclusão é possível, pois nesse ano de 1969 foram duas
professoras portuguesas que pensaram e iniciaram a formação de geógrafos em Moçambique,
estas duas Professoras foram responsáveis deste curso.
Como toda ciência de forma geral, tem o seu percurso evolutivo e este percurso é que
(re)define as formas de fazer as várias ciências, a Geografia como ciência não fugiu a esta
regra.
Por conta deste fato temporal surge a necessidade de saber algumas questões fundamentais
para perceber a Geografia sob ponto de vista histórico e evolutivo.
Este trabalho, no entanto como cientifico goza de uma estrutura. Eis a ilustração dela: capa,
folha de feedback, índice, introdução, desenvolvimento, conclusão e referências
bibliográficas.

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Abordagem Histórica do ensino de Geografia em Moçambique

Ferreira e Simões (1986, p.7) afirmam que a ciência é um produto do pensamento humano, tal
como outros sistemas do pensamento, e representa um instrumento destinado a resolver certas
tarefas humanas. No caso da Geografia, conhecer o espaço onde se vive e no qual se
desempenham as actividades, sejam elas simples e ou de correlação, prática de agricultura e
mesmo das viagens interplanetárias, ou simplesmente na medida em que o homem cria novos
espaços, ele vai fazendo a Geografia.
Com esta forma de apresentar a ciência, fica claro que ela é resultado das várias demandas do
homem, sempre buscando repostas para o dia a dia, e é nessa busca de respostas que a
Geografia se dividiu em três grandes correntes: a pragmática, a da percepção e a crítica
(Seabra, 2007).
Ora, nessas três correntes, pode-se dizer que o problema foi sempre a definição do que é a
Geografia, seus princípios e conceitos fundamentais. Segundo Moreira (2006, p.119), a
Geografia já foi defendida como o estudo descritivo da paisagem, o estudo da relação homem-
meio e o estudo da organização do espaço pelo homem.
Para este autor, cada uma dessas fases apresenta características bem definidas, sendo a
primeira dum período inicial da Geografia, em seguida um período intermediário e por fim o
período recente.
As ciências, como fundamentais para a produção de conhecimento, interpretam, analisam e
explicam as transformações da Terra e da Humanidade, e assim o fazem como forma de
apresentar soluções e prever as possíveis consequências futuras no Universo, não são assim,
apenas um acumular de conhecimentos, mas uma ordem humana imposta, porque permite ter
respostas convenientes às interrogações do homem (Ferreira & Simões, 1986, p.12).
Segundo Moreira (2006) cada fase ela qual a Geografia passou, mostra com clara evidência
uma tendência na forma de produzir os conhecimentos geográficos, indicar, esclarecer e
caracterizar os espaços geográficos a partir dos diversos paradigmas atuantes nos estudos
geográficos. É importante lembrar que nem sempre a Geografia estudou o espaço ou teve a
espaço como objeto de estudo. A Geografia, na primeira fase, visou descrever da paisagem.

O geógrafo arrola seus componentes numa lista extensa, compara


cada elemento por meio de semelhanças e diferenças, até chegar à
formação de grupos de identidade. Então, faz a inventariação da
paisagem, descriminando-a a partir do relato dos aspectos essenciais
de cada um dos planos de classificação. É a fase em que o geógrafo
não procura dar explicações aos fenômenos que descreve.
(MOREIRA, 2006, p. 120)
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O objectivo da Geografia como ciência, neste caso, é explicar e compreender as relações entre
a sociedade e a natureza na sua segunda fase (a fase da produção da segunda natureza),
abrindo espaço para percebermos a produção do espaço.
A segunda fase centrou-se na definição da Geografia como ciência que estuda a
relação do homem com o meio e, por fim, na terceira fase, esta ciência estuda a organização
da sociedade pelo espaço (MOREIRA, 2006, p. 121).
A Geografia sempre foi centro de debates no tocante ao seu enquadramento como ciência.
Actualmente, este debate continua frequente e forte entre os geógrafos e se baseia, entre
outras causas, na pluralidade e nos diferentes domínios da Geografia.
Vários são os questionamentos feitos nessa área do conhecimento desde que ela se tornou
ciência, motivados pelo fato de que muitos tentam responder a seguinte pergunta: a Geografia
deve ser incluída na área das ciências naturais ou ciências humanas?
Não existe uma resposta definida ou definitiva para esta pergunta, mas são todos, os
geógrafos, unânimes que seja a Geografia da área das ciências naturais ou das ciências
humanas, ela vai ter como objecto de estudos as diferenciações atinentes ao espaço
geográfico.
Segundo Araújo e Raimundo (2002), muitos geógrafos, a partir anos 1960, questionam-se
acerca da validade dos números vistos apenas como simples instrumentos da definição de
modelos matemáticos, sem atender ao que eles podem significar dum ponto de vista de análise
social e de acordo com realidades sócio espaciais diferenciadas.
Neste período, foi possível observar várias transformações, estas abriram e continuam á abrir,
às ciências humanas, que por causa dessas transformações passam a ser chamadas ciências
sociais, novos campos de trabalho.
Durante os anos 1960, as novas correntes filosóficas atingem o auge e muitos cientistas
recusam-se, definitivamente, a aceitar a explicação cientifica apoiada em moldes
matemáticos. Depois desse período, o desenvolvimento ou percurso desta ciência foi
acompanhado pelo desenvolvimento da tecnologia, o neopositivismo com face mais
humanizada, assim como do domínio das novas tecnologias, abrindo-se campo para que
pudessem surgir novas correntes filosóficas.
Esse cenário de mudança vai determinar e influenciar muito a Geografia como ciência em
Moçambique, como lembramos ela inicia em 1969, desenvolvida e protagonizada por
portugueses exatamente no final da colonização dos portugueses em Moçambique. São vários

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os assuntos e detalhes que devemos nos atender para conseguir contar a GeoHistoria de
Moçambique.

Princípios e objectivos gerais do ensino de Geografia:


Os objectivos do ensino de Geografia em Moçambique estão em função do Sistema de
Educação Nacional e do Sistema Político vigente. No contexto histórico moçambicano,
deve-se destacar os seguintes objectivos do ensino de Geografia

 Objectivos de ensino de Geografia no período colonial;


 Objectivos de Geografia pós independência;
 Objectivos de ensino de Geografia no SNE.

Ensino de Geografia no Período Colonial:


No período colonial, o ensino de Geografia em Moçambique tinha como objectivos:

 Ensinar a ler, escrever e contar a população indígena, mas inibindo-a a


desenvolver a noção da sua dimensão espacial e cultural;
 Iniciar o estudo de geografia com aspectos inerentes a Portugal;
 Não tomar conta a realidade próxima do aluno, nem a observação directa;
 Utilizar mapas de Portugal de grande escala para transparecer a ideia de que
Portugal era maior que Moçambique;
 A grande escala proporcionava maior concretização, maior detalhe no estudo dos
fenómenos de Portugal em detrimento dos fenómenos geográficos moçambicanos,
cujos mapas eram de pequena escala;
 A exaltação da cultura, história, geografia, descobertas e conquistas portugueses,
contribui para inibir o desenvolvimento e aprofundamento do sentimento
nacionalista moçambicano;
 O ensino de Geografia partindo da realidade próxima do aluno estava relegado a
um plano secundário excepto em casos de estudo de riquezas de Moçambique cujo
conhecimento era de extrema importância para a exploração e produção de
matérias-primas;
 O ensino estava virado para a memorização.
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Alguns aspectos positivos:
 Existência de livros em quantidade e qualidade;
 Orientações metodológicas claras e objectivas;
 Programas exequíveis;
 Professores com formação prestigiosa;
 Número de alunos por turma reduzido

Estrutura dos conteúdos:


 4ª Classe – Noções de Geografia de Portugal;
 1o e 2º Anos do ciclo preparatório
- Noções de Cosmografia;

Estudo dos Continentes e Oceanos;

Noções de Geografia Física e Económica.

 3º, 4º e 5º Anos dos Liceus:


- Geografia Regional da Ásia, África e América;

- Geografia de Portugal

 6º e 7º Anos (Curso Complementar)


- Cosmografia;

- Geografia Física e Económica Geral;

- Alguns Países colonizados.

Ensino de Geografia Pós – Independência

Os objectivos do ensino de Geografia estavam delineados segundo três níveis: Políticos,


Económicos e Científicos:

 Políticos: visavam a formação do Homem Novo com ideologia que combatesse a


exploração do homem pelo homem;

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 Económicos: tinham em vista a integrar o aluno no plano global de reconstrução
nacional, de modo a desenvolver esforços e dinamismo num desenvolvimento
progressivo, constante e planificado da economia do país;
 Científicos: visavam formar cientificamente o aluno de modo a constituir-se uma base
para alcançar os objectivos políticos e económicos e para uma correcta interpretação
dos fenómenos do meio em que o aluno se encontra inserido.

Estes objectivos (Políticos, Económicos e Científicos), tinham em vista o desenvolvimento


de capacidades, habilidades e hábitos, isentos de valores coloniais. Desenvolver o amor pela
Pátria e Sociedade com outros povos “irmãos”. Foi assim que naquele período, o estudo de
Geografia de África, Europa, Ásia e América, estava centrado nos países “irmãos”de
Moçambique, os que tinham auxiliado o povo moçambicano no combate ao colonialismo
português, na sua maioria de orientação socialista: Cuba, ex – RDA, ex – URSS, entre outros.

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Conclusão.

O presente trabalho é fruto de muito esforço empreendido por parte do autor, e constitui um
grande ganho ter concluído com sucesso após muitas pesquisas em varias obras.
Desta feita, o autor concluiu que:
Para Moreira (1981), em sua lembrança mais remota, a Geografia “nasceu” entre os gregos,
junto com a Filosofia, a História e o teatro, apoiando a expansão comercial grega na forma de
relatos de povos, terras e mapas feitos para servir ao comércio e ao Estado.
A geografia em Moçambique como objecto de ensino e formação tem menos de 50 anos, logo
é muito recente. Segundo Manuel G. M. de Araújo1 a formação de geógrafos iniciou em 1969
com a abertura do Bacharelato2 em geografia na então Universidade Lourenço Marques na
Faculdade de Letras.
O objectivo da Geografia como ciência, neste caso, é explicar e compreender as relações entre
a sociedade e a natureza na sua segunda fase (a fase da produção da segunda natureza),
abrindo espaço para percebermos a produção do espaço.
No período colonial, o ensino de Geografia em Moçambique tinha como objectivos:

 Ensinar a ler, escrever e contar a população indígena, mas inibindo-a a


desenvolver a noção da sua dimensão espacial e cultural;
 Iniciar o estudo de geografia com aspectos inerentes a Portugal;
 Não tomar conta a realidade próxima do aluno, nem a observação directa;
 Utilizar mapas de Portugal de grande escala para transparecer a ideia de que
Portugal era maior que Moçambique;
Os objectivos do ensino de Geografia estavam delineados segundo três níveis: Políticos,
Económicos e Científicos:

 Políticos: visavam a formação do Homem Novo com ideologia que combatesse a


exploração do homem pelo homem;
 Económicos: tinham em vista a integrar o aluno no plano global de reconstrução
nacional, de modo a desenvolver esforços e dinamismo num desenvolvimento
progressivo, constante e planificado da economia do país;

 Científicos: visavam formar cientificamente o aluno de modo a constituir-se uma base


para alcançar os objectivos políticos e económicos e para uma correcta interpretação
dos fenómenos do meio em que o aluno se encontra inserido.

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Referencias Bibliográficas.

Modulo, UCM. Didáctica de Geografia. Beira,2016.

ARAÚJO, Manuel G. M; RAIMUNDO, Inês M. A evolução do pensamento geográfico: um


percurso na história do conhecimento da Terra e das correntes e escolas geográficas.Maputo:
Livraria Universitária. 2002.
FERREIRA, Conceição C.; SIMÕES, Natércia N. A evolução do pensamento geográfico.
Lisboa: Gravita. 1986.
SPOSITO, Eliseu S. Geografia e filosofia: contribuição para o ensino do pensamento
geográfico – São Paulo:EDUNESP, 2004.

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