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UFCD 3276 – Modelos Pedagógicos
Âmbito do manual
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta
duração nº 3276 – Modelos Pedagógicos, de acordo com o Catálogo Nacional de
Qualificações.
Objetivos
Conteúdos programáticos
Carga horária
• 25 Horas
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Índice
Sumário..........................................................................................................................................4
Referências bibliográficas.........................................................................................................31
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Sumário
O serviço educativo das instituições de educação, sejam elas públicas ou privadas, carecem
cada vez mais de agentes educativos com formação, que saibam desempenhar o seu papel de
forma fundamentada em pedagogias de trabalho.
Hoje, um técnico de ação educativa não é apenas um adulto que supervisiona as brincadeiras
e colmata as necessidades básicas das crianças, alimentação e higiene. As funções deste
profissional foram extensamente alargadas, e este tornou-se um interveniente ativo no
processo de desenvolvimento integral das crianças.
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Antigamente, não havia a consciência de que a criança necessitava de uma atenção especial e
diferenciada na sua educação. A criança era vista como um adulto em miniatura. Não era dada
a devida importância ao seu desenvolvimento e ao seu processo de aprendizagem.
A responsabilidade da criança era atribuída à mãe. Cabia às mães educar os filhos até a idade
de sete anos e depois disso os meninos eram entregues a educação militar, que era da
responsabilidade do Estado e as meninas permaneciam sobre a tutela das mulheres,
aprendendo em casa as tarefas domésticas.
Para além das instituições que acolhiam crianças órfãs, foi no princípio do século XIX, no
contexto da revolução industrial, que surgiram as primeiras instituições para crianças com
idade inferior à da frequência da escola primária. “Com o incremento da revolução industrial e o
recrutamento de muitas mulheres para o trabalho diário em fábricas torna-se necessária a
escolarização das crianças mais pequenas dos 7 aos 12 anos na escola primária e antes dos 7
anos torna-se necessário assegurar uma educação infantil que começa por assegurar a guarda
das crianças enquanto as mães estão a trabalhar” (Meireles-Coelho, 2004b: 5). Estas
instituições para a infância, criadas por iniciativa privada, eram frequentemente designados por
“acolhimento”, casas de asilo ou salles d’asile e desempenhavam uma função social e de
guarda.
Em toda a Europa, até ao aparecimento destas instituições, eram as famílias que assumiam a
total responsabilidade pelos cuidados e educação dos seus filhos. Com a revolução industrial e
o subsequente aumento do trabalho feminino, verificou-se a necessidade de se encontrar um
local onde as crianças pudessem permanecer durante o horário de trabalho dos pais.
Paralelamente a esta situação verificou-se o surgimento de novas ideias pedagógicas e,
paulatinamente, várias personalidades criaram estabelecimentos de educação pré-escolar,
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desenvolveram modelos pedagógicos e introduziram sistemas de formação destinados aos
profissionais que iam trabalhar com crianças em idade pré-escolar.
Dentre os vários pedagogos que se dedicaram a estudar e a criar instituições para crianças
desta faixa etária, salientamos Robert Owen no Reino Unido (1818), Friedrich Froebel (1840)
cuja pedagogia e obra se difundiu em quase toda a Europa ao longo da segunda metade do
século XIX, e Maria Montessori (1907) em Itália no início do século XX. “A influência
pedagógica de Froebel revela-se tanto nos Estados-membros que optaram por um ingresso
precoce das crianças no sistema educativo (Bélgica, Espanha, Grécia, Luxemburgo e
Holanda), como nos que optaram por uma estrutura educativa exterior ao sistema escolar.
Nestes últimos, a designação que Froebel introduziu – Kindergarten, à letra “jardim das
crianças” – teve tendência a manter-se, ou na sua forma original, ou adaptada (Alemanha,
Dinamarca, Portugal)” (UNIÃO EUROPEIA / EURYDICE, 1994-1997: 54).
A expansão da educação pré-escolar nos anos 60, não se processou da mesma forma nos
diferentes países europeus, e segundo Bairrão & Tietze (1995), este facto pode ficar a dever-se
a uma industrialização tardia de certos países. Esta expansão da educação pré-escolar dos
anos 60, nos países da Europa Ocidental, surgiu ligada à educação compensatória e
influenciou o desenvolvimento atual da educação pré-escolar nos diferentes países europeus.
Reino Unido
As Infant Schools de Robert Owen (1771-1858) surgiram na revolução industrial inglesa, com a
função de guarda para permitir que as mães trabalhadoras pudessem passar o dia a trabalhar
nas fábricas.
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No século XVIII, no Reino Unido, já havia instituições, de iniciativa privada, para guarda e
educação de crianças. Mas foi Robert Owen (1771-1858) que, em 1816, criou junto da sua
fábrica em New Lanark, na Escócia, uma primeira "instituição" para crianças com mais de dois
anos, cujas mães e irmãos mais velhos trabalhavam na fábrica. Esta inovação (New Institution)
era destinada a filhos de operários e teve como primeiro orientador James Buchanan, tecelão
da fábrica com muito entusiasmo pela educação de crianças pequenas segundo as teorias de
Pestalozzi, Rousseau e Locke, que abriu uma "instituição nova" em Londres em 1818. E
Samuel Wilderspin (1792-1866), tendo por base o modelo de educação de infância de Robert
Owen, organizou conferências e impulsionou a criação de cerca de 150 "instituições novas" por
todo o país. Em 1824, surgiu a primeira escola de formação de educadores para estas escolas
infantis: a London Infant School Society. (UNIÃO EUROPEIA / EURYDICE, 1995-1997: 147-
158).
Alemanha
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França
Em França, as salles d’asile foram o primeiro centro de acolhimento para a guarda de crianças
e abriram as suas portas em 1828 em Paris. Destinavam-se aos filhos dos operários e
desempenhavam uma função social. Denis Cochin (1789-1841) criou o primeiro asilo modelo
após ter conhecido, em Inglaterra, as Infant Schools em Londres.
A partir de 1886 o termo école maternelle passa a designar perante a lei, os estabelecimentos
de educação pré-escolar, substituindo assim, a ancestral denominação salles d’asile.
A mudança de terminologia das instituições para a infância, representa também a mudança das
funções que estas passam a desempenhar. Assim, enquanto que as salles d’asile
desempenhavam prioritariamente uma função de guarda das crianças mais novas, a école
maternelle passa a desempenhar uma função educativa para os mais novos.
Itália
No início do século XX, Maria Montessori (1870-1952), criou em 1907 a primeira Casa dei
Bambini em Roma.
Portugal
A educação de infância surge em Portugal no século XIX altura em que foram definidas as
primeiras medidas legislativas no que concerne à educação de infância.
O seu surgimento deve-se à afirmação da classe média que se torna mais influente e mais
educada e ao valor cada vez maior que se dá à infância.
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Por outro lado, o país conhece um lento mas progressivo processo de industrialização,
acompanhado da migração de populações para as zonas urbanas, o que originou a
necessidade e a procura de níveis de educação mais elevados.
Desde o final do século XVIII até meados do século XX verificou-se a difusão de novas ideias
pedagógicas com Rousseau, Pestalozzi, Owen, Froebel, João de Deus, José Augusto Coelho,
Faria de Vasconcelos, Maria Montessori e outros. Tal como aconteceu noutros países, as
referências teóricas que inicialmente influenciaram a prática da educação de infância em
Portugal derivaram de conceções teóricas de natureza pedagógica.
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Principais correntes pedagógicas no período contemporâneo
Aos que se ocupam da educação escolar e pré-escolar, é requerido que façam opções
pedagógicas, ou seja, assumam um posicionamento sobre objetivos e modos de promover o
desenvolvimento e a aprendizagem de sujeitos inseridos em contextos socioculturais e
institucionais concretos.
Embora cada educador, professor adote o seu próprio método pedagógico, inscreve-se na
maior parte das vezes num dos dois principais tipos de pedagogia:
Pedagogia ativa, participativa
Pedagogia diretiva, tradicional, transmissiva
Quanto à pedagogia diretiva, não permite tanta participação por parte das crianças. São linhas
orientadoras desta pedagogia: o decorar, o aceitar das regras e o respeitar a autoridade.
Ritmos escolares inadaptados, sistemas de avaliação prejudicial para os alunos, formações em
pedagogia insuficientes para os professores, problemas de disciplina, criatividade ignorada,
etc.
Em 1762, Jean-Jacques Rousseau publica a sua famosa obra Emílio, ou Da Educação, na qual
preconiza o desenvolvimento das qualidades próprias de cada criança e o facto de a
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experiência e as relações com os outros e com o mundo que a rodeia serem muito mais
determinantes na aquisição do saber do que os livros ou as teorias inculcadas por um
professor. Inspiradas por estes princípios, nascem as principais correntes pedagógicas do
período contemporâneo um século mais tarde.
Escola Nova é um dos nomes dados a um movimento de renovação do ensino que foi
especialmente forte na Europa e na América, na primeira metade do século XX.
O grande nome do movimento na América foi o filósofo e pedagogo John Dewey (1859-1952).
O psicólogo Edouard Claparède (1873-1940) e o educador Adolphe Ferrière (1879-1960),
Célestin Freinet (1896-1966), entre muitos outros, foram os expoentes na Europa.
Papel da Escola
• Proposta de Escola Democrática, proclamada para todos.
• Valorizar os conhecimentos que o aluno traz, estimular alunos diferentes e que
necessitam de estímulos diferentes.
• Ajustamento social por meio de experiências, em que a escola deve retratar a vida.
Função da Avaliação
• Valorização de aspetos afetivos - atitudes.
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• Preocupação com a participação, interesse, socialização e conduta.
• Ênfase na autoavaliação.
Técnicas de Ensino
• “Aulas-passeio”, “aula-oficina”, “aulas do meio natural”
• Centros de interesse
• Estudo dirigido
• Método de projetos
• Fichas didáticas
• Contrato de ensino
As técnicas e os métodos exigem o uso de muitos recursos didáticos e são orientados por três
princípios: individualização, liberdade e espontaneidade.
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Antes de falarmos sobre Educação Popular, precisamos definir o termo “popular”. A conceção
mais comum que se observa, inclusive nos dicionários, é de “popular” como sendo algo
do povo, para o povo, que atende às necessidades do povo.
Assim, podemos definir a Educação Popular como uma teoria de conhecimento referenciada
na realidade, com metodologias incentivadoras à participação e ao empoderamento das
pessoas permeado por uma base política estimuladora de transformações sociais e orientado
por anseios humanos de liberdade, justiça, igualdade e felicidade.
Paulo Freire, nascido em Recife em 1921, foi um obstinado defensor da escola democrática, da
educação popular, e colaborou para uma nova abordagem na relação entre educador e
educando, colocando a troca horizontal de saberes e experiências como base do aprendizado.
Assim, para ele, não apenas o aluno, mas também o professor aprendia com o repertório que
cada um levava para a escola. Utilizava bastante vezes a frase “não há saber mais ou saber
menos, há saberes diferentes” exemplificando bem esta sua visão.
Ainda segundo Freire, os conflitos sociais, o jogo de interesses, as contradições que se davam
na sociedade refletiam-se necessariamente no espaço das escolas.
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A abordagem de Paulo Freire para a alfabetização de adultos foi criada em consonância com
seus princípios. Uma das estratégias usadas era, por exemplo, iniciar o processo a partir de
palavras próprias do vocabulário e realidade dos adultos, as chamadas “palavras geradoras”
como lavoura, tijolo, etc. Outro ponto de destaque estava na formação de educadores
populares que atuavam como “animadores de debate” e de círculos de cultura.
Papel da Escola
• Formação da consciência política do aluno para atuar e transformar a realidade.
• Problematização da realidade, das relações sociais do homem com a natureza e com os
outros homens, visando a transformação social.
Função da Avaliação
• Prática emancipadora.
• Desenvolvimento e progresso do grupo a partir de um programa definido coletivamente
com o grupo.
• Prática vivenciada entre educador e educandos no processo de grupo pela
compreensão e reflexão crítica.
• Trabalhos escritos e autoavaliação em termos do compromisso assumido com o grupo e
com a prática social.
Técnicas de Ensino
• Métodos e técnicas que se refazem na práxis: grupos de discussões, debates,
entrevistas.
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Papel da Escola
• Promover o autodesenvolvimento e a realização pessoal.
• Prioriza os problemas psicológicos em detrimento dos pedagógicos.
• Privilegia situações problemáticas correspondentes aos interesses do aluno.
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• Enfoque no afrouxamento das normas disciplinares (as funções de professor e aluno se
confundem).
Função da Avaliação
• Atividades avaliativas: debates, seminários, elaboração de murais pedagógicos, relatório
das pesquisas experimentos e estudos do meio, trabalhos em grupo em que o educando
deve aprender a fazer fazendo e a pensar pensando.
Técnicas de Ensino
• Contratos onde alunos e professor estabelecem níveis de aproveitamentos, tópicos e
conceitos (nota A, nota B).
• Grupo de facilitadores: um presidente e um relator que preparam as sessões de estudo
com o professor.
• Entrevista: criar no curso da entrevista uma atmosfera propícia para que o próprio aluno
escolha seus objetivos.
• Trabalhos em grupo, pesquisas, jogos/criatividade, observação, experiência, dinâmicas
de grupos, pesquisas.
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Pedagogia construtivista
Inspirada nas ideias do suíço Jean Piaget (1896- 1980), esta pedagogia procura instigar a
curiosidade, já que o aluno é levado a encontrar as respostas a partir de seus próprios
conhecimentos e de sua interação com a realidade e com os colegas.
O método enfatiza a importância do erro não como um engano, mas como um trampolim no
trajeto da aprendizagem, as disciplinas estão voltadas para a reflexão e autoavaliação. A teoria
condena a rigidez nos procedimentos de ensino, as avaliações padronizadas e a utilização de
material didático demasiadamente estranho ao universo pessoal do aluno.
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Mais do que uma linha pedagógica, o construtivismo é uma teoria psicológica que procura
explicar como se modificam as estratégias de conhecimento do individuo no decorrer de sua
vida.
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De acordo com Behar et all (2007) o modelo pedagógico "... representa, explica e orienta a
forma como se aborda o currículo e que se concretiza nas práticas pedagógicas e nas
interacções professor-aluno-objecto”.
“Os modelos pedagógicos são referenciais essenciais para ação educativa do educador, para o
pensamento, para a reflexão antes, durante e após a ação” (Oliveira-Formosinho, 2007, p. 34).
Isto é, o modelo pedagógico utilizado pelo profissional da educação, educador, estabelece uma
certa organização, embora flexível, no que toca à organização do espaço, dos materiais, na
organização das rotinas, entre outros.
Neste sentido, o modelo pedagógico adotado pelo educador deve enquadrar-se dentro dos
princípios educacionais que o próprio defende, de forma, a haver uma maior familiaridade entre
ambos e a sua execução ser mais fluida e eficaz.
Existem, também, educadores que não seguem à risca um modelo pedagógico, mas baseiam-
se em vários para definir a sua ação. O importante é que o educador exerça a sua função de
acordo com princípios pedagógicos claros e bem assumidos como, por exemplo, o
construtivismo, a aprendizagem pela ação, a inclusão, entre outros.
High Scope
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Um modelo com base nas teorias de Piaget de orientação cognitivista e construtivista.
Começou a ser estruturado nos anos sessenta, em Ypsilanti (Michigan, USA), recebendo o
nome da instituição em que se desenvolveu, sob a liderança de Weikart.
Segundo Hohmann & Weikart (1995), as crianças são “agentes ativos que constroem o seu
próprio conhecimento do mundo enquanto transformam as suas ideias e interações em
sequências lógicas e intuitivas de pensamento e ação” (p.22). Ou seja, o modelo High Scope
defende que a criança aprende através da ação que realiza sobre
objetos/materiais/conhecimentos sobre o mundo.
As bases da Aprendizagem pela Ação sustentam que se deve viver experiências diretas e
imediatas e retirar delas significado através da reflexão sobre:
• A ação direta sobre os objetos
• A reflexão sobre as ações
• A motivação intrínseca
• A invenção
• A produção
• A resolução de problemas
O modelo considera a criança como aprendiz ativo, que aprende melhor a partir das atividades
que ele mesmo planeia, desenvolve e sobre as quais reflete (planear-fazer-rever).
Com a rotina diária proposta por este modelo está bem definida, apesar de flexível, e as
crianças conseguem antever os momentos seguintes do seu dia-a-dia. Esta organização
desenvolve, nas crianças, competências de planeamento das suas atividades. O controlo das
atividades é partilhado entre a criança e o adulto, apesar de este ter um papel fundamental no
apoio à aprendizagem da «escolha» e da «resolução de problemas».
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A sala deverá ser dividida em diferentes áreas deixando um espaço central para movimentação
entre elas, como por exemplo:
• Área da casinha
• Área da biblioteca
• Área dos blocos e construções
• Área da plástica
• Área da música
• Área da areia e água
• Área da natureza e animais
• Área dos computadores
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Nesta organização de espaço, é importante que os materiais sejam do interesse das crianças,
organizados e guardados de forma visível e acessível a todos. Aspetos a ter em conta na
seleção e organização de materiais:
A sala de atividades deve ser agradável para que as crianças tenham gosto e vontade de lá
entrar. Para que seja possível promover uma aprendizagem ativa, é necessário organizar os
espaços para que as crianças possam se envolver em diversas atividades, quer seja em
grande ou em pequeno grupo.
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O MEM tem por base a pedagogia de Célestin Freinet, um professor francês, que desenvolveu
um método natural de aprendizagem, no decurso do seu trabalho como docente do 1.º ciclo,
iniciado em 1920.
Nas salas de jardim de Infância o dia inicia-se em redor de uma mesa, onde se desenrolam
conversas, partilham-se ideias e opiniões, bem como se prepara o dia. Juntos, educador e
crianças reúnem-se em Conselho para planear as atividades que vão acontecer. Depois deste
momento desenrola-se todo um dia que assenta na oportunidade de cada criança
participar ativamente e em sociedade num ambiente de descoberta do mundo em
constante partilha e crescimento.
O modelo do MEM baseia-se em princípios democráticos, éticos, de participação e de
cooperação. Os principais objetivos são fornecer às crianças aprendizagens que as dotem de
ferramentas para a vida em sociedade, sem esquecer as capacidades e necessidades
individuais de cada uma. Desta forma, as crianças poderão obter sucesso nas tarefas e
atividades em que se envolvem, planeando e estruturando o pensamento e dever cívico
através da sua autonomia, criatividade e dever democrático.
É neste ambiente que educadores e crianças trabalham em conjunto para criar um contexto
educativo rico em conhecimentos e valores morais e onde se acredita na integração de todos,
valorizando as interações e as partilhas que delas surgem.
A gestão do currículo é feita cooperadamente pelo educador e pelo grupo de crianças, de
forma democrática, nas reuniões de planeamento e avaliação que acontecem no Conselho de
Cooperação. Através desta gestão do currículo surgem projetos. O trabalho de projeto fornece,
desde cedo às crianças, oportunidades frequentes não só de escolha e de tomada de
decisões, mas também de responsabilidades para com os outros e para com elas próprias.
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O Movimento da Escola Moderna assume o trabalho em projetos como a metodologia e forma
de orientar o processo de ensino-aprendizagem. Os projetos são estudos sobre um
determinado tópico que tem interesse específico num dado momento e com um determinado
grupo de crianças. Os projetos surgem assim do interesse das crianças ou da necessidade do
grupo. Esta metodologia divide-se em três fases: fase 1 – definição do problema; fase 2 –
planificação e desenvolvimento do trabalho; fase 3 – execução; divulgação e avaliação.
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Reggio Emilia
Reggio Emilia é um modelo pedagógico, baseado no trabalho de Lóris Malaguzzi, que surge no
pós segunda Guerra Mundial, em 1945, no norte de Itália, em Villa Cella, próximo da cidade de
Reggio Emilia, pela necessidade de se construir uma escola para as crianças pequenas, após
a destruição de todas as existentes, durante a guerra. Nesta missão participaram os
professores, as famílias, principalmente as mães das crianças. São as conhecidas escolas sem
muros.
As escolas sem muros mostram-nos uma conexão com a cidade, famílias, organizações
sociais e culturais, todos juntos para a execução de processos que levem as crianças a
construir seu próprio conhecimento, processos esses que têm em conta as potencialidades das
crianças, olhando-as como capazes de estabelecer relações e compreender o mundo,
construindo assim sua história.
As escolas em Reggio Emilia não têm um currículo assente. A cada ano são definidos projetos
a curto e longo prazo que servem para estruturação do trabalho, mas que podem ser
modificados conforme a necessidade, tanto pelos educadores como pelas crianças. Os
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educadores devem sempre estar atentos às crianças, como observadores e pesquisadores,
permitindo que as crianças façam suas escolhas e a partir delas, discute-se e reflete-se.
Cada escola é apropriada para diferentes idades e níveis de desenvolvimento, dada a atenção
devida ao ambiente físico. Nas creches os detalhes são para o bem-estar dos bebés, como por
exemplo, “[...] salas cobertas com carpetes e travesseiros, onde as crianças podem engatinhar
seguramente ou aconchegarem-se com uma professora para olhar um livro de figuras ou ouvir
uma história” (Edwards, Forman e Gandini, 1999, p. 154).
Os espaços são feitos por todos e para todos, a contribuição das crianças é de extrema
importância, esta contribuição acontece, por exemplo, com a exibição dos trabalhos feitos
pelas próprias crianças. Eles são expostos em todos os cantos da escola e ajudam a moldar o
espaço.
O ambiente é considerado o terceiro educador, pois é visto como algo que educa a criança. É
flexível, passa por modificações constantes a fim de estar sempre atualizado e disposto às
crianças, para a construção do seu conhecimento.
Princípios orientadores:
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Clima de interação
A comunicação e a relação são valorizadas como elementos essenciais para o
desenvolvimento da criança. O trabalho de equipa é o eixo central que orienta todos os
parceiros educativos envolvidos no processo educativo.
Considera-se que, a não contribuição de alguém é uma perca para a aprendizagem de todos. A
escola é um lugar de partilha entre adultos e crianças, em que ambos são construtores de
saberes. Em Reggio Emília a educação é estruturada tendo por base o relacionamento e a
participação.
Organização do tempo
O tempo, apesar de não ser regulado exaustivamente, contempla sete momentos distintos:
acolhimento, planificação em grupo, atividades e projetos, intercâmbio em grupo de
aprendizagens realizadas, almoço, atividades e projetos, reunião do grupo, em grande grupo.
Organização do espaço
O espaço é planeado pelos educadores, artista plástico, o pedagogo e arquitetos. Deverá
refletir ideias, valores e atitudes e em simultâneo facilitar a exploração e a aprendizagem
cooperativa.
O espaço está organizado na área de entrada/hall, reproduzindo a topologia da cidade (a
Praça), casa de banho, decorada com muitos espelhos e representações da criança, sala de
atividades com mini atelier, biblioteca, atelier para trabalhar com o atelierista, arquivo e
armazém de materiais, espaço exterior organizado para projetos de descoberta (ex: grandes
panos de cores).
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Papel do educador:
• organizar um ambiente rico e estimulante;
• utilizar a escuta como motor e base do currículo emergente;
• incentivar a resolução de problemas;
• promover experiências e aprendizagens diversas;
• observar e registar os momentos e ações das crianças.
Atelier
Deve favorecer o ambiente de pesquisa.
O atelierista sugere novos materiais e novas formas de os utilizar, participa e articula
ativamente com os educadores e pedagogo; em simultâneo documenta e divulga projetos em
curso, e estimula a reciclagem criativa, a reutilização dos materiais.
Papel do pedagogo
Apoia e implementa a Filosofia do Projeto no sistema educativo, organiza o espaço físico com
os outros membros da equipa, colabora na planificação do projeto e orienta as ações com as
famílias.
Pais e comunidade
O envolvimento com as famílias é permanente e em todas as ações educativas, como projetos,
passeios, momentos especiais e na manutenção da escola. As famílias integram o conselho da
escola.
Abordagem metodológica
É centrada em problemas e na elaboração de projetos.
Trabalho de Projeto
É a metodologia utilizada que integra a comunidade envolvente como dinamizadora dos
projetos. Estes surgem de contextos de investigação e de experiências em grupo.
No seu planeamento, elaboram-se os objetivos gerais, formulam-se várias hipóteses, em que
se definem objetivos flexíveis e adaptados aos interesses e necessidades das crianças. Os
educadores, atelierista e pedagogo antecipam possíveis caminhos, que são escolhidos
livremente pelas crianças apoiados pelos educadores, que com eles constroem caminhos.
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Currículo emergente
É um currículo que se constrói continuamente a partir dos interesses e necessidades das
crianças, das várias formas de descoberta dos tópicos relacionados com a vivência, ligados à
experiência concreta e aos problemas colocados.
Planeamento e avaliação
É elaborado pelos educadores com as crianças e pelos educadores em equipa. Requer a
observação e registo sistemático. São utilizados vários instrumentos e suportes de avaliação.
Existem portefólios, dos vários projetos realizados e dos que estão a ser vividos, e ainda
portefólios das aprendizagens das crianças.
Montessori
Este método tem como componente a observação da criança em contextos de vida real, com o
objetivo de o educador poder respeitar a sua individualidade. Ao fazer isso, o educador está a
respeitar a sua personalidade, a sua capacidade física, intelectual e emocional.
Para que isso possa acontecer, é necessário que exista um ambiente ideal para que a criança
se possa expressar. Segundo Montessori (1965), “o método de observação há-de
fundamentar-se sobre uma base: a liberdade de expressão que permite às crianças revelar-nos
suas qualidades e necessidades, que permaneceriam ocultas ou recalcadas num ambiente
infenso à atividade espontânea.” (p.42).
Nesta abordagem, tal como as abordagens anteriores, também esta quer promover a
autonomia à criança e, para isso, a organização do espaço e de atividades são pensadas para
que a criança possa realizar sem qualquer auxílio de outro. Os móveis, as estantes, todos os
materiais estão ao alcance das crianças.
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para escolher a bandeja que quer, levá-la para o seu canto e trabalhar na sua própria proposta.
Uma proposta para as crianças de em idade pré-escolar pode ser, por exemplo, colocar e tirar
bolas pequenas de uma garrafa (aprender assim a contar, desenvolver habilidades motoras,
etc.).
Montessori é um método orientado a dar respostas mais científicas ou matemáticas, visto que
todas as propostas realizadas são baseadas em feitos da realidade e da natureza. Os livros
que se encontram nas salas de aula Montessori não são só de contos, encontrará também
imensos livros sobre conhecimento do mundo (pássaros, florestas, animais, etc.).
A médica e educadora Maria Montessori, também, criou diversos materiais didáticos, pelos
quais o seu trabalho é reconhecido. Estes objetos são simples, são chamativos para as
crianças e são pensados para provocarem o raciocínio e o desenvolvimento da linguagem.
Esses materiais são: os blocos de madeira, para encaixar, material de aprendizagem de cores,
algarismos em lixa, cuisenaire, o ábaco, entre outros.
Não se vêm crianças a correr nas salas de atividade, mas sim sentados no chão
confortavelmente numa almofada, concentrados a fazer uma das atividades educativas
propostas.
É um modelo que ainda hoje é usado nos Jardins-de-Infância que têm o mesmo nome,
centrado na preparação académica da criança e a educadora tem um papel ativo e diretivo.
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Cada grupo etário tem a sua organização do tempo. Nomeadamente o grupo dos 5 anos tem
diariamente lição de cartilha maternal e exercícios de matemática. A Rotina Diária poderá
contemplar os seguintes tempos:
• Acolhimento: cumprimentar, cantar, falar com as crianças e deixá-las falar;
• Atividades de livre escolha (preparadas na sala);
• Tema de vida (diapositivos, imagens...) acompanhado de um bom diálogo com toda a
documentação real possível onde caibam pequenas experiências;
• Exercícios de movimento e de relax;
• Jogos de mesa/exercícios de matemática;
• Exercícios de memória visual, através de jogos musicais mimados e rítmicos;
• Higiene e almoço (colaboração das crianças em tarefas: pôr a mesa; arrumar o
guardanapo, etc.);
• Higiene, repouso, recreio;
• Atividades de expressão e trabalhos manuais;
• Lanche;
• Apoio sócio educativo: brincadeira livre, jogos de mesa, filmes;
Segundo Bairrão & Vasconcelos (1997), o modelo valoriza um espaço atraente e que seja
funcional, em que a cultura é privilegiada e que a decoração deve ser simples. Os materiais
utilizados são diversificados e os mais corretos para as atividades planeadas.
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Existe um bom ambiente físico e humano com decoração simples mas onde a arte tem
presença. Valoriza-se uma arquitetura funcional e atraente de características nacionais e
regionais, em que a identidade cultural é valorizada.
Existem diversos materiais para as atividades programadas em cada dia: para a educação
sensorial, percetiva, motora e física integrando ainda materiais naturais recolhidas pelas
crianças no recreio e/ou nos passeios; materiais para os trabalhos manuais e atividades
plásticas, livros e imagens e toda a documentação necessária para os “Temas de Vida”;
materiais de apoio para a aprendizagem da matemática como blocos lógicos, tangran, dons de
Froebel, etc.
Para os mais pequenos existem materiais para imitar, para aprender a viver e integrar-se no
meio social: a loja, a casa das bonecas e os jogos de trânsito.
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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.
CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE BRAGA
Referências bibliográficas
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