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Aristóteles, Ética a Nicômaco

Tácito

A Ética na republica de Platão.


A natureza não é viver com aquilo que é mais primitivo, mas o estado de perfeição
atingido ao realizar a ordem racional em si, subordinando os elementos inferiores do
nosso ser a racionalidade.
A agatologia platônica, a ciência do bem. Acima das virtudes há um princípio
axiologicamente superior, a ideia do bem. As coisas se tornam efetivamente boas,
incluindo a justiça, através da ideia do bem, o princípio responsável pela determinação
do valor interno de alguma coisa. Se o bem é deixado de lado nenhuma ação é dotada de
significado ou proveito. Nenhuma coisa boa é o bem como tal, ela não se identifica
como o bem em si mesmo. É necessário não viver de aparências, deve se levar em conta
o bem em si.
Sócrates denomina o bem como principio motor da pratica humana, a existência
humana tem origem teleológica, ela age de acordo com um fim, para Sócrates um bem.
(importante para a ética socrática)
O filosofo após um longo treinamento intelectual é capaz de contemplar a ideia
verdadeira do bem, podendo ordenar a si mesmo. O agir politico e moral é derivado da
ciência do bem, a efetivação da práxis no âmbito politico e moral depende desse saber
superior que é a ciência do bem. Na republica a ética desenvolvida depende de uma
ontologia do bem.

Ciências no sentido aristotélico (epistemaí) (em hierarquia epistemológica)


1) Teoréticas (theoretikaí) metafísica, física, matemática. (ciências
contemplativas, uma ciência intelectual pura, desvinculada da preocupação
pratica, um fim para si mesmo e não para um meio, ciências desinteressadas,
funcionam de meio da sophia, a sapiência)
2) Práticas (pratikaí)  ética e politica (são coisas humanas, as efetivadas no meio
da práxis, tem como objetivo tornar o ser humano melhor e realizar a virtude ou
perfeição intrínseca da sua ação, o bem humano.
3) Produtivas (poíesis)  artes, técnicas (racionalidade no uso de coisas uteis ao
homem, na produção, tem caráter instrumental)
Diferenças entre a Práxis e a Poíesis:
Teoréticas
\/
Práticas  atividade imanente ou intransitiva
\/
Produtivas  atividade transitiva
A práxis é o exercício de uma atividade cujo bem é inerente a si própria. O fim que
comanda seu exercício é sua própria perfeição interna. O bem inerente em si,
independentemente do efeito da ação realizada, importância na performance do ato
justo. A eupraxía, a bondade da práxis.
Na atividade transitiva há outra lógica. O valor da poíesis é determinada pela poíema,
pois o valor da produção é determinado por sua qualidade. A excelência do ato de
fabricar algo é medida pela qualidade daquilo que é produzido, independente do esforço
ou das intenções daquele que produz. (o contrario da práxis que tem o fim em si própria,
a poíesis tem um fim diferente dela própria.)
A primeira vez que a Ética é usada como uma disciplina filosófica independente é por
meio do pensamento aristotélico e seus questionamentos na Ética a Nicômaco em suas
críticas acerca da agatologia platônica,
(perfil de Aristóteles, capítulo importante da Ética a Nicômaco)

No Livro I da "Ética a Nicômaco", Aristóteles introduz o tema da ética e estabelece as


bases para sua investigação. Ele começa destacando que o objetivo principal da ética é
alcançar a felicidade, que ele considera o bem supremo e o fim último da vida humana.

Aristóteles argumenta que a felicidade não pode ser alcançada por meio de bens
externos, como riqueza, fama ou poder, mas sim por meio de uma vida virtuosa. Ele
define virtude como um estado de caráter que leva as pessoas a agir de forma virtuosa e
ética. A virtude moral é adquirida através do hábito e da prática constante de agir de
maneira correta.

Aristóteles distingue entre duas formas de virtude: virtudes éticas e virtudes intelectuais.
As virtudes éticas estão relacionadas às ações e emoções humanas, envolvendo
encontrar o equilíbrio virtuoso entre extremos. Por exemplo, a coragem é uma virtude
que está no meio-termo entre a covardia e a temeridade.

Por outro lado, as virtudes intelectuais estão relacionadas ao conhecimento e à razão


prática. Aristóteles argumenta que a sabedoria é a mais alta das virtudes intelectuais,
pois envolve a compreensão das questões fundamentais da vida e a capacidade de tomar
decisões corretas e éticas.

Aristóteles também discute a importância da amizade na busca pela felicidade. Ele


afirma que a amizade é uma virtude importante, pois nos ajuda a desenvolver a virtude
moral e contribui para uma vida plena e significativa.
Em resumo, no Livro I da "Ética a Nicômaco", Aristóteles estabelece as bases para sua
investigação ética, destacando a busca pela felicidade como objetivo central. Ele define
a virtude moral como um estado de caráter adquirido através do hábito, enfatizando o
equilíbrio virtuoso entre extremos. Aristóteles também destaca a importância das
virtudes intelectuais e da amizade na busca por uma vida virtuosa e feliz.

No Livro II da "Ética a Nicômaco", Aristóteles aborda principalmente a questão da


virtude moral. Ele começa destacando que a virtude não é inata, mas é adquirida através
do hábito e da prática. Aristóteles argumenta que a virtude moral é alcançada ao
agirmos de maneira virtuosa repetidamente, até que se torne um hábito.

Aristóteles identifica duas categorias de virtudes: virtudes éticas e virtudes intelectuais.


As virtudes éticas estão relacionadas às ações e emoções humanas. Ele enfatiza que a
virtude moral é encontrada no meio-termo entre dois extremos: um excesso e uma
deficiência. Por exemplo, a coragem está no meio-termo entre a covardia e a
temeridade. Aristóteles destaca a importância de buscar esse equilíbrio virtuoso em
todas as áreas da vida.

Além disso, Aristóteles discute a importância da prudência (ou sabedoria prática) como
uma virtude essencial. A prudência envolve a capacidade de fazer julgamentos corretos
e éticos sobre o que é virtuoso em cada situação particular. É através da prudência que
podemos determinar o meio-termo apropriado em diferentes circunstâncias.

Aristóteles também argumenta que a virtude moral está ligada à busca da felicidade. Ele
define a felicidade como o objetivo supremo da vida humana e acredita que a virtude
moral é fundamental para alcançá-la. Segundo Aristóteles, a felicidade não é um estado
passageiro de prazer, mas sim um estado de plenitude alcançado por meio de uma vida
virtuosa e bem vivida.

Em resumo, no Livro II da "Ética a Nicômaco", Aristóteles explora a natureza da


virtude moral, destacando sua aquisição por meio do hábito e da prática. Ele enfatiza a
importância de encontrar o equilíbrio virtuoso entre extremos e destaca a prudência
como uma virtude-chave. Aristóteles argumenta que a busca da virtude moral é
fundamental para alcançar a felicidade duradoura.

No Livro VI da "Ética a Nicômaco", Aristóteles explora a questão da intelectualização


da virtude. Ele começa discutindo a relação entre a virtude moral e a razão prática,
enfatizando que a virtude é resultado não apenas do hábito, mas também do
conhecimento e do entendimento.
Aristóteles argumenta que a virtude moral está intimamente ligada à razão prática, que é
a capacidade de fazer julgamentos corretos sobre o que é virtuoso em cada situação
particular. Ele defende que a virtude moral não pode ser plenamente desenvolvida sem o
exercício da razão prática.

O filósofo também explora a ideia de que o caráter ético é influenciado pela educação e
pelo ambiente social. Ele argumenta que a educação desempenha um papel crucial na
formação de virtudes, pois a exposição constante a exemplos virtuosos e a prática de
ações virtuosas moldam o caráter das pessoas.

Além disso, Aristóteles discute a ideia de prazer e sua relação com a virtude. Ele
argumenta que o prazer desempenha um papel importante na busca da virtude, mas deve
ser subordinado à razão prática e ao objetivo final da felicidade. O prazer virtuoso,
obtido através da prática de ações virtuosas, é considerado mais elevado e duradouro do
que o prazer momentâneo.

No final do Livro VI, Aristóteles aborda a questão da continência e da incontinência.


Ele explora os casos em que as pessoas agem contra seus próprios conhecimentos e
desejos, demonstrando uma falta de controle sobre suas ações. Aristóteles argumenta
que a continência é um estado intermediário entre a incontinência (falta de controle) e a
virtude plena, em que a pessoa age de acordo com a razão prática e seus próprios
conhecimentos.

Em suma, no Livro VI da "Ética a Nicômaco", Aristóteles discute a relação entre a


virtude moral, a razão prática e a educação. Ele explora a importância do conhecimento
e da razão na formação do caráter ético e analisa a questão do prazer virtuoso. Além
disso, ele examina os conceitos de continência e incontinência, fornecendo uma análise
sobre as ações humanas e o controle sobre elas.

No Livro X da "Ética a Nicômaco", Aristóteles aborda o tema da contemplação e da


vida intelectual como o mais elevado e desejável para alcançar a felicidade plena. Ele
explora a relação entre a ética e a filosofia teórica, destacando a importância do
conhecimento e da sabedoria na busca da felicidade.

Aristóteles argumenta que a atividade contemplativa, ou filosofia teórica, é a mais nobre


das atividades humanas. Ele afirma que a contemplação é uma atividade autossuficiente
e intrinsecamente valiosa, realizada por seu próprio bem. Ele acredita que a
contemplação nos permite alcançar o mais alto grau de conhecimento e compreensão
das verdades universais.
No entanto, Aristóteles reconhece que a vida contemplativa não está disponível para
todos, pois requer um alto nível de educação, recursos e tempo dedicado ao estudo. Ele
também reconhece que a vida prática, voltada para a ação e o engajamento no mundo, é
necessária para a maioria das pessoas.

Apesar disso, Aristóteles argumenta que a vida contemplativa é a mais virtuosa e a mais
próxima da felicidade completa. Ele afirma que, embora a virtude moral seja importante
e necessária para uma vida ética, ela é apenas um meio para alcançar a virtude
intelectual e a contemplação.

Ao final do Livro X, Aristóteles aborda brevemente a questão da imortalidade da alma e


sua relação com a atividade contemplativa. Ele sugere que, embora a alma possa não ser
imortal no sentido de uma vida após a morte, a atividade da contemplação em si é
atemporal e pode proporcionar um tipo de imortalidade simbólica ao indivíduo.

Em resumo, no Livro X da "Ética a Nicômaco", Aristóteles defende a importância da


atividade contemplativa e da filosofia teórica na busca da felicidade plena. Ele enfatiza
a nobreza da contemplação como a atividade mais elevada e virtuosa, embora reconheça
que nem todos têm acesso a ela. Aristóteles sugere que a vida contemplativa permite um
maior conhecimento e compreensão das verdades universais e pode proporcionar uma
forma de imortalidade simbólica.

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