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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à distância

Exame de Recorrência

Temas:

Relação e representação da pratica social

Reflexões transversais sobre a geografia escolar;

A geografia escolar e a construção da cidadania;

Globalização e novas perspectivas para o ensino da geografia;

O ensino de geografia nos dias actuais.

Nucho Domingos de Sousa: 708182454

Curso: Licenciatura em Ensino de


Geografia

Disciplina: Didáctica de Geografia

Ano de frequência: 3º Ano

Docente:

Gurué, Janeiro de 2020


Folha de feedback

Classificação
Indicadore
Categorias Padrões Nota
s Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura organizacio  Discussão 0.5
nais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização (Indicação
2.0
clara do problema)

Introdução  Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico (expressão
3.0
escrita cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
discussão  Revisão bibliográfica nacional e
internacional relevante na área 2.0
de estudo
 Exploração dos dados 2.5

Conclusão  Contributos teóricos práticos 2.0

 Paginação, tipo e tamanho de


Aspectos
Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais
entre linhas
Normas
Referências APA 6ª  Rigor e coerência das
Bibliográfi edição em citações/referências 2.0
cas citações e bibliográficas
bibliografia

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Recomendações de melhoria

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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3

1.1. Objectivos...............................................................................................................................3

1.2. Metodologia............................................................................................................................4

2. Fundamentação teórica...........................................................................................................5

2.1. Relação e representação da pratica social...............................................................................5

2.2. Reflexões transversais sobre a geografia escolar....................................................................6

2.2.1. Por uma Geografia Trans(uni)versal.......................................................................................6

2.3. A geografia escolar e a construção da cidadania....................................................................7

2.4. Globalização e novas perspectivas para o ensino da geografia..............................................9

2.5. O ensino de geografia nos dias actuais.................................................................................10

3. Conclusão..............................................................................................................................12

4. Referências bibliográficas.....................................................................................................13

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1. Introdução

No princípio do século XXI torna-se cada vez mais necessário ensinar Geografia de forma crítica
e relacional buscando formar cidadãos conscientes e autónomos, capazes de identificar e
dispostos a transformar as grandes desigualdades sociais que ainda persistem. Para atender tal
realidade é necessário o desenvolvimento de um novo aporte teórico-metodológico, bem como
uma formação profissional adequada, na qual a articulação entre a teoria e prática é fundamental.

Diante disso, o presente trabalho tem como objectivo discutir alguns temas do ensino de
Geografia na contemporaneidade, apresentando o conceito de globalização como um instrumento
de análise que possibilite o estudante compreender o processo de reconstrução do espaço
geográfico actual, estruturado segundo as conceituações de Santos (2012) & Harvey (2010),
como um meio técnico-científico-informacional e submetido a lógica da compressão espaço-
tempo.

1.1. Objectivos

Geral:

 Compreender as reflexões transversais sobre a geografia escolar e o ensino da geografia


nos dias actuais.

Específicos:

 Conhecer o papel do ensino da geografia na construção da cidadania;


 Explicar o processo de ensino de geografia nos dias actuais.

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1.2. Metodologia

Segundo Marconi & Lakatos (2000, p. 44), “método é o caminho pelo qual se chega a
determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo
reflectido e deliberado”.

A pesquisa bibliográfica, é considerada uma fonte de colecta de dados secundária, pode ser
definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado
assunto, tema ou problema que possa ser estudado (Cervo & Bervian, 2002).

Para Lakatos & Marconi (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica,

“[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto
directo com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]”.

Portanto, para a realização deste trabalho usou-se obras primárias, e alguns artigos baixados
na internet e de que certa forma abordam o tema em questão.

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2. Fundamentação teórica

2.1. Relação e representação da pratica social

Conforme Andrade (1989, p. 89), a análise de confronto entre a antiguidade e a


modernidade não se reduz à proposição de soluções pedagógicas, nem tão pouco geográficas,
com um discurso ingénuo em defesa das classes sociais menos favorecidas, mas recupera a
condição de docentes interventores, em um espaço legítimo de transformação social: a escola.

Dessa maneira, pode-se afirmar que as relações estruturais existentes na sociedade


capitalista colocam novas formas de estruturação do espaço do campo e da cidade, constituindo
um sistema de organização que, diante do processo de globalização acelerada, desconsidera as
relações homem-natureza.

O ensino de Geografia, construído pela reprodução de manuais, conduz a uma insatisfação


e a um descomprometimento dos alunos frente a essa disciplina, podendo se perceber afirmações
que reforçam a ideia de que a metodologia utilizada pela maioria dos professores nas escolas da
cidade não tem relação com a vida quotidiana dos alunos, o que direcciona a aprendizagem para
repetições, impossibilitando a criação/recriação.

A prática da Geografia escolar, que está presente na postura de alguns professores, tem a
ver com a sua historicidade, ou seja, o paradigma abrange sua própria crise epistemológica,
evidenciada na divisão entre Geografia Humana e Geografia Física.

Por isso, cabe ao professor entender as especificidades inerentes a Geografia, mas


desconstruir o carácter de fragmentação que a envolve, de forma a intervir no processo de ensino-
aprendizagem valorizando o entendimento do espaço geográfico como uma extensão humana e
física.

Ao profissional da área de Geografia cabe o entendimento de que os problemas relativos ao


espaço escolar estão ligados aos problemas do homem na sociedade, tentando estabelecer uma
relação directa entre o que se ensina e o que se aprende, e reafirmando a função social da ciência.

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2.2. Reflexões transversais sobre a geografia escolar

A transversalidade como prática pedagógica tem permeado o ideário educacional como


alternativa de fazer com que discussões mais abrangentes, entre elas, discussões sobre meio
ambiente, saúde, ética e outras, busquem estar inseridas no discurso presente em sala de aula e,
principalmente, na prática fora de sala de aula e, quando possível, fora do ambiente escolar,
embora delineado e trabalhado pela escola. É um princípio teórico que tem como objectivo
transpor as barreiras da educação tradicional, convencional, que busca ensinar sobre a realidade,
visto que sua premissa é clarificar a realidade social.

Pontuschka et al (2007, p. 127), afirma que,

[...] educar na transversalidade implica mudar a perspectiva do currículo escolar, indo


além da complementação das áreas disciplinares e chegando mesmo a remover as bases
da instituição escolar remanescente do século XIX. [...] Os temas transversais são
também interpretados como ponte entre o conhecimento do senso comum e o
conhecimento académico, estabelecendo articulação entre ambos.

Dentro do contexto do ensino de geografia, é fácil pensar em temas de interesse sócio-


cultural que podem ser trabalhados de forma transversal. Meio ambiente, cultura, atmosfera,
hidrosfera, segurança pública, política, são temas certamente relevantes quando o assunto é
formação cidadã, e todos eles podem ser trabalhados junto à outras disciplinas escolares. Como
exemplo, podemos tomar o tema meio ambiente, que pode ser apreendido por praticamente todas
as disciplinas; atmosfera, podendo ser abordada tanto pela geografia como pela física, biologia,
matemática e outras, ou mesmo cultura, que pode ser abordada por disciplinas como português e
história, além da geografia.

2.2.1. Por uma Geografia Trans(uni)versal

Podemos nos pegar comummente pensando o seguinte: - Estudamos uma determinada


ciência e diante da consciência que buscamos ter do mundo a partir desta ciência, tendemos a nos
encerrar em suas determinações epistemológicas. Por que isto acontece? É neste momento – já
que estamos falando de ciência com consciência, fazendo uso de expressão de Morin (s/d), que
temos de nos sensibilizar diante dos fatos e determinações científicas vinculadas às outras
ciências.
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Percebendo a possibilidade de contacto com as outras ciências como o estopim para a
discussão de temas transversais no ambiente escolar, podemos tecer com maior liberdade a
comunicação interdisciplinar em benefício de uma formação educacional mais eficiente.

O encurralamento epistemológico que tende o professor a tomar, por intermédio da


construção curricular da disciplina, é algo a ser combatido. Porém, tal encerramento é por vezes
produto de ideologias baratas, hiperespecializações e/ou egos inflados.

A transversalidade, nesse sentido, aparece como possibilidade de contacto – mesmo quer


por vezes indirecto, com outras disciplinas e, por conseguinte com outras ideologias e métodos
que podem somar à ciência geográfica na tentativa de uma geografia que compreenda a totalidade
mundo à que Straforini (2001), se refere proporcionando uma geografia que ensina o ser humano
o sentido de geograficidade tomado por Dardel (Besse, 2006).

2.3. A geografia escolar e a construção da cidadania

Sabemos que Geografia escolar é rica em conteúdos e conceitos tais como: lugar, natureza,
território, etc., que podem ser trabalhados em todas as fases de ensino e relacionados à realidade
dos educandos, possibilitando-lhes melhor apreender o seu espaço de vivência e também
condições de actuar sobre ele.

Dentre os conceitos que são usualmente utilizados pela Geografia escolar, e também por
outros componentes curriculares consideramos os de Meio Ambiente e Cidadania de extrema
relevância para a formação do cidadão crítico, reflexivo, participativo na sociedade em que está
inserido.

O conceito de cidadania vem sendo discutido durante a evolução do conhecimento nas


áreas das ciências humanas. Quem primeiro discutiu esse conceito de forma mais ampla em sua
estrutura evolucional segundo Bosco (2003), foi T. H. Marshall em 1950. O conceito de
cidadania surge na Inglaterra, e evoluiu obedecendo ao seu desenvolvimento histórico,

Numa primeira fase vieram os direitos civis – século XVIII -; no século XIX, os direitos
políticos. O exercício dos direitos civis – votar e ser votado – permitiu a criação e
posterior ascensão do Partido Trabalhista Inglês. Este foi responsável pela introdução
dos direitos sociais, segundo a concepção de Marshall. Em meados do século XIX na

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Inglaterra, um destes direitos sociais introduziu um programa de “Educação Popular”
que objetivou ampliar uma “consciência cidadã” e forçou a expansão dos outros direitos.
(Bosco, 2003, p. 21)

O conceito de cidadania da forma como é inculcado nas pessoas leva ao entendimento que
cidadão é aquele que cumpre seus deveres políticos e civis para com o Estado. Na verdade esse
conceito nem é muito discutido. Mais raro ainda é a discussão em torno de direitos sociais, pois
isto, por vezes esbarra em uma ordem imposta e justificada em nome da manutenção da mesma,
ou uma democracia velada, e não de direito.

Para Viana (2003), a construção da cidadania surge com a sociedade burguesa e por isso a
cidadania atende ao capital, seja ela outorgada ou conquistada. Quem controla a sociedade é o
Estado e por isso é impossível pensar em ampliar ou conquistar a cidadania, o que seria
intensificá-la no estado capitalista, não no sentido de atender a sociedade no geral, mas de atender
a sociedade burguesa.

A forma como historicamente a Geografia escolar tem sido trabalhada por muitos
professores reforçam o descaso e desinteresse dos alunos para com a mesma, valorando a
memorização de conteúdos e conceitos que não instigam o individuo a tecer suas reflexões acerca
do espaço geográfico. Entendemos que ver o mundo e as relações sociais que se estabelecem
entre ser humano e a natureza, bem como entre os indivíduos organizados socialmente, requer
capacidade crítica e reflexiva, para questionar o que está posto.

Assim, podemos dizer que a Geografia escolar nos permite isto; compreender a
complexidade do mundo tecendo correlações entre o que acontece em nosso quotidiano,
considerando as experiências do indivíduo, suas experiências, e seu espaço vivido. O resultado
disso é a construção dos conceitos que consequentemente acarretará na apreensão do espaço
geográfico.

A Geografia tem grande importância na formação do cidadão, visto que seu objecto de
estudo é o espaço. Este se constitui como político, cultural, social, como também físico. É, ao
mesmo tempo, concreto e abstracto. É, enfim, dialéctico. Portanto o espaço geográfico pode/deve
não apenas ser visto, como trabalhado como o lugar de vivência, aproximando-se portanto do
aluno e de sua realidade.

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Segundo Santos & Kahil (2007), é no espaço geográfico que os processos sociais ocorrem e
através de seu estudo que o aluno compreende a dinâmica dos lugares, já que o lugar não está
sozinho, mas é reflexo de um todo. As transformações políticas, sociais, económicas e culturais
articulam-se no lugar, resultando suas particularidades.

2.4. Globalização e novas perspectivas para o ensino da geografia

Como aponta Lacoste (1993), em seu livro a Geografia serve antes de tudo para fazer a
guerra. Assim, a Geografia começou a ser ensinada na escola porque era útil à classe dominante
naquele momento histórico.

A partir dessa implantação da geografia nas escolas ela passa a ser ensinada, amparada em
descrições do território como relevo e hidrografia para que os alunos futuros soldados
reconheçam as características no campo de batalha. Assim a geografia se torna uma disciplina
que passa a cumprir uma função extremamente disciplinadora e patriótica.

Compreendemos que não é possível continuar ensinando e aprendendo uma Geografia


desgarrada da vida e das relações sociais que vivemos. Há desafios enormes que precisam ser
enfrentados, seja no espaço da sala de aula, seja no espaço da formação docente dos cursos de
licenciatura nas universidades.

Uma das questões que consideramos importantes neste debate da formação é não reduzir o
saber geográfico aos modismos que estão ai. Por exemplo: não é possíveis as instituições
formadoras de professores de Geografia simplificarem a formação do licenciado em geografia ao
debate em torno de questões ambientais desligadas das contradições políticas e económicas de
uma determinada sociedade.

Não se sustenta pensar o ensino de Geografia como um conjunto de saberes patrióticos e


livrescos, uma vez que para muitos se resume apenas nisso. Para além dessa perspectiva
entendemos que a geografia se articula com teorias, conceitos e métodos e com conhecimentos
gerados e construídos na prática social e isto só é possível no contexto de um trabalho de
compreensão crítica da sociedade (Straforini, 2001).

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O ensino de Geografia tem sido um tema muito discutido no cenário educacional,
principalmente em relação às transformações que vem ocorrendo no mundo moderno, dando
inicio a uma crise no ensino. De um lado, temos os conteúdos estudados em sala de aula que na
maioria dos casos apenas objectivam a reprodução. Do outro lado, o momento histórico actual em
que se corroboram como já explicitado (lutas entre classes, um rápido avanço tecnológico,
profundas mudanças e transformações no contexto social), no qual, os conteúdos da disciplina
não permitem sequer compreender o mundo em que vivemos, imagine compreender os problemas
da sociedade.

As profundas mudanças, transformações e avanços tecnológicos dificultam a compreensão


do ensino geográfico no âmbito escolar e ao mesmo tempo facilita a reprodução com conteúdos
acríticos contido nos livros que não se permite sequer entender a realidade vivida. Oliveira (1994,
p. 13) diz que ‘’Defender a geografia dos livros didácticos é defender uma geografia sem futuro,
uma geografia do passado, que a história dos debates dentro da geografia tem procurado
superar’’.

Na perspectiva de (Oliveira, 1994, P. 144) para se compreender o papel da geografia em um


sentido crítico e conscientizador, temos que pensar em:

Uma geografia que possibilite às crianças, no processo de amadurecimento físico e


intelectual, irem formando/criando um universo crítico que lhes permita se posicionar
em relação ao futuro, e lhes permita finalmente construir o futuro.

Compreendemos que o ensino da geografia está longe de uma condição adequada para o
seu desenvolvimento. Os conteúdos e os tempos que temos para ministrá-la nas escolas não
permitem que professores e alunos construam novos conceitos, novas experiências ancoradas nas
práticas sociais do quotidiano. O próprio número de aulas de geografia tem diminuído nos
últimos anos, pois os conteúdos que têm tido maior relevância são os de química, física e
gramática, pois esses têm grande aproveitamento nas profissões de valor comercial actual.

2.5. O ensino de geografia nos dias actuais

Vivemos no presente uma nova realidade que reconfigura o espaço geográfico em escala
global, através do processo de globalização, fenómeno que influência de forma directa, indirecta,

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positiva e negativamente nossa vida diária. Pensando que a realidade da globalização é
contraditória, e que esse fenómeno não apenas faz parte, mas é a própria realidade vivida no
mundo contemporâneo, acreditamos ser a globalização um conceito necessário para que o aluno
consiga perceber seu quotidiano com criatividade, sendo assim um agente no processo de ensino
aprendizagem.

Diante dessa consideração, a Geografia Escolar tem como função orientar o processo de
ensino-aprendizagem para que o aluno compreenda o mundo actual, com suas transformações na
organização do espaço geográfico ocasionadas pelo sistema técnico científico-informacional do
qual fazemos parte. Deve apresentar aos alunos suas contradições e ainda contribuir para a
formação de um cidadão crítico capaz de transformar sua realidade. Para Castrogiovanni (2010,
p. 85) a construção do conceito de globalização pelo ensino de geografia,

“Deve possibilitar que o aluno construa não apenas conceitos e categorias já elaboradas
socialmente, mas que signifique tais instrumentais a partir da compreensão do particular,
do poder ser diferente nas interpretações e mesmo assim fazer parte do contexto”.

Assim, o Ensino de Geografia torna-se, portanto, um instrumento de análise que possibilita


ao aluno compreender as actuais relações sociais, económicas, políticas, e culturais da sociedade
em suas escalas local e global, ou seja, leva ao aluno compreender de forma dialéctica e
relacional a construção do espaço geográfico contemporâneo, pois este conteúdo guarda em si a
imagem de totalidade e princípios sistémicos.

Neste contexto, para a educação de cunho construtivista a construção de conceitos tem


papel decisivo e o conceito de globalização faz parte do conjunto específico de conteúdo que são
determinantes na construção de cidadãos conscientes da sua realidade. Esse conceito ainda
considerando os Parâmetros Curriculares Nacionais (2013) faz com que o aluno compreenda a
dinâmica do seu quotidiano conseguindo ligar esse as diversas escalas.

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3. Conclusão

Fica claro que o esforço tem de ser conjunto. A Geografia diante das necessidades
certamente tem sua importância, todavia ante a perspectiva de formação que o indivíduo tem de
ter para viver uma geograficidade capaz de fazê-lo perceber em suma o mundo, a Geografia é
base, porém não a totalidade do conhecimento humano-educacional. Nesse sentido, a
transversalidade – trata-se de uma perspectiva teórica que só conjuntamente tem condições de ser
efectivada, apesar de sumariamente ser necessária a preocupação com a possibilidade de se
trabalhar uma geografia transversal.

De acordo com Straforini (2001), a Geografia ensinada nas escolas, bem como outros
componentes curriculares pode auxiliar o educando a tornar-se um cidadão crítico, com
capacidade de actuar em prol da transformação de sua realidade social e ambiental. Contudo, isto
dependerá da forma como este componente curricular for ensinado, pois para fazer a diferença o
educando deve sentir prazer em aprender Geografia, uma vez que ela esta presente em nosso
quotidiano; pois vivemos no espaço geográfico e é nesse espaço que se estabelecem as relações
quotidianas do ser humano.

Como conclusão, inferimos ainda que talvez seja preciso actuar de forma colaborativa na
formação do professor de geografia frente a esse contexto. Estimulando assim, como diz
Cavalcanti (2002), a formação contínua e mais precisamente o ensino com pesquisa que poderá
contribuir para sanar a lacuna ainda persistente entre a teoria e prática professoral.

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4. Referências bibliográficas

Andrade, M. C. (1989), Caminhos e descaminhos da Geografia. Campinas: Papirus.

Besse, Jean-Marc. (2006), Ver a terra: seis ensaios sobre a paisagem e a geografia. São Paulo:
Perspectiva.

Bosco, Valéria. (2003), A Construção de uma Cultura Cidadã: análise da proposta de educação
cidadã da igreja católica no Brasil. Campinas.

Claval, Paul. (1999), O território na transição da pós-modernidade. In: GEOgraphia. Ano I,


número 2.

Cavalcanti, Lana de Sousa. (2002), Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa.

GEOCIÊNCIAS – Práticas de Geografia. Ciências humanas e suas tecnologias. Disponível em


< http://geociencias.terapad.com/ >. Acesso em 20 de Janeiro de 2021.

Straforini, Rafael. (2001), Ensinar geografia nas séries iniciais: o desafio da totalidade-mundo.
Campinas.

Pontuschka. Níbia Nacib et al. (2007), Para ensinar e aprender geografia. 1ª ed. São Paulo:
Cortez.

Nogueira, Valdir. (2007), Educação e cidadania na educação geográfica: os saberes discentes e


a formação da consciência espacial-cidadã. In: IX ENCONTRO DE PRÁTICA DE ENSINO
DE GEOGRAFIA: Mundo contemporâneo, práxis educativa e ensino de Geografia.
Universidade Federal Fluminense.

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