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Centro de Emprego e Formação Profissional de Vila Nova de Gaia

Oficina de Expressão Dramática

Susana Tamagnini
" Todos os seres humanos, são atores, porque
agem, e espectadores, porque observam."

Augusto Boal
(diretor de teatro e dramaturgo)
Introdução ao módulo

Segundo Ferreira (2010, p.12), a arte “(...) é


considerada uma linguagem entre os homens, que
proporciona amplas experiências, além de possuir a
magia de levar as pessoas a ver o mundo através de um
olhar mais sensível e inteligente.”
A Arte é uma forma de expressão e comunicação de

sentimentos que combinados como forma de

aprendizagem são associados ao prazer.


É atemporal e universal, através da qual não

precisamos falar a mesma língua para

percebermos o que nos transmite. Através da arte

conhecemos novas culturas e alargamos o

conhecimento.
A Arte está desde sempre presente na vida do ser-humano e
é através dela que o individuo desenvolve as suas
capacidades cognitivas, sociais e emocionais.

Ferreira (2010) afirma que “(…) a criatividade está


intimamente ligada à espontaneidade”.
Finalidade da arte na educação,…

A arte como expressão pessoal e cultural é a base


necessária para o desenvolvimento pleno do individuo.
Contribui para uma educação transformadora,
que promove experiências que sustentam a
reflexão acerca da arte, ao mesmo tempo que
desenvolve valores, sentimentos e uma visão
crítica do mundo.
Objetivos

o Objetivo geral

 - Promover o desenvolvimento de técnicas de animação com

recurso à expressão dramática.


o Objetivos específicos

- Aplicar as técnicas de construção e manipulação de fantoches,


silhuetas e máscaras.

- Articular os recursos e a distribuição de papéis e funções em


diferentes situações, tendo em conta os objetivos da
intervenção.
Conteúdos
 Formas animadas:
- Animação de objetos;
- Fantoches e marionetas;
- Tipos e formas de manipulação;
- Da tradição à modernidade;
 Teatro de sombras:
- O corpo em negativo;
- As mãos que contam;
- Objetos em contraluz;
- Formas e técnicas;
Conteúdos

 A Máscara:

- Do rito mágico ao espetáculo;

- Tipos e funções;

- A Commedia dell’arte e o teatro da máscara;

- Jogos de máscaras;
Expressão dramática
Expressão dramática
“Expressão” do latim “expressione”

Extrair
Fazer sair
Brotar

Intimamente ligada à expressão de sentimentos como a dor ou alegria


“Dramática” deriva do grego “drama”

Acontecimento impressionante,
comovente ou terrível
Expressão dramática

Pedagogia de expressão que ajuda a construir

pontes entre a arte e o ensino.

Permite uma aprendizagem global (cognitiva,

motora, sensorial e estética).


“A expressão dramática na criança inicia-se

com o gesto simples, para passar

sucessivamente para a expressão corporal

global, para a imitação, para a mímica, para

o jogo dramático e a dramatização.”

Sousa (2003, p.10)


Read (1943), considera a expressão

dramática como a mais completa e

melhor das atividades de educação

pela Arte.
Expressão Dramática e Teatro

duas formas de arte são


distintas
A Expressão Dramática é natural ao individuo,

não existem atores, guião nem papéis definidos

para representar ou texto ou ação para decorar -

como acontece com o Teatro.


Expressão dramática

OBJECTIVOS

- Permitir maior disponibilidade física e psicológica;

- Melhorar a postura corporal e flexibilidade de movimentos e

gestos;

- Promover a criatividade e expressividade;

- Desenvolver a capacidade comunicativa;


Do ponto de vista do desenvolvimento interpessoal

As atividades de expressão dramática,


dramática devem ser

progressivamente complementados por propostas

que contribuam para o desenvolvimento da

capacidade de relação e comunicação com os

outros.
outros
Pensamento divergente

Pensamento convergente
O pensamento divergente

…visa a criação de opções.


Trata-se de uma primeira fase do pensamento

criativo, na qual se procura obter um ambiente de

confiança intra-grupal, em que as pessoas se sintam

seguras e confortáveis em explorar novas perspetivas,

questionar novas práticas que lhes permita expressar

livremente as suas opiniões.


O objetivo do pensamento divergente

enquadra sobretudo a reunião de uma grande

quantidade e diversidade de ideias, no sentido

de criar uma vasta variedade de opções para a

fase seguinte.
Orientações que fomentam o pensamento
divergente:

- Apresentar o problema sob a forma de uma pergunta

desafiadora que estimule o grupo a pensar “fora da caixa”.


- Adiar o julgamento, não permitindo nesta fase

críticas ou elogios.

- Acolher e encorajar a quantidade e

diversidade, anotando cada ideia

apresentada.
- Apoiar e acolher ideias e perspetivas atípicas.

- Combinar ideias improváveis.

- Construir novas ideias a partir de outras já

apresentadas (sem críticas ou juízos de valor)

-
No desenvolvimento de propostas ou
projetos elaborados em pequenos
grupos, deve haver espaço para a
improvisação.
No domínio da interação,
interação os indivíduos

desenvolvem pequenas improvisações

explorando, de forma global, as suas

potencialidades artísticas e expressivas,

utilizando-as para comunicar.


COMPETÊNCIAS DESENVOLVIDAS PELAS
ACTIVIDADES ARTÍSTICA
O pensamento convergente

…consiste em fazer as escolhas.


É uma forma prática de decidir entre as

alternativas existentes, ou seja, é o momento

de analisar criticamente e julgar as ideias

geradas na etapa do pensamento divergente e

selecionar as melhores ideias com base em

critérios previamente definidos.


definidos
Papel do professor na expressão dramática e no
trabalho de grupo
“(…) o professor tem que recorrer agora, mais do que

antes, a pedagogias diferenciadas que perspetivem a

progressão individual dos alunos, num contexto

educativo e sociocultural frequentemente

heterogéneo”

Pato (1995, p.9)


Leon Chancerel (1936) considera que o papel dos

formadores é “(…) fomentar nas crianças o estado de

criação dramática. (…) O educador tem dois grandes

objetivos a atingir:

A.Proporcionar às crianças os meios de expressão

mais completos possíveis.

B.Formar ao mesmo tempo o seu senso artístico, o

senso social, o seu carácter.”


"Cada aula deve ser uma festa, um momento de alegria,

desfrutando-se nela o prazer de cantar, ouvir, fazer música,

representar...A criança é rica em música e em expressão dramática!

Deve dar-se-lhe oportunidade para que ela extravase, mostre as

suas potencialidades através do som, do gesto, ou, talvez melhor,

fundindo os dois. (...). Qualquer atividade desenvolvida no espaço

aula deve ser participada por todos os alunos da sala, evitando ao

máximo comportamentos passivos ou desinteressados. O(a)

professor(a)/educador(a) deve ser suficientemente estratega para

colocar toda a turma em atividade!"

Menezes, Duarte e Coutinho


Como realizar uma Dramatização
HISTÓRIA

- Realiza-se a leitura e retiram-se as ações em torno das quais se


estrutura a narração.

NARRAÇÃ
O
- Técnica mista – narrador e discurso direto.

- Diferentes formas narrativas.

CONTEXTO

- Estudar a localização da narração da história. Protagonistas,


narrador e público.
PERSONAGENS

- É necessário estabelecer relações entre as personagens da


narração. As personagens representam a história.

BANDA SONORA

- Deve relacionar-se a música consoante a temática e estruturação


da dramatização. A introdução de sons enriquece uma peça.
PLANO DA HISTÓRIA

- É necessário realizar um storyboard (quadro-plano da história)

- Todos os intervenientes devem ter acesso direto a


informação relativamente:

• desenrolar exato da narração;

• palavras, gestos, movimentos, músicas, luzes,


cenografia e guarda-roupa;
O corpo que fala:

Corpo Significados
Estar em pé
Corpo rígido (tensão), corpo mole (pouca convicção), mãos nos
quadris (autoridade).
Sentar
Busto erecto (atenção), braços recostados sobre algo
(indiferença)
Ajoelhar
Penitência, súplica, adoração.
Cabeça
Baixa (humilhação), erguida (arrogância), balanço para cima
(aprovação) ou para os lados (desaprovação).
Olhos
Olhos quase fechados (medo), brilhantes e abertos (alegria),
muito abertos (surpresa/espanto).
Boca
Natural (simpatia), fazer bico (desgosto), aberta (pavor),
semiaberta (alegria), cantos caídos (desprezo), queixo para frente
(ironia), bocejo (desinteresse).
Nariz
Torcer o nariz (desagrado).

Braços
Cruzados (resistência), na nuca (indiferença), sobre a cabeça
(humilhação).
O traje

A maneira de vestir mostra a personalidade e o sentido de


adequação à ocasião/personagem.

 Cores quentes chamam à atenção.

 Cores frias revelam discrição.

 Estilos clássico, desportivo ou executivo.


THE CIRCUS

https://youtu.be/bL7G6zeDM9U
FORMAS ANIMADAS

Teatro de formas

- A personagem principal é o ator/performer /manipulador

- Formas animadas = objetos, fantoches ou marionetas que ganham


vida ao serem manipuladas

- A essência do teatro de formas são a imagem e o movimento


- O teatro de formas animadas está geralmente associado a
teatro para jovens e crianças.

- Não implica a comunicação verbal e os elementos de


representação teatral são variados.

Exemplos: marionetas, fantoches, sombras, máscaras, objetos, bonecos...


Fantoches

- Boneco animado por pessoas;


- É manipulado internamente;
- Difere das marionetas pela forma de manipulação;
- Fantoches de mão e de dedo;
- Materiais de construção diversificados;
ATIVIDADE 1
CONSTRUÇÃO DE FANTOCHES DE DEDO
Marionetas

- Na cultura Ocidental surgiram na idade média, em


França;
- Boneco animado através de cordéis (visíveis ou não),
manipulado por pessoas (ocultas ou não);
- Forma de entretenimento de crianças e adultos;
Tipos de manipulação

Elementos estruturais:

Figura – pessoa, animal ou objeto animado;

Fios de comando – comunicam os gestos ao boneco;

Comando ou cruzeta – controla os fios e os


movimentos;

Técnica de grande complexidade comum a muitas culturas.

É necessário compreender os princípios mecânicos e estruturais.


Formas de manipulação

 Deslocação – mudança de posição ou lugar. Passar de um lado para o outro (sem

intenção nem continuidade).

 Movimento - trajetória feita com uma intenção (cruzar pernas).

 Gesto – Instante em que é realizado o movimento. Torna consciente uma intenção.

 Ação – Resultados de todos os elementos numa peça.


A técnica de bunraku teve origem na
cultura japonesa;

O bunraku deriva do nome bunrakuza, que é


um teatro famoso em Osaka.

Os bonecos são de tamanho médio e o seu


peso pode ir de 6 até 20 quilos. A
manipulação é feita por três homens em
sincronia perfeita.

Cabeça de boneco japonês Um músico (Tayu) fornece


acompanhamento musical na recitação (os
bonecos actuam conforme a melodia).
Bonecos e cabeça bunkaru

O Joruri (recitação) não é apenas um canção com melodia e ritmo,


explica o desenrolar do espectáculo. O Tayu utiliza diferentes tons de
voz para distinguir papéis masculinos e femininos e para mostrar
sentimentos e emoções. É a sua interpretação que diferencia a
apresentação das peças.
Da tradição à modernidade

Obra de literatura infantil 1833

Royal De luxe – Companhia de teatro de rua francesa


 Recriações em luz negra (como se os
objectos estivessem suspensos);

 Inovações no material constituinte:


barro, pasta de papel, madeira,
espuma de poliuretano flexível,
látex….

 O desenvolvimento da comunicação
não-verbal (espectáculos de luz,
som, fogo, efeitos pirotécnicos);
Grupo: DENNY & DESSI
Origem: Haskovo, BULGÁRIA
 
Espectáculo: A PRINCESA DE UMA GOTA DE ÁGUA

Nome do Grupo: KUKELNI FORMAT


País: São Petersburgo / RÚSSIA
 
Espectáculo: CIRCO POR UM FIO
TEATRO DE SOMBRAS

 Forma de arte muito antiga com origem na China;

 Lenda chinesa aparecimento do teatro de sombras (ano 121);

 Interligam-se: a leitura de uma história, a construção da personagem

e a manipulação das silhuetas;

Treinando o corpo é possível ampliar largamente a capacidade expressiva.


O corpo em negativo

 A palavra drama significa ação.

 Dramatizar uma história é traduzir um texto em


espetáculos ou ações.

 Existem vários níveis de expressão: verbal, gestual ou


misto (teatro).
As mãos que contam
Objectos em contraluz

Material necessário:

Fonte luminosa.

Tela ou lençol claro, bem esticado.

Silhuetas ou objectos para projectar.


Formas e técnicas

Técnica de teatro de sombras, com


manipulação e animação indirecta, feita de
varas.

Projectos de iluminação com luzes


reflectoras movimentadas pelos próprios
manipuladores, ou não, ou estáticas.
A MÁSCARA

 Acessório utilizado para tapar o rosto;


 Origem do latim mascus ou masca
 Diversos propósitos:
artísticos
lúdicos

religiosos
natureza prática
/ (protecção)
culturais
Do rito mágico ao espectáculo

 Cultura Indígena: Disfarce, caçadas e funções religiosas:


- Protecção dos espíritos maléficos;
- Para a divindade reconhecer o indígena a quem “premiar”.

Máscaras indígenas
 Cultura Africana Máscaras essencialmente de madeira que
representam deuses e génios. Utilizadas em danças e cerimónias
públicas (passagem vida/morte). Laço entre o humano e o divino.

Máscaras africanas
 Cultura Ocidental Máscara como acessório de festas, danças e
procissões. União com a religião e com o divertimento.

Máscaras Ibéricas

EM
CONTRASTE

Máscaras Japonesas Máscara Asiática


 Teatro grego = a máscara dava aos actores a sua personagem.

personagem = figura representada


personna (grego) = máscaras teatrais

A personagem é pré-definida pela expressão facial, a dramatização é


explorada através da utilização da voz e do gesto.

Máscara cómica Máscara trágica


 Cultura Portuguesa
Máscaras tradicionais de Trás-os-Montes

CARETOS – homens mascarados que


transportam e dançam com campainhas,
guizos e chocalhos.

MÁSCARAS – nariz saliente, feita de


couro, latão ou madeira natural, pintada
ou com cores vivas. Outras versões
possuem chifres e outros apetrechos.

Tradição milenar realizada no Entrudo, em várias aldeias dos concelhos de


Vinhais, Bragança, Macedo de Cavaleiros…
 Cultura Egípcia Máscaras fúnebres para conservação da imagem do
defunto. Depois do corpo mumificado era colocada a máscara.

Máscara de uma princesa Máscara de


do Médio Oriente Tutankhamon
A Commedia Dell’arte / Comédia da máscara

 Itália – Século XVI;


 Comédia de improviso (sem texto dramático fixo) –
ridicularização das pessoas – sátira social;
 Seguem um esquema e improvisam o diálogo
e as acções;
 Actores profissionais actuavam em ruas e praças para
qualquer público;

OBJECTIVO: Provocar o riso,


articulando diálogos cómicos,
música, dança e acrobacias;
 Mímica e acrobacias assumiam grande significado
devido há existência de muitos dialectos na Itália
pós-renascentista;

 A comédia era representada espécie


roteiro, passando de local em local;

 Máscaras deixavam parte do rosto descoberto para:


- se reconhecer a personagem;
- para respirar com facilidade;
- facilitar a dicção;
PERSONAGENS

 10 a 12 actores;

 Personagens estereótipadas;

 Indumentárias coloridas;

 Máscaras e vestes padronizadas;

 Para além de representar as personagens


cantam e dançam.
PERSONAGENS TIPO

PATRÕES/VELHOS (vecchi)

Pantaleão (pantalone) - silhueta magra,


nariz grande, e capa negra. Dono de tudo,
autoritário não só com os criados mas
também com os seus filhos.

Capitão (capitano) – contador de histórias


vitoriosas, utiliza medalhas e espadas.
Militar cobarde.
PERSONAGENS TIPO

PATRÕES/VELHOS (vecchi)

Doutor (dottore) – normalmente


advogado ou médico. Utiliza
chapéu e vestes negras.
Caracteriza uma personagem
idiota e arrogante. Intelectual
“pomposo”.
EMPREGADOS (Zannis) =
personagem do criado, a mais
variada e popular.

Briguela (brighella) – criado


com classe, malabarista e
dançarino. Cínico, astuto ,
oportunista e malandro.

Polichinela (polcinella) -
personagem pobre apesar de
ambicioso mas desanimado e
gozado pelos outros.
EMPREGADOS (Zannis) =

Arlequim (arlecchino) –
traje composto por retalhos
de losangos coloridos. Bobo
da corte, trapalhão, amoroso
para as damas e ladrão dos
patrões. Aparentemente é
uma vitima mas leva sempre
a melhor.
PERSONAGENS TIPO

PIERRÔ (pierrot) – simboliza o


amor incompreendido.
Romântico e amoroso mas
ingénuo.

COLUMBINA – mulher
romântica, paixão de todos os
homens.

Existiam outras personagens,


foram apresentadas as mais
comuns.
O espetáculo da commedia era construído com rigor.

O “director” era denominado deconcertore, era ele quem


dirigia as actuações e era o responsável pelos cenários
(scenarii) e roteiros do espetáculo.

Mantinham-se as máscaras e personagens mas alteravam-


se as intrigas.
Adereços e cenários

Simplicidade e minimalismo devido


à precariedade de meios de
transporte e à dificuldade de
locomoção.

 Tela pintada com uma rua, casa ou palácio,

 Actor tem o papel mais importante;

 A primeira companhia (I Gelosi – os ciumentos) fundada em 1545 por 8


actores, os irmãos Andreni.
Curiosidade

Em Veneza, no séc. XVIII, utilizar uma meia máscara a tapar


somente o rosto e nariz era um hábito diário (homens, mulheres e
crianças). Devido à criminalidade foi criada legislação para acabar
com este hábito.

Os Venezianos passaram a usá-la durante o Carnaval que durava um


mês e nas festas e jantares.
Construção de MÁSCARAS de
papel
Supondo a realização de um trabalho para o público infantil, cada
formando deverá criar em papel um máscara cujo tema se centre na
fauna.

Seguem alguns exemplos ... BOM TRABALHO!


Construção de MÁSCARAS através
de garrafas de água ou pratos de
cartão.
Faça uma pequena pesquisa e elabore um documento que contenha
informações acerca de uma máscara (cultura/país/origem, nome do
autor, data, simbologia, lista de material necessário para a sua
construção, um pequeno esboço e coloque uma foto).

Construa a sua máscara e apresente aos colegas.


BOM TRABALHO!
OBRIGADA

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