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UNIVERSIDADE DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Departamento de Ciências Sociais e Humanas

Coordenação do curso de Direito

Jairo de Aurora Calisto Nogira

Relações Jurídica Fiscal e Obrigações Fiscal em Moçambique

Nampula

2022
UNIVERSIDADE DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Departamento de Ciências Sociais e Humanas

Coordenação do curso de Direito

Jairo de Aurora Calisto Nogira

Relações Jurídica Fiscal e Obrigações Fiscal em Moçambique

Trabalho de Carácter Avaliativo, da Cadeira de


Direito Fiscal e Aduaneiro, 2o ano, Curso de
Licenciatura em Direito, Leccionada pelo
docente:

Nampula

2022
Índice

1.Introdução .................................................................................................................................... 5

2. Objectivos ................................................................................................................................... 5

2.1. Objectivo geral ......................................................................................................................... 5

2.2. Objectivos específicos ............................................................................................................. 5

3. Metodologia ................................................................................................................................ 5

4. Relações Jurídica Fiscal .............................................................................................................. 6

5. Obrigação Fiscal ......................................................................................................................... 6

6. Elementos da relação jurídica fiscal ........................................................................................... 8

6.1. Sujeitos..................................................................................................................................... 8

6.1.1. O sujeito activo da relação jurídica fiscal ............................................................................. 8

6.1.2. Sujeito passivo da relação jurídica fiscal .............................................................................. 9

7. Teoria da relação jurídica.......................................................................................................... 10

8. Teoria dos fatos jurídicos .......................................................................................................... 11

9. Relação jurídica fiscal e obrigação fiscal.................................................................................. 12

9.1. Relações jurídicas .................................................................................................................. 12

9.1. Objecto da relação jurídica fiscal ........................................................................................... 12

10. Obrigação Tributaria ............................................................................................................... 13

10.1. Formação da obrigação tributaria ........................................................................................ 13

10.2. Descumprimento da obrigação ............................................................................................ 14

10.3. Tipos de obrigações tributárias ............................................................................................ 14

10.4. Elementos da Obrigação Tributaria ..................................................................................... 14

11. Momentos da constituição da obrigação de imposto .............................................................. 15


12. Constituição do crédito tributário ........................................................................................... 15

13. Extinção da obrigação fiscal ................................................................................................... 15

13.1. Formas de extinção de obrigação tributária ......................................................................... 16

14. Conclusão................................................................................................................................ 17

15. Referências bibliográficas ....................................................................................................... 18


1.Introdução

O direito tributário, como os demais ramos da ciência jurídica, formou-se lentamente. Com o
aparecimento da sociedade humana o homem assumiu a necessidade de um fundo financeiro,
fruto da colaboração dos membros da coletividade, a fim de poder fazer frente as
necessidades coletivas, assim começam a aparecer as primeiras contribuições compulsórias,
que a época possuiu diferentes nomes e formas das concebidas para os dias actuais, ate
porque as instituições eram outras, assim como as autoridades e os processos da época.

Nos dias actuais, muito se fala sobre reforma tributaria e a esperança social é que ela venha
em breve sanar de modo mais efetivo as incongruências e ma formação desta lei em uso e
promover a reformulação necessária ao acompanhamento das mudanças sociais e nova
realidade.
2. Objectivos

2.1. Objectivo geral

 Conhecer os fundamentos das relações jurídicas fiscais;


2.2. Objectivos específicos

 Identificar as obrigações fiscais em Moçambique;


 Analisar as obrigações tributarias.
3. Metodologia

Para a aquisição deste trabalho, varias foram as referências bibliográficas reunidas e


selecionadas tendo em vista a pertinência do mesmo. Portanto, o trabalho espelha uma
introdução; o desenvolvimento; a conclusão; as referências bibliográficas.
4. Relações Jurídica Fiscal

A relação jurídica fiscal é uma relação complexa que compreende quer obrigações principais
quer obrigações acessórias.

O cerne da relação jurídica fiscal é constituído pela obrigação fiscal ou de imposto que,
apesar de ser uma obrigação ou direito de crédito tem características especiais que
diferenciam das demais.

Segundo Texeira (1995), constitui obrigação o vínculo que nasce entre o estado e o particular
através do imposto.

Para Betioli (1996), a relação jurídica estabelece um vínculo entre pessoas, do qual derivam
consequências obrigatórias por corresponder a uma hipótese normativa.

Para Campos (1995), refere que a relação jurídica como sendo, a relação da vida disciplinada
pelo direito, vinculado o titular do direito subjetivo e obrigado, e o obrigado, relativamente ao
objecto ou bem jurídico.

5. Obrigação Fiscal

A obrigação fiscal pode ser dita como o vinculo jurídico nascido de verificação de situação
ou das condições abstractamente previstas na lei tributaria e cujo objectivo e a prestação do
imposto.

Na óptica de Waty (2004), considera a obrigação fiscal como parte da relação jurídica, pós
esta é a mais vasta e complexa. Para ele, a obrigação fiscal inclui todas as relações de
diferente objecto e conteúdo que resultam daquela obrigação central, na qual os sujeitos
passivos são o contribuinte e outras pessoas estranhas a essa obrigação de imposto. A relação
jurídica é composta de um núcleo constituído pelo contribuintes e pelos terceiros que, de
algum modo, estão ligados aos pressupostos do facto de tributação, que podem ser
designados de obrigação ou deveres tributários acessórios.

A relação jurídica fiscal é desde modo uma relação obrigacional, embora de direito público.
Trata de uma particularidade do direito fiscal que possa interpretar-se como correspondendo à
aquela conhecida orientação que visa aproximar esse ramo jurídico do direito civil.

A primeira obrigação, nuclear, é a obrigação fiscal que se traduz no pagamento do imposto. O


segundo tipo de obrigação (as obrigações acessórias), definem-se como aquelas que auxiliam
o cumprimento da obrigação central de pagamento do imposto. Dentro destas encontram-se,
assim, as obrigações criadas pelo legislador a propósito da contabilidade.

No plano objectivo, a relação jurídica é toda a relação social disciplinada pelo direito,
enquanto no plano subjectivo ela representa o vínculo entre dois ou mais indivíduos, dotados
de obrigatoriedade. Nessa perspetiva as situações subjectivas são momentos de uma relação
jurídica fracções temporárias de uma relação interpessoal regulada pelo direito.

Na relação jurídica pressupõe-se um acto devindo ou permitindo, e dois sujeitos, um dito


activo e outro passivo. O sujeito activo não é necessariamente aquele que pratica o acto, mas
aquele que na situação jurídica encontra se na posição subordinante. O sujeito passivo é
aquele que se encontra na posição subordinada em relação a acto considerado. A
subordinação é estabelecida ao direito em beneficio de quem prática o acto, a beneficio de
terceiro ou da comunidade.

Na perspetiva de Bem (2004), conceitua a relação jurídica como a ligação entre dois ou mais
sujeitos, em razão de um facto previsto no ordenamento jurídico, em que um dos sujeitos tem
o direito de exigir uma prestação e o outro, o dever de compri-lá. Assim vê-se que a
exigência de uma relação jurídica pressupõe o posicionamento de duas ou mais pessoas
adoptadas de poderes e resultantes das normas jurídicas, pois só interessam ao direito as
relações que estejam, de alguma forma previstas num modelo jurídico.

Segundo Fashin (2002, p.4), a relação jurídica se constitui o elemento unificador de código
civil, padecendo dos vices da abstracção e da generalidade que conduzem a uma exclusão
social. O autor afirma que há divisão entre as relações sociais abrangidas pelo manto jurídico
e aquelas que estão excluídas no âmbito de relação, os modelos de relações juridicamente
relevantes não poderiam se ater as vicissitudes das relações fácticas, o código civil é visto
como um sistema pre̵t a̶ porter, mais do que isso o direito se reduz a essas soluções prévias, se
reduz a modelos.

Portanto, a relação jurídica é um facto geral e abstracto, por ser próprio da ciência jurídica,
sendo impossível o legislador elaborar normas sem deixar de tutelar certos bens jurídicos,
uma vez que sua interacção maior é regular a vida das pessoas naquilo que elas tem de maior
ou mais do quotidiano, (Bem, 2004).
Para a melhor compreensão da relação jurídica fiscal é necessário ter a noção dos seus
pressupostos, que constituem o conjunto de condições de que a lei faz depender o nascimento
da relação jurídica fiscal.

Quanto a sua natureza os pressupostos podem ser:

 Objectivos ou subjectivos;

Quanto ao seu âmbito podem ser:

 Genéricos ou específicos.

O pressuposto genérico da relação jurídica fiscal pode se apontar a personalidade jurídica, a


capacidade jurídica (subjectivos) e matéria coletável (objectivo).

6. Elementos da relação jurídica fiscal

Os elementos da relação jurídica fiscal são:

 Sujeitos;

 Objectos;

 Facto jurídico e;

 Garantias.

6.1. Sujeitos

Os sujeitos são os pontos terminais da relação jurídica.

Na obrigação fiscal, existe a particularidade do sujeito activo ser sempre uma entidade do
direito público ou que exerce funções públicas, que tem o direito de exigir o cumprimento da
obrigação. Por sua vez, o sujeito passivo é a pessoa singular ou colectiva ou qualquer outra
entidade (património ou organização de facto de direito, diz a lei, que nos termos legais, esta
vinculada ao cumprimento da obrigação.

6.1.1. O sujeito activo da relação jurídica fiscal

Em relação a sujeitos activos da relação jurídica fiscal importa distinguir:


 Poder tributário: poder conferido constitucionalmente para a criação, incidência,
instituição, estabelecimento do imposto e a definição do seu regime;

 Competência tributaria: a administração ou gestão de imposto e que se traduz no


lançamento, liquidação e cobrança dividindo-se esta competência entre a
administração fiscal e os particulares (contribuintes ou terceiros).

 Capacidade tributária activa: qualidade do sujeito activo da relação de crédito em


que a relação jurídica fiscal se consubstancia. É a titularidade de crédito de imposto e
outros direitos tributários e é inerente a personalidade tributária activa ou
susceptibilidade de ser sujeito activo da relação jurídica fiscal e é imposto;

 Titularidade de receita de imposto: verifica-se nos casos em que as receitas


provenientes de certos impostos estão consignadas a determinadas entidades que não
tenham todas ou algumas das titularidades fiscais activas.

6.1.2. Sujeito passivo da relação jurídica fiscal

A doutrina costuma distinguir as seguintes: contribuintes, devedor de imposto e sujeito


passivo da relação jurídica fiscal.

 Contribuinte: é a pessoa em relação na qual se verifica o facto tributário, o


pressuposto de facto ou facto gerador do imposto, isto é, o titular da manifestação na
capacidade contributiva que a lei visa atingir e que por esse efeito ira suportar o
desfalque patrimonial que o imposto provoca.

 Devedor de imposto: é o sujeito passivo que deve satisfazer perante o credor fiscal a
obrigação de imposto.

 Sujeito passivo da relação jurídica fiscal: é toda e qualquer pessoa, singular ou


colectiva, a quem a lei impõe o dever de efectuar uma prestação tributária, quer seja a
prestação de imposto, quer seja nas obrigações acessórias.

Quanto a abstracção, não há duvida que a relação jurídica é um conceito geral e abstracto.
Mas isso é próprio de qualquer ciência, por mais concreta que se queira faze̵ lá, porque e pelo
pensamento, necessariamente abstracta, o homem aprende a realidade, sendo, portanto,
abstracta a própria ideia de homem concreto.
Portanto, algumas relações são reguladas pelo direito e outras não, o que cada vez menor, é
bom que ainda haja relações interpessoais imane a autoridade do estado, não havendo
nenhuma concretização da maldade nesses conceitos, mas dependência em relação a natureza
do pensamento humano.

7. Teoria da relação jurídica

A relação jurídica é a relação entre pessoas tuteladas pelo ordenamento jurídico (Bem, 2004,
pag.17).

É importante ressaltar que dois requisitos são essências para que se perceba a tutela pelo
direito, sendo um de ordem material a ligação intersubjectiva, e outro de certeza formal, a
hipótese normativa ou laco entre as partes, necessariamente previsto por normas. As relações
do direito privado são classificadas em quatro categorias:

 Familiares;

 Sucessórias;

 Obrigacionais e

Essas, que representam uma semelhança em relação aos elementos externos que nelas estão
inseridos: sujeitos, objectos, factos jurídicos e garantias. Assim, toda a relação jurídica
corresponde a uma acção com intenção de assegurar a protecção de Estado aos litigantes,
como meio processual.

Sujeito de direito é aquele que participa na relação jurídica como sujeito activo, o titular do
direito ou passivo, o titular do dever. O objecto da relação é o bem, ou a prestação em que
incide o poder jurídico, com a intenção de favorecer sujeito activo.

O facto jurídico é todo e qualquer acontecimento que gera uma relação jurídica contribuindo
com criação, modificação ou extinção de direitos.

Para Diniz (2002), o facto jurídico é um acontecimento previsto em que a norma do direito,
em razão do qual nascem, se modifica, suscitem ou se extinguem as relações jurídicas.
8. Teoria dos fatos jurídicos

Todo direito nasce do facto, isso é, o facto pode ter consequências jurídicas justamente por
ter sido previsto pelo direito. Tais factos com consequências jurídicas dividem-se em factos
jurídicos em sentido estrito e em actos jurídicos.

Os factos jurídicos em sentido estrito representam todos os fenómenos actuantes sobre o


mundo exterior que, não obstante gerem efeitos jurídicos, não são frutos da vontade humana.
Segundo Amarro (1999), o facto jurídico é ”o facto ou complexo de factos sobre o qual
incidiu a regra jurídica.”

Os actos jurídicos são os acontecimentos que geram efeitos legais e que são fruto da
consciência e da vontade humana, subdividindo-se em actos lícitos-conforme o direito-e actos
ilícitos em contraposição ao direito.

Aqui serão abordados, apenas, os factos jurídicos decorrentes da consciência e da vontade


humana, tanto na modalidade lícita como na modalidade ilícita, uma vez que, como afirma
Falcão (1959), todos os factos que não produzem, pela norma, efeitos jurídicos serão
irrelevantes para o direito.

No entanto, conceitua-se facto jurídico, em sentido lato, todo acontecimento natural ou


humano, susceptível de produzir efeitos jurídicos. Usualmente, essa expressão tem sido
utilizada em sentido estrito, como facto independente da vontade humana que suscita efeitos
jurídicos.

Os factos jurídicos, em sentido estrito ou factos naturais independem da vontade humana,


mas apenas da natureza humana, e podem ser classificados como factos, trazem em si uma
posição jurídica, produzindo efeitos como a aquisição e a extinção de direitos, como é o caso
do nascimento e da morte que são os termos iniciais e finais da personalidade.

O acto jurídico em sentido amplo, ou acto humano, é um acontecimento que depende da


vontade humana. Estando essa vontade de acordo com o direito, a moral e os bons costumes,
tem-se um facto lícito e tem defeitos esperados pelo agente humano.

A vontade é o elemento principal do negócio jurídico, portanto, ela determina a criação, a


modificação ou a extinção da expressão do ser humano.
Para Rodrigues (1966) define a vontade como, o substrato do negócio jurídico. A finalidade
do negócio jurídico é a satisfação da vontade de criar, conversar, modificar ou extinguir
direitos. Sem essa interacção, caracteriza-se, apenas, um acto jurídico, conforme a
compreensão de Gonsalves (2003) assim expressa: a existência do negócio jurídico depende
da manifestação da vontade, com a finalidade negocial.

Para que um facto jurídico seja considerado valido, são necessários alguns elementos
determinados em lei, independente da vontade dos sujeitos de direito.

Na perspectiva de Amaral (1998), esses elementos são as entidades que compõem a estrutura
do negócio jurídico. Assim, são elementos primários indispensáveis para que um negócio
jurídico seja considerado valido: agente capaz, objecto lícito, possível determinado ou
indeterminável e forma prescrita ou não defesa da lei.

No negócio jurídico ou acto jurídico benéfico se sobrepõem a natureza da benevolência, da


generosidade, da liberdade, que traduz a disposição do agente em ofertar um direito ou um
benefício em favor de outrem, sem contrapartida. Nesse negócio, quer o agente conferir,
voluntariamente, a outrem, uma vantagem friável juridicamente por quem passa a tê-la, na
condição de titular de um direito, nascido em face a dádiva.

9. Relação jurídica fiscal e obrigação fiscal

O conceito da relação jurídica fiscal foi importado de direito privada.

9.1. Relações jurídicas

Para Prata (2009), define a relação jurídica, num sentido restrito, como a relação inter-privada
que o direito regula através da atribuição a um sujeito de um direito privado e a imposição de
outro de um dever ou sujeição. Por seu lado a obrigação fiscal, respeita somente aquela que e
a principal obrigação do sujeito passivo na relação jurídica fiscal, ou seja, a obrigação e pagar
o imposto.

9.1. Objecto da relação jurídica fiscal

Segundo Waty (2007, p.137), o objecto da relação jurídico fiscal é a prestação a que o
devedor de imposto está a distrito para com o sujeito activo. A prestação é, em regra
precedida de uma actividade para a sua concretização lançamento e determinada pela
aplicação de uma taxa a matéria coletável, liquidação.
O facto jurídico é a constituição da obrigação fiscal. Sendo a concorrência de elementos,
obtenção de rendimentos ou aquisição de bens, que hipoteticamente previstos na lei como
credores de relações jurídicas fiscais fazem nascer a obrigação de imposto.

10. Obrigação Tributaria

A obrigação pode ser entendida de duas formas, a primeira pela relação jurídica entre credor
(sujeito activo), e o devedor (sujeito passivo), tendo o primeiro o direito ao recebimento de
determinada prestação.

A obrigação tributária de uma relação jurídica estabelecida entre as pessoas jurídicas de


direito público, competentes para instituir sobre tributos e as pessoas físicas ou jurídicas, que
praticam o facto previsto a lei, ou seja, é um dever de fazer um contribuinte prestar
determinada prestação. Ainda pode ser conceituada a obrigação como a relação entre pessoas
que podem ser geradas em razão da vontade e em razão da lei.

O nascimento da obrigação não depende de nenhuma manifestação de vontade das partes, que
passam a ocupar os polos passivos e activos do vínculo jurídico. Basta a ocorrência de facto
previamente descrito na lei para que surja a obrigação. Sendo assim ocorrido o facto gerador
nasce a relação tributária compreendida entre o dever de alguém (sujeito passivo) e o direito
do Estado sujeito passivo.

Obrigação tributária é toda a obrigação que surge quando se consuma um facto impossível
previsto na legislação tributaria. É considerado como um vínculo que une o credor (activo) e
o devedor (passivo), para o pagamento de uma divida. Também pode ser considerada como
obrigação tributaria a própria prestação que o devedor tem que cumprir, sendo assim,
ocorrido o facto gerador, sempre decorrente de lei e assim nasce a obrigação tributaria.

10.1. Formação da obrigação tributaria

A imposição de pagar o tributo surge do vínculo que se estabelece entre o particular sujeito
passivo contribuinte, quando há ocorrência de um facto gerador, a situação prevista em lei,
que faz com que surja o vínculo, entre o particular e o estado (a obrigação tributaria).

O particular fica determinado a pagar uma prestação de fundo particular prevista na


legislação. A prestação pode servir para pagar tributo, ou penalidade dependendo de como e
definido pela lei praticado pelo particular. O contribuinte pode ainda ser estado a fazer coisas
no interesse do fisco, ou deixar de praticar algum acto de acordo com a lei.
10.2. Descumprimento da obrigação

Caso contribuinte não cumpra a obrigação tributaria espontaneamente, poderá ser objecto de
lançamento de oficio de crédito inadinplido, sendo que o processo de determinação e
exigências de créditos tributários da união.

10.3. Tipos de obrigações tributárias

Existem dois tipos de obrigações tributárias:

 Obrigação tributária principal: é a obrigação de pagar o tributo devido


(pecuniária).

 Obrigação tributária acessória: consiste em acção ou missão que facilita a acção do


fisco, como por exemplo a obrigação de emitir nota fiscal e a de não rasurar os livros
fiscais da empresa.

As obrigações principais e acessórias são autónomas, por tanto, diante de uma unidade esta só
atingira a principal diferentemente de direito civil não desobrigando o seu cumprimento. O
objecto da obrigação deve ser determinado ou ao menos determinável indeterminado
relativamente ou susceptível de determinação no momento da execução. Admite-se, pois a
venda da coisa incerta, indicada ao menos pelo género e pela quantidade, que será
determinada pela escolha, bem como a venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a
concentração.

O objecto da obrigação deve ser economicamente apreciável. Obrigações jurídicas, mas sem
conteúdo patrimonial, como dever de fidelidade reciproca entre os conjugue e outros meios
do direito ou família, são excluídas do direito das obrigações.

10.4. Elementos da Obrigação Tributaria

A obrigação tributaria constitui-se de quatro elementos:

 Lei: acto que cria ou institui o tributo, determina o aumento de alíquotas, outorga
isenções, vedações, não incidência, define o fato gerador e tudo mais que for desta
obrigação e estrutura- se pela hipótese, o mandamento e a sanção.

 Fato gerador: elemento nuclear da obrigação tributaria ou sua própria natureza


jurídica, sem o qual não há que se falar em obrigação;
 Sujeito activo: é lado credor da obrigação fiscal, sujeito passivo: e o lado devedor da
relação obrigacional tributário contribuinte;

 Objecto: é o valor devido que pode ser definido como principal ou acessório

11. Momentos da constituição da obrigação de imposto

Esta obrigação de imposto, como as demais, resulta de um facto, uma realidade, um acto que
se subsume integral e precisamente a hipótese de uma norma. Contudo, o que se pretende
analisar é o momento em que a obrigação fiscal se constitui, quando o rendimento é
percebido pelo sujeito passivo ou pelo contrário, no final do ano fiscal.

Para Waty (1997), os momentos da constituição da obrigação de imposto são:

12. Constituição do crédito tributário

Nesta primeira fase deve ocorrer a constituição de crédito tributário que pode ser lançado em
três formas, que são:

 Por declaração: quando o ocorre devido a entrega de uma declaração a autoridade


administrativa competente;

 De ofício: este é feito por iniciativa de autoridade administrativo, competente


independente da colaboração do devedor;

 Por homologação: também conhecimento como auto lançamento. Esse tipo de


lançamento tributário e efectuado em relação aos tribos cuja, a legislação atribui ao
devedor de antecipar o pagamento dos mesmos sem previa exame de autoridade
administrativa competente.

13. Extinção da obrigação fiscal

A forma normal de extinção de obrigação fiscal é o comprimento ou pagamento, que


constitui a execução da prestação do imposto. Assim, importa referir que na extinção do
imposto pelo pagamento há necessidade de determinar por quem deve e pode ser feito autor
do pagamento; a quem deve ser feito refere se ao destinatário; o que deve pagar se refere se
ao objecto; como deve pagar se refere se a forma; onde deve pagar se refere se ao lugar e
quando deve pagar se refere ao tempo.
Desta feita o comprimento dá-se com pagamento pontual do imposto pelo sujeito passivo. No
pagamento, pode se apontar o voluntário e o coercivo. O voluntário pode ser feito a boca do
cofre, que se efectua durante um certo prazo de vencimento, fixado para cada imposto (em
regra um mês); ou antes do relaxe ou com juros de mora, realizado após este período e
durante os prazos que precedem o relaxe.

Por outro lado, o imposto pode ser realizado a pronto pagamento ou em prestações (Waty
2004). Para além do pagamento que é a forma ou norma de extinção de obrigação fiscal, a
outras formas dignas de menção pelas quais esta pode se distinguir.

13.1. Formas de extinção de obrigação tributária

Doação em comprimento, a lei pode admitir que no lugar da prestação pecuniária seja
entregue a outra de valor idêntico.

A prescrição conta-se do início do ano seguinte aquele em que tiver ocorrido o fato tributário
ou a partir da actuação do processo executivo. No entanto, a reclamação, a impugnação, o
recurso e a execução interrompe a prescrição.

A compreensão ocorre quando o contribuinte compensa com crédito representando um título


que tiver constituído noutra obrigação do mesmo imposto.

A confusão ocorre quando o sujeito activo em simultaneamente o sujeito passivo do imposto


ou quando o estado é chamado para suceder para um contribuinte.

Anulação do imposto só quando a lei prevê e é feita através de um titulo de anulação (Wary
2004). Se o contribuinte não efectuar o pagamento do imposto dentro do prazo legalmente
prescrito, pratica um acto ilícito, colocando se em situação de não comprimento.

Este facto resulta em algumas consequências desfavoráveis ao devedor, cuja gravidade e


onerosidade se acentua a medida que prolonga o tempo. Desta feita pode se apontar o
acréscimo dos juros de mora se o imposto não for pago dentro do prazo legalmente
estabelecido e começa-se a dever juros de mora.

Relaxe é uma operação preliminar da cobrança coerciva através do processo executivo.


Cobrança coerciva, quando o pagamento não se efectua dentro do prazo, instaura-se um
procedimento executivo com base na certidão de relaxe.
14. Conclusão

Com este trabalho, concluiu-se que a relação jurídica pode ser conceituada no plano objectivo
ou subjectivo. Ela é composta de um núcleo constituído pelo contribuinte e pelos terceiros
que de algum modo estão ligados aos pressupostos do facto de tributação que podem ser
designados de obrigação ou deveres tributários acessórios.

A relação jurídica fiscal é uma relação obrigacional embora de direito público. Nesse caso,
trata de uma particularidade do direito fiscal que possa interpretar se como correspondendo à
aquela conhecida orientação que visa aproximar esse ramo jurídico do direito civil.

A primeira obrigação nuclear é a obrigação fiscal que se traduz no pagamento do imposto. Os


segundos tipos de obrigações, as obrigações acessórias que definem-se como aquelas que
auxiliam o cumprimento da obrigação central de pagamento do imposto e quanto a
abstracção, não há dúvida de que a relação jurídica é um conceito geral e abstracto. Mas isso
e próprio de qualquer ciência por mais concreta que se queira faze̵ lá porque é pelo
pensamento, necessariamente abstracta que o homem aprende a realidade sendo, portanto,
abstracta a própria ideia de homem concreto.

Entretanto, algumas relações são reguladas pelo direito e outras não, o que cada vez menor é
bom que ainda haja relações interpessoais imane a autoridade do estado, não havendo
nenhuma concretização da maldade nesses conceitos mas dependência em relação a natureza
do pensamento humano.
15. Referências bibliográficas

Bem, L. S. (2004). Teria da Relação jurídica: análise da parte geral do novo Código
Civil. Corimbo: JM.

Carvalho, P. de B. (1997). Curso de Direito tributário. São Paulo, Saraiva. KPEMJ 3.


Legislação fiscal de Moçambique. Maputo, plural editora, S.D.

Diniz, M. H. (1917). Curso de Direito Civil. 18a Ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

Fachin, L. E. (2002). Parte Geral do Código Civil. Rio Janeiro. Renovar.

Golçalves, C. R. (2003). Responsabilidade Civil. São Paulo: Direito Civil. 10a Ed. São
Paulo: Saraiva.

Ibraimo, I. (2002). O Direito e a Fiscalidade: Um Contributo para o Direito Fiscal


Moçambicano. Maputo: Moçambique.

Waty, T. A. (2004). Introdução ao Direito Fiscal. 2a Ed. Maputo, W e W – editora. Maputo:


Moçambique.

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