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Jogos Pedagógicos

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ÍNDICE de Jogos

Jogos de Apresentação 4

 Gente Célebre 4

 Jogo das Apresentações 4

 Identificar a Figura 5

 O Nome do Jogo 5

 Tertúlia 6

 Desenhar o colega 7

 Gráfico Pessoal 7

 Expectativas 7
Opera - Uma Técnica para Explorar a Criatividade de Grupos 8
“Brainstorming” (Tempestade Mental) 12
Estudo de Caso 16
Jogos de Papéis (“Role Playing”) 18
Simulação (Autoscopia) 23
Outras Técnicas Pedagógicas 25

 Action Maze 25

 Bode Expiatório 25

 Cochicho 25

 Colóquio 26

 Conferência 26

 Conpensor 26

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 “Clínica” 27

 Demonstração 27

 Discussão 27

 Discussão “Em Painel” 27

 Estudo de Modelos 27

 Fórum 28

 Grupo de Sensibilização 28

 “In-Basket” 28

 Incidente Crítico 29

 Instrução Programada 29

 Lição 30

 Painel 30

 Phillips 6/6 30

 Processo de Incidente Crítico 31

 Sabatina 31

 Seminário 32

 Sessões de Perguntas/Respostas 32

 Simpósio 32

 Syllabus 32

 Técnica de Obstáculos 32

 Técnica das Perguntas 33

 Textos 34

 Viagens 34

 Workshop 34
Quadro Resumo das Técnicas de Formação 35

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JOGOS DE APRESENTAÇÃO

GENTE CÉLEBRE

MATERIAL: Cartões com nomes de celebridades, alfinetes. Podem

arranjar-se nomes de pessoas quer da vida real quer do mundo da ficção:

Super-Homem, Joana d´Arc, etc.

FINALIDADES: Inter-relacionamento, entabular conversa, desbloqueio inicial.

PROCEDIMENTO: À medida que cada um dos jogadores entra na sala, o

animador prega-lhes um cartão nas costas com a ajuda dum alfinete. Os

jogadores andam pela sala e tentam adivinhar quem são, fazendo perguntas de

sim-não aos restantes parceiros. Quando alguém descobrir quem é, prega o

cartão no peito e continua a andar e a ajudar os outros.

JOGO DAS APRESENTAÇÕES

MATERIAL: Nenhum.

FINALIDADES: Apresentação, memorização de nomes.

PROCEDIMENTO: Pede-se a todos que se espalhem pela sala. A um certo sinal,

terão de caminhar ao acaso e de apertar as mãos ao maior número possível de

companheiros. Ao apertarem as mãos, apresentam-se; cada um deve tentar

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fixar o maior número possível de nomes. O animador tem de se esforçar para

que a apresentação seja real e não uma apresentação sem conteúdo.

IDENTIFICAR A FIGURA

MATERIAL: Nenhum.

FINALIDADES: Identidade, quebrar o gelo.

PROCEDIMENTO: Um dos elementos volta-se de costas para o grupo, e um

outro descreve alguém do grupo. Há que ter cuidado com a descrição que deve

ser positiva e não de molde a ser interpretada como depreciativa. Concede-se

um dado período de tempo para a pessoa adivinhar quem é que se está a

descrever. Uma vez feita essa descoberta, cabe a esse componente escolher

outro para adivinhar quem vai ser a seguir descrito por um terceiro elemento

escolhido pelo que anteriormente havia feito a descrição.

VARIANTES: A pessoa que sair do grupo pode fazer perguntas em vez de dar

só respostas.

O NOME DO JOGO

MATERIAL: Nenhum

FINALIDADES: Apresentação, fixar nomes.

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PROCEDIMENTO: Um grupo recém-formado senta-se, em roda, com um

máximo de 16 elementos. Dá-se uma bola a um deles. A bola é passada em volta,

e cada pessoa que a recebe diz o seu nome, de modo muito claro (basta apenas o

primeiro nome). Depois de todos terem proferido o nome e da bola voltar ao

princípio, quem estiver de posse dela atira-a para qualquer outro membro da

roda. Este deverá dizer o nome de quem lhe atirou a bola, e por sua vez, atirá-

la a outro que deva proferir o nome do que lhe atirou a bola, e assim por diante.

Se algum não se lembrar do nome de quem lhe atirou a bola, pergunta qual é,

repete-o, e só depois prosseguirá o jogo. Quando todos se lembrarem dos

nomes uns dos outros, acaba-se a actividade. O número de componentes do

grupo não deve exceder os dezasseis.

TERTÚLIA

Distribuir frases, que expressem conceitos a desenvolver no módulo.

Uma por cada formando.

A leitura das frases será sigilosa.

Simula-se uma situação de café em que cada formando vai chegando. O colega

do lado dá as boas vindas e diz-lhe que naquele momento estavam a falar do

seguinte: e lê a frase para o colega que chegou comentar.

Nota: No processo de avaliação do módulo, os formandos tornarão a comentar

as frases, no sentido de averiguar se os objectivos foram atingidos.

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DESENHAR O COLEGA

Os formandos deverão apresentar o colega do lado através de desenhos, que

serão feitos no quadro de conferência.

GRÁFICO PESSOAL

Os formandos fazem um gráfico de uma escala de 0% a 100% onde colocarão o

seu estado de espírito/sentimentos nesse momento relativamente aos

seguintes domínios:

Família; Amizade/Amor; Realização Profissional; Realização Pessoal; Ligação

com o Grupo; O Curso de Formação; Expectativas Futuras.

EXPECTATIVAS

Em trabalho de grupo os formandos devem indicar quais são as suas

expectativas para o módulo; indicar aquilo que esperam do módulo.

Este trabalho dá auxílio ao formador, para a planificação do módulo.

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ÓPERA

Uma Técnica para Explorar a Criatividade de Grupos

Que Significa “Opera”?

Os nossos pontos de vista


O Own thoughts
Os nossos pensamentos
P Pair’s views Pontos de vista a dois
E Exposing, presenting Exposição, apresentação
R Ranking Classificação
A Arranging Organização

Como se Desenvolve esta Técnica?

O. “Os nossos pontos de vista”

Na primeira fase o formador pede a todos os participantes que trabalhem

sozinhos, anotando todos as ideias/objectivos/problemas que julguem mais

importantes. O tempo dado não deve ultrapassar 3 a 5 minutos, consoante a

dimensão do assunto a debater.

P. “Pontos de vista a dois”

Na segunda fase o trabalho é continuado aos pares (grupos de dois). A tarefa

consiste em clarificar através de discussão, as três ideias/objectivos/problemas

mais importantes, encontrados pelos dois elementos do grupo.

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Cada item escolhido (ideia ou problema) deve ser redigido de forma isolada numa

folha de papel ou cartão, onde se justapõe uma marca, preta ou azul, que

identifica o grupo. As folhas de papel/cartões magnéticos devem então ser

levadas e afixadas pelos diferentes grupos, na coluna que lhes está atribuída, no

quadro.

É dado aos participantes cerca de oito minutos para realizar esta tarefa.

A B C D E F

Os papéis são afixados no quadro,...

E. “Exposição, apresentação”

Na terceira fase os diferentes grupos apresentam a sua decisão. Antes da

apresentação o formador pede a todos que escutem com atenção as

apresentações, porque a sua próxima tarefa consistirá em seleccionar de todas

as alternativas existentes no quadro, as três mais importantes.

Cada grupo na selecção das três alternativas, apenas poderá escolher uma da sua

autoria.

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É então dado a cada grupo, dois minutos para apresentar e explicar as razões que

presidiram à selecção dos itens que propuseram.

Não são permitidas críticas ou qualquer tipo de comentários.

...os papéis são...

A B C D E F

....apresentados e defendidos pelos grupos que os produziram,...

R. “Classificação”

Seguidamente os grupos analisam de uma forma participada, todas as ideias

atribuindo-lhes prioridades através de um sinal (+) ou qualquer outro mais

adequado, e seleccionam as três ideias/itens classificadas como mais

importantes.

É o formador que escolhe previamente o tipo de sinal.

...os papéis são...

A B C D E F

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....marcados e organizados em grupos.

A. “Organização”

Depois dos papéis estarem marcados, o formador reagrupa os papéis/cartões por

forma a que aqueles com mais sinais (+) sejam colocados no topo e os semelhantes

por baixo destes. As sugestões às quais não tenham sido atribuídas marcas

podem ser removidas do quadro ou deslocadas para a parte inferior do quadro.

O formador não deve organizar os papéis/cartões por sua conta, mas antes deve

utilizar as dicas, conselhos, sugestões que recebe do grupo.

 Vantagens
A utilização desta técnica pode aumentar a eficiência de reuniões que:

 Envolvam equipas de trabalho;

 Pretendam analisar vários assuntos complexos;

 Pretendam o envolvimento de todos os participantes na tomada de

decisão e nas decisões tomadas.

 Desvantagens
Esta técnica assenta na interacção estabelecida entre dois parceiros e entre os

grupos nas etapas “Classificação” e “Organização”. Recomenda-se aos formadores

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evitar o estabelecimento de relações assimétricas, devendo com este objectivo

evitar grupos cujos participantes evidenciem grandes diferenças de status social

ou profissional.

“Brainstorming” (Tempestade Mental)

O “Brainstorming” é uma técnica em que os membros de um grupo, de maneira

espontânea, expõem tudo o que lhes ocorrer sobre um determinado objecto.

Para Osborn, a quem se atribui a ideia do “Brainstorming”, o Eureka dos grandes

descobrimentos ficou a dever-se a momentos de divagação e informalidade

mental. Por isso, segundo ele, uma boa ideia pode ocorrer se for criado o clima

próprio para que ela apareça.

Osborn era publicitário, e devido à necessidade de inventar novos anúncios

ocorreu-lhe esta técnica que é excelente para inventar nomes de marcas,

slogans, imagens originais para publicidade, novos produtos comerciais, etc.

Rapidamente esta técnica estendeu-se a outras áreas, da empresa à educação e à

psicossociologia.

Objectivos

A sua finalidade é essencialmente estimular a criatividade e levar o grupo a

produzir ideias originais de maneira intensiva.

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Metodologia

a) Preparação do grupo

Antes de se iniciar o “Brainstorming”, normalmente é dito: - “Precisamos de

ideias novas!”

 A imaginação livre é bem recebida ainda que as ideias pareçam absurdas

 A imaginação deve actuar com absoluta liberdade, devendo circular em

“roda livre”. Esta é uma das condições para que surjam muitas ideias, um

conjunto de soluções por vezes inesperadas e a descoberta de caminhos

por onde nunca se tinha transitado.

 Deve-se produzir o máximo de ideias num mínimo de tempo. A quantidade é

a base da qualidade.

 Quanto maior for o número de ideias mais probabilidade há de encontrar

uma nova e mais adequada solução. É importante assinalar as ideias já

produzidas, na medida em que esse procedimento serve de estímulo

constante. O formador pode dizer, por exemplo, já temos 90 ideias, vamos

ver se conseguimos chegar às 100. Isto impulsiona o grupo para uma maior

produtividade.

 A crítica e autocrítica de uma ideia estão rigorosamente proibidas.

 A regra de oiro é a “eliminação de todo e qualquer juízo crítico”. O

“Brainstorming” apoia-se num espírito de camaradagem, todos intervêm, e

a única preocupação é a de contribuir com o maior número de ideias.

 Ouvir as ideias dos outros

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 É importante que se tente fazer associações livremente “isto faz-me

pensar em”. Pode partir-se das ideias dos outros para uma nova inspiração,

para as modificar ou para lhes dar um novo significado.

b) Desenvolvimento

Dadas as explicações, o formador expõe o tema e o problema a tratar com o

“Brainstorming”. Definidos os procedimentos e as regras mínimas, torna claro que

tudo deverá ser passado de modo bastante informal. Faz, ou procura que o grupo

faça, a nomeação de um formando para tomar notas.

Os participantes transmitem todas as ideias que lhes venham à cabeça,

coerentes ou incoerentes, disparatadas ou não, para que delas se tome nota. O

formador só deverá intervir se se aperceber que não estão a ser registadas as

ideias de algum elemento, se verificar que o grupo se afasta do assunto ou se as

regras não estiverem a ser cumpridas. Interromperá então para salientar esses

factos, reforçando no entanto a ideia de que se deve continuar com uma

atmosfera propícia à participação espontânea.

c) Avaliação
O objectivo da utilização desta técnica determina o modo de a avaliar. Se é

simplesmente para estimular a criatividade, a avaliação pode ser feita pelo

próprio grupo.

Se o assunto tratado foi pedido, por exemplo, por uma empresa, todo o material

produzido deve ser enviado para que os técnicos da empresa façam a selecção de

modo a encontrarem a solução para o que pretendem. Neste caso, também se

pode optar por uma solução intermédia, enviando parte da selecção já feita.

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Após a primeira fase de pontuação de ideias ter terminado, inicia-se a selecção

de todas as ideias até se chegar a um pequeno número realmente significativo

para o problema em discussão.

 Vantagens do “Brainstorming”
 Desenvolve a capacidade para produzir ideias originais e soluções diferentes

das habituais.

 Ajuda a superar o conformismo, a estereotipia, a rotina e a indiferença.

 Mostra que a maioria das pessoas tem soluções múltiplas e que sempre é

possível encontrar uma melhor.

 Desenvolve a flexibilidade mental.

 Estimula a relação espontânea e livre no grupo e produz, quando se faz num

clima emocional apropriado, uma certa alegria e bem-estar na sessão e depois

dela.

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ESTUDO DE CASOS

Esta técnica foi criada na Universidade de Harward e após a segunda Guerra

Mundial foi muito difundida na Europa.

“Um caso” é uma situação concreta da vida real, que reclama uma resolução ou

decisão. “O caso” deve ser da área de competências dos participantes, que o

estudarão depois de previamente lhe serem proporcionados os dados necessários.

Trata-se de uma técnica eficaz para o desenvolvimento de aptidões de:

 Análise de situações;

 Selecção de dados importantes;

 Concepção de várias hipóteses de solução;

 Comunicar ideias;

 Diagnóstico de problemas;

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 Tomada de decisões.

Objectivos

 Criticar os dados, opiniões e hipóteses

 Provocar o contacto com o real e a consciencialização exacta e ajustada de

uma situação

 Descobrir novas perspectivas na apreciação dos problemas e de tomada de

decisões.

 Vantagens
 É pessoal. Dá ao formando a responsabilidade da reflexão e da solução.

 É realista. Trabalha-se sobre um caso que aconteceu.

 As situações são precisas.

 Permite trabalhar em grupo.

 Provoca mudanças. O formando deve justificar e defender o seu ponto

de vista.

 Permite que cada formando capte a opinião e o ponto de vista dos

outros.

 Permite comparar as várias soluções encontradas.

 Permite uma melhor compreensão dos comportamentos humanos.

 Melhora o comportamento e a relação interpessoal.

 Desvantagens
 Não é uma verdadeira experiência.

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 O formando não tem responsabilidade na sua solução.

 Pode causar frustração quando o formando se apercebe que não há

receitas absolutas (uma única resposta).

 É o formador quem escolhe ou elabora o caso.

 Não é possível obter informação complementar.

 Os casos são discutidos sob forma de crítica/desafio.

 Pode ser gerador de confiança excessiva e causadora de problemas em

grupos heterogéneos.

“Role Playing”
Jogos de Papéis

O Role Playing consiste numa representação feita por participantes que assumem

o desempenho de um determinado papel para tratarem de um caso real ou

fictício.

Tem sido utilizado por empresas, para recrutamento e selecção para as áreas de

marketing, negócios, gestão, etc. na medicina, para fins terapêuticos; nas

instituições militares, para a selecção de oficiais.

Metodologia

Distribuem-se aos candidatos papéis que possam simular situações semelhantes

às que virão a encontrar na realidade, de modo a poder-se observar as reacções

dos candidatos e escolher os que melhor tiverem desempenhado a situação. Mas

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é com certeza em acções de formação profissional que esta técnica é mais

utilizada, para treinar as mais diversas situações.

Normalmente, o Role Playing desenvolve-se do seguinte modo:

1) O formador prepara ou serve-se de um conjunto de textos, papéis, de acordo

com os objectivos que pretende atingir, que distribui aos elementos que

participam no Role Playing para que façam a sua representação. Os papéis

poderão ser atribuídos aleatoriamente ou, o que é mais aconselhável, ser

distribuídos de acordo com as características de cada um. Neste caso, o

formador deverá fazê-lo de modo a não ferir susceptibilidades, e isso implica

que tenha um prévio conhecimento do grupo.

2) Deve dar todas as explicações ao grupo sobre o modo como o trabalho vai

decorrer, e proporcionar-lhe algum tempo para estudo dos papéis e

elaboração de estratégias, de acordo com o conteúdo dos mesmos. No

momento em que são definidos os elementos que vão desempenhar os papéis,

faz-se também a selecção dos participantes que terão a missão de observar o

desempenho dos colegas.

3) Normalmente, os observadores são os restantes elementos do grupo, pelo que

a distribuição das respectivas tarefas terá a ver com o número de

observadores. No caso de haver muitos elementos poderá designar-se um

observador para cada elemento que estiver a participar na representação. Se

o número for reduzido, um poderá fazer a análise de vários. O formador

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deverá dar orientações sobre o modo como deverão ser realizadas estas

tarefas.

4) Depois de tudo devidamente esclarecido dá-se início à representação, que

deverá funcionar sem interferências de outros elementos que não sejam os

intervenientes.

Poderá optar-se por fazer a gravação do exercício com uma câmara de vídeo,

se todos os participantes estiverem de acordo. O fim da representação será

combinado entre os elementos do grupo ou a duração definida previamente

pelo formador.

Outra alternativa é não ser determinado previamente e terminar quando o

formador achar oportuno. No final do Role Playing, pode pedir-se aos

observadores para fazerem um comentário, que também poderá ser gravado,

após o que se seguirá o visionamento intercalado ou não pelos comentários do

formador e por intervenções dos participantes e dos observadores. Sugere-

se, neste caso, que o formador elabore, previamente, uma grelha de análise,

que distribuirá aos observadores, de modo a uniformizar a avaliação daquilo

que se pretende.

5) Para concluir proceder-se-á a uma análise e discussão do modo como a sessão

decorreu, fazendo o formador ressaltar os principais tópicos da sessão e as

ideias mais interessantes surgidas na discussão, podendo mesmo registar em

local visível as principais conclusões e fomentar uma troca de impressões

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entre todos sobre o que aconteceu, dando ênfase às razões e motivações que

influenciaram as situações.

No caso do formador achar oportuno, pode convidar os participantes a

trocarem de papéis. Isto poderá servir para desbloquear a situação e, em

caso de conflito, permitir às pessoas uma visão mais abrangente das diversas

perspectivas e entenderem as dificuldades sentidas pelos outros

intervenientes.

 Vantagens
 Evita a monotonia na Formação e melhora o auto-conhecimento que será

tanto maior se for visionado o desempenho porque dá a possibilidade da

pessoa se rever; permite-lhe receber o “feed-back” do formador e dos

restantes elementos.

 Possibilita ao participante o desempenho de um papel que não tem a ver

com a sua personagem, permitindo o treino de comportamentos

adaptados a situações que poderão ser difíceis, desagradáveis, ou

mesmo de conflito.

 Desenvolve processos de comunicação fora do que é comum e estimula a

participação e o envolvimento de todos, traduzindo-se num factor de

elevada motivação. O facto de a pessoa desempenhar um papel que não

é o seu, permite-lhe expressar as suas opiniões mais facilmente e

envolver-se em acções que lhe seriam difíceis de enfrentar na vida real.

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 Dá ainda a possibilidade de aperfeiçoamento em áreas que têm a ver

com a observação e a análise de aspectos positivos e negativos ao

descrever os comportamentos expressos na representação e ao emitir

opiniões sobre o desempenho realizado, abstraindo-se da pessoa em si.

 Permite, ainda, adaptar ou reformular maneiras de intervir e encontrar

caminhos para alcançar o objectivo desejado.

 Desvantagens
 Resistência por parte dos participantes que poderá ser devida a

insegurança, timidez, receio de críticas e do fracasso entre outros, e

que pode até ter a ver com o medo de dominar mal o tema.

 Poderão, ainda, acontecer situações de humor e não ser levado a sério o

desempenho do papel e, claro, quando assim acontece, poderão surgir

outros resultados que não os pretendidos.

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Simulação
Autoscopia

É a reconstituição de uma situação concreta segundo um modelo. Os indivíduos

em situação de simulação desempenham papéis muito próximos dos que

normalmente assumem ou vêm a assumir no quotidiano.

A autoscopia é uma técnica utilizada no contexto da formação de formadores,

baseando-se na simulação de sessões. É um processo que permite à pessoa rever-

se e tomar consciência dos seus aspectos positivos e dos que ainda tem a

melhorar. Desenvolve a capacidade de auto-avaliação e de identificação de

comportamentos pedagógicos e ajuda a melhorar a preparação, animação e o

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Jogos Pedagógicos

desempenho das funções do formador, porque lhe permite conhecer-se melhor,

não só através do que observa, como ainda por poder ouvir a opinião dos seus

colegas de grupo e do formador.

É uma técnica indispensável na formação pedagógica de formadores e é sem

dúvida o momento mais marcante de toda a formação. A análise da mesma requer

um formador com formação no domínio das Ciências Sociais, com muitos

conhecimentos na área comportamental, porque a autoscopia origina algum

stress, e comentários sem sentido poderão criar alguns complexos na pessoa que

fez a intervenção. O que está em causa não é o indivíduo nem o conteúdo, mas a

forma como este é transmitido.

Embora não exista um modelo único para a utilização da técnica da autoscopia,

deverá ter-se em conta:

 As características dos participantes;

 O clima do grupo no início da formação;

 A duração da acção;

 O local da acção e materiais técnicos e pedagógicos disponíveis.

No entanto, há algumas fases que terão que ser seguidas, como por exemplo:

 Preparação da intervenção pelo participante;

 Realização da sessão que é gravada em vídeo;

 Visionamento pelo formador, pelo próprio e pelos colegas do grupo em

formação;

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 Análise, onde serão apontados os aspectos positivos e a melhorar, assim

como sugestões e alternativas de comportamentos.

Em resumo, podemos referir as seguintes fases na técnica da autoscopia:

Preparação, Desenvolvimento, Análise e Síntese.

A técnica da Autoscopia na Formação, como processo de auto-avaliação que é, dá

a possibilidade aos participantes de se reverem e tomarem consciência dos seus

aspectos positivos e dos que ainda têm a melhorar, e contribui para uma

alteração de atitudes.

No entanto, para ter êxito, pressupõe um processo individual, complexo e profundo de auto-reflexão, que
dificilmente se consegue impor de fora para dentro, necessitando para que se realize da adesão do próprio
indivíduo, através de um acto livre e espontâneo. Assim, automaticamente, dará um contributo importante para
que as pessoas se afirmem, exprimindo correctamente as suas ideias, porque transmiti-las é tão importante como
tê-las.

Outras Técnicas Pedagógicas

Action Maze

Descrição de um incidente ou situação que o formando analisa. Cada descrição é

seguida de uma lista de acções alternativas. A escolha feita pelo formando ou

grupo de formandos leva à descrição da nova situação e a uma lista de

alternativas.

Bode Expiatório

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Esta técnica foca a agressão em determinados indivíduos ou subgrupos. Este

processo é normalmente utilizado quando o grupo está em conflito interno ou sob

ameaça externa. Pretende reduzir ou deslocar a agressão.

Cochicho

Cochichar significa falar em voz baixa de tal forma que os outros não oiçam o que

está a ser dito. É possível dividir um grupo ainda que grande, em pequenos grupos

de cochicho, não só para um intervalo numa determinada sessão, como também

para obter opiniões sobre um assunto.

O tempo de duração não deve ultrapassar os três minutos.

Quando é importante conhecer a opinião de um grupo, o formador, faz uma pausa

na intervenção e reduz o grupo a parelhas. Cada membro do grupo dialoga com o

companheiro mais próximo. Das respostas dadas, procura encontrar-se uma

conclusão geral.

É uma técnica informal e que garante uma participação total. Utiliza-se ainda

quando há alheamento ou apatia na maior parte dos elementos do grupo. Convém

utilizar esta técnica quando o grupo não for muito grande

Colóquio

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Reunião de “peritos” que conversam entre si e em que os formandos participam

como observadores ou ouvintes.

Conferência

Visa actualizar profissionais experientes. Tem normalmente dois significados na

tecnologia da formação.

1. Reunir profissionais no sentido de os actualizar

2. Análise de um tema por uma ou mais pessoas

Compensor

Termo utilizado quando o formador utiliza uma dinâmica que leva a que os

participantes pensem em conjunto e cheguem a um consenso de opiniões. Visa

coordenar eficazmente as actividades do grupo com vista à prossecução dos

objectivos.

“Clínica”

Encontro num contexto de formação dedicado à análise dos problemas de

determinado campo específico. Uma “clínica” é muito semelhante a um

“Workshop”.

Demonstração

Leitura ou explicação ilustrada, feita pelo formador ou em filme, para mostrar

como algo funciona ou é feito.

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Discussão

Troca de impressões entre os formandos a respeito de algum objectivo de

aprendizagem.

Discussão “Em Painel”

Trata-se duma discussão entre um grupo de especialistas de determinado

assunto, com um outro grupo de não especialistas, embora possuindo elementos

básicos que permitam intervir na discussão.

Estudo de Modelos

Descrição de um sistema ideal ou típico a ser usado como base de uma discussão

analítica.

Fórum

O termo vem do latim for, que significa “praça pública”. Trata-se de uma reunião

onde todos podem intervir. Tem a finalidade de debater um determinado tema ou

problema.

Caracteriza-se pela informalidade e pela possibilidade de permitir a expressão

de ideias ou opiniões de todos os elementos do grupo

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Permite um levantamento rápido de opiniões. As participações caracterizam-se

pela espontaneidade e contribuem para a desinibição dos participantes.

Grupo de Sensibilização

Processo em que os participantes aprendem a melhorar as situações de grupos;

estilo efectivo de liderança; estilo mais efectivo de participação; modificação do

seu comportamento em grupo.

“In-Basket”

Esta técnica está orientada para quadros de empresas.

O formador fornece aos participantes um conjunto de documentos (cartas,

recados telefónicos, notas, etc.) semelhantes às que um quadro poderia

encontrar no cesto (“in basket”) sobre a sua secretária.

Depois de receber as instruções, o participante deverá resolver, num curto

espaço de tempo, os problemas que tais documentos levantam. No final, realizam-

se discussões em subgrupos e em sessão plenária, para examinar os diferentes

problemas e as soluções propostas.

Incidente Crítico

É uma variante do método dos casos. Identifica e analisa aqueles incidentes

(normalmente experiências dos formandos ou do formador) relativos à mudança

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de comportamentos ou conhecimentos. É uma nova perspectiva de formação em

grupo orientada para a comunicação interpessoal, e para a orientação do

participante na tomada de decisão.

O incidente crítico é o estudo de um caso que normalmente termina com uma

pergunta.

Poderá utilizar-se com vantagem nas acções de formação que pretendam a

obtenção de dados objectivos pelos grupos ou tomadas de decisão.

Instrução Programada

O que se pretende que o formando aprenda é apresentado em pequenas

sequências cuidadosamente construídas.

Lição

Apresentação verbal organizada a um grupo de formandos dos quais se espera

que retenham alguns conceitos chave de determinados aspectos específicos dos

conhecimentos apresentados.

Painel

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Forma de discussão em que um número limitado de “especialistas” expõe as suas

ideias sobre um determinado assunto a um auditório.

A norma é a de que a atmosfera da discussão deve ser em tom de conversa. Nada

de discursos, de atitudes teatrais ou de uso e abuso de expressões e efeitos.

Falar apenas sobre o assunto proposto deve ser uma das preocupações dos

membros do painel.

Phillips 6/6

Também designada por técnica de fraccionamento porque o grupo é dividido em

pequenos subgrupos.

Pretende-se aproveitar ao máximo a eficácia do trabalho em grupo (aplica-se

geralmente a grandes grupos) em casos que não exigem forçosamente a

apresentação de uma solução. Divide-se o grupo em subgrupos de 6 pessoas,

considerando-se conveniente que não se conheçam, a quem se concede um tempo

de discussão limitado a 6 minutos.

Cada subgrupo elege um relator que, perante os outros participantes e sob

orientação do formador, elaborará uma síntese das opiniões expressas. O debate

dos pontos de vista trazidos por cada relator, será orientado pelo formador, num

tempo limitado. Acabado esse debate, haverá nova reunião de subgrupos que

retomam o assunto a partir das novas bases. Em seguida, haverá nova reunião de

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relatores, na medida em que estes vão mudando sucessivamente até se chegar a

um acordo conjunto.

As variantes desta técnica são numerosas, basta um pouco de imaginação para

estabelecer um método que se enquadre no fraccionamento.

Processo de Incidente Crítico

Visa identificar e analisar aqueles incidentes (normalmente da experiência dos

formandos ou desenhados pelo formador) relativos às mudanças de

comportamentos ou conhecimentos.

Sabatina

Também denominado “Labor Information Please” (responda por favor) destina-se

a aumentar o interesse em assuntos que de outra forma seriam cansativos e

enfadonhos.

O seu objectivo é o de formular perguntas sobre algum tema específico ou

propor problemas relacionados com assuntos de interesse.

Seminário

Conjunto de formandos adiantados que, sob a orientação de um moderador

investigam e trocam impressões sobre determinado tema.

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Sessões de Perguntas/Respostas

Todos os formandos podem fazer perguntas a alguém (formador).

Simpósio

Apresentações breves de diversas pessoas sobre um mesmo tema ou problema.

Pode ser realizado durante um ou vários dias.

Syllabus

Resumo entregue aos formandos e que serve de orientador durante uma

demonstração ou conferência (encoraja os formandos a tomar notas).

Técnica de Obstáculos

É uma técnica de debate que inicia o estudo de um problema explorando a relação

dos elementos do grupo com o problema. O grupo é confrontado com todos os

agentes de conflito que podem perturbar a participação activa do grupo na

relação desses problemas.

O grupo analisa, classifica, ordena e elimina os aspectos que dificultam a

produtividade do grupo. De seguida faz-se uma selecção restrita das que o grupo

considera mais adequadas para alcançar resultados. O formador toma nota das

sugestões e faz breves comentários para determinar a extensão do apoio quanto

ao grau de reacção em relação às afirmações enunciadas em relação aos aspectos

considerados como mais adequados.

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De seguida, o formador retoma a lista dos agentes de conflito e pede aos

participantes para tentarem descobrir a maneira como eles poderão ter alguma

utilidade para os participantes. Estes terão mais liberdade para dar as opiniões

que acharem mais convenientes para poderem ser analisadas pelo grupo, convindo

por isso que o formador as tenha ido anotando no quadro.

Técnica das Perguntas

Trata-se de um técnica que tem como finalidade:

 Fazer arrancar a discussão;

 Estimular ou moderar a discussão;

 Descobrir fontes de informação;

 Determinar a razão de certas opiniões;

 Levar a considerar uma ideia, uma decisão ou uma acção.

Quanto à forma as perguntas classificam-se em: abertas, fechadas e de escolha

orientada.

Como formular perguntas

 Fazer perguntas curtas e claras

 De modo natural, com tacto, sem hostilidade e sem colocar os

participantes em “cheque”

 Adaptadas aos conhecimentos do grupo e a que os participantes possam

responder

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 Se uma pergunta geral fica sem resposta formulá-la de maneira diferente

ou dirigir-se directamente a um participante

 Evitar que sejam sempre os mesmos a responder a todas as perguntas

Textos

Leituras que devem ser realizadas dentro e fora da situação de formação.

Viagens

Ida a um ambiente onde podem ser observados aspectos, sons, equipamentos ou

operações que não é possível reproduzir no local da formação.

Workshop

Encontro que sublinha a discussão livre, os métodos práticos as capacidades e a

aplicação de princípios.

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QUADRO RESUMO DE TÉCNICAS DE FORMAÇÃO

SABER EVOLUIR

TÉCNICAS SABER SABER SABER SER


FAZER
Action Maze 
Autoscopia  
Braistorming  
Bode Expiatório  
Copensor   
“Clínica”   
Cochicho 
Colóquio 
Conferência  
Demonstração  
Discussão   
Estudo de Casos  
Estudo de Modelos 
Fórum   
Grupo de Sensibilização  
In-Basket  
Incidente Crítico  
Instrução Programada 
Jogos  
Lição 
Ópera   
Obstáculos  
Painel 

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SABER EVOLUIR

TÉCNICAS SABER SABER SABER SER


FAZER
Phillips 6/6  
Proc. de Incidente Crítico  
Roleplaying   
Sabatina   
Seminário 
Sessões Pergunta/Resposta  
Simpósio 
Simulações  
Syllabus 
Técnica dos Obstáculos 
Técnica das Perguntas  
Textos  
Viagens  
Workshop 

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