Justiça e ética em Aristóteles. 1-Ética tem a ver com meio termo (justo meio termo). Explique. Aristóteles diz que as virtudes se dão a partir de um equilíbrio, um meio termo entre a falta e o excesso e diz que o meio termo é o estado ideal, onde os extremos são condenáveis, e deve-se viver em busca do equilíbrio. Entre o excesso e a falta, que são vícios, os homens devem procurar o justo-meio. Por exemplo entre a temeridade (excesso) e a covardia (falta) encontrar o justo-meio que a virtude da coragem. O homem deve optar por um caminho que condene os extremos, pois estes são causadores dos excessos e dos vícios. O homem que age segundo o justo- meio, se tornará um homem virtuoso. Portanto a virtude é encontrar, pelo uso da razão, o meio-termo, o justo meio entre os extremos. 2-A pessoa justa é aquela que é ética e respeita as leis. Explique Justiça é uma disposição moral que torna as pessoas aptas a fazerem o que é justo, agindo justamente e desejando o que é justo; injustiça a disposição que leva as pessoas a agirem injustamente e desejar o que é injusto. Portanto a pessoa justa é aquela que cumpre e respeita as leis e a igualdade, enquanto a pessoa injusta é aquela que viola as leis, que toma mais do que lhe é devido e que desrespeita a igualdade. Ser justo é viver dentro da legalidade e respeitar a igualdade. 3-Justiça ou injustiça se relaciona com ações voluntárias, ou seja, intencionais, conscientes. Comente e dê 2 exemplos. Segundo Aristóteles um homem só age de maneira justa ou injusta se os atos forem praticados voluntariamente quando forem praticados involuntariamente esse ato não é junto nem injusto. O que caracteriza um ato justo ou injusto é o caráter voluntário. Ação voluntária é aquilo que se faz conscientemente, tendo consciência dos seus atos e das consequências deles. Por exemplo quando um homem prejudica o outro, infringindo a lei por escolha, tendo consciência e sabendo das consequências desse ato, esse homem está agindo injustamente, está cometendo um ato de injustiça. 4-A lei tem uma dimensão moral, ou seja, deve contemplar valores morais (o que é certo, errado etc.). A justiça a partir da modernidade (e nos dias de hoje) é impessoal e imparcial. Nessa linha, porque nos dias atuais é problemático a lei conter valores morais? Existem muitas normas jurídicas que nascem de preceitos e valores morais de determinada época e sociedade, porém também há normas jurídicas que não possuem conteúdo moral, que são amorais. Os valores morais são pessoais, cada pessoa, grupo, sociedade tem os seus próprios valores, é problemático a lei conter valores morais pois as leis devem ser objetivas, impessoais e imparciais e estes valores tiram da lei essa clareza e impessoalidade.
5-Explique e dê exemplos de Justiça Distributiva e Corretiva.
Justiça Distributiva: a justiça distributiva consiste na distribuição de bens
segundo os méritos de cada um. É uma forma de igualdade proporcional, os bens devem ser distribuídos de maneira proporcional segundo o mérito de cada um. Por exemplo na distribuição de instrumentos musicais os melhores instrumentos deverão ser entregues aos melhores músicos. Justiça corretiva: se os bens não forem distribuídos da maneira correta, ou se houver algum ato de injustiça após a distribuição, a justiça corretiva aparece para corrigir a situação de injustiça. Faz isso por meio da igualdade absoluta, retirando tudo aquilo que está com quem não deveria e entregando para aquele que merecia, de acordo com os critérios da justiça distributiva. 6-A Justiça está relacionada com a reciprocidade. Explique. A reciprocidade é uma forma de justiça que não se enquadra nem na justiça distributiva, nem na corretiva. Diz respeito a trocas que são feitas com base na proporção. As trocas entre um sapateiro e um pedreiro para serem consideradas justas devem alcançar uma reciprocidade, pois um par de sapatos não vale o mesmo que a construção de uma casa, por isso Aristóteles aponta que o dinheiro faz o papel de uma equivalência entre os produtos e serviços possibilitando a reciprocidade entre esses elementos. O dinheiro seria um meio-termo visto que mede todas as coisas e também o excesso e a falta. 7-O que é equidade? Dê exemplos. Ao tratar da equidade Aristóteles faz uma comparação com a justiça e diz que são a mesma coisa, porém a equidade é ainda melhor. A equidade é a adequação da lei ao caso concreto, a justiça do caso concreto. As leis são abstratas e gerais e há uma dificuldade em aplicar o geral e abstrato nos casos particulares e concretos. Com a equidade essa dificuldade se resolve pois, ela serve para atenuar os rigores da lei, tornando-a mais justa para as partes no caso concreto. Por exemplo em um caso de furto em que a pessoa que cometeu o furto está passando fome e acaba furtando um pacote de arroz, será que está pessoa deverá sofrer as mesmas consequências e penas que uma pessoa que furtou um banco ou objetos de grande valor. Nesses casos deve ser usado a equidade para atenuar os rigores da lei e deixa-la mais justa nos casos concretos.