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Joao de Mancelos - As Fadas Nao Usam Batom
Joao de Mancelos - As Fadas Nao Usam Batom
As fadas
não usam batom
Índice
página
Ficha técnica.............................................................................3
Dedicatória ............................................................................5
Agradecimentos ........................................................................6
Prefácio .................................................................................11
As fadas
não usam batom
Contos
Aos meus pais e familiares,
que através dos contos de fadas
me levaram à escrita
Agradecimentos
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João de Mancelos
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Prefácio
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Sara Augusto
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When I consider everthing that grows
Holds in perfection but a little moment,
That this huge stage presenteth naught but shows
Whereon the stars in secret influence comment.
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maçadora...
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sua actuação, e com uma nova lição a juntar aos ossos do ofício.
E Adelaide ria-se, perante esta iniciação de historietas
contadas com gargalhadinhas pelo meio.
Depois da peça, regresso aos bastidores, ao som dos
aplausos, na glória do teatro de província. Espera-me uma rosa
admirada do coronel. Acabada a prova, volto à realidade e a
mim. Acho-me, então, a meditar: quem sou eu, a migrar assim,
de alma em alma, gerando-me aqui e além, sempre com deixas
e rostos diferentes?
Pai, houve um tempo em que sabias tudo das luas e das
marés. Mas hoje, diz-me, pai, quem sou eu?
«– Romeiro, romeiro, Quem és tu?
– Ninguém!»
O coronel costumava dizer que aquela cauda do Frei
Luís de Sousa era a mais difícil de interpretar do teatro lusitano.
Que o ninguém! podia ter muitos cambiantes – desde a
amargura, passando pela indiferença, até ao ódio. É assim o
caleidoscópio do drama.
Um dos meus encenadores falava-me do fascínio de não
nos conhecermos:
– O teatro é um espelho. Se nos contemplamos em
demasia, transformamo-nos nas personagens. Escolhe a
máscara que entenderes, Alice. Há-de haver uma que se te
cole à pele, mais do que te colas a ti.
Na semana seguinte, de novo as pancadinhas de Molière.
Tum. Tum. Tum. Sobe o pano. A tensão escala. A pulsação a
trote. Entro em cena.
Como é? Como dizia a didascália? Três passos para a
boca, e as luzes da ribalta fitam-me. E vejo-me naquela solidão,
metro e meio de mulher a vacilar, emprestando-me a ser outra.
Foram tempos árduos, lá no sul, pai. Depois de seis horas
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pediu-me:
– Fala-me de ti, «my little Portuguese brunette». Porque
nunca me falas de ti?
Virei-me para o outro lado. Não lhe soube responder.
Faltava-me o guião. Amanhecia. Através do estore, seccionava-
se a obscuridade rósea do céu londrino. Parecia-me que o pano
descia muito lento. No pequeno quarto, o aroma ácido de amor.
O mesmo que um dia a Adelaide experimentara sob o recorte
do pomar, finalmente oferecida ao Mané do Engraxador, que
já esquecera a Isaurinha – ou se recordava bem de mais
daquelas bofetadas que levara naquele dia.
– Alice, por que nunca me falas de ti?
Ser e não ser. Em vinte anos, conheci os mistérios do
amor, distingui os amantes pelo beijo, li-lhes a alma, debaixo
da floresta escura dos peitos. Roubei-lhes as esposas e os
medos, entre as folhas de um poema ou de um lençol. Pisei,
descalça, palcos de cristal, em Londres, Nova Iorque, Paris,
Rússia, e conheci actores que eram deuses disfarçados de
humanos. Aprendi também como é difícil crescer de olhos
enxutos. Depus moedas sobre os olhos dos amigos que partiam
para lá do Letes. Morriam no sucesso e na pobreza, na fama e
na lama. Ano após ano, fui chamando a morte pelo nome, e
dei-lhe de comer à boca. Como o Pequeno Príncipe, cativei as
raposas deste mundo e ensinei-lhes a parábola do escorpião,
da cinza e do cordeiro.
Não, não me esqueci de nada, pai.
Quis dizer-te tudo isto, à mesa daquele café rasca, numa
ruela de Buarcos. Dizer-te que as fadas usam batom e temperam
de suor os palcos e têm memórias inefáveis. Mas não pude,
pai. Éramos massa do mesmo pão.
Paguei a minha bica e o teu bagaço. À saída, cerrei os
olhos. Da praia vinha uma luz dolorosa – e o vento tudo varria.
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Até para o ano, em Jerusalém
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princesa.
– A mais bela de todos! Como se chama? – perguntas.
Remexo-me na cadeira, embaraçado:
– Leah. Chama-se Leah.
– É uma boa escolha, Luís – olhas-me demoradamente.
– Já lhe contaste a nossa história?
– Muitas vezes. Era uma das suas favoritas, em pequena.
Sorrimos. Já não sabemos quem somos. Passou-se
demasiado tempo. Contudo, os passeios pela quinta de Tondela,
os Verões infinitos, o beijo no rio – tudo volta a existir ali,
num restaurantezinho de Nova Iorque.
Brinco ainda algum tempo com o guardanapo, manchado
do batom de Leah. Depois, pago, dou-lhe o braço e saímos.
São cinco horas da tarde e parou de chover. As luzes da Big
Apple acendem-se em glória. Por entre a dentadura de arranha-
céus, arrasta-se uma cauda de névoa.
Ao chegar à esquina, Leah despede-se de mim. Confirma
que trocámos endereços, e que nos escreveremos:
– Meio século a pôr em dia, não é, Luís?
Afasta-se, por entre a enxurrada de retardatários.
– Até para o ano, em Jerusalém! – digo-lhe ainda.
Leah acena-me que sim.
Vejo-a atravessar a rua, debaixo de chuva. Um andar
elegante, mesmo aos sessenta.
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Avé, mar
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O Zé sorria-me:
– Onde vais, varina? Tem cuidado!
– Porquê, Zé?
– Não vá Neptuno apaixonar-se por ti e roubar-te à terra!
– Melhores deusas tem ele no mar...
– Mas nenhuma caminha como tu – e piscava-me o olho,
o malandro.
E eu ia à minha vida, com a imagem dele na cabeça.
Contudo, um dia, abrandei o passo. O Zé reparou e pediu:
– Não te vás, varina. Conversa um pouco comigo.
– Não tenho tempo para namorar.
– Vá lá, Maria... Só mais um bocadinho. Quero contar-
te a mais verdadeira das histórias.
– E qual é, pode saber-se? O conto do pescador atrevido?
Riu-se.
– Não, Maria. Essa já tu conheces bem.
– Então?
– É a lenda da sereia de Buarcos.
Aproximei-me, curiosa:
– Não conheço.
– Vou contar-ta então. Senta-te na areia, ao pé de mim.
Assim fiz.
– Não tinha mais do que a altura de um arpão, quando o
meu pai me levou para a safra do bacalhau, ao largo dos fjords
escandinavos. Aí, nas noites de luar, durante os equinócios, vi
as minhas primeiras sereias. São criaturinhas de cabelos verdes,
com corpo de mulher e uma ou duas caudas de peixe, cobertas
de escamas azuis. Avistei-as a saltarem por entre as vagas,
roçando-se contra o casco do navio, ou contemplando-se no
gelo icebergues.
– E não tiveste medo?
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Ver e dizer
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– Ti Preciosa...
A velha ergueu os olhos da costura. A mãe não a fitou,
enquanto amanhava as sardinhas:
– ... aquilo da morte do meu irmão, que Deus o tenha no
céu, não foi obra do acaso.
– Que queres dizer?
– A Marta teve um pesadelo nessa mesma noite. Disse
que viu o naufrágio.
A Ti Preciosa, pouco dada a mistérios, mas devota de
presságios e crenças, como é usual nas gentes da costa,
arregalou os olhos e persignou-se:
– Então, foi obra do destino. O Senhor quis o Deus nos
Traga – sentenciou.
A mãe assentiu, movendo devagar a cabeça. E
acrescentou:
– Não é a primeira vez que a Marta tem estas
premonições...
A velha Preciosa olhou-a com inquietação. Mas a mãe
não ergueu os olhos, estripando as sardinhas com método,
como se receasse ler as reacções no rosto da interlocutora.
Preciosa trouxera muitas vezes a Marta ao colo, ou agarrada
às saias, pelas sendas da lota. Nunca achara na criança nem
virtude de bruxa adivinha, nem sinal algum do demo. Apenas
uma garota franzina, os olhos escuros como os seixos da praia,
que gostava de ouvir histórias de bruxas, à mistura com lendas
de santas.
– Tens a certeza do que dizes, mulher? – perguntou a Ti
Preciosa.
– Jurou-me pelas Chagas.
E assim concluiu a conversa, sem mais detalhes.
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uma sibila? Que faria com aquele poder? Seria, como dizia o
padre, coisa do Demónio? Ou antes, nas palavras do Ti Grego,
uma bênção divina?
Marta pensa e pensa.
Ao longe, as luzes da Cachina instalam-se na fieira de
casas caiadas – como a gaivota que poisa sobre o nervo de
uma amarra. Há muitas verdades fora das páginas sagradas,
coisas de deuses velhos, ensinamentos passados de mulher a
mulher, confissões do sobrenatural.
O dia seguinte abre calmo. A luz poisa nas casas, coagula-
se no céu e sobre a espuma. Marta levanta-se, veste a saia, o
saiote, a blusa com o colete e o xaile. Ao pescoço, a voltinha
com a figa, sobre os cabelos, o lenço.
Já é tarde. Apressa-se e sai à rua, com o fito de ir à missa
da capelinha de Sant’Ana. Aspira o ar cálido da madrugada.
Agrada-lhe o caminho pelas ruas serpenteantes, sempre a subir.
Por hoje, nenhuma quilha irá charruar as areias, aos gritos de
al’arriba. Fartos de redes, os pescadores dormem. Só as
mulheres madrugam.
À medida que se afasta, Marta vai tendo uma visão
alargada do bairro da Cachina – afinal, apenas uma viela
comprida, quase cerzida ao mar. Normalmente, haveria um
rol de cachopas pontilhando as portas das casas, quase todas
elas pescadeiras ou rendilheiras, trocando os bilros com a
mestria que um pianista usa para interpretar uma sonata. Ou
ver-se-iam adolescentes correndo de pés descalços, com os
cestos de milho amarelo ou feijão à cabeça.
– Marta!
A rapariga volta-se. É a Clara, a irmã do Manuel Novo,
quem a chama. Tem o mesmo cabelo de carvão, mas usa-o
caído em madeixas longas, contrastando com a brancura
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– Bruxa!
– És das da Cova do Purgatório!
Marta defende-se:
– Mas que dizem vocês? Isso é mentira!
– Arreda-te de mim, bruxa!
Marta recua. Porém para onde? Está já sitiada pelo bando
de xailes e pelos vultos dos pescadores. O Ti Grego berra:
– Já foi ela que mandou ao fundo o barco do tio!
– Pedra nela!
– Não! – implora Marta. – Não lancei maldição nenhuma!
Juro! Foi só um sonho!
– Pedra na bruxa! – grita outra velha.
Um seixo acerta-lhe na testa, logo seguido de outro e
outro. Marta grita e cai ao chão. Apenas sente a dor das pedras
atiradas por quem acabara de perder um dos seus.
Chora. Geme. Cala-se.
Quando acabaram, os pescadores e as pescadeiras
partem. Marta fica sobre a areia, encolhida como um feto. Ao
longe, já só algumas figurinhas iluminadas por archotes
percorrem o litoral, em busca de algum náufrago ou salvado.
Os sinos da capelinha há muito que se calaram, exaustos. Se
calha haver ainda algum tinir melancólico, é obra do vento.
Marta desperta, os joelhos à boca, o cabelo empastado
em sangue. Lamuria em surdina. No sonho acordado, imagina
que o Manuel a abraça. Fantasia que ele caminhou sobre as
águas, como o Jesus Nazareno. Que São Pedro pescou os
náufragos do perigo. Mas tudo não passa de imaginação sua,
da crença, das histórias com que lhe enxamearam os ouvidos,
enquanto nova – e, claro, da língua do povo que logo a vira
como bruxa, prestando-se a confundir avisos com pragas.
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A história que eu
não devia contar
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Mudam-se os corpos,
mudam-se as verdades
Foi no Inverno de 1997. Partilhávamos a cidade
dissolvida no nevoeiro, as mesas dos cafés vazios, e uma ou
outra réstia de sol. A praia estava deserta, à excepção de alguns
cães que ladravam às nuvens e às gaivotas. Dantes, sabíamos
de cor as dunas onde o amor era possível; transformávamos o
sexo numa absolvição urbi et orbi, capaz de redimir todas as
brigas. Ocasionalmente, deixava-te ficar nos bolsos missivas
de amor ou avivava-te os dias com uma rosa.
– És tão tolo! – dizias-me, deliciada com a surpresa.
E julgávamos que iria durar para sempre. Porém, cinco
anos depois já estavas cansada da lua-de-mel. Acusavas-me
de te asfixiar, de as palavrinhas de amor, as rosas e as minhas
patetices românticas te fazerem sentir mal. Afastámo-nos: eu
viajava a pretexto de adquirir bibliografia no estrangeiro para
o meu doutoramento; tu ias a congressos médicos.
Naquele fim-de-semana de Inverno, fizemos a sangria
de acusações:
– É fácil de ver: o nosso casamento foi um erro – disse-
lhe. Deixámo-nos influenciar por aquilo que todos diziam ser
a escolha certa. Fomos empurrados para o namoro pela amizade
antiga entre os nossos pais, pelos amigos que nos achavam
um «par giro», pelas tolices da nossa adolescência.
Levaste um cigarro aos lábios e soltaste uma baforada
lenta:
– Nesse aspecto, estamos de acordo. Tentámos
demasiado fazer com que as coisas corressem bem. Mas
sabíamos que era impossível polir as mentiras. Mais tarde ou
mais cedo, um de nós acabaria por trair o outro, não é?
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Sobre o autor
João de Mancelos nasceu em
Coimbra em 1968. É autor de
várias obras em prosa e poesia,
das quais se destacam O Labor
das Marés, As Fadas Não Usam
Batom (vídeo-livro da semana
do programa televisivo
Acontece), Foi Amanhã, e, mais
recentemente, Línguas de Fogo.
É doutorado em Literatura
Norte-Americana Contempo-
rânea e docente no Centro Re-
gional das Beiras da Universi-
dade Católica Portuguesa.