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DIREITO E JUSTIÇA

O Desprezo da Justiça: o contexto atual é de desvalorização da questão da


justiça, como exemplo é a tratativa que a disciplina recebe nas faculdades de Direito.

Dificuldade de Definição: o conceito de Justiça é plurívoco, não sendo exato


sua determinação, ao pensar neste conceito, pode-se lembrar das deusas da justiça e em seus
objetos, quais sejam: balança, venda e espada e os significados que estes objetivam, Balança o
equilíbrio, venda a imparcialidade e espada a força.

Definição Romana: Partilhar a cada um o que é seu, porém este conceito


deixa algumas questões em aberto, posto que como se daria essa distribuição. Ademais, nota-se
que dará a cada um é relativo ao tempo e sociedade, um escravo na antiguidade não receberia
nada ou uma mulher na Grécia, receberia menos que o homem.

Substância ou uma convenção:

1. Jusnaturalismo: estabelece que é substância, pois o justo é um


conceito universal, fazendo distinção entre legitimidade e legalidade,
pois nem tudo que é legal é legítimo, como exemplo uma lei pode ser
legal, porém ilegítima do posto de vista do justo.
2. Juspositivismo: A Justiça é uma convenção, não tendo a distinção entre
legalidade e legitimidade, o justo é toda aquela norma que foi
positivada de forma correta, sendo justo tudo aquilo que faz parte do
Direito.

Concepções:

Platão: A justiça é algo político, derivando do bem-estar da pólis, uma


cidade funcionando de maneira justa, harmoniosa, com cada um dos seus membros realizando
sua função, que por natureza estão mais habilitados (Harmonia das Funções).

Portanto, os sábios devem governar (rei filósofos), guerreiros devem defender a


pólis e outros devem se dedicar a abastecer a pólis (agricultura e cultura). Livro: A República

Aristóteles: Livro: Ética a Nicomo. A justiça é uma virtude, pautada no campo


prático das ações.

i. Justiça Distributiva: Dar em proporção a cada um o que lhe é devido,


dar-se-á em campo de subordinação
ii. Justiça Corretiva/Retificadora: Acolhida no campo da igualdade
entre os indivíduos, procura corrigir uma desproporção, um
desequilíbrio entre as partes, tal como um sujeito furta algo e o
Direito Penal aplica uma correção de um desiquilíbrio estabelecido.
iii. Equidade/Justiça: Procura corrigir o rigor da Lei, pois a Lei pode não
se adequar a algumas particularidades e por meio da equidade, é
possível corrigir essa falta de adequação legal. Portanto, é dever do
Juiz exercer essa equidade, sendo este dotado da prudência, para
conseguir efetivar esta justiça.

Kant: A justiça é pautada no imperativo categórico, uma ação justa é aquela


que pode ser universalizada, acessada por meio da razão.

Marx: Justiça pautada no material, no plano econômico, sendo que no sistema


capitalista, existe essa diferença entre classes.

Portanto, para realizar a justiça, deve-se acabar com o capitalismo, para que
chegue ao comunismo e com isso, ter-se-á uma justiça material. Máxima: cada um segundo suas
capacidades e a cada um a suas necessidades.

Kelsen: Fazendo uma análise estabelecendo que o conceito de justiça, se


existente, é relativo.

Justiça e Injustiça: É fácil verificar a injustiça, sendo a justiça uma resposta


aos atos injustos do mundo.

O esforço do Direito por Justiça: A finalidade do Direito é a Justiça, sendo


esta uma infinidade, que não existe de modo objetivo, sendo procurada de modo infinito, não
sendo um fim que pode ser alcançado.

Justiça como Sentido do Direito: Dando uma finalidade ao Direito e


conferindo razão do Direito existir, não sendo possível o Direito existir de modo injusto, pois
ficaria insuportável essa existência, tal como não existe vida sem sentido.

Os Juristas e a Justiça: O jurista tem o dever de exercer a justiça, tendo


consciência da sua responsabilidade moral com a justiça, dependendo de sua responsabilidade
afetiva, uma compaixão com o outro, despertando uma revolva no jurista, uma angustia diante
da injustiça.

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