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1-NOME DA FONTE

Popol Vuh

2- ALUNO
Jonas Giovani Freire Rosa Lima da Silva (201626526-2)

3- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DA FONTE


POPOL VUH. (BROTHERSTON, Gordon; MEDEIROS, Sergio (org.). Popol Vuh –
São Paulo: Iluminuras, 2007.

4- TEMA ESCOLHIDO
Influência do Popol Vuh na memória e representação do imaginário e religiosidade para
o povo Maia–Quiché

5- PROBLEMA
Partindo da proposição de que várias sociedades têm seu mito fundador, não foi
diferente nas populações da Mesoamérica, encontradas pelos colonizadores espanhóis no
continente americano descoberto por Cristóvão Colombo no século XV. O início desse
contato entre o europeu e as populações da região do território americano proporcionou
o conhecimento de alguns mitos de fundação dessas sociedades americanas, como o
Popol Vuh de origem maia-quiché do século XVI.

O Popol Vuh pode ser considerado como uma fonte “híbrida” vendo a influência
do colonizador na obra: “Isso escrevemos agora na palavra de Deus, Agora na
cristandade”. 1
Com essa influência do colonizador europeu o mito fundador do povo
maia ganhou a condição de Bíblia da América. 2

1
POPOL VUH, Verso 40. (BROTHERSTON, Gordon; MEDEIROS, Sergio (org.). Popol Vuh – São
Paulo: Iluminuras, 2007. P.43.
2
Descrição do autor: Gordon Brotherston é Professor Honorário da Universidade de Manchester e
Professor Emérito da Universidade de Essex.
A ideia central deste trabalho é apresentar a contribuição que o Popol Vuh teve na
perpetuação da memória da cultura quiché para a posteridade, dentro e fora do próprio
povo, e como se utiliza do imaginário para representar suas crenças e importantes
características do cotidiano. Por ele torna-se possível identificarmos a importância da
agricultura, do esporte e da religião para o povo quiché.

6- JUSTIFICATIVA

Diversos povos lançam mão de narrativas orais transmutadas em textos para


resguardar a identidade do próprio povo para as gerações seguintes. No entanto, ressalta
Peter Burke que o risco de a memória cultural ser oral está no fato dela poder ser
eventualmente alterada, ainda que não exista essa intenção. Para Burke a memória pode
ser descrita da seguinte forma:

[...] a história da memória é um campo que revela com rara


clareza a importância dos esquemas ou estereótipos, já destacada
pelo psicólogo Frederick Bartlett3 em seu livro Remembering
(1932). À medida que os acontecimentos retrocedem no tempo,
perdem algo de sua especificidade. Eles são elaborados,
normalmente de forma inconsciente, e assim passam a se
enquadrar nos esquemas gerais correntes na cultura. Esses
esquemas ajudam a perpetuar as memórias, sob custo, porém, de
sua distorção.4

Para além do risco da alteração dos fatos, ainda que não intencional, pela memória
oral, a importância da religião, especificamente no povo quiché, é notoriamente colocada
no Popol Vuh. Destaca-se, portanto, a relação do imaginário popular com a reprodução
da memória. Essa relação faz-se nítida quando partimos da concepção de que os deuses
criadores do Popol Vuh tinham a necessidade de serem reverenciados tal como podemos
ver na primeira parte do livro ao que se refere às duas tentativas da criação de seres
humanos pelos deuses. No qual podemos observar a necessidade que os mesmos tinham
em serem reconhecidos pelas suas criaturas.

Na primeira parte do livro, ao que se refere nas duas tentativas da criação de seres
humanos pelos deuses, esse argumento encontra base. Quando podemos observar a

3
Frederick Charles Bartlett (1887 – 1969) psicólogo inglês.
4
BURKE, Peter. O que é História Cultural? Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2005. P. 59
necessidade que os mesmos tinham em serem reconhecidos por suas criaturas e, de acordo
com o relato, isso não aconteceu, ocasionando o diluvio que matou esses seres humanos.

Em toda narração da criação dos seres viventes vê-se uma questão latente aos
deuses: adoração. As divindades tinham como princípio original a criação de adoradores
para sua própria glorificação, estabelecendo assim uma relação entre criadores e criaturas.
Percebendo tal contexto cabe a indagação: quais são os elementos presentes na fonte que
sustentam a necessidade de culto da sociedade maia para a glorificação dos deuses?
Procurando responder tal problemática, esperamos assim, também estabelecer elementos
que legitimam a relação entre o divino e a criação.

7- HIPÓTESE

Possivelmente esta comunidade da Mesoamérica acreditava que a sua função era


exatamente essa: dar sentido ao mundo através da cosmologia que produziram e
principalmente do louvamento de seus personagens.

8- REFERENCIAL TEÓRICO

Todas as cosmogonias tentam passar a fórmula da “pessoa ideal” para os nativos de sua
crença.

9- OBJETIVOS

Pretendo assim analisar, dentro da perspectiva cultural e histórica, e a partir desta


análise determinar, caso possível, do porquê dessa necessidade de cultuar os deuses,
considerando que essa necessidade parte dos próprios deuses.

Como já expresso anteriormente, a partir do texto em si, da estrutura em que foi


escrito e da forma como os eventos e episódios foram narrados, procura-se através desse
trabalho, compreender como as concepções de religiosidade, imaginário e memória se
interconectam para este povo.

10- BIBLIOGRAFIA

POPOL VUH. (BROTHERSTON, Gordon; MEDEIROS, Sergio (org.). Popol Vuh –


São Paulo: Iluminuras, 2007.
BURKE, Peter. O que é História Cultural? Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2005

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